China Popular/Instalação de mísseis norte-americanos nas Filipinas cria tensão na região
Bissau, 31 Jul 24 (ANG) – A China afirmou hoje que a
instalação do sistema de mísseis de médio alcance Typhon nas Filipinas “vai
criar tensão e confronto na região”.
O porta-voz do
Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse hoje, em
conferência de imprensa, que a medida “contribui para a corrida ao armamento e
é contrária à necessidade de paz e prosperidade na região”.
Lin Jian instou Manila e
Washington a “ouvirem as exigências das nações da região” e a “corrigirem as
suas ações erradas”, “retirando os sistemas de mísseis intermédios o mais
rapidamente possível, em conformidade com os compromissos anteriormente
assumidos”.
“A região precisa de
estabilidade e desenvolvimento, não de mísseis e confrontos”, acrescentou o
porta-voz, apelando a Manila para que “não continue no caminho errado”.
O sistema Typhon foi
instalado na ilha de Luzon, no norte do país, em abril passado, no âmbito de
exercícios militares conjuntos entre EUA e Filipinas, o que suscitou protestos
de Pequim, que o considerou uma “reminiscência da Guerra Fria” e exigiu a sua
retirada imediata e o compromisso de nunca mais o trazer para a região.
O Ministro dos Negócios
Estrangeiros chinês, Wang Yi, abordou recentemente a questão com o seu homólogo
filipino, Enrique Manalo, em Vientiane, capital do Laos, durante a cimeira dos
Ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da Associação das Nações do
Sudeste Asiático (ASEAN).
Os altos e baixos entre
Pequim e Manila nos últimos anos “mostram que não é fácil construir uma boa
relação, mas é muito fácil destruí-la”, disse o chefe da diplomacia chinesa,
que sublinhou que estas relações atravessam atualmente “sérias dificuldades e
desafios”.
Wang responsabilizou
Manila por esta situação: “As Filipinas violaram repetidamente os consensos
entre as duas partes e os seus próprios compromissos, promoveram continuamente
infrações marítimas e incitaram a opinião pública”.
Filipinas e China
estão envolvidas numa disputa territorial no Mar do Sul da China, onde os
confrontos entre navios de ambos os países aumentaram nos últimos meses.
Para além do atol Segundo
Thomas, Manila e Pequim disputam a soberania do recife de Scarborough, perto da
ilha filipina de Luzon, e de várias ilhas do arquipélago de Spratly, onde o
Brunei, a Malásia, o Vietname e Taiwan também têm reivindicações.
As tensões entre China
e Filipinas aumentaram desde a chegada ao poder de Ferdinand Marcos Jr.,
em 2022, que reforçou a sua aliança militar com os EUA e alargou o acesso das
tropas americanas às suas bases, incluindo algumas com acesso estratégico ao
Mar do Sul da China ou à ilha de Taiwan. ANG/Lusa
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