Reino Unido/Governo britânico deixa de usar barco para alojar requerentes de asilo
Bissau, 24 Jul 24 (ANG) - O Governo britânico anunciou terça-feira que vai acabar com a controversa utilização de um barco para alojar requerentes de asilo ao largo da costa sul de Inglaterra, como parte da revisão do sistema de imigração.
O
governo trabalhista, que assumiu o poder no início deste mês, disse que o fim
do contrato no final deste ano para o 'Bibby Stockholm' pouparia 20 milhões de
libras (24 milhões de euros) em 2025.
A
medida faz parte de um plano mais vasto para poupar mais de 7,7 mil milhões de
libras (9,2 mil milhões de euros) durante a próxima década, eliminando uma
enorme acumulação de pedidos de asilo.
O uso
do barco para alojar até 500 requerentes de asilo esteve rodeado de polémica
desde que foi rebocado pela primeira vez para o porto de Portland, em Dorset,
há um ano.
O
plano era funcionar como alternativa mais barata aos hotéis, numa altura em que
o governo conservador tentava fazer face aos custos de alojamento de milhares
de imigrantes e impedir a travessia do Canal da Mancha em barcos sem condições
de navegabilidade.
A
chegada foi recebida por manifestantes locais que não a queriam atracada na
cidade e por outros que receberam bem os refugiados, mas que se opuseram ao que
chamaram de “barcaça-prisão”.
Em
agosto, a descoberta da bactéria legionela no abastecimento de água, que pode
causar doenças graves, obrigou à evacuação do navio durante dois meses.
Em
dezembro, um imigrante albanês foi encontrado morto a bordo e acredita-se que
se tenha suicidado.
“O
Bibby Stockholm tornou-se o símbolo físico do tratamento desumano dado pelo
último governo às pessoas que procuravam refúgio no Reino Unido”, afirmou o
diretor executivo da organização humanitária Care4Calais, Steve Smith.
A
medida faz parte de uma revisão do sistema de imigração, no âmbito da qual o
primeiro-ministro, Keir Starmer, abandonou o plano de deportações para o Ruanda
do seu antecessor, Rishi Sunak.
“Estamos determinados a restabelecer a ordem no sistema de asilo, a fazê-lo funcionar de forma rápida, sólida e justa e a garantir que as regras são corretamente aplicadas”, declarou a secretária de Estado para a Segurança das Fronteiras e o Asilo, Angela Eagle. ANG/Lusa
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