Sociedade/Convocadas para sábado manifestações pró e contra o
regime na Guiné-Bissau
Bissau,26 Jul 24(ANG) - A
manifestação dos apoiantes do regime é convocada pela Plataforma "Firkidja
di Povo" (Forquilha do povo), que se mostrou contrária à decisão de um
juiz do Tribunal da Relação que libertou dois ex-governantes detidos
preventivamente, durante mais de seis meses, acusados de corrupção.
"Vamos manifestar a
nossa indignação pela decisão do juiz que libertou os senhores Suleimane Seidi
e António Monteiro que roubaram no Tesouro Público seis mil milhões de francos
CFA", cerca de nove milhões de euros, afirma o grupo numa comunicação nas
redes sociais, numa referência à acusação de pagamentos indevidos de dívidas do
Estado a empresários feita pelos ex-governantes.
A manifestação deste grupo
está prevista para começar às 08:00 da manhã de sábado e vai partir da
localidade da Chapa, em Bissau, até ao clube desportivo da UDIB, no centro da
capital guineense.
Este grupo apela ainda aos
guineenses para apoiarem o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, nas
próximas eleições para o seu segundo mandato.
"Apelamos à
participação do povo guineense na nossa manifestação pacífica contra a
corrupção e delapidação do erário público", refere ainda a Plataforma
"Firkidja di Povo".
Também na sua página numa
rede social, a Frente Popular, uma plataforma que junta grupos de mulheres, de
jovens e de sindicatos, anuncia para sábado uma "manifestação pacífica em
todo o país e na diáspora" (estando já marcada uma concentração em Lisboa)
contra a dissolução do parlamento e a manutenção da direção da Comissão Nacional
de Eleições, cujo mandato consideram já ter caducado.
A Frente Popular, que tem
como objetivo "salvar a democracia" que diz estar ameaçada na
Guiné-Bissau, vai-se manifestar em Bissau para exigir a realização de eleições
no Supremo Tribunal de Justiça, que afirma "estar capturado pelo
Presidente da República" e ainda a marcação da data das eleições
presidenciais ainda este ano.
O Presidente guineense tem
afirmado, por várias vezes, que as eleições presidenciais só terão lugar em
2025, uma posição contrariada por várias organizações da sociedade civil e
partidos políticos que advogam que o escrutínio deve ser realizado em 2024, já
que tem de acontecer antes do fim do atual mandato de Sissoco Embaló, que
ocorre em fevereiro de 2025.
A Frente Popular organizou,
no passado mês de maio, um pouco por toda a Guiné-Bissau manifestações contra o
regime no país, tendo cerca de 100 dos seus ativistas sido detidos pela polícia
na 2.ª Esquadra de Bissau, durante 10 dias.
O grupo acusa o Ministério
do Interior de não receber a sua carta de comunicação da manifestação que
pretende realizar no sábado, dia 27, mas mesmo assim promete sair à rua a
partir do bairro da Ajuda, nos arredores da capital guineense, até às
imediações da Assembleia Nacional Popular.
A Plataforma "Firkidja
di Povo" avisa que "vai dar uma resposta dura" à manifestação
"do outro grupo".ANG/Lusa
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