terça-feira, 27 de maio de 2025

              
            Suíça/ONU acusa Israel de ultrapassar direito à autodefesa

Bissau, 27 Mai 25 (ANG) - O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos acusou hoje o exército israelita de agir fora do direito internacional de autodefesa e não respeitar os princípios fundamentais da humanidade na Faixa de Gaza.


“É claro que Israel pode e deve defender o seu povo", admitiu Volker Türk à rádio pública austríaca ORF, referindo-se ao ataque terrorista perpetrado a 7 de outubro de 2023 pelo grupo islamita palestiniano Hamas contra Israel, que provocou mais de 1.100 mortos e 251 sequestrados.

Israel respondeu com uma ofensiva militar massiva que ainda está em curso, matando cerca de 54 mil pessoas, a maioria das quais civis palestinianos, e que se intensificou nas últimas semanas.

Segundo Türk, o que Israel está a fazer atualmente já não é justificável pelo direito à legítima defesa.

"Quando são realizadas ações militares, aplicam-se as leis internacionais da guerra, que também são vinculativas para Israel, mas o que temos visto nos últimos meses já não reflete o respeito pelos princípios fundamentais da humanidade", afirmou o diplomata austríaco.

"Não consigo encontrar mais palavras" para descrever a "situação catastrófica" enfrentada pela população civil de Gaza, sujeita a repetidas deslocações forçadas e sem ajuda humanitária há oito semanas, uma vez que o pouco que chegou nos últimos dias está muito aquém do volume necessário, sublinhou.

Além disso, acrescentou, dado que quase 80% da Faixa de Gaza é agora território militar onde ninguém tem permissão para permanecer, "devemos falar de expulsão forçada, o que é profundamente preocupante".

O alto-comissário, jurista de formação, que deverá reunir-se hoje em Viena com membros do Governo e do parlamento austríacos, acredita que os "países amigos" de Israel, como a Áustria, devem pressionar o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para que cumpra o direito internacional.

No início deste mês, Türk já tinha apelado a uma maior ação por parte da comunidade internacional para travar a atual ofensiva israelita, considerando-a "equivalente a uma limpeza étnica".

"Por detrás da destruição sistemática de bairros inteiros e da negação de ajuda humanitária, parece haver uma tentativa de provocar uma mudança demográfica permanente em Gaza, desafiando o direito internacional", referiu Türk na altura.ANG/Lusa

 

    Argentina/Governo vai "blindar" 25 quilómetros de fronteira com Brasil

Bissau, 27 Mai 25 (ANG) - O governo argentino lançou segunda-feira o denominado plano de segurança Guaçurari, cujo objetivo é "blindar" a fronteira com o Brasil, através do reforço dos controlos na zona limítrofe.

Não permitiremos que nenhum milímetro do território argentino seja possuído pelo delito", asseverou a ministra de Segurança Nacional argentina, Patrícia Bullrich, ao apresentar o plano.

Como anunciado, vão ser "blindados" 25 quilómetros de fronteira terrestre entre a província argentina de Missiones, no noroeste, e o Brasil, zona que o Ministério da Segurança Nacional argentino qualificou em comunicado como "epicentro do contrabando e de delitos transacionais".

O plano contempla a intensificação dos controlos nas estradas e postos fronteiriços.

Bullrich sustentou que a fronteira com o Brasil tem estado "abandonada" e "sem uma estratégia clara", o que "permitiu que o crime organizado se instale, gerando violência, contrabando, tráfico de droga e narcotráfico e assassinos contratados".

Bullrich assegurou que desde fevereiro as forças argentinas intensificaram as ações na fronteira com o Brasil, "conseguindo aumentar exponencialmente as apreensões de droga e produtos que afetam a economia nacional".

Contudo, avisou que esta "ofensiva gerou reações violentas, com atentados, ameaças e intimidações diretas" contra membros da polícia de fronteira.ANG/Lusa

 

Timor-Leste/Presidente quer ex-deputado filipino acusado de assassínio fora do país

Bissau, 27 Mai 25 (ANG) - O Presidente timorense, José Ramos-Horta, disse hoje que, por razões de interesse nacional, Timor-Leste não quer no país o ex-deputado filipino Arnolfo Teves Jr., acusado pelas autoridades das Filipinas do assassínio de 10 pessoas.


"Independentemente de todas as considerações de ordem legal, constitucional, há uma questão que todos os países do mundo observam, o interesse nacional", afirmou o chefe de Estado, em conferência de imprensa no Palácio da Presidência, em Díli.

"O interesse nacional é que impõe, é que determina e, neste caso, não nos interessa alguém dessa natureza, para evitar que Timor-Leste se torne o paraíso para todos os que cometem crime na região", disse José Ramos-Horta.

O Tribunal de Recurso de Timor-Leste decidiu em março não proceder à extradição do deputado Arnolfo Teves Jr. para as Filipinas.

O filipino foi detido o ano passado em Díli pela Polícia Científica de Investigação Criminal de Timor-Leste, na sequência de um mandado de captura da Interpol, emitido a pedido das autoridades de Manila.

Arnolfo "Arnie" A. Teves Jr., político e antigo deputado filipino, é acusado pelas autoridades filipinas de ser responsável pelo assassínio de 10 pessoas, mas o político nega qualquer envolvimento e critica os opositores pelas acusações.

Em maio de 2023, Timor-Leste rejeitou o pedido de asilo político a Arnolfo Teves Jr. por considerar que não cumpria os requisitos, dando-lhe cinco dias para sair do país.

"O caso de não extradição está ultrapassado, o senhor não é elegível para asilo político. Se não é elegível para asilo, se há mandado da Interpol, se há solicitação das autoridades Filipinas para executarmos o mandato da Interpol, seria uma grave irresponsabilidade deste país de não cumprir com o pedido da Interpol e das autoridades Filipinas", salientou o chefe de Estado.

"Quero ver hoje o que a justiça e as agências que têm de apoiar a justiça vão fazer", acrescentou o Presidente timorense, sem avançar mais pormenores.

As relações das Filipinas com Timor-Leste têm registado alguma tensão nos últimos tempos, depois de o Tribunal de Recurso timorense ter recusado proceder à extradição do antigo deputado filipino.

Em março, o secretário da Justiça filipino, Jesus Crispin Remulla, afirmou à imprensa que a recusa de extradição podia pôr em risco a candidatura de Timor-Leste à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), lembrando que as Filipinas são um membro fundador da organização.

Na quinta-feira passada, as Filipinas manifestaram oficialmente apoio à adesão plena de Timor-Leste à ASEAN.

Na cimeira de chefes de Estado da organização, realizada segunda-feira, em Kuala Lumpur, na Malásia, foi acordado que a adesão plena de Timor-Leste à organização se vai concretizar em outubro.ANG/Lusa

     ONU/OMS pré-aprova hastear de bandeira da Palestina na sua sede

Bissau, 27 Mai 25 (ANG) - A Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou hoje um projeto de resolução para hastear na sua sede a bandeira do Estado da Palestina, atualmente um Estado observador não-membro, num passo simbólico para integrar a comunidade internacional.

 

Fontes da OMS citadas pela agência de notícias Europa Press (EP) explicaram que a Comissão B da 78.ª Assembleia Mundial da Saúde aprovou por votação um projeto de resolução sobre o hastear da bandeira palestiniana que será apresentado ao plenário na terça-feira para aprovação formal pelo órgão máximo de decisão da organização.

A resolução obteve o apoio de 95 países, a oposição de quatro - Israel, Hungria, República Checa e Alemanha -- e a abstenção de 27, segundo a agência noticiosa palestiniana WAFA.

O representante permanente do Estado da Palestina junto das Nações Unidas e de outras organizações internacionais na Suíça, Ibrahim Jrashi, afirmou, num discurso perante a Assembleia: "A resolução é simbólica e um passo único, mas mostra que [somos] parte da comunidade internacional que contribui para o apoio às questões de saúde".

"Esperamos obter em breve o estatuto de membro de pleno direito da OMS e de todas as instituições das Nações Unidas", declarou, citado pela WAFA.

Por outro lado, em relação a Israel, argumentou que "é apropriado reconsiderar a adesão do Estado ocupante", após "19 meses de genocídio do povo palestiniano".

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.

A guerra naquele território palestiniano fez, até agora, quase 54.000 mortos, na maioria civis, e mais de 120.000 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

A situação da população daquele enclave devastado pelos bombardeamentos e ofensivas terrestres israelitas agravou-se mais ainda pelo facto de a partir de 02 de março, e durante mais de dois meses, Israel ter impedido a entrada em Gaza de alimentos, água, medicamentos e combustível, que estão a entrar agora a conta-gotas.

Há muito que a ONU declarou a Faixa de Gaza como estando mergulhada numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica", a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

E, no final de 2024, uma comissão especial da ONU acusou Israel de genocídio naquele território palestiniano e de estar a utilizar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita, mas sem apresentar quaisquer argumentos.

Após um cessar-fogo de dois meses, o Exército israelita retomou a ofensiva na Faixa de Gaza a 18 de março e apoderou-se de vastas áreas do território.

No início de maio, o Governo de Netanyahu anunciou um plano para "conquistar" Gaza, que Israel ocupou entre 1967 e 2005. ANG/Lusa

 

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Cooperação/Guiné-Bissau e Senegal assinam  acordo no domínio  cultural

Bissau, 26 mai 25 (ANG) – A Guiné-Bissau e o Senegal assinaram hoje quatro acordos no domínio cultural, designadamente, acordo de cooperação cultural,  convenção de cooperação cinematográfico, programa executivo do acordo cultural e acordo de produção e de intercâmbio cinematográfico.

Os acordos foram assinados pelos chefes das diplomacias dos dois países.

Após o ato e em declarações conjunta à imprensa, o chefe de Estado guineense considerou de histórica a visita do seu homólogo senegalês .

Umaro Sissoco Embaló disse que Bassirou Diomaye Faye é o primeiro Presidente senegalês  a fazer   uma visita de Estado à Guiné-Bissau.

Destacou  que as relações da Guiné-Bissau com o Senegal são históricos e de longa data, desde a luta para a libertação do país, liderada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Admitiu que os problemas da Guiné-Bissau podem também preocupar as autoridades senegalesas, e indicou, a titulo de exemplo, o caso do conflito politico militar  de 1998, em que quase todos os guineense se refugiaram no  Senegal e foram bem acolhidos e vice versa.

O chefe de Estado guineense disse que  esta visita é muito importante, tanto para o povo guineense e assim como para  povo senegalês.

Destacou a coabitação que existe entre muçulmanos e cristãos na Guiné-Bissau,  um pais laico e lusófono

O chefe de Estado senegalês Bassirou Diomaye Faye agradeceu o seu homólogo guineense  pela receção fraternal que lhe reservou desde  a sua chegada à Bissau.

Afirmou que as inúmeras visitas do Presidente Embaló ao Senegal são testemunhas das excelentes relações que existe entre os dois países.

“Com o Presidente Embaló comprometemos  consolidar ainda mais e reforçar as relações de cooperação entre Senegal e Guiné-Bissau, no domínio da Defesa, Segurança, Educação e formação, Saúde, Agricultura e Pescas”, disse Bassirou Diomaye Faye.

Informou que, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Gâmbia, Guiné-Bissau e Senegal abordaram no quadro da união tripartida, a questão da defesa e segurança, gestão das fronteiras, livre circulação e conetividade,  comercio e transformação de produtos.

Esta iniciativa, de acordo com Chefe de Estado Senegalês  constituiu um factor de reforço da integração dos países no espaço da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

Diomaye Faye declarou  que o Senegal estará sempre ao lado da Guiné-Bissau nas acções de reforço de segurança e da estabilidade sub-regional.

Olhando para a atualidade, disse que os objectivos são comuns, relativamente a estabilidade e integração na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pelo que os dois países
devem  trabalhar, em conjunto, para combater  o terrorismo e as mudanças climáticas.

De seguida, o Presidente senegalês depositou Coroa de flores no Mausoléu dos Antigos combatentes da liberdade da pátria, nomeadamente Amílcar Cabral e João Bernardo Vieira (Nino).

O presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, iniciou esta segunda-feira uma visita de dois dias à Guiné-Bissau,  a primeira de um  chefe de Estado do Senegal ao país, e, de acordo com o Programa da visita, à que a ANG teve acesso, vai  ser condecorado com a medalha Amílcar Cabral, a mais alta distinção do país.

ANG/LPG/ÂC//SG

Comunicação Social/Ministro  Dias diz que visita do seu homólogo gambiano vai elevar o nível da relação  entre os dois países

Bissau, 26 Mai 25 (ANG) – O ministro da Comunicação Social considerou de “histórico” a visita ao país do seu homólogo gambiano, Ismaila Ceesy e garante que vai permitir a elevação do nível de relacionamento no sector da Comunicação Social entre os dois países com implicação noutros sectores.

Florentino Fernando Dias falava à imprensa ,esta segunda-feira, após um encontro com seu homólogo, o ministro de Informação e Media e Serviços de Radiodifusão da República de Gâmbia

Ismaila Ceesy iniciou hoje  uma visita de trabalho de dois dias.

“A cooperação entre países é aconselhável, quanto mais se trata dos países que têm muitas coisas em comum. A Guiné-Bissau e Gâmbia partilham muitas coisas, nomeadamente a mesma sub-região e ambos são países de África e partilham inclusive muitas organizações”, disse.

O governante guineense afirmou que  pode-se dizer, com algum orgulho,  que os dois  países gozam duma boa relação.

“Os Presidentes, Luís Almeida Cabral, e Dauda Cairaba Djaura trocaram visitas, o Presidentes Yaya Jameh e Nino Vieira consultaram-se um aos outros para tomar decisões com implicações políticas internacionais. E  temos que admitir hoje que a nossa relação elevou-se de nível, porque os Presidentes Umaro Sissoco Embaló e Adama Buaro emprestaram suas influências pessoais e institucionais para estreitar, cada vez mais, os laços de cooperação dos dois países," disse.

Florentino Dias disse existir agora  condições políticas favoráveis, porque  Umaro Sissoco Embaló e Adama Buaro estão a trabalhar cada vez mais para que a relação entre a Gâmbia e a Guiné-Bissau suba de nível, através de trocas de visitas a vários níveis.

Sublinhou que a visita do ministro de Gâmbia vai ser o concretizar de um processo que começou já há algum tempo, que identificou  as áreas prioritárias da cooperação, tanto assim que já havia sido assinado dois instrumentos de cooperação, nomeadamente um acordo e um memorando.

No fim desta visita, segundo Florentino Dias, vai ser assinado  um Plano de Ação que vai permitir a execução e implementação no  terreno desse acordo, nos mais variados aspetos , nomeadamente a  troca de correspondentes para se conhecer melhor uns aos outros.

Destacou  que há cidadãos da Gâmbia que vivem na Guiné-Bissau e vice versa e que têm interesses em saber o que passa nos dois países sobretudo porque os dois país têm estado a  receber reformas estruturais,  nos últimos anos.

O ministro acrescentou  que a implementação dos dois instrumentos
vai ainda permitir a partilha de experiências. “A Gâmbia tem todo o interesse em conhecer a experiência da Guiné-Bissau no domínio da Agência de Notícias, porque não dispõe ainda de uma  agência de notícias”, disse.

O Plano de Ação prevê troca de conteúdos radiofónicos e televisivos, e formação contínua/superação .ANG/MI/ÂC//SG

        Cultura/Guiné-Bissau sem museu para regresso de obras de arte

Bissau, 26 Mai 25 (ANG) -  O regresso dos bens culturais africanos ao continente esteve em debate na reunião anual da CEDEAO, em Acra, no Gana.

Entre avanços e desafios, destacou-se o caso da Guiné-Bissau, onde falta um museu para receber as suas próprias peças. Mamadu Jao, membro do comité regional de seguimento para retornos de bens culturais aos países de origem da CEDEAO, lançou o alerta: “É falta de vontade política”.

Entre os dias 19 e 22 de Maio, Acra foi palco de uma reunião que quer fazer história no regresso do património cultural africano aos seus países de origem. No centro dos debates esteve o Comité Regional da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), que reuniu especialistas e representantes governamentais para avaliar o que já foi feito, o que falta fazer no quadro do plano de acção 2025–2029.

A iniciativa, liderada pela direção da cultura do departamento de capital humano e assuntos sociais da CEDEAO, procura reforçar os mecanismos de cooperação entre os Estados membros no processo de devolução de bens culturais que se encontram, na sua maioria, em museus e instituições fora do continente africano.

Entre os participantes, destacou-se Mamadu Jao, antigo director do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) da Guiné-Bissau e actual membro do comité regional de seguimento para retornos de bens culturais aos países de origem da CEDEAO.

Para Mamadu Jao, o debate sobre os bens culturais é também um espelho das falhas internas na preservação do património.

“Penso que é falta de sensibilidade dos governantes ao longo dos anos”, lamentou, referindo-se à ausência de um museu etnográfico na Guiné-Bissau. “Durante o período colonial existia um. Desapareceu com o conflito militar e nunca mais houve qualquer esforço sério para o recuperar", acrescentou.

Segundo o investigador, muitas das peças que pertencem à história da Guiné-Bissau estão encaixotadas em armazéns:  “Guardadas em sacos de 50 kg, sem qualquer exposição, invisíveis. É uma questão de vontade política”; sublinha.

Mamadu Jao acredita que a recuperação dos bens culturais deve envolver mais do que governos: “Todos falam da diversidade cultural como riqueza. Mas essa riqueza precisa de ser visível:  nos museus, nas escolas, nos programas educativos. As crianças têm o direito de conhecer a sua história”, defende.

A Bienal de Arte e Cultura que está a decorrer este mês na Guiné-Bissau foi destacada como um passo na direcção certa e,  segundo Mamadu Jao, “é uma iniciativa louvável que pode mostrar que a cultura é também identidade nacional. A Bienal pode ter um papel importante na visibilidade da nossa diversidade”.

A reunião de Acra permitiu fazer um ponto de situação sobre o que já foi conseguido desde 2024 e delinear novas metas no âmbito do plano até 2029. Entre as recomendações está a necessidade de garantir que os países que recebem de volta os bens tenham condições adequadas para os conservar; desde legislação e infraestruturas até à formação de técnicos especializados.

Mamadu Jao aponta exemplos encorajadores: “Países como a Nigéria, o Benim e o Senegal já deram passos importantes. Mas o regresso das peças não pode ser simbólico. É preciso preparar o terreno”, afirma. ANG/RFI

 

   Israel/Fonte israelita diz que país rejeitou proposta de cessar-fogo dos EUA

Bissau, 26 Mai 25 (ANG) - Israel terá rejeitado hoje a mais recente proposta dos EUA para um cessar-fogo de dois meses em Gaza em troca de 10 reféns vivos, disse à agência Efe fonte israelita que preferiu o anonimato.


mesma fonte indicou que recusa se deve ao facto de "o [movimento islamita palestiniano] Hamas não ter qualquer desejo real de avançar com um acordo".

O Governo israelita terá rejeitado assim a mais recente proposta que tinha sido acordada pelo mediador palestiniano-americano, Bishara Bahbah, e pelo enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff.

A proposta inclui um cessar-fogo de 60 dias e a libertação de 10 reféns israelitas vivos, enquanto o Hamas exigiu um cessar-fogo de 70 dias em troca da libertação de 10 prisioneiros - cinco vivos e cinco mortos - em duas rondas.

"O primeiro lote (de cativos) seria libertado no primeiro dia de entrada em vigor do acordo, enquanto o segundo sairia no sétimo dia com a chegada de mil camiões de ajuda diariamente", explicou a autoridade israelita.

A Faixa de Gaza continua a sofrer de uma grave escassez de alimentos, medicamentos e ajuda humanitária em geral, uma vez que a carga dos poucos camiões que entram - após um cerco que durou quase três meses - é descarregada e reexaminada no lado palestiniano do enclave, onde pode permanecer detida pelas autoridades israelitas.

A proposta inclui ainda um compromisso israelita de negociar o fim da guerra durante o período de cessar-fogo, com a garantia pessoal do Presidente norte-americano, Donald Trump, bem como uma promessa do movimento islamita Hamas e das fações palestinianas de não ameaçar a segurança de Israel.ANG/Lusa

 

EUA/Donald Trump diz que Putin "está louco" após novo ataque que matou 13 ucranianos

Bissau, 26 Mai 25 (ANG) - O Presidente dos Estados Unidos afirmou no domingo que "não estava contente" com Vladimir Putin, escrevendo depois na sua rede social que Putin "está louco". A Rússia voltou a atacar a Ucrânia este fim de semana fazendo pelo menos 13 mortos e batendo o recorde de drones enviados contra o país. 

"Eu não estou nada contente com o que o Putin anda a fazer, está a matar muita gente e eu não sei o que lhe aconteceu", exaltou-se Donald Trump no Domingo, em declarações à imprensa. Horas mais tarde, na sua rede social, o Presidente norte-americano, que até aqui mostrava alguma complacência com o líder russo, disse mesmo que Putin "está louco".

No Domingo, a Ucrânia mergulhou num clima de terror, sofrendo um dos piores ataques de drones desde o início da guerra em 2022, com apenas 45 dos 266 frones a serem interceptados. Os ataques áereos afectaram várias regiões e chegaram mesmo a Kiev. Este ataque sem precedentes terá morto pelo menos 13 pessoas, incluindo três crianças. 

Perante o impasse das negociações, o Presidente ucranianos, Volodymyr Zelensky, voltou a lembrar que "sem uma pressão forte, a brutalidade contra o seu país não vai acabar". Zelensky disse mesmo que o silêncio até agora dos Estados Unidos encorajava Putin a continuar os ataques contra a Ucrânia.

Face ao endurecimento das palavras de Trump, o Kremlin esclareceu que Vladimir Putin "apenas defende a Rússia" e que o ataque em larga escala foi apenas uma "represália" face aos ataques ucranianos junto da fronteira entre os dois Estados.ANG/RFI 

      Brasil/João Lourenço pede regresso de empresas brasileiras a Angola

Bissau, 26 Mai 25 (ANG) - O presidente de Angola apelou , sábado, ao regresso ao seu país de empresas brasileiras para a construção de infraestruturas públicas.

O apelo foi feito no fim da visita ao Brasil, encerrada com assinatura de vários acordos de cooperação.

 Como todos nós sabemos, as relações entre os nossos dois países, Angola e o Brasil, são as melhores possíveis, embora o ser humano e os Estados nunca estejam satisfeitos com o bom – querem sempre o óptimo", disse o presidente angolano João Lourenço, em frente aos senadores brasileiros, no 22 de Maio.

E foi esse óptimo que, de facto, o chefe de estado angolano foi procurar durante a sua visita ao Brasil, nos dias 22 e 23 de Maio. O encontro com o presidente Lula da Silva ficou principalmente marcado pelo anúncio do compromisso brasileiro de ajudar na renovação da frota aérea angolana, bem como por viabilizar compra de duas aeronaves KC-390 produzidas pela Embraer, empresa brasileira. A compra será financiada através de um empréstimo brasileiro.

Lula anunciou também a extensão do visto de permanência no Brasil de dois para cinco anos, para os cerca de 15 mil angolanos que vivem no país sul-americano.

O presidente angolano apelou ao regresso ao seu país de empresas brasileiras para a construção de infraestruturas públicas e também que o Brasil volte a abrir uma linha de financiamento para cobertura do crédito à exportação. 

"Nós queremos ver investimento privado brasileiro em Angola e investimento privado angolano no Brasil, mas queremos também que empresas brasileiras continuem a participar no esforço de recuperação e de construção de raiz de infraestruturas públicas, a exemplo do que já aconteceu num passado recente", disse João Lourenço, ao lado do seu homólogo brasileiro, numa declaração à imprensa no Palácio do Planalto em Brasília.

Históricamente ligados pela colonização portuguesa e pela escravatura, os dois países assinaram também acordos de cooperação para desenvolver projectos de investigação nas áreas da exploração petrolífera e da agricultura.

Os dois chefes de Estado deverão encontrar-se novamente em breve. Desta vez, no Rio de Janeiro, em Julho, quando João Lourenço participar na cimeira dos BRICS, na qualidade de presidente da União Africana. ANG/RFI

 

Moçambique/Presidente da República anuncia expulsão de terroristas da Reserva do Niassa

Bissau, 26 Mai 25 (ANG)  – O Presidente da República de Moçambique e Comandante em Chefe das Forças Armadas, Daniel Chapo, anunciou a expulsão de terroristas da Reserva do Niassa, após ataques ocorridos em Abril e Maio.

O chefe de Estado moçambicano garantiu a continuação de operações no terreno e reiterou o compromisso de reforçar a capacidade das forças de defesa e segurança no combate ao terrorismo e a outras formas de criminalidade.

Os grupos terroristas que tinham protagonizado dois ataques na Reserva do Niassa, um no final de Abril e outro a 12 de Maio, já não se encontram naquela área protegida, anunciou o Presidente moçambicano, Daniel Chapo.

“No último ataque, no dia 12 de Maio, uma coutada foi invadida, duas pessoas perderam a vida, vários bens foram pilhados e viaturas incendiadas”, lembrou o chefe de Estado, sublinhando que as forças armadas responderam com prontidão. “Os nossos irmãos estão no terreno a rechaçar os terroristas daquela região e, neste momento em que estamos a falar, desapareceram da Reserva do Niassa e as nossas forças continuam em perseguição”, afirmou.

A declaração foi feita durante uma visita à Escola de Formação de Forças Especiais, na província de Nampula, no norte do país. Daniel Chapo reforçou o compromisso do governo em continuar a investir na capacitação e no reequipamento das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

“Desafiamos também todos os comandantes das forças de defesa e segurança a estudarem novas técnicas, novas táticas, procedimentos e estratégias de combate, para perceberem as metamorfoses das novas ameaças à paz e à nossa segurança nacional”, acrescentou o Presidente moçambicano.

Além do combate ao terrorismo, Daniel Chapo destacou a importância de enfrentar outros desafios à segurança, como os sequestros, o tráfico de seres humanos e o narcotráfico, sublinhando que a segurança nacional depende de uma abordagem integrada e adaptada às novas realidades do crime.ANG/RFI

 

Alemanha/Merz anuncia que Ucrânia já pode usar as suas armas na Rússia

Bissau, 26 Mai 25 (ANG) - O chanceler alemão, Friedrich Merz, disse hoje que a Alemanha passa a estar entre os países que já não impõem à Ucrânia a condição de não utilizar armas alemãs contra alvos militares na Rússia.

"Ucrânia pode agora defender-se, por exemplo, atacando posições militares na Rússia", disse Merz, embora tenha evitado esclarecer se o seu Governo entregará mísseis de longo alcance Taurus à Ucrânia, como tinha prometido antes de se tornar chanceler.

"Já não há limitações de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia, nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós, nem pelos americanos", explicou Merz, referindo-se a medidas que tinham sido tomadas por outros países em 2024.

O chefe de Governo alemão denunciou o ataque "sem escrúpulos" da Rússia a alvos civis, como cidades, jardins de infância, hospitais e lares de idosos, algo que a Ucrânia não faz, disse Merz, sublinhando que o Ocidente "atribui grande importância em garantir que isto continua".

"Um país que só consegue defender-se de um agressor no seu próprio território não se está a defender suficientemente", comentou o chanceler alemão conservador, para justificar a decisão de permitir o uso de armas do seu país contra alvos militares na Rússia.

O seu antecessor, o social-democrata Olaf Scholz, recusou terminantemente fornecer estes mísseis à Ucrânia, argumentando que a Rússia poderia interpretar isto como o envolvimento direto da Alemanha na guerra.

Entretanto, os media alemães anunciaram hoje que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitará Berlim na quarta-feira, embora o Governo alemão ainda não tenha confirmado essa visita.

A agenda das negociações entre os dois países inclui um novo pacote de sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia, bem como aspetos técnicos que visam potenciais negociações de paz.

Zelensky, de acordo com a publicação alemã Der Spiegel, deverá encontrar-se com Merz, mas vai também reunir-se com o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Zelensky e Merz já tiveram um primeiro encontro em Kiev, onde o líder alemão foi acompanhado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e pelos primeiros-ministros do Reino Unido e da Polónia, Keir Starmer e Donald Tusk, respetivamente.ANG/Lusa

 

Médio Oriente/Hamas aceita proposta dos EUA para um acordo de cessar-fogo em Gaza

Bissau, 26 Mai 25 (ANG) - Ogrupo Hamas concordou, esta segunda-feira, com a proposta apresentada pelo enviado especial dos Estados Unidos ao Médio Oriente, Steve Witkoff, para um acordo de cessar-fogo, abrindo assim caminho para um possível fim da guerra em Gaza, de acordo com a agência Reuters, que cita uma fonte próxima do grupo. 

"A proposta inclui a libertação de dez reféns israelitas vivos sequestrados pelos Hamas em dois grupos em troca de um acordo de 70 dias de cessar-fogo e uma saída parcial da Faixa de Gaza", disse a fonte palestiniana à agência de notícias.

A proposta apresentada pelos Estados Unidos prevê ainda a libertação de prisioneiros palestinianos por parte de Israel, incluindo aqueles que estão a cumprir penas longas de prisão.

Ainda não há comentários do lado de Israel.

Recorde-se que a guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Foram ainda raptadas 251 pessoas.

Uma trégua de 19 de janeiro a 17 de março permitiu que 33 reféns, incluindo oito mortos, regressassem a Israel em troca da libertação de cerca de 1800 palestinianos presos em Israel.ANG/Lusa

 

Diplomacia/Governo guineense pede devolução de mais de 350 passaportes apreendidos em Portugal

Bissau, 26 Mai 25 (ANG) – O Governo, através do Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Carlos Pinto Pereira  pediu  hoje às autoridades portuguesas a devolução dos 353 passaportes guineenses apreendidos  na semana passada, no Aeroporto de Lisboa, porque “são documentos oficiais e legais”.

Falando numa conferência de Imprensa, o governante explicou que todos os anos o Governo recebe  bolsas para a peregrinação à Meca, bolsas normalmente oferecidos por países amigos para que indivíduos da religião muçulmana possam se deslocar a Arábia Saudita.

“É nesse quadro que, para mitigar estes problemas,  o Governo cede  algumas bolsas à pessoas que podem ser de outras nacionalidades para que, com a contrapartida dessa cedência se pagarem os fretes de aviões e as despesas relacionadas com os transportes dos peregrinos guineense para a Meca”, salientou.

Carlos Pinto Pereira disse que é o que acontece todos os anos, atribuição à esses peregrinos aquilo que chamam de Passaportes de Cortesia, que servem apenas para a viagem à Meca e depois retirada da circulação.

Segundo explicou, devido a urgência da viagem para a Arábia Saudita, foi pedido a uma pessoa que iria deslocar para Bruxelas para levar os passaportes como um documento emitido pelo Alto Comissariado para a Peregrinação à Meca, confiante de que não estava a cometer nenhum crime.

“Quando chegou à Lisboa, a pessoa foi presa e, imediatamente, as autoridades nacionais tomaram medidas de informar as autoridades portuguesas de que os passaportes são oficiais e deviam ser devolvidos para serem entregues  aos seus titulares que deviam seguir para Meca”, frisou.

O governante afirmou que,  por isso, manifestaram o seu desagrado pela forma como este assunto foi tratado em Portugal, uma vez que antes da noticia ser  publicada as autoridades portuguesas deviam confirmar, se, de facto, os passaporte eram verdadeiras ou falsas, mas, em vez disso, vazaram a informação para a comunicação social de Portugal, que passou uma  informação negativa do país.

Segundo explicou, na notícia deram a intender que o próprio Governo da Guiné-Bissau estaria envolvido em negociatas com passaportes, o que, segundo o ministro,  “é redondamente falso”.

Pinto Pereira disse estar indignado com outra notícia  publicada na RTP , segundo a qual 45 por cento das crianças nascidas na Guiné-Bissau  morriam com menos de 30 dias de vida. “Esta noticia é redondamente falsa e os dados hoje existentes provam que a Guiné-Bissau esta longe e muito longe dessa situação”, disse.

Disse que o Governo guineense não quer pensar de que se trata de medidas discriminatórias, o que, segundo diz, traz alguma preocupação sobretudo quando se está a se aproximar de uma fase crucial que são as eleições.

“Por isso, chamamos a atenção da comunicação social portuguesa de que, se voltar a acontecer situações como esta, naturalmente tomaremos as medidas que julgamos pertinentes para pôr cobro a esta situação”, avisou Carlos Pinto Pereira.

Acrescentou  que  são dois factos graves veiculados  pela comunicação social portuguesa que não correspondem a verdade, e que,  por isso, deve-se devolver os passaportes porque, uma vez que termina a peregrinação à Meca não serão mais úteis.

Pinto Pereira adiantou que o país já constitui um advogado em Portugal  para lidar com o assunto do passaporte, uma vez que o processo já esta entregue ao Ministério Público Português.ANG/MSC/ÂC

Religião/ Mais de cem peregrinos guineenses partiram esta manha  para  a Meca

Bissau, 26 Mai 25(ANG) – Mais de uma centena de peregrinos guineenses partiram na manha desta  segunda-feira para  a cidade Santa de meca, na Arábia Saudita, para o cumprimento do quinto pilar do Islão , o Hadji 2025, disse o Alto Comissário para Peregrinação .

Califa Soares Cassamá que falava à imprensa após a  partida dos peregrinos , disse que, apesar de os tripulantes terem passado a noite no Aeroporto de Bissau, e se registar um  atraso de mais de 30 minutos, o avião, finalmente,  se descolou.

Em relação ao atraso na obtenção de vistos, Cassamá disse que tem a ver com os próprios peregrinos que não pagaram atempadamente.

Acrescentou que ainda há  mais de 30 pessoas que estão a espera de vistos, mas que os mesmos  podem estar prontos dentro de algumas horas para seguirem viagem num  voo comercial..

Informou que os que estão na Diáspora estão a organizar a viagem à Meca partir de diferentes pontos.

Referiu que, em relação a comunidade guineense residente na Bélgico ocorreu ium incidente, que não revelou,  mas que vai ser resolvido brevemente.

 Falando de os da Gâmbia , que já se encontravam em Bissau há uma semana, declarou que viajaram esta segunda-feira com os peregrinos da Guiné-Bissau, e os de Angola que chegaram a Bissau no domingo.

O Alto Comissário disse estar satisfeito com a organização da peregrinação e disse esperar  que todos  voltassem na data marcada. ANG/JD/ÂC//SG