terça-feira, 12 de março de 2024

França/União Europeia ativa mecanismo de proteção civil para “fornecimento estável” de ajuda a Gaza

Bissau, 12 Mar 24(ANG) – A União Europeia (UE) ativou o mecanismo de proteção civil para garantir um “fornecimento estável e significativo” de apoio humanitário à Faixa de Gaza, dados os ataques de Israel, anunciou a presidente da Comissão Europeia.

Intervindo na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, enquanto um navio que saiu do Chipre vai a caminho do norte de Gaza com 200 toneladas de ajuda, a líder do executivo comunitário anunciou a ativação do “mecanismo de proteção civil da UE para reforçar o apoio” europeu.

“Vários países, incluindo alguns dos nossos Estados-membros, começaram a lançar por via aérea ajuda humanitária da Jordânia para Gaza […] e encorajo todos os Estados-membros a contribuírem com os seus ativos, para permitir um fornecimento estável e significativo de ajuda a Gaza”, apelou Ursula von der Leyen.

Relatando que “a situação no terreno é mais dramática do que nunca e atingiu um ponto de viragem”, a presidente da Comissão Europeia vincou que “isto não pode acontecer”, pedindo que a UE “utilize “todas as vias para chegar às pessoas necessitadas”, nomeadamente através do corredor marítimo agora criado e de apoio logístico para coordenar o fluxo de mercadorias.

Sobre o navio que hoje zarpou de Chipre para o norte de Gaza, Ursula von der Leyen observou que “esta é a primeira vez que um navio é autorizado a entregar ajuda a Gaza desde 2005”, sendo “mais uma tábua de salvação para a população”.

“Quando estiver plenamente operacional, este corredor marítimo poderá garantir um fluxo sustentado, regulado e robusto de ajuda a Gaza”, adiantou Ursula von der Leyen.

Após ter sido criticada por suspensão de fundos à Palestina, a responsável disse hoje que, este ano, a Comissão Europeia já afetou 250 milhões de euros à ajuda aos palestinianos, mas exortou que “a ajuda chegue aos civis que dela necessitam”.

“É claro que Israel tem o direito de se defender e de lutar contra o Hamas, mas a proteção dos civis tem de ser assegurada a todo o momento, em conformidade com o direito internacional, e, neste momento, só há uma maneira de restabelecer um fluxo adequado de ajuda humanitária: a população de Gaza precisa de uma pausa humanitária imediata que conduza a um cessar-fogo sustentável e isso tem de acontecer já”, defendeu ainda.

Já aludindo ao “risco real” de uma nova escalada de tensões no conflito, Ursula von der Leyen assinalou que “a situação na fronteira de Israel com o Líbano continua a ser explosiva”, garantindo que a UE está “preparada para responder com sanções adicionais, no caso de o Irão fornecer mísseis balísticos à Rússia, como foi recentemente noticiado”.

Um navio com 200 toneladas de ajuda humanitária partiu hoje do porto cipriota de Larnaca, sendo este carregamento um teste para a abertura de um corredor marítimo para fornecer ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde a fome se espalha cinco meses após o início da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.

As organizações dizem que é quase impossível entregar ajuda em grande parte do território devido às restrições israelitas, às hostilidades em curso e ao colapso da lei e da ordem, depois de a força policial dirigida pelo Hamas ter desaparecido em grande parte das ruas.

Não está ainda claro quão eficazes serão as entregas marítimas na resposta à catástrofe humanitária, uma vez que ainda haverá dificuldades na entrega da ajuda quando esta estiver dentro de Gaza.

A guerra já matou mais de 30 mil palestinianos e expulsou cerca de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza das suas casas.

A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza provocou mais de 31.100 mortos em cinco meses, segundo as autoridades do governo do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.

Israel declarou guerra ao Hamas depois de ter sofrido um ataque sem precedentes em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades israelitas.

ANG/Inforpress/Lusa

 


Economia
/Preços das moedas para terça-feira, 12 de março de 2024

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Fonte:BCEAO

Caso 6 bilhões/Famíliares dos detidos anunciam protestos  com vigílias na sede  da Polícia Judiciária

Bissau 12 Mar 24 (ANG) – Os famíliares do antigo ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi e do Secretário de Estado do Tesouro,António Monteiro, detidos no âmbito do caso dos 6 bilhões de francos CFA anunciaram que vão  realizar vigílias na sede da Polícia Judiciária até que os detidos sejam libertados.


“Já chega de injustiça e ódio”,disse  Hortência Borges Araújo Monteiro, a irmã do Ex-Secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, segunda-feira, numa conferência de imprensa,em protestos, tendo apelado ao Presidente da República para intervir nesse caso, para que a justiça seja feita.

Os famíliares dos antigos, ministro da Economia e Finanças e  Secretário de Estado do Tesouro consideram de “injusta” a detenção dos dois.

 “Fomos assistir ao julgamento marcado para o dia 11 de Março de 2024 e informaram-nos que o mesmo foi adiado sem sermos explicados do porquê”, disse Hortência.

Pergunta o que é que os dois ex-governantes fizeram que os outros ministros das Finanças não tinham feito.

Por seu turno, Aissatu Baldé,esposa de Suleimane Seidi pede a libertação imediata dos dois alegando que já passaram 100 dias desde que foram presos.

“Peço aos juizes do tribunal que façam os seus trabalhos honrando seus juramentos, defendendo só e só a verdade”,referiu Aissatu Baldé.

O julgamento dos dois antigos governantes, acusados de corrupção, que devia iniciar na segunda-feira no Tribunal de Relação no Palácio da Justiça, foi adiado para uma data a indicar.

Segundo a Rádio Jovem, o adiamento se deve , a apreciação pelo Supremo Tribunal de Justiça, nas vestes de Tribunal Constitucional, das alegações apresentadas pelo Coletivo de advogados dos acusados, segundo as quais  o Gabinete de Luta Contra Corrupção e Delitos Económicos não tem competência de iniciar  o processo dos dois suspeitos para depois remeté-lo ao Ministério Público, através do Tribunal de Relação.ANG/MSC/ÂC//SG

Segurança Rodoviária/Governo proíbe  circulação de viaturas com vidros escuros

Bissau, 12 Mar 24 (ANG) – O Governo através do Ministério do Interior e da Ordem Pública, proíbe, a partir de quarta-feira, (13) a circulação de viaturas com vidros escuros, em todo o território nacional.

O Despacho número 11/GMIOP/2024, datado do dia 11 do corrente mês, à que a ANG teve acesso hoje, que anuncia a proibição justifica a medida com alegações de haver “aumento de movimentações suspeitas e duvidosas”, nos últimos tempos, de viaturas com vidros escuros, em Bissau e nas regiões do interior do país.


“Assim sendo, e havendo a necessidade urgente de por fim a referida prática, atendendo a ameaça à segurança interna do país, o ministro do Interior e da Ordem Pública Botche Candé, no uso das prerrogativas que a lei lhe confere, ordena a proibição do referido acto”, lê-se no Despacho.

O mesmo documento acrescenta que a partir do dia 13/03/2024 (quarta-feira), qualquer viatura encontrado a circular com vidro escuro, será apreendido pelos agentes da Ordem Pública.

Segundo o Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública, Salvador Soares, as viaturas que usam colantes para escurecer o vidro devem retirar esses colantes, as de vidro escuro original devem simplesmente parar de circular até nova ordem.

Não é a primeira vez que sucessivos Governos tentam, sem sucesso, impedir circulação de viaturas com vidros escuros, propriedades de particulares mas também de militares e para-militares.

ANG/LLA/ÂC//SG 

Luta livre/Bacar Ndum conquista mais uma medalha de bronze nos Jogos Africanos de Acra 

Bissau,12 Mar 24(ANG) - O lutador guineense, Bacar Ndum (Bacar Midana) conquistou, segunda-feira (11), mais uma medalha de bronze nos Jogos Africanos que decorre em Acra, no Gana.

A informação foi avançada pela Federação de Luta da Guiné-Bissau nas redes sociais.

 “Apesar de sair lesionado da competição, Bacar Ndum, conquistou hoje, 11 de Março , uma medalha de Bronze, na 13ª edição dos jogos africanos, a decorrer na cidade ganesa de Accra”, refere  O Golo GB .

Bacar Midana, que a Federação Nacional de Luta Livre apelidou de ‘homem forte’ da  federação,concorreu na categoria de  74 Kg.

De acordo com a Federação de Luta da Guiné-Bissau, Bacar Midana entrou na competição com dores ligeiros, resultantes de uma lesão contraida durante o período de  estágio, que acabou por piorar durante o combate.

A luta livre é a modalidade desportiva que mais medalhas(ouro, prata e bronze) conquistou para a Guiné-Bissau.ANG/Golo GB

segunda-feira, 11 de março de 2024

      Justiça/Julgamento do 𝗖𝗮𝘀𝗼 𝗱𝗲 𝟲 𝗯𝗶𝗹𝗵õ𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝗳𝗰𝗳𝗮 adiado “sine die”

Bissau, 11 Mar 24 (ANG) - O julgamento do antigo ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seide e o ex-secretário de Estado do Tesouro, Antônio Monteiro, acusados de corrupção, que devia iniciar hoje no Tribunal de Relação no Palácio da Justiça, foi adiado para uma data a indicar.

Ex ministro das Finanças Suleimane Seide
Segundo a Rádio Jovem, o adiamento se deve , a apreciação pelo Supremo Tribunal de Justiça, nas vestes de Tribunal Constitucional, das alegações apresentadas pelo Coletivo de advogados dos acusados, segundo as quais  o Gabinete de Luta Contra Corrupção e Delitos Económicos não tem competência de iniciar  o processo dos dois suspeitos para depois remeté-lo ao Ministério Público, através do Tribunal de Relação.

Os advogados de Suleimane Seidi e António Monteiro  entraram com um processo denominado “incidente de inconstitucionalidade” que agora será analisado pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Os dois foram acusados da prática, em co-autoria, dos crimes de abuso de poder, violação de normas de execução orçamental, peculato e fraude fiscal, tendo António Monteiro sido ainda acusado, de forma isolada, do crime de participação económica em negócio.

Em causa está a contração de um empréstimo bancário no valor de seis biliões de fcfa  para pagamento de dívidas do Estado a 11 empresários.

O caso iria a  julgamento pouco mais de três meses passados da detenção dos dois governantes, que se encontram em prisão preventiva desde a noite de 30 de Novembro de 2023. ANG/RJ



Política
/Aliança “Kumba Lanta” pede Umaro Sissoco Embalo o retorno a normalidade constitucional no país

Bissau,11 Mar 24(ANG) - A Aliança “Kumba Lanta” pede ao chefe de Estado guineense o “retorno à normalidade constitucional, através da restauração da Assembleia Nacional Popular(ANP), na sua plenitude e a realização das eleições presidenciais em 2024.

O pedido  da Aliança foi feito através de uma proposta de saída da crise política vigente no pais, apresentada, no domingo, ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.

Segundo uma Nota à imprensa da Aliança Kumba Lanta, à que a ANG teve acesso hoje, a coligação  que congrega o Partido da Renovação Social e a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau(APU-PDGB), sustenta  que a Assembleia Nacional Popular já foi inconstitucionalmente dissolvida por duas vezes nos últimos dois anos, e que os governos são formados em total desrespeito pela vontade popular, assim como o Supremo Tribunal de Justiça está sequestrado e ao serviço único e exclusivo do Presidente da República e que o Ministério Público transformou-se numa agência de perseguição dos adversários políticos do Presidente da República.

 “Temos vindo a assistir à uma profunda degradação da situação politica nacional, marcada pelo cerceamento dos direitos civis e políticos dos cidadãos, pela sistemática violação da Constituição e das leis e pela instrumentalização da justiça”, refere a Aliança na nota remetida ao Presidente da República.

Acrescenta  que, de igual modo, se assistem  perseguições à opositores políticos,  raptos e a agressões contra todas as vozes que se opõem ao regime instalado, bem como a discursos inflamatórios, de ódio, de divisão e de ameaças que põem em risco a unidade nacional.

A Aliança diz ainda que os direitos humanos e as liberdades de expressão são sistematicamente violados e as liberdades fundamentais dos cidadãos, nomeadamente, as liberdades de expressão e de manifestação, severamente restringidos”.

A este propósito, a Aliança Kumba Lanta exige  “o respeito aos valores do Estado de Direito Democrático, nomeadamente os valores da liberdade, da justiça e da democracia.

"A reconfiguração do Supremo Tribunal de Justiça, em pleno respeito da legalidade, de modo a que esta entidade judicial possa exercer cabalmente o seu papel de órgão supremo do Poder Judicial e de Tribunal Constitucional, a recomposição da Comissão Nacional de Eleições (CNE), mediante o preenchimento dos lugares vacantes”, são outras exigências  da Aliança Kumba Lanta.

As duas formações politicas da base ideológica de Koumba Iala dizem haver uma  sistemática degradação dos princípios e dos valores democráticos e o risco iminente do colapso dos pilares fundamentais da  sociedade guineense..ANG/ÂC//SG


Economia
/Preços das moedas para segunda-feira, 11 de março de 2024

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Fonte: BCEAO

Adis Abeba/”África longe de cumprir compromissos do programa agrícola”, diz comissária

Bissau, 11 Mar 24 (ANG) - Nenhum país africano está no bom caminho para cumprir com  todos os sete compromissos  do Programa Abrangente de Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP), declarou esta sexta-feira, em Adis Abeba, a comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko.

Segundo uma nota chegada à ANGOP, em Luanda, a diplomata falava no  lançamento oficial do 4º relatório de revisão bienal do CAADP (sigla em inglês)  e da agenda pós-Malabo.


O processo de revisão tem em perspectiva dar um novo impulso, revigorar e consolidar os ganhos  já alcançados, bem como sobre as tendências e os dinamismos emergentes.

Josefa Sacko alertou, na ocasião, que, a apenas um ano da conclusão do período da “Declaração de Malabo”, é urgente que os Estados-membros acelerem a implementação do CAADP.

A execução desse programa, clarificou, passa nomeadamente pela disponibilização do financiamento necessário para alcançar as aspirações de criar um sistema alimentar africano robusto.

Recordou que a Declaração de Malabo do CAADP chegará ao seu final,  em 2025, e que “ainda não atingimos os objetivos definidos” no documento.

Em virtude desse “mau desempenho”, disse,  verificou-se os  efeitos combinados de choques que se sobrepuseram, e que  afetaram o sector agrícola, no contexto  da pandemia da Covid-19 e do conflito Rússia-Ucrânia.

Mencionou igualmente as perturbações na cadeia de abastecimento e os conflitos no continente, bem como os impactos das alterações climáticas

“No entanto, é gratificante constatar que foram envidados esforços consideráveis para garantir a qualidade dos dados, fazer com que sejam utilizados dados de qualidade para avaliar o desempenho dos países   com base nas lições aprendidas até à data”, frisou a comissária da UA.

Na sua visão da  agenda pós-Malabo,  a comissária considerou  que esta deve ser sólida e baseada em factos essenciais para acelerar a transformação da agricultura no continente face às alterações climáticas e efeitos sanitários, políticos e económicos.

Nesta perspectiva, alertou  que a  agenda pós-Malabo deve manter os princípios fundamentais do CAADP de apropriação e liderança africana, responsabilidade e transparência, inclusão  e assumir uma abordagem de sistemas alimentares, adaptando-se continuamente a contextos  em mudança.

“Devemos  aproveitar as  oportunidades  de enfrentar os  desafios para garantir meios de subsistência sustentáveis e resilientes, bem como dietas saudáveis, seguras, nutritivas e acessíveis”, lembrou a diplomata angolana junto da UA.

Descreveu o processo  de revisão bienal do programa agrícola do continente como uma iniciativa da Agenda 2063 da UA que oferece um quadro para os Estados-membros eliminarem a fome e reduzir a pobreza, aumentando o crescimento económico através do desenvolvimento agrícola.

O relatório de revisão bienal tornou-se num poderoso instrumento  para a advocacia a nível continental, regional e nacional, para desencadear as ações políticas necessárias para a transformação da agricultura em África, ressaltou.

De acordo com Sacko, apenas 49 países apresentaram relatórios neste ciclo, contra 51 na terceira revisão bienal, destacando-se o desempenho dos países em relação aos 46 indicadores para acompanhar os progressos feitos no sentido de uma agricultura totalmente transformada nos sete compromissos de Malabo.

Este  quarto relatório bienal  foi apresentado ao  comité técnico especializado da UA sobre agricultura, desenvolvimento rural, água e ambiente, em Novembro de 2023, e  aos chefes de Estado e de Governo  durante a sua cimeira em Fevereiro do corrente ano. ANG/Angop

 

Moçambique/Polícias dizem que falta “vontade política” para travar raptos

Bissau, 11 Mar 24 (ANG) – A Associação Moçambicana de Polícias considera que falta vontade política para travar a onda de raptos no país, defendendo uma reforma e investimentos na corporação para eficácia das autoridades no combate a este tipo de crime.

“Para termos a segurança desejada no combate a este crime precisamos de uma força organizada. A nossa polícia hoje não está preparada para garantir a ordem e segurança públicas. Isso não quer dizer que nós não temos polícias, temos sim muitos e bons, mas falta vontade política”, diz Nazário Muanambane, em entrevista à Lusa, em Maputo.

Em causa está a onda de raptos em Moçambique, que começou em 2011, afetando, sobretudo, empresários e seus familiares. Após um período de relativa estabilidade, os casos voltaram a ser registados nos últimos anos, principalmente nas capitais provinciais, com destaque para Maputo.

As autoridades moçambicanas, entre as quais a Procuradoria-Geral e o Comando-Geral da polícia, admitiram, por várias vezes, o envolvimento de membros da polícia e de magistrados nestes crimes, cujas ramificações se estendem até à vizinha África Sul, país com o qual Moçambique tem fortes relações.

O presidente da Associação Moçambicana de Polícias, com registo de 14 mil membros, critica este posicionamento dos dirigentes, considerando que este argumento esconde “a incapacidade de gestão do Estado” por parte das próprias lideranças.

“Se eles são os dirigentes e dizem que a nossa política é frágil porque está envolvida no mundo do crime, isto significa que eles é que estão a admitir a sua incapacidade de gestão e de controlo do Estado”, diz.

Nazário Muanambane defende maior investimento na polícia para evitar que os membros da corporação sejam empurrados para o mundo do crime, bem como a aposta na tecnologia para fazer face à dinâmica do crime.

“Não tomem só o facto de que o polícia fez um juramento à bandeira, ele também é humano, tem família e necessidades como todos têm (…) Mas quando estas condições não são encontradas, sendo alguém com capacidade, acaba se deixando aliciar”, explica o presidente da Associação Moçambicana de Polícias, lembrando que os raptos são registados, em muitos casos, em locais com câmaras de vigilância.

Enquanto se debatem eventuais soluções para o problema, nas ruas de Maputo o receio de um novo caso de rapto à luz do dia prevalece, sobretudo para aqueles cujo trabalho é proteger os outros.

“Temos receio”, admite à Lusa Manuel Gamito, um segurança de um supermercado em Maputo que presenciou o último rapto na capital moçambicana, ocorrido na manhã de 11 de Fevereiro, a poucos metros da Casa Militar, quartel responsável pela guarda do Presidente da República, Filipe Nyusi.

“A ação deles não levou nem dois minutos. Eles estavam armados, apontaram-lhe uma arma e levaram-no para o carro e depois saíram”, lembra Manuel Gamito.

Este é o segundo rapto registado este ano na cidade de Maputo.

Em 20 de Janeiro, um empresário foi raptado na capital moçambicana por um grupo de homens armados, dois dos quais já detidos, mas a vítima “continua em cativeiro”, segundo os últimos dados avançados pela polícia.

No dia 16 de Janeiro, um gestor de uma loja de venda de mobília foi ferido no abdómen durante uma tentativa de rapto frustrada por populares que atiraram pedras contra os autores do crime, disse então à Lusa o porta-voz da polícia em Maputo, Leonel Muchina.

Desde Janeiro de 2023, as autoridades moçambicanas detiveram 38 pessoas envolvidas na onda de raptos no país, que registou um total 13 casos no mesmo período, segundo dados oficiais. ANG/Inforpress/Lusa

 

Bélgica/NATO "mais forte" com Suécia e "mais perto" da Ucrânia, diz SG

Bissau, 11 Mar 24 (ANG) - O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, salientou hoje que a Aliança Atlântica está "maior e mais forte" do que o esperado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a adesão oficial da Suécia e "mais perto do que nunca" da Ucrânia.


"Quando o Presidente (russo) Putin lançou a sua guerra de escala contra a Ucrânia, há dois anos, queria menos NATO e mais controlo sobre os seus vizinhos. Queria destruir a Ucrânia como Estado soberano, mas não conseguiu. A NATO é maior e mais forte e a Ucrânia está mais perto do que nunca de aderir à NATO", declarou Jens Stoltenberg.

Falando à imprensa na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas, no dia em que se celebra a adesão oficial da Suécia à Aliança Atlântica, o responsável acrescentou que Putin começou a guerra e pode acabar com ela hoje, mas que a Ucrânia não tem essa opção pois "a rendição não significa paz".

"O nosso apoio à Ucrânia salva vidas e deve continuar", vincou Jens Stoltenberg, falando num "dia bom para a Suécia, para a NATO e para a paz e segurança em toda a Europa".

Destacando os "corajosos ucranianos que continuam a lutar pela liberdade", o líder da organização salientou ser necessário "continuar a fortalecer a Ucrânia para mostrar ao Presidente Putin que ele não vai conseguir o que quer no campo de batalha", devendo antes "sentar-se e negociar uma solução em que a Ucrânia seja reconhecida e prevaleça como uma nação independente e soberana".

A bandeira da Suécia é hoje hasteada na sede da NATO, em Bruxelas, numa cerimónia que oficializa a adesão do país nórdico à Aliança Atlântica após dois anos de negociações.

Referindo-se à adesão, Jens Stoltenberg observou que a Suécia tem "capacidades de vanguarda" na área da Defesa, por terra, no ar e no mar,  alocando desde já mais de 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) a este sector.

Em resposta à agressão de guerra da Rússia contra a Ucrânia, a NATO aumentou substancialmente a nossa presença nas linhas de demarcação e a adesão da Suécia reforça ainda mais essa presença, adiantou.

Também presente na ocasião, o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, salientou que a Suécia, enquanto membro da NATO, irá "partilhar os encargos, as responsabilidades e os riscos com os aliados".

A situação de segurança na nossa região não era tão grave desde a Segunda Guerra Mundial e a Rússia continuará a ser uma ameaça para a segurança euro-atlântica num futuro previsível.

Foi nesta perspectiva que a Suécia pediu para aderir à aliança de defesa da NATO para ganhar segurança, mas também para proporcionar segurança, adiantou o responsável.

Sobre a guerra na Ucrânia causada pela invasão russa, Ulf Kristersson garantiu apoio a Ucrânia, que "está a lutar corajosamente pela sua própria liberdade, mas também a defender a liberdade europeia".

Após mais de 200 anos de neutralidade, a Suécia é hoje oficialmente o 32.º membro da Aliança Atlântica.

A adesão da Suécia à NATO, desencadeada pela invasão russa da Ucrânia e conseguida após dois anos de intensas negociações, ocorreu após a Hungria, um dos aliados, a par da Turquia, que colocou os maiores obstáculos, ter aprovado no parlamento e ratificado o protocolo de adesão de Estocolmo. ANG/Angop

 

     Portugal/ Aliança Democrática vence eleições legislativas com 29,49%

Bissau, 11 Mar 24(ANG) - A Aliança Democrática (AD) foi a formação mais votada, com 29,49% dos votos e 79 deputados nas eleições legislativas de domingo, em que o Chega quadriplicou o número de deputados, com 48 mandatos.

O PS foi o segundo mais votado, com 28,66% e 77 deputados, no final do escrutínio em Portugal, e quando ainda faltam apurar os resultados nos círculos da emigração, que elegem quatro deputados, segundo dados da Secretária-geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral.

 O presidente do PSD disse esperar que PS e Chega “não constituam uma aliança negativa para impedir o Governo que os portugueses quiseram”, voltou a recusar entendimentos com o partido de André Ventura, mas sem excluir diálogo.

Na fase das perguntas dos jornalistas, Luís Montenegro foi questionado se, com uma vitória por margem curta da Aliança Democrática (coligação que junta PSD/CDS-PP e PPM), mantém o “não é não” que tinha dito a entendimentos com o Chega antes e durante a campanha.

“Eu assumi dois compromissos na campanha eleitoral e naturalmente que cumprirei a minha palavra. Nunca faria a mim próprio, ao meu partido e à democracia portuguesa tamanha maldade que seria incumprir compromissos que assumi de forma tão clara”, disse.

Sobre a margem da vitória, salientou que “ela tem a expressão que os portugueses lhe quiseram dar”, acrescentando que “há dois anos havia uma maioria absoluta do PS, agora há uma maioria relativa da AD”.

Montenegro foi questionado se não teme que o Chega possa derrubar o Governo à primeira oportunidade.

“Estamos cientes que, em muitas ocasiões, a execução do programa de Governo terá de passar pelo diálogo na Assembleia da República. É natural e é nossa expectativa que todos partidos possam assumir a sua responsabilidade, a começar pelo principal partido da oposição”, disse.

Neste ponto, o líder do PSD disse compreender que o PS não se reveja no programa do Governo, nem adira às propostas da AD, mas defendeu que tem a responsabilidade de respeitar “a vontade do povo português”.

“E é nessa lógica que a minha mais firme expectativa é que o PS e o Chega não constituam uma aliança negativa para impedir o governo que os portugueses quiseram”, enfatizou. ANG/Inforpress/Lusa

 

   Índia/Vacina de baixo custo contra a malária chega a África em Maio

Bissau, 11 Mar 24 (ANG) - O maior fabricante de vacinas do mundo, sediado na Índia, vai começar a distribuir uma nova vacina contra a malária, a partir de Maio, em África, noticiou a agência France-Presse (AFP).

O Serum Institute of India (SII) planeia enviar, este ano, 25 milhões de doses da vacina, de baixo custo, denominada R21 e desenvolvida com a Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Moçambique, Chade, República Centro-Africana, RDC e Sudão do Sul serão os primeiros cinco países a receber as doses da R21, disse o Fundo da ONU para a Infância (Unicef) à AFP.

Uganda e Nigéria estão a planear a introdução da vacina no final do ano.

"Oferecemos estas vacinas ao continente africano a quatro dólares (3,65 euros) ou menos no primeiro ano. E à medida que aumentarmos a produção, poderemos baixar o preço um pouco mais", disse o diretor executivo da SII, Adar Poonawalla.

A produção pode chegar a 100 milhões de doses por ano, indicou.

O envio das vacinas deverá começar no final de Abril e a distribuição terá início em maio e Junho, disse o diretor de investigação e desenvolvimento da SII, Umesh Shaligram.

A R21 foi recomendada em outubro pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para "prevenir a malária em crianças em risco de contrair a doença". A Unicef e Aliança Global de Vacinas (Gavi) vão ser as principais organizações a adquirir e a distribuir as vacinas.

Transmitida aos seres humanos pela picada de certos tipos de mosquitos, a malária mata mais de 600 mil pessoas todos os anos, 95% das quais em África, de acordo com dados da OMS. No continente, mais de 80% das mortes são crianças com menos de 05 anos.

Em 2021, outra vacina, a "RTS,S", produzida pelo gigante farmacêutico britânico GSK, tornou-se a primeira vacina a ser recomendada pela OMS para prevenir a malária em crianças em áreas onde a transmissão da doença é moderada a alta.

As duas vacinas têm taxas de eficácia semelhantes, de cerca de 75%, quando administradas nas mesmas condições. ANG/Inforpress/Lusa

 

     Religião/Fiéis muçulmanos iniciam hoje jejum do ano 1445 de Ifiginal

Bissau, 11 Mar 24 (ANG) - Os fiéis muçulmanos iniciam hoje o jejum de ramadã do ano 1445 de Ifiginal, um momento de sacrifício baseado na celebração e revelação do Alcorão ao profeta  Muhammad, informa uma nota da  Comissão Nacional de Observação Lunar da Guiné-Bissau, assinada pelo seu Coordenador Infali Coté, à que a ANG teve acesso hoje.

“A Comissão Nacional de Observação, vem através deste presente nota, informar a opinião pública em geral e em particular a comunidade muçulmana da Guiné-Bissau, que hoje marcou o fim do mês de Shaaban, 10 de Março em curso. O dia 11 é o primeiro dia do Ramadã do ano 1445 de Ifiginal”, refere o documento.

Jejum é uma prática obrigatória do islamismo de 30 dias e faz parte dos cinco pilares da religião muçulmana. ANG/AALS/ÂC//SG