Bélgica/Primeira das 8 prioridades da UA em 2024 deve ser golpes de Estado
Bissau, 15 Fev 24 (ANG) - O instituto de análise Crisis Group defendeu quarta-feira que a União Africana (UA) deve apostar em oito prioridades para este ano, a começar pelo reforço dos mecanismos contra os golpes de Estado.
"Desde 2020, a União Africana
suspendeu seis países depois de golpes militares terem deposto as autoridades
civis, a política de 'tolerância zero' para tomadas de poder inconstitucionais
impõe um custo a quem a viola, mas a proliferação de golpes no continente deixa
claro que há muitos países preparados para carregar esse fardo",
escreveram os analistas.
Numa análise sobre quais deviam ser as
prioridades da União Africana para este ano, os analistas da Crisis Group
afirmaram que a primeira prioridade deve ser lidar melhor com os reveses
democráticos.
"O principal instrumento da UA para
lidar com golpes de Estado é a Convenção de Lomé, de 2000, que compele a
organização a suspender os países que mudaram de Governo de forma
inconstitucional; a ameaça de suspensão parece ter desencorajado os golpes
militares durante algum tempo, mas os tempos mudam, e as juntas militares têm
agora menos razões para temer esta sanção da UA", sustentaram.
Na análise, argumentaram que, "mesmo
debaixo de uma suspensão ao abrigo de Lomé, a competição geopolítica mundial
exacerbada está a tornar mais fácil para estes países virarem os atores externos
uns contra os outros para seu benefício", exemplificando com o Mali, que
procurou na Rússia a ajuda necessária depois da suspensão da UA.
Entre as outras sete prioridades, que a
Crisis Group diz que "não é exaustiva, mas sim producente", os
analistas apontam o aumento da ajuda para salvar o Sudão, a preservação a
estabilidade da Etiópia, evitar uma escalada da tensão entre a RDC e o Rwanda,
revigorar a diplomacia no Sahel central, colocar o conflito nos Camarões na
agenda, refrescar a parceria na Somália e ajudar o Sudão do Sul a encaminhar-se
pacificamente para eleições.
Os Estados membros da União Africana
reúnem-se sábado e domingo, em Adis Abeba, para a habitual cimeira anual da
organização, com a edição deste ano a poder entrar para a história como uma das
mais intensas, desde logo, devido à disputa entre Argélia e Marrocos, que
aspiram a deter a presidência rotativa da organização continental, que,
respeitando a rotação geográfica, cabe agora à África do Norte. ANG/Angop
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