França/Ataques russos a jornalistas
na Ucrânia causaram 11 mortos e dezenas de feridos
Bissau, 14 Fev 24(ANG) – Pelo menos, 100 jornalistas
foram atacados por militares russos na Ucrânia desde o início da invasão deste
país, da qual passam dois anos no próximo dia 24, conflito que já custou a vida
a 11 profissionais da informação.
A informação
foi avançada terça-feira pela organização não-governamental (ONG) Repórteres
sem Fronteiras (RSF).
A ONG
denunciou que “jornalistas e meios de comunicação estão na mira das forças
armadas russas” e aplaudiu “a coragem” dos “milhares” que continuam a cobrir o
conflito, “apesar de um contexto de segurança que só piora”.
A RSF tem
documentados mais de 50 ataques contra mais de 100 jornalistas, que resultaram
em mortes, ferimentos, sequestros, tortura ou traumas causados pelos
bombardeamentos.
Para mais,
nas zonas ocupadas “as vozes independentes locais foram reduzidas a nada”.
A responsável
da RSF para a Europa, Jeanne Cavelier, indicou que “os meios são vítimas
diretas da invasão russa da Ucrânia. Desgraçadamente, em 2023, como em 2022,
jornalistas que trabalhavam no terreno pagaram o seu trabalho com a vida”.
No último
ano, morreram dois jornalistas na Ucrânia, o franco-bósnio Arman Soldin, da
AFP, vítima de uma ‘chuva’ de morteiros, em 09 de maio, quando cobria o
conflito perto de Bakhmout, e o ucraniano Bohdan Bitik, que colaborava com o
correspondente do diário italiano La Republica, perto de Kherson, onde foi
abatido por um ‘sniper’ russo.
Antes,
durante o primeiro ano de guerra foram mortos nove jornalistas e feridos outros
35.
A RSF
denunciou disparos contra torres de televisão, locais de redações ou lugares
habitualmente frequentados por jornalistas.
Expôs ainda
que pelo menos 12 jornalistas estão detidos nas regiões ocupadas e o
desaparecimento de Victoria Roshchyna, colaboradora da Ukrainska Pravda, cujo
paradeiro se ignora desde 04 de agosto, e Dmytro Khyliuk, que trabalhava para a
agência noticiosa em linha Unian, que se suspeita esteja detido na Federação
Russa.
A ocupação
russa, o quase desaparecimento do mercado publicitário, a falta de
trabalhadores e a destruição de material são algumas das razões que explicam o
encerramento de 233 meios ucranianos desde o início da invasão russa, ainda
segundo a ONG.
A RSF já
apresentou oito queixas por crimes de guerra no Tribunal Penal Internacional e
na justiça ucraniana, além de outros dois junto da justiça francesa. ANG/Inforpress/Lusa
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