Seul/Balão da Coreia do Norte cai no
recinto presidencial do Sul
Bissau,
24 Jul 24 (ANG) - A Coreia do Norte enviou hoje mais balões em direção à
Coreia do Sul e pelo menos um, carregado de lixo, caiu no recinto do gabinete
presidencial, disse o Serviço de Segurança Presidencial.
O
Serviço de Segurança Presidencial, citado pela agência de notícias sul-coreana
Yonhap, disse ter descoberto lixo caído nos terrenos do complexo presidencial
enquanto monitorizava o último lote de balões lançados pelo Norte no início do
dia.
“Uma
investigação da equipa de resposta química, biológica e radiológica mostrou que
os objetos não representavam perigo ou contaminação, pelo que foram
recuperados”, afirmou aquele serviço.
“Continuamos
a monitorizar em cooperação com o Estado-Maior Conjunto”, acrescentou.
Balões
norte-coreanos também terão caído nas instalações do Ministério da Defesa
sul-coreano, informaram meios de comunicação social locais citados pela agência
de notícia Associated Press (AP).
Trata-se
do décimo lançamento deste tipo efetuado pela Coreia do Norte desde o final de
maio. Os mais de dois mil balões gigantescos lançados em direção à Coreia do
Sul transportavam papel, restos de tecido, pontas de cigarro e até excrementos.
Pyongyang
tem afirmado que esta é uma resposta ao envio para a Coreia do Norte de balões
com panfletos políticos por parte de ativistas sul-coreanos.
Especialistas
disseram que Pyongyang considera estes lançamentos civis sul-coreanos uma
ameaça aos esforços para impedir a entrada de notícias estrangeiras e à
manutenção do regime autoritário.
Em
reação ao envio dos balões, Pyongyang destruiu um gabinete de ligação
sul-coreano em território norte-coreano, em 2020, e noutra ocasião disparou
contra os balões, escreveu a AP.
Os
balões norte-coreanos não causaram graves prejuízos, mas suscitaram
preocupações de segurança, receando-se que a Coreia do Norte possa utilizá-los
para lançar materiais perigosos, como agentes químicos e biológicos.
No
domingo, a Coreia do Sul disse que, em resposta aos balões com lixo, está a
intensificar a emissão de propaganda anti-Pyongyang a partir de altifalantes ao
longo da fronteira terrestre.
Na
quinta-feira, Seul reiniciou as emissões através dos altifalantes, pela
primeira vez em cerca de 40 dias.
Observadores
referiram que estas emissões podem desmoralizar as tropas norte-coreanas na
linha da frente e os residentes da zona fronteiriça.
Em
2015, a Coreia do Norte disparou projéteis de artilharia para o outro lado da
fronteira, em reação às emissões de propaganda da Coreia do Sul, o que levou
Seul a ripostar.
O
porta-voz do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, Lee Sung-joon, afirmou que
as emissões sul-coreanas em curso incluem temas K-pop (pop coreano) e notícias
sobre o desenvolvimento económico da Coreia do Sul.
'Media'
sul-coreanos referiram também que são transmitidas notícias sobre a recente
deserção de um diplomata norte-coreano para o Sul, além de outras que apelidam
o trabalho de colocação de minas, efetuado pelos soldados norte-coreanos na
fronteira, de “vida infernal e escrava”.
As
forças armadas da Coreia do Sul alertaram para outras medidas mais fortes caso
o Norte prossiga com o envio de balões.
No vizinho
Norte, Kim Yo-jong, a poderosa irmã do líder, Kim Jong-un, ameaçou com novas
medidas contra os folhetos sul-coreanos e avisou que "a escumalha”
sul-coreana deve estar pronta a pagar “um preço horrível e caro” pelas ações.
ANG/Lusa
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