quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Luta/"Nestes Jogos Olímpicos poderá acontecer algo extraordinário" para a Guiné-Bissau

Bissau, 01 Ago 24 (ANG) - A luta é a grande esperança da Guiné-Bissau para uma medalha nos Jogos Olímpicos de Paris, numa altura que o país está a formar campeões africanos e está a promover um programa de recrutamento de novos lutadores.

Na capital francesa, o comité guineense procura agora apoios para continuar a formar atletas não só na luta, mas noutros desportos olímpicos.

Com mais atletas do que em Tóquio, a equipa da Guiné-Bissau é composta por seis elementos que vão actuar em cinco modalidades diferentes chegou a Paris com a possbilidade de, pela primeira vez, ter uma medalha olímpica. A grande esperança é na modalidade de luta.

Esta é uma ambição que o Sérgio Mané, presidente do Comité Olímpico da Guiné-Bissau não escondeu em entrevista à RFI, dizendo mesmo que tudo é possível para os guineenses na capital francesa.

A Guiné-Bissau sonha com uma medalha nestes Jogos Olímpicos? 

Não temos a tradição da medalha olímpica, mas tudo indica que nestes Jogos poderá acontecer algo extraordinário. Temos dois atletas de luta que fizeram uma preparação extraordinária, foram campeões africanos e revalidaram o título que dá direito a participar nos Jogos. Quer dizer que se qualificaram para os jogos através de duas provas seguidas e conseguiram revelar grandes qualidades nesta base. Podemos ter esperança porque tanto um como outro, em termos de ranking, estão bem posicionados. O Diamantino Fafé, por exemplo, é um atleta bolseiro olímpico que já esteve nos Jogos de Tóquio e desta vez voltou a qualificar-se. Está bem posicionado em termos de ranking e está no 16.º lugar. Sabemos que é uma é uma tarefa difícil, mas tudo está em aberto. O Bacar Ndum, na categoria de 74 kg está no sexto lugar do ranking e é um o atleta que ao longo da sua participação em diferentes competições, sempre trouxe medalhas para o país. E nesta base temos esperança. Sabemos que não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível. Daí que continuamos a acreditar que poderá acontecer algo extraordinário.

E, neste caso, no caso da luta, ao contrário de outras modalidades, realmente é possível, porque basta que, por exemplo, do outro lado, o outro atleta tenha alguma desconcentração e os vossos atletas encontram uma maneira de conseguir penetrar na cabeça do adversário e podem ganhar.

Perfeitamente perfeitamente, porque no desporto de combate ali existe precisamente aquelas fragilidades. Se falhar na aplicação de uma técnica, o adversário pode aproveitar e fazer pontos que lhe dá a oportunidade de ganhar a competição.

Os atletas já estão aqui há alguns dias. O que é que eles estão a achar das condições de treino, das condições de alojamento na Aldeia Olímpica?

Até aqui está tudo tranquilo. Não há queixa. Estão bem e estamos a gostar. 

Quando é que os atletas guineenses vão entrar em acção?

A partir do dia 01 de Agosto teremos natação, depois no dia 02 teremos judo, com o nosso atleta Bubacar Mané. Vamos ter o Seco Camará no atletismo no dia 03. Já o Diamantino Fafé começa na luta dia no dia oito e o Baca também na luta no dia 10. O Paicou no Taekwondo começa no dia 10.

E tendo em conta esta possibilidade de se chegar a medalhas, como é que os guineenses na Guiné-Bissau estão a acompanhar este jogos?

Há muita expectativa à volta dos atletas porque na verdade fizeram uma boa campanha. Nós sabemos que eles costumam brindar-nos com os títulos africanos. O desejo de todos os guineenses é ver o nosso atleta no pódio. Então, à volta disto, toda a gente está com esperança e vamos lá ver se conseguimos desta vez.

E esta expetativa é também uma possibilidade de desenvolver e trazer mais pessoas para o desporto, mais financiamento, por exemplo, mais financiamento internacional, mais ajuda ao desenvolvimento para o desporto na Guiné-Bissau?

Com certeza. Nos jogos anteriores tínhamos um menor número de atletas e nesses jogos aumentámos, o que significa que isso vai-nos permitir angariar meios e mobilizar recursos para pôr à disposição dos nossos atletas para poderem subir mais em termos de qualidade, em termos de performance.

Na equipa da Guiné-Bissau temos seis atletas e são todos homens. O que é que aconteceu na parte das mulheres? É uma preocupação sua trazer mais mulheres e mais meninas para o desporto na Guiné-Bissau?

Exactamente. Nós temos praticantes femininas, só que, lamentavelmente,  ainda não estão este nível. Tivemos um caso de uma menina que esteve em Marrocos, uma bolsa financiada pelo Comité Olímpico e ela conseguiu medalha a nível do continente. Só que não progrediu mais. Isto também tem a ver com a parte familiar, não é? Já tinha um filho menor e certamente deve ser a causa que acabou por contribuir negativamente. Tinha que juntar-se ao filho e acabou por desistir. Estou a falar da luta, mas já tivemos casos da nossa atleta campeã africana de judo, a Taciana, que também deixou e desta vez só tivemos rapazes, mas nos Jogos anteriores ainda tivemos menina.

Há também uma questão então de formação civica e informação para as famílias da importância de as mulheres participarem no mundo do desporto?

É também uma questão de oportunidade. Eu considero isso a oportunidade, porque nem sempre todos têm a mesma oportunidade e nós trabalhamos nessa visão. Procurar sempre ter o equilíbrio de género para fazer com que as meninas possam também aproveitar as oportunidades que nós oferecemos para poderem desenvolver os seus talentos.

Está aqui então, também não só para acompanhar a equipa olímpica, claro, mas também para ter vários encontros, para encontrar-se imagino aos mais altos níveis, incluindo com o Comité Olímpico Internacional. Que tipo de encontros é que vai ter e o que é que espera levar depois para a Guiné-Bissau?

Nos Jogos Olímpicos acabamos por fazer diplomacia desportiva, já que estão aqui 206 países e dentro desses seis países, independentemente da rotina que acabamos por ter, vamos tendo já alguns encontros. Mas também já trazemos alguma agenda. Temos a reunião, por exemplo, a nível do continente, temos a reunião com a Sociedade Olímpica, temos a reunião com a francofonia, portanto, temos uma agenda super apertada. Mas tudo isto é para tirar proveito da nossa participação, da nossa presença e tentar levar esses ganhos para o país.

E o que é que vi nos próximos anos para os atletas olímpicos e os atletas em geral na Guiné-Bissau? Que modalidades e que se vê a desenvolver? Parece que a luta realmente está a atrair muita gente. Mas que outras modalidades? Por exemplo, modalidades náuticas, já que a própria Guiné-Bissau tem condições extraordinárias para este tipo de modalidades? Quais é que são as vossas apostas?

Já temos um atleta que está a progredir na natação. Esse jovem já beneficiou de uma bolsa. Devia ir para Hungria, mas já por causa do número de candidatos, vai para Singapura. Portanto, isto certamente vai criar uma grande expectativa e eu tenho plena certeza estando ali em termos de resultados, certamente vai surpreender porque é um jovem com qualidades, com uma progressão que encoraja tudo. Então também há outras modalidades, como o caso de luta. Estamos a fazer um investimento porque ali temos um potencial. Temos já um projecto de captação de talentos que está em curso e provavelmente vamos ter mais número de atletas a representar o país e certamente o número de medalhas vão aumentar, não é? Está tudo em aberto.ANG/RFI

Electricidade/EAGB muda brevemente para novas instalações sita na sede da UDIB em Bissau

Bissau 01 Ago 24 (ANG) – A Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB),vai mudar em breve para uma nova instalação sita na sede da União Desportiva Internacional de Bissau(UDIB), na Avenida Amilcar Cabral.

De acordo com o Director-geral da empresa, Vasco Rodrigo citado pela TV Bantaba, a mudança  tem a ver com a necessidade de se criar  melhores condições de serviços e atendimento aos  clientes.

Aquele responsável disse que as condições em que funciona a EAGB na antiga sede, sita na Praça Che Guevara, “são pésimas”, com espaços sem ventilações que não permitem uma boa colaboração entre equipas de trabalho .

Segundo o Director-geral,  trata-se do primeiro passo no sentido de  melhoria das condições de trabalho dos trabalhadores da EAGB, bem como a melhoria na recepção de atendimento dos clientes .

“Esta mudança também vai incluir, de uma forma paulatina, as diferentes agências. Estamos a andar para a modernização da empresa e com ajuda do Banco Mundial vai-se adquirir materiais informáticos. Esperamos que, ao fornecer melhores condições, os nossos trabalhadores poderão aumentar a eficácia profissional”,disse.

Vasco Rodrigo disse que está em curso a instalação dos contadores pré-pagos  e que vai se iniciar a instalação do da água, realçando que neste mês de Agosto vão receber 35 mil contadores pré-pagos, o que vai permitir acabar por completo  com contadores analógicos.

“Isso  vai permitir que os clientes possam gerir as suas contas, o aumento da  eficácia da EAGB e a diminuição das fraudes, entre outras vantagens”, disse.

O DG da EAGB anunciou que  está prevista para Novembro a mudança de tecnologia nos contadores pré-pagos, ou seja, todos os contadores pré-pagos vão ser atualizados, para eliminar funcionamentos dos referidos aparelhos que lesam o interesse da empresa.

 “Os clientes vão ser convidados a fazerem uma atualização dos seus contadores prê-pagos sem que isso lhes acarreta algum  custo”, assegurou.ANG/MSC//SG

Comunicação Social/ SINJOTECS condena  agressão fisica dos  agentes da PIR contra  jornalistas

Bissau, 01 Ago 24 (ANG) - O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (SINJOTECS) condenou  o ato de agressão fisica praticado por agentes de Policia de Intervenção Rápida(PIR) contra a jornalistas da Rádio Capital FM, Djuma Culibali e da Rádio Popular, Ngouisam Casimiro Monteiro que foi atropelada com intenção pela policia.

As duas vitimas, de acordo com a nota de repúdio do Sindicato da classe, à que a ANG teve acesso hoje, faziam a cobertura jornalística de uma vigília organizada quarta-feira por um grupo dos professores em frente ao Ministério da Educação Nacional, exigindo o pagamento de cinco meses de salários em atraso.

Considerando a gravidade do ocorrido, o SINJOTECS renovou o seu apelo  ao boicote de todas as actividades públicas do Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, extensivo ao Governo.

Nessa nota, a organização que defende a classe jornalistica guineense exorta aos jornalistas e aos diretores dos órgãos de comunicação social a não comparecerem no encontro com o Presidente da República Umaro Sissoco Embalo agendado para dia 05 de Agosto deste ano.

Para além disso, o SINJOTECS apela a união no seio da classe jornalística na luta contra atropelos à liberdade de imprensa na Guiné-Bissau.

O sindicato manifestou a sua solidariedade para com as vitimas e  seus respectivos órgãos de comunicação social.

Instou igualmente a advocacia da Comunidade Internacional em defesa da liberdade de expressão e de imprensa na Guiné-Bissau.

O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social  da Guiné-Bissau lamenta a ocorrência do que diz ser “mais um episódio triste de brutalidade policial contra profissionais  de comunicação social no exercício laboral”.ANG/LPG/ÂC//SG

Censo/INE capacita jornalistas em matéria de  recenseamento geral da população

Bissau,01 Ago 24(ANG) – O Governo através do Instituto Nacional de Estatístas(INE), agrupou quarta-feira, cerca de três dezenas de jornalistas de órgãos públicos e privados numa ação de capacitação em matéria da realização do 4º Recenseamento Geral da População prevista para Abril do próximo ano.

Em declarações à imprensa na abertura do ato, o Director-geral do INE, Roberto Vieira disse que o seminário de capacitação dos jornalistas visa esclarecer a importância e grandeza de um recenseamento da população e também anunciar quais serão as principais etapas da sua realização.

O recenseamento,disse, irá produzir dados que iráo nortear a repartição dos recursos públicos, as ações estratégicas para economia do país, dados que iráo possibilitar que se conheça as  condições de vida da população e das famílias e os dados que irão transformar em informações sociodemográficas e económicas importantes para a produção de conhecimentos.

A Guiné-Bissau devia realizar o 4º Recenseamento Geral da População em 2019, o que não aconteceu por  razões, nomeadamente, da ordem financeira e técnica.

O 4º Recenseamento Geral da População e Habitação será um processo digitalizado em todas as suas fases, com uso de modernas tecnologias para assegurar a qualidade dos dados e a produção de informações precisas.

Por, isso, de acordo com o Director Geral do INE, para a concretização desse processo, a Guiné-Bissau recebeu um financiamento do Banco Mundial no valor de 15 milhões de dólares e que será dividida em duas partes: uma para apoiar o sistema estatístico nacional e a outra para o Recenseamento Geral da População.

A Guiné-Bissau realizou o seu primeiro Recenseamento Geral da População em 1979, o segundo foi em 1991 e o terceiro em 2009.

Segundo o último censo a população guineense era de 1.520.830 pessoas e estima-se que atualmente esse nível já ronda os dois milhões de habitantes. ANG/ÂC//SG

quarta-feira, 31 de julho de 2024

Saúde Púbica/“Paludismo continua a ser  grave problema da saúde pública na Guiné-Bissau”, diz  representante residente do PNUD

Bissau 31 Jul 24 (ANG) – A representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD), afirmou hoje  que o paludismo continua a ser um grave problema de saúde pública na Guiné-Bissau.

Alexandra Casasa proferiu estas afirmações no acto de lançamento da 9ª Campanha de Quimioprevenção do Paludismo Sazonal (QPS), uma iniciativa que tem como objetivo a administração interminente de  medicamentos preventivos da doença nas crianças de 3 à 59 meses.

Disse que  a sua organização é responsável pela  compra de todos os testes, produtos de diagnósticos, tratamento e prevenção do paludismo que serão distribuidos gratuitamente às populações.

“O PNUD também é responsavel por financiar atividades de prevenção do paludismo com a distribuição de redes mosquiteiras para as mulheres grávidas durante as consultas pré-natais e à crianças durante a imunização “, acrescentou.

Alexandra Casaza disse que no âmbito da campanha  lançada o Governo da Guiné-Bissau e seus parceiros vão trabalhar para diminuir a doença, morbidade e aumentar a esperança de vida  ao povo da Guiné-Bissau.

Segundo Alexandra Casaza, a quimioprevenção sazonal do paludismo é uma intervenção crucial para reduzir o risco desta doença e proteger as crianças, oferecendo-lhes medicamentos preventivos.

Frisou  que, este ano, houve um acréscimo que vai envolver as crianças de 5 à 10 anos nas regiões de Bafatá, Gabu, Bolama e Tombali.

A ministra da Saúde Pública em exercício, que presidiu a abertura da campanha, disse que o ato é muito importante para o Governo , porque vai contribuir para a redução da mortalidade nas comunidades, sobretudo nas crianças de idade compreendida entre  0 à 10 anos.

Maria Inácia Có sublinhou que o paludismo é uma doença endémica no país, com alta prevalência e maior risco de transmissão durante a estação das chuvas ou seja de Junho à Novembro.

“Esta estratégia foi recomendada pela Organização Mundial da Saúde deste 2012 e a Guiné-Bissau começou a implementá-la em 2017. Nos últimos anos foi constatada a emigração de casos de paludismo da faixa etária de menores de 5 anos de idade para a faixa etária de 5 á 10 anos”, explicou

A campanha  decorrerá de 3 à 8 de Agosto  e deve abranger  250.341 mil crianças, de 3 à 10 anos de idade, nas regiões com maiores  índices da doença,devendo os agentes de saúde andarem de casa em casa para administrar, gratuitamente, os medicamentos preventivos.

Inacia Có apelou à todos os governantes e demais pessoas influentes,nas regiões onde decorrerá a campanha, para se engajarem na sensibilização e na divulgação da campanha.

A 9ª Campanha de Quimioprevenção do Paludismo Sazonal (QPS), conta  com  apoios da PNUD, UNICEF e OMS e do Fundo Mundial, que a subvenciona.

ANG/MSC/ÂC//SG

Ensino/ Polícia da Intervenção Rápida dispersa com gás lacrimogénio professores em vigilia  e violenta jornalistas

Bissau, 31 jul 24 (ANG) – A Polícia da Intervenção Rápida(PIR) usou na manhã de hoje o gás lacrimogénio para dispersar  um grupo de professores contratados em vigília frente do Ministério da Educação Nacional, exigindo pagamento de cinco meses de salários em atraso.

Segundo a Rádio Capital FM que cita o porta-voz do grupo, Nicandro Indjai,  os docentes estavam  apenas a reivindicar os seus direitos mas alguns deles foram chicoteados pela polícia.

“Chegámos ao ministério e encontramos com o Director dos Recursos Humanos e perguntamos-lhe da nossa situação em termos de pagamento de salário, que desde  o início do contrato recebemos apenas  um mês e outros não. Ele  respondeu todas as perguntas que colacamos”, disse.

Indjai acrescentou que, surpreendentemente, quando já estavam a deixar o local, chegou uma viatura da Policia, que  atropelou uma jornalista, além de ter dado ordem para   se abandonar o espaço. Disse que o agente que conduzia direcionou a viatura sobre as pessoas com a intenção de as atropelar e que algumas foram chicoteadas.

“Como se não bastasse, perseguirem os manifestantes até a escola de Ensino Básico  Unificado Salvador Allende, batendo mais uma vez num jornalista que estava a cobrir a vigília”, disse.

Nicandro Indjai disse que a violência policial não lhes vai fazer desistir dos preotestos, porque, diz, “ se não querem manifestação ou vigilia que faça  questão de nos pagar”.

O porta-voz de professores contratados exorta  os ministros da Educação e o das  Finanças no sentido de deligenciarem a liquidação das  dívidas contraidas com os professores em causa.

Em causa , segundo Nicandro Indaji, estão  cerca de 1.200 professores, dos quais  900 reintegrados e 3 mil  contratados, de 2022.ANG/LPG/ÂC//SG

Sahara Ocidental/Presidente francês reconhece,finalmente,  Plano de Autonomia proposto por Marrocos em 2007

Bissau, 31 Jul 24(ANG) - O Presidente francês Emmanuel Macron reconhece oficialmente o Plano de Autonomia proposto por Marrocos em 2007 sobre o território do Sahara Ocidental.

Em mensagem endereçada ao rei de Marrocos, Mohamed VI, por ocasião da celebração do 25º aniversário da sua subida ao trono,  o chefe de Estado francês, Emmanuelle Macron disse assegurar ao Rei a  intangiblidade da posição francesa em prol da segurança nacional no Reino, frisando que o seu país entende agir em coerência nesta posição ao nível  internacional.

Macron considera que o presente e o futuro do Sahara Ocidental se inscrevem no quadro da soberania marroquina e que o apoio da França ao “plano de autonomia proposto por Marrocos em 2007 é claro e constante".

Na missiva, o Presidente francês refere ainda que, na sua óptica, “o plano marroquino constitui a única base para alcançar uma solução política justa, duradoura e negociada em conformidade com as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.

Considera que o plano de autonomia de Marrocos para o território do Saara Ocidental é a única base para resolver o conflito vigente há 50 anos entre Rabat e os independentistas sarauís, que têm reclamado, sem sucesso, um referendo sobre a sua autodeterminação.

A Guiné-Bissau já reagiu à esse reconhecimento da soberania de Marrocos sobre Sahara Ocidental, através do  Ministério dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades.

“É uma honra felicitar o Reino de Marrocos por esta decisão que a Guiné-Bissau irá acompanhar”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Carlos Pinto Pereira, em Nota Verbal endereçada ao Embaixador do Reino de Marrocos na  Guiné-Bissau, à  que a ANG teve acesso hoje.ANG/ÂC//SG

 

CAN-2025/Os Djurtus iniciam  eliminatória em casa frente ao Eswatini

BIssau, 31 Jul 24 (ANG) – A Seleção Nacional de Futebol da Guiné-Bissau “Os Djurtus” vai iniciar, em casa, e contra Eswatini, as provas de eliminatória para o próximo Campeonato Africano das Nações (CAN-2025), que será disputado em Marrocos,  no dia 01 de Setembro do ano em curso.

Segundo o calendário divulgado pela Confederação Africana de Futebol (CAF), no dia 10 de mesmo mês, desloca para Moçambique, para o cumprimento da segunda jornada.

Para encerrar a primeira ronda da eliminatória, os comandados de Luís Boa Morte, voltam a jogar em casa, e desta vez com os Super Águias do Mali, em busca de uma vitória que poderá garantir a sua permanência na corrida para o quinto CAN consecutivo.

A Guiné-Bissau está  inserida no grupo I da fase de qualificação para o Campeonato Africano das Nações (CAN’2025) .ANG/LLA//SG

     

Tráfico de Pessoas/ Diretor nacional da PJ convida guineenses a refletirem sobre a gravidade deste crime

Bissau, 31 jul 24 (ANG) - O Diretor Nacional da Polícia Judiciária, Domingos Monteiro Correia convida aos guineenses a refletirem “seriamente” sobre a gravidade do crime de tráfico de pessoas.

O convite foi feito através do  site da Policia judiciaria, consultada hoje pela ANG, no quadro das celebrações do Dia Mudndial de Luta Contra Tráfico de Pessoas, que se assinala a 30 de Julho.

A data instituída pelas Nações Unidas é ,este ano, celebrada sob o tema “Não deixe nenhuma criança para trás na luta contra o tráfico de pessoas”.

Domingos  Correia  afirmou que o crime viola os direitos humanos mais fundamentais e ameaça a dignidade e a liberdade de milhares de pessoas.  

Reiterou o empenho da Polícia Judiciária  no combate ao tráfico de pessoas, segundo diz, “ com toda a determinação e rigor que esta causa exige”.

Monteiro Correia  reconhece que este crime não conhece fronteiras e afeta indiscriminadamente crianças, mulheres e homens, “explorando-os de maneiras cruéis e desumanas”.

“A nossa missão é clara: identificar, investigar e levar à justiça os responsáveis por estas atrocidades. Com o apoio da comunidade e a colaboração de parceiros nacionais e internacionais, temos intensificado os nossos esforços para prevenir, detectar e desmantelar redes de tráfico de pessoas”, afirmou o director anciaonl da pj guineense.

Apontou a  formação contínua dos  agentes, a melhoria das técnicas de investigação e a implementação de estratégias eficazes como pilares fundamentais do compromisso da instituição

Correia manifestou a sua  solidariedade para com todas as vítimas de tráfico de pessoas e  reafirmou o compromisso  de lutar contra este flagelo.

Encoraja à  todos os cidadãos a estarem vigilantes e para denunciarem qualquer suspeita de tráfico de pessoas às autoridades competentes, para, Juntos, se proteger aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

Diretor Nacional da Polícia Judiciária Domingos Monteiro Correia reiterou  que a instituição  permanecerá na linha de frente desta luta, determinada a garantir que a justiça prevaleça e que a liberdade e a dignidade humana sejam salvaguardadas. ANG/LPG//SG

  Irão/Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, morto em ataque de Israel

Bissau, 31 Jul 24 (ANG) - O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, estava em T
eerão para a tomada de posse do novo Presidente do país e terá morrido num ataque aéreo levado a cabo pelas forças israelitas. Irão e Hamas prometem uma resposta à altura.

Ismail Haniyeh tinha 61 anos e vivia em exílio entre o Qatar e a Turquia. Assumiu a direcção política do Hamas em 2017. Em 2006, Haniyeh tinha mesmo sido primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana. Era militante do Hamas desde a sua fundação em 1987 e mantinha boas relações com líderes de outras facções.

O líder do Hamas estava em Teerão para participar na tomada de posse do novo Presidente Masoud Pezeshkian quando a casa onde estava instalado foi atingida por um ataque áereo que se acredita ter sido levado a cabo pelas forças israelitas, embora Israel não tenha, até agora, assumido a autoria deste ataque.

A morte de Ismail Haniyeh nesta madrugada tem causado violentas reacções um pouco por todo o Médio Oriente. Desde logo, o Hamas disse que esta morte é "um acto cobarde e não deixará de ter resposta". Já o Ayatollah Ali Khamenei disse que é dever do Irão "procurar vingar-se pelo sangue deste mártir" derramado no seu território.

A Síria avisou que este ataque ia "incendiar ainda mais a região", enquanto a Turquia classificou o ataque como "um horrível assassinato". A Rússia declarou tratar-se de um "assassinato político" que vai aumentar a tensão na região. 

Haniyeh teria feito várias viagens nos últimos meses, nomeadamente à Turquia e ao Irão, procurando apoios para o Hamas.ANG/RFI

      Índia/Pelo menos 150 pessoas morreram em deslizamentos de terra

Bissau, 31 Jul 24 (ANG) – Pelo menos 150 morreram após os deslizamentos de terra causados pelas fortes chuvas das monções que devastaram plantações de chá no sul da Índia, segundo um novo balanço divulgado hoje pelas autoridades indianas.


O balanço anterior dos responsáveis locais relatou 122 mortos. A maioria das vítimas mortais eram trabalhadores agrícolas e os seus familiares.

O estado costeiro de Kerala foi atingido na terça-feira por chuvas torrenciais que causaram deslizamentos de terra, bloqueando as estradas que conduzem à zona do desastre no distrito de Wayanad, complicando as operações de resgate.

A única ponte que ligava as aldeias devastadas de Chooralmala e Mundakkai foi destruída e as equipas de resgate foram obrigadas a transportar os corpos em macas através de uma tirolesa improvisada sobre as águas.

Várias pessoas que fugiam dos deslizamentos de terra foram arrastadas pelas águas de um rio próximo que transbordou, disse à agência de notícias AFP Arun Dev, socorrista voluntário de um hospital que trata de sobreviventes.

“Até agora, recuperámos mais de 150 corpos”, disse M.R. Ajith Kumar, um oficial da polícia local, acrescentando que cerca de 500 pessoas foram resgatadas.

“Grandes áreas ainda têm de ser exploradas para saber se há pessoas vivas”, sublinhou Kumar.

A agência de gestão de desastres de Kerala alertou que estão previstas mais chuvas e ventos fortes para quinta-feira.

O distrito de Wayanad é conhecido pelas suas plantações de chá nas encostas e empregam um grande número de trabalhadores sazonais. Várias zonas do distrito foram atingidas por dois deslizamentos de terra sucessivos durante a madrugada de terça-feira.

Várias filas de casas de tijolo, construídas para os trabalhadores sazonais, foram engolidas pela lama enquanto os seus habitantes dormiam. Outros edifícios ficaram submersos e a força do deslizamento levou carros, chapas de ferro e outros destroços.

Mais de 3.000 pessoas abrigaram-se em abrigos no distrito de Wayanad, segundo o governo estadual.

A Índia regista regularmente inundações graves durante a estação das monções, que decorre entre junho e setembro e que produz a maior parte da precipitação anual do Sul da Ásia. As chuvas são cruciais para as culturas de sequeiro plantadas durante a estação, mas causam frequentemente danos consideráveis.

De acordo com cientistas, as monções estão a tornar-se mais irregulares devido às alterações climáticas e ao aquecimento global. ANG/Lusa

 

China Popular/Instalação de mísseis norte-americanos nas Filipinas cria tensão na região

Bissau, 31 Jul 24 (ANG) – A China afirmou hoje que a instalação do sistema de mísseis de médio alcance Typhon nas Filipinas “vai criar tensão e confronto na região”.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse hoje, em conferência de imprensa, que a medida “contribui para a corrida ao armamento e é contrária à necessidade de paz e prosperidade na região”.

Lin Jian instou Manila e Washington a “ouvirem as exigências das nações da região” e a “corrigirem as suas ações erradas”, “retirando os sistemas de mísseis intermédios o mais rapidamente possível, em conformidade com os compromissos anteriormente assumidos”.

“A região precisa de estabilidade e desenvolvimento, não de mísseis e confrontos”, acrescentou o porta-voz, apelando a Manila para que “não continue no caminho errado”.

O sistema Typhon foi instalado na ilha de Luzon, no norte do país, em abril passado, no âmbito de exercícios militares conjuntos entre EUA e Filipinas, o que suscitou protestos de Pequim, que o considerou uma “reminiscência da Guerra Fria” e exigiu a sua retirada imediata e o compromisso de nunca mais o trazer para a região.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, abordou recentemente a questão com o seu homólogo filipino, Enrique Manalo, em Vientiane, capital do Laos, durante a cimeira dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Os altos e baixos entre Pequim e Manila nos últimos anos “mostram que não é fácil construir uma boa relação, mas é muito fácil destruí-la”, disse o chefe da diplomacia chinesa, que sublinhou que estas relações atravessam atualmente “sérias dificuldades e desafios”.

Wang responsabilizou Manila por esta situação: “As Filipinas violaram repetidamente os consensos entre as duas partes e os seus próprios compromissos, promoveram continuamente infrações marítimas e incitaram a opinião pública”.

Filipinas e China estão envolvidas numa disputa territorial no Mar do Sul da China, onde os confrontos entre navios de ambos os países aumentaram nos últimos meses.

Para além do atol Segundo Thomas, Manila e Pequim disputam a soberania do recife de Scarborough, perto da ilha filipina de Luzon, e de várias ilhas do arquipélago de Spratly, onde o Brunei, a Malásia, o Vietname e Taiwan também têm reivindicações.

As tensões entre China e Filipinas aumentaram desde a chegada ao poder de Ferdinand Marcos Jr., em 2022, que reforçou a sua aliança militar com os EUA e alargou o acesso das tropas americanas às suas bases, incluindo algumas com acesso estratégico ao Mar do Sul da China ou à ilha de Taiwan. ANG/Lusa

 

Moçambique/Grupo naval Privinvest condenado a pesada pena pelo Tribunal Comercial de Londres

Bissau, 31 Jul 24 (ANG) – O Tribunal Comercial de Londres condenou o grupo naval Privinvest a pagar a Moçambique cerca de 2 mil milhões de dólares ao governo moçambicano.


A compensação resulta das perdas, em consequência das garantias emitidas pelo antigo Ministro das Finanças Manuel Chang, detido nos Estados Unidos, a favor das empresas Ematum, MAM e Proindicus.

A compensação resulta das perdas, em consequência das garantias emitidas pelo antigo Ministro das Finanças Manuel Chang, detido nos Estados Unidos, a favor das empresas Ematum, MAM e Proindicus. 

A decisão judicial no caso das “Dividas Ocultas”, da Privinvest pagar 2 mil milhões de dólares a Moçambique, foi aplaudida pelo governo que, segundo o vice ministro da Economia e Finanças Amilcar Tivane, há muito esperava por este desfecho.

"Vai de encontro à estratégia que foi desenhada desde que a República de Moçambique iniciou o processo de busca de uma solução para a mitigação do risco, ou melhor, a redução dos potenciais impactos portanto da exposição do país a estas dívidas", declarou o governante.

O Procurador-Geral Adjunto de Moçambique, Ângelo Matusse, garante que transitado em julgado este veredicto, o governo vai agora executar a própria sentença. 

"Significa procurar identificar os activos da Privinvest, salvo se a Privinvest voluntariamente pagar este valor, mas de contrário, o Estado vai ter que identificar estes valores, digamos estes activos e, são estes activos da Privinvest que depois vão servir de compensação", disse este responsável.

Vitória também no caso das Dívidas Ocultas segundo o Governo, é a devolução de 7 milhões de dólares por Manuel Chang, antigo Ministro das Finanças detido nos Estados Unidos, em conexão com o caso das Dívidas Ocultas.

Recorde-se que tinham sido iniciados vários processos pelo mundo neste caso, que está na origem de uma profunda crise no país. Em Londres, Moçambique tinha atacado o banco Crédit Suisse - adquirido em 2023 pela UBS - bem como várias outras entidades, incluindo a Privinvest.

Tendo sido recentemente alcançado um acordo extrajudicial entre o Crédit Suisse e Moçambique, o processo no Tribunal Superior de Londres centrou-se na Privinvest.

Entre 2012 e 2014, três empresas estatais moçambicanas, a Ematum, MAM e a Proindicus, contraíram secretamente, sem conhecimento do parlamento, empréstimos de cerca de 2 mil milhões de dólares junto de bancos estrangeiros - incluindo o Crédit Suisse - para comprar equipamento de vigilância marítima e embarcações militares. A Privinvest esteve envolvida em alguns destes contratos e projectos. ANG/RFI

Portugal/CPLP destaca abolição da pena de morte embora não total nos 10 anos de adesão da Guiné Equatorial

Bissau, 31 Jul 24 (ANG) - O secretário-executivo da CPLP destacou terça-feira, dia em que a Guiné Equatorial celebra 10 anos como Estado-membro da organização, o passo dado pelo país de abolir a pena de morte em 2022, embora ainda não totalmente.

"Eu só posso referir-me aos compromissos que a Guiné Equatorial fez com a CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] aquando da sua adesão, em 2014", afirmou Zacarias da Costa, e neste contexto "é importante assinalar a abolição da pena de morte".

Mas, admitiu, quando questionado sobre o assunto, que o processo legal para a abolição da pena de morte não está concluído. "Não é total, porque é preciso ainda fazer uma alteração à Constituição", reconheceu, em declarações à Lusa a propósito dos 10 anos de adesão da Guiné Equatorial à CPLP.

Porém, fazer aquela alteração constitucional também "não é um grande problema", porque, na Guiné Equatorial “não será necessário recorrer a um referendo", basta que as duas Câmaras (Senado e Câmara dos Deputados) possam alterar a Constituição através de uma votação. E "o mais importante" é que a abolição da pena de morte já tenha sido consagrada no Código Penal.

A CPLP “está satisfeita" por o país ter dado aquele passo, adiantou.

Já em relação a relatos e acusações de organizações internacionais sobre violações de direitos humanos na Guiné Equatorial, Zacarias da Costa disse que "não compete à CPLP" pronunciar-se sobre isso.

"O mais importante é reforçarmos os mecanismos nacionais que existem", de monitoramento das recomendações internacionais "por forma a que situações de violação de direitos humanos possam diminuir", defendeu.

O secretário-executivo destacou "os esforços de capacitação desenvolvidos em todos os setores da atuação da CPLP, conducentes a maior integração [da Guiné Equatorial] nos trabalhos da organização", nestes 10 anos.

Além dos esforços feitos pela Guiné Equatorial para tornar a língua portuguesa, já oficial no país, mais falada, citando como exemplo a inclusão do português como opção curricular, não apenas em estudos superiores e a emissão de programação em língua portuguesa na televisão pública do país.

Já sobre o que a Guiné Equatorial deu à CPLP nesta década como Estado-membro, o secretário-executivo disse que o país "teve um profundo impacto na história" da comunidade, porque "ampliou a sua configuração geográfica, ofereceu novos caminhos para a difusão da língua [portuguesa] e proporcionou renovadas perspetivas de relacionamento com um Estado que era observador associado há vários anos, abrindo novos caminhos para um reforço da cooperação e da concertação deste país com a CPLP".

Além disso, frisou, reforçou a CPLP “enquanto organização internacional que prossegue o desenvolvimento e a prosperidade dos seus membros".

Hoje, em Malabo, capital da Guiné Equatorial, celebram-se os 10 anos da adesão daquele Estado-membro, com uma sessão solene, que conta com as presenças e os discursos do Presidente do país, Obiang Nguema Mbasogo, e do seu homólogo de São Tomé e Príncipe, agora também presidente da CPLP, Carlos Vila Nova.

Na sessão, que decorre hoje de manhã, estarão presentes também os embaixadores representantes dos estados-membros junto da CPLP e, em representação do secretário executivo, o director-geral, Armindo Brito Fernandes.

De acordo com agenda das cerimónias, a Confederação Empresarial da CPLP apresentará os seus projetos na Guiné Equatorial e serão doados aos Ministérios da Educação e da Cultura os livros provenientes de uma campanha de recolha de livros em português que decorreu em Portugal.

A entrada da Guiné Equatorial, país falante de espanhol, como estado-membro foi aprovada na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP que decorreu em 23 de Julho de 2014 em Díli, Timor-Leste.

Desde a sua independência de Espanha em 1968, a Guiné Equatorial é considerada pelas organizações de defesa dos direitos humanos como um dos países mais corruptos e repressivos do mundo.

Teodoro Obiang Nguema, de 82 anos, governa o país com “mão de ferro” desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macías num golpe de Estado, sendo o Presidente que está há mais tempo no poder no mundo.

ANG/Inforpress/Lusa

 

Venezuela/Quatro mortos e 749 detenções nos protestos contra os resultados das presidenciais

Bissau, 31 Jul 24 (ANG) – A Venezuela continua desde segunda-feira a ser abalada por manifestações de protesto contra os resultados das presidenciais de domingo que deram oficialmente a vitória ao Presidente Maduro, o que a oposição contesta.

 De acordo com as autoridaes pelo menos quatro pessoas morreram nas manifestações, tendo-se igualmente registado mais de 700 detenções.

A ONG Foro Penal (FP) informou que pelo menos uma pessoa faleceu e, logo a seguir a National Hospital Inquiry, rede que também acompanha esta crise, deu conta de mais três mortes e 44 feridos, a maioria por armas de fogo. Segundo o Ministério da Defesa, 23 militares também ficaram feridos durante as manifestações que se registaram em vários pontos do país.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou nesta terça-feira a detenção de 749 pessoas durante os protestos contra a reeleição do Presidente Nicolás Maduro, e alertou que o número pode crescer nas próximas horas. 

"Há 749 destes criminosos detidos", disse Saab num comunicado à imprensa, no qual especificou que o Ministério Público avalia se vai acusá-los de "resistência à autoridade e nos casos mais graves, (de) terrorismo".

De entre as pessoas detidas pelas forças de segurança do Governo, destacam-se pelos menos quatro elementos da oposição, três delas figuras de proa, e um cuja identidade não foi revelada, segundo a imprensa local. 

A Embaixada de Portugal na Venezuela e os Consulados-Gerais em Caracas e Valência dizem estar a acompanhar "a Comunidade Portuguesa residente no país e apelam a que os cidadãos portugueses se mantenham tranquilos, evitando deslocações não necessárias".

Fora da Venezuela, a situação está a igualmente a ser acompanhada com atenção, nomeadamente em Portugal, onde foram organizadas manifestações de protesto contra os resultados eleitorais, Portugal tendo uma grande diáspora naquele país.

O presidente da Associação dos Pensionistas e Reformados da Venezuela em Portugal, Olivier Mouton, denuncia "uma mentira" que saiu da boca das urnas.

A denúncia de “fraude eleitoral” e a certeza na vitória do candidato presidencial da oposição continuam a mover dirigentes da comunidade venezuelana em Portugal, que hoje terça-feira (30 de Julho) promoveram uma pequena concentração em Lisboa frente à estátua do “libertador” Simão Bolívar.

“Não se pode tapar o sol com um dedo”, disse Olivier Mouton, de 70 anos, residente em Portugal há 17 anos, presidente da associação de pensionistas e reformados da Venezuela em Portugal. O veterano activista considera que a declaração de vitória eleitoral atribuída ao actual Presidente Nicolás Maduro é simplesmente uma “mentira”.

“O povo da Venezuela disse que queria liberdade, em paz, e isso não está a acontecer. É claramente uma mentira enorme que não queremos aceitar nem vamos aceitar. A luta vai continuar na rua, pacificamente, nada de banhos de sangue, nada de guerra civil. Isso está na cabeça de Maduro, não está na nossa”, diz o activista.

Desde segunda-feira que se registam manifestações em várias cidades venezuelanas contra os resultados oficiais das eleições de domingo, divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral que anunciou a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato (2025-2031) consecutivo, com 51,2% dos votos.

O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2%, de acordo com os dados oficiais divulgados pelo CNE.

A oposição venezuelana reivindica a vitória nas presidenciais de domingo, com 70% dos votos para González Urrutia, afirmou a líder opositora María Corina Machado, recusando reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.

Vários países como a Rússia, Nicarágua, Cuba, China e o Irão, já felicitaram Maduro pela vitória, mas outros Estados da comunidade internacional, reconhecidos como democráticos, demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela, casos de Portugal, Espanha ou Estados Unidos.

Nove países latino-americanos - Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai - pediram hoje uma “revisão completa” dos resultados eleitorais na Venezuela. ANG/RFI