terça-feira, 30 de julho de 2024

   Rússia/Organizações denunciam desaparecimento de presos políticos

Bissau, 30 Jul 24 (ANG) - Vários presos políticos russos, incluindo o ativista s
eptuagenário Oleg Orlov, estão desaparecidos depois de terem sido transferidos de prisões, denunciaram hoje organizações de direitos humanos.

Os advogados de Orlov, de 71 anos, perderam o rasto ao seu cliente numa prisão preventiva na cidade de Sizran, na região de Samara, segundo a organização Memorial, Prémio Nobel da Paz de 2022.

As autoridades prisionais recusaram-se a informar os advogados sobre o paradeiro do ativista condenado em fevereiro a uma pena de dois anos e meio de prisão por ter escrito um artigo contra a campanha militar da Rússia na Ucrânia.

A Memorial argumentou que não devia ter havido transferência de prisão até que esteja concluído o processo de recurso.

Desconhece-se também o paradeiro de Ksenia Fadeyeva, antiga deputada municipal da cidade siberiana de Tomsk e colaboradora do falecido líder da oposição, Alexei Navalny.

Condenada a nove anos de prisão sob a acusação de coordenar as atividades de uma organização extremista, Fadeyeva foi transferida para uma penitenciária na cidade siberiana de Novosibirsk.

Situação semelhante vive Lilia Chánisheva, que está a cumprir nove anos e meio de prisão por extremismo, depois de anos como representante de Navalni na região da Bashkiria.

Chánisheva foi a primeira ativista a enfrentar, em 2021, um processo-crime por extremismo devido às suas ligações a Navalni.

O portal Medusa informou que a artista Sasha Skolichenko foi transferida no domingo da prisão de São Petersburgo, onde estava a cumprir uma pena de sete anos, para um destino desconhecido, segundo os seus amigos.

Presa por mudar etiquetas de preços num supermercado de São Petersburgo por mensagens sobre os alegados crimes de guerra russos na Ucrânia, foi reconhecida como prisioneira política pela Amnistia Internacional.

O processo de transferência para outra prisão na Rússia, conhecido como “etapirovanie”, pode levar semanas e manter os detidos incontactáveis.

ANG/Lusa

 

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