terça-feira, 24 de junho de 2025

Guerra Israel-Irão/Presidente da República garante evacuação caso haja guineenses que queiram sair destes países

Bissau, 24 Jun 25(ANG) - O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, garantiu segunda-feira que o país está em condições de evacuar qualquer guineenses que esteja em Israel ou no Irão que queira sair destes países.

“Se houver guineenses nesses países que queiram sair, temos condições para os retirar. Por enquanto, não temos conhecimento de nenhum, mas, se houver, não teremos dificuldades em proceder à evacuação”, assegurou em declarações à imprensa, à margem da visita ao Parque de Transportes urbano de Bissau e ao Centro de Pesagem de veículos da UEMOA, situados em Safim, Região de Biombo.

O chefe de Estado disse não ter conhecimento se algum guineense esteja a viver nestes países envolvidos em Guerra que já provocou muitas mortes e danos materiais .

“Estamos muito preocupados. A nossa dinâmica é de paz. Já fiz uma declaração dizendo que a Guiné-Bissau reserva-se ao direito de tomar uma posição face ao conflito”, declarou o Chefe de Estado.

Uma notícia da Agência de Notícias de Portugal – Lusa divulgada segunda-feira deu conta do desejo de estudantes guineenses no Irão de regressarem ao país devido à Guerra entre o Irão e Israel-EUA.

A Lusa cita o representante da Câmara do Comércio da Guiné-Bissau no Irão, Idrissa Ganó, que terá dito  que alguns cidadãos guineenses no estado persa, a maioria estudantes, querem regressar ao seu país devido à guerra e pedem apoio às autoridades guineenses, por temer que a guerra se alastre.A Guiné-Bissau não dispõe de uma representação diplomática no Irão. ANG/ÂC//SG

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Política/Presidente da República reitera diligências para aquisição de novas instalações da Marinha de Guerra Nacional

Bissau, 23 Jun 25(ANG) – O Presidente da República reiterou  hoje que diligências estão sendo feitas para aquisição de novo espaço para instalação da Marinha de Guerra nacional, uma vez que as atuais instalações “não dispõem de condições humanas condignas para continuar a albergar os militares”.

 “Os militares da Marinha Nacional são humanos e estão a servir o país nas esferas mais prestigiadas da Nação que é a Defesa e Segurança. Por isso,  devem ser deslocados daquelas instalações para outras mais condignas”, disse o chefe de Estado, em declarações à imprensa, à margem da visita que efetuou hoje ao novo  Parque de Autocarros Urbano, e  ao Centro de Pesagem da UEMOA, em Safim.

O Conselho de Ministros na sua reunião ordinária do passado dia 19 de Junho, deu anuência ao ministro das Finanças para mover diligências requeridas à alienação das instalações que possam albergam a Marinha de Guerra Nacional.

Perguntado sobre se as instalações da Marinha de Guerra Nacional foram  vendidas, o Presidente da República disse  que o referido espaço já foi cedido à empresa Santy Comercial desde  2014.

“Por isso, no meu mandato defendi a ideia da formalização do respetivo contrato com base nas exigências do Fundo Monetário Internacional. E foi por esse motivo que demos a anuência ao ministro das Finanças na qualidade de gestor do património de Estado para a  reformulação do processo”, frisou.

Questionado sobre se já existe um espaço onde serão transferidas o aquartelamento da Marinha de Guerra Nacional, Umaro Sissoco Embaló disse que sim, salientando que os militares nunca têm falta de espaços no país.

“Existem muitos espaços pertencentes as Forças Armadas, tanto em Bissau, assim como em Cumeré e noutras partes. São questões estratégicas e penso que no momento oportuno vai ser informado ao Chefe de Estado-maior da Marinha”, disse. ANG/ÂC//SG

Política/Presidente da República desdramatiza   invasão à casa do ex-chefe de guarda presidencial por um grupo de militares

Bissau, 23 jun 25 (ANG) - O Presidente da República desdramatizou  hoje a  invasão da casa do ex-chefe da guarda presidencial Tcherno Bari, vulgo “Tcherninho”, no último fim de semana por um grupo de militares.

“São agentes da Policia Militar(PM) que foram a casa de Tcherninho. Porque  a PM é  que regula o comportamento de qualquer  militar”, disse Umaro Sissoco Embaló em declarações à imprensa à margem da visita que efetuou esta segunda-feira ao Parque Urbano de Transportes, em Safim, região de Biombo.

Segundo a Rádio Djumbai, fontes familiares confirmaram no sábado, a detenção do ex-Chefe de Segurança do Presidente da República, Tcherno Bari, (Tcherninho) por ordem direta do comando militar.

Sobre o assunto o PR disse que  quando os militares desertarem dos quarteis são os agentes da Polícia Militar que devem lhes buscar  e que devem lhes aplicar os castigos  em conformidade com a lei.

“As pessoas gostam de usar termologias ou linguagens um pouco forte. O assunto do ex-chefe da Guarda Presidencial é uma questão do fórum militar, e não deve ser politizada”, disse o Presidente Sissoco Embaló.

A detenção de Tcherninho terá ocorrido nas primeiras horas de sábado  e as razões da detenção  não foram oficialmente divulgadas.ANG/LPG/ÂC//SG

Transportes terrestre/Presidente da República anuncia criação de  Plano de Transporte Urbano para disciplinar  circulação de transportes no país

Bissau,23 Jun 25(ANG) – O Presidente da República anunciou hoje a criação de um Plano de Transporte Urbano para disciplinar a circulação dos transportes no país, particularmente, em Bissau.

 “Vamos criar um Plano de Transporte Urbano, porque não podemos continuar com essa desordem de circulação na capital. Daqui a nada vamos ter os transportes semiurbanos a circular no centro da praça, o que é inadmissível”, avisou Umaro Sissoco Embaló  no final da visita ao Parque de Autocarros Urbano e as obras do Centro de Pesagem de viaturas com mercadorias,  em Safim .

 O Presidente da República disse que fez a questão de visitar as  instalações para constatar se, de facto, já reúnem as condições para albergar os autocarros doados ao país pelo Governo português.

Disse que, os novos autocarros já podem circular entre as zonas urbanas e o centro da cidade, através das suas próprias paragens a serem construídas.

“Com a entrada em circulação dos autocarros, os passageiros terão a possibilidades de adquirir os seus passes, conforme as modalidades a serem estipuladas, em vez de os condutores estarem a cobrar os passes”, disse.

O Centro de Pesagem de Veículos foi financiado pela União Económica e Monetária Oeste Africana(/UEMOA).

 “A Guiné-Bissau está muito atrasada em termos de eficácia de transportes terrestres no espaço UEMOA, pois  situa-se ainda na ordem dos 51 por cento enquanto que  os restantes países estão em 80 por cento”, disse.

São no total 21 autocarros doados pela Câmara Municipal do Porto, na sequência da visita do presidente de Portugal ,Marcelo Rebelo de Sousa à Guiné-Bissau.

Segundo o ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, José Carlos Esteves, a segunda remessa de 62 autocarros deverão chegar à Bissau quando forem concluídas as obras do Parque Urbano de Autocarros.

O governante disse que, mediante os estudos feitos, para completar toda a rota de Bissau serão precisos   cerca de 200 autocarros, que deverão operar em  turnos.ANG/ÂC//SG

 Diáspora l/Guineenses no Irão pedem apoio para sair do país devido à guerra

 Bissau, 23 Jun 25 (ANG) – O representante da Câmara do Comércio da Guiné-Bissau no Irão, Idrissa Ganó, disse hoje que alguns cidadãos guineenses no estado persa, a maioria estudantes, querem regressar ao seu país devido à guerra e pedem apoio às autoridades.

Em entrevista telefónica à agência Lusa a partir da cidade iraniana de Qom, Idrissa Ganó, guineense formado no Irão em Relações Internacionais, afirmou que "alguns guineenses querem sair do Irão" porque "temem que a guerra se intensifique".

O também professor universitário da língua portuguesa, árabe e ciências discursivas, descreveu dificuldades para as pessoas se deslocarem, com estradas fechadas, depois de domingo os Estados Unidos terem entrado no conflito, iniciado a 13 de junho com ataques de Israel ao Irão, bombardeando instalações nucleares naquele país do Médio Oriente.

Ganó ressalvou não ser representante oficial da Guiné-Bissau na República Islâmica do Irão, mas disse que tenta ajudar os guineenses valendo-se do conhecimento que tem no país e da língua persa.

De acordo com Idrissa Ganó, o número de cidadãos guineenses no Irão "não ultrapassa 50 pessoas, contando com crianças recém-nascidas" e que a sua maioria são estudantes.

As pessoas que estariam interessadas em regressar à Guiné-Bissau seriam na sua maioria estudantes residentes na cidade de Qom, a 156 quilómetros a sudeste de Teerão, detalhou o representante da Câmara do Comércio guineense.

O próprio Ganó vive e trabalha em Qom, cidade que, além de albergar grande número de estrangeiros, também é onde ficam as instalações de uma central de enriquecimento do urânio, bombardeada pelos Estados Unidos, no domingo.

O professor guineense disse à Lusa que "não deu para ouvir as explosões" na zona onde se encontrava no dia do ataque norte-americano, mas que a vida em Qom "sofreu mudanças" ao ponto de o próprio não conseguir viajar para Teerão como costuma fazer.

"Não se consegue viajar. Algumas estradas estão cortadas", afirmou Ganó que pede às autoridades guineenses para providenciarem apoios para os cidadãos que querem sair do Irão.

Idrissa Ganó observou que as embaixadas de países africanos como Nigéria, Senegal e Serra-Leoa estão a recensear os seus cidadãos em Qom no sentido de os tirar do país assim que possível.

Em agosto de 2010, o então presidente guineense, Malam Bacai Sanhá, entretanto falecido, efetuou uma visita de Estado ao Irão e anos depois os dois países estabeleceram relações diplomáticas que resultaram na abertura de uma embaixada do país africano em Teerão.

Na entrevista à Lusa, Idrissa Ganó avançou, contudo, que a embaixada guineense "fechou as portas há muitos anos".ANG/Lusa

Suíça/ IAEA antecipa "danos significativos" em instalações nucleares iranianas

Bissau,23 Jun 25 (ANG) -O responsável da Agência Internacional de Energia Atómica afirmou hoje que são esperados "danos muito significativos" nas instalações subterrâneas de enriquecimento de urânio do Irão atacadas no fim de semana pelos Estados Unidos.


Dada a carga explosiva utilizada e a extrema sensibilidade das centrifugadoras à vibração, espera-se que tenham ocorrido danos muito significativos" em Fordo, um dos locais atacados, disse Rafael Grossi, numa declaração feita em Viena.

Os Estados Unidos atacaram no domingo as instalações subterrâneas do programa nuclear iraniano em Fordo, em Isfahan e em Natanz.

Segundo o diretor da agência das Nações Unidas, "neste momento, ninguém, incluindo a AIEA [Agência Internacional de Energia Atómica], está em condições de avaliar completamente os danos subterrâneos em Fordo".

O Irão afirmou que os EUA ultrapassaram "uma linha vermelha muito grande" ao atacar três instalações com mísseis e bombas destruidoras de 'bunkers' de 13.660 kg.

O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, o general iraniano Abdolrahim Mousavi, descreveu o ataque norte-americano como uma violação da soberania do Irão e o equivalente a uma invasão do país, noticiou a agência de notícias estatal IRNA.

Na sequência dos bombardeamentos norte-americanos, surgiram apelos de todo o mundo para uma redução da tensão e o regresso à diplomacia para tentar resolver o conflito.

Teerão disparou hoje vários mísseis e drones contra Israel, alertando também os Estados Unidos de que as suas Forças Armadas receberam "carta branca" para atacar alvos norte-americanos.

De acordo com a televisão estatal iraniana, as autoridades de Teerão descreveram o ataque como uma nova vaga da sua "Operação Verdadeira Promessa 3", afirmando que tinha como alvo as cidades israelitas de Haifa e Telavive e reiteraram as suas antigas ameaças de fechar a rota de navegação de Ormuz, uma das maiores do mundo.ANG/Lusa

 

Etiópia/União Africana critica restrições de vistos e tarifas abusivas dos EUA

Bissau, 23 Jun 25 (ANG) - O presidente da Comissão da União Africana, Mahmoud Ali Youssouf, disse esta segunda-feira,  que "não há comércio com restrições às viagens" e criticou as tarifas abusivas impostas aos países africanos.

Mahmoud Ali Youssouf falava hoje na cerimónia de abertura da 17.ª Cimeira de Negócios EUA-África, que decorre até quarta-feira em Luanda, e alertou para o que considerou como obstáculos aos negócios, aludindo às decisões da administração norte-americana de aumentar tarifas e alargar proibições de viagens a mais 36 países africanos, incluindo os lusófonos Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

"Quando 36 países da África não possuem ou são negados vistos para os Estados Unidos, como pode o comércio desenvolver-se entre as duas áreas? Quando as tarifas são impostas de forma abusiva contra os Estados africanos e, em alguns casos, mais de 40%, como é que os negócios se vão desenvolver?", questionou, sendo aplaudido pela plateia.

O responsável da União Africana lamentou também que se tenha posto fim ao AGOA (Lei de Crescimento e Oportunidade para África), bem como os programas de ajuda ao desenvolvimento da USAID.

"Tudo isso foi abandonado. Alguém dizia que isso é um despertar para as nações africanas", disse, salientando que a África vai depender cada vez mais dos seus recursos domésticos.

"Nós estamos a desenvolver políticas para mobilizar recursos nacionais, mas nós não podemos aceitar a rejeição de vistos. Nós não podemos aceitar tarifas infelizes que não têm nada a ver com as regras da Organização Mundial de Comércio", criticou.

Por outro lado, salientou que a nova Comissão da União Africana se concentrou nos desafios da paz e da integração para pacificar o continente e promover os setores chave, tais como minerais e energia, saúde e agroindústria, infraestruturas e economia digital, "portadores de desenvolvimento e prosperidade".

"Não há dúvidas de que a África tem recursos naturais e humanos, 30% dos recursos minerais mundiais estão no continente, com uma população de 1,4 mil milhões de habitantes", salientou Mahmoud Ali Youssouf.

A nova Comissão da União Africana foi eleita em fevereiro - quando o Presidente angolano, João Lourenço, assumiu também a presidência rotativa da organização - e é responsável por implementar as políticas e estratégias aprovadas pelos órgãos da UA, que conta com 55 Estados-membros.

O responsável da Comissão da UA descreveu os EUA como "um polo financeiro e de conhecimento", salientando a importância de uma parceria equilibrada, justa e equitativa para que os Estados-membros da UA abram seus mercados e atraiam capital, lembrando que, em 2025, o crescimento médio em África se estima em 3,9% e mais de 21 países terão um crescimento superior a 5%.

"Além disso, a luta contra a corrupção e o levantamento progressivo das barreiras tarifárias e não-tarifárias é o objetivo perseguido pelos nossos Estados-membros", acrescentou, sublinhando que o continente está firmemente engajado em harmonizar as políticas comerciais, domésticas e financeiras.

O responsável destacou o setor privado como um dos principais motores de desenvolvimento e prosperidade, sendo "a combinação de políticas públicas e o setor privado" garantia de um futuro melhor para as nações africanas.

Ao mesmo tempo, prosseguiu, é importante introduzir reformas no sistema financeiro global e nas regras da Organização Mundial de Comércio.

Mahmoud Ali Youssouf disse ainda que o próximo G20 Summit na África do Sul "será uma boa oportunidade para que a voz da África seja ouvida, alto e bom som", sublinhando que o continente africano é considerado por muitos como o centro de poder do futuro crescimento global.ANG/Lusa

 

EUA/ Governo quer diplomacia focada nos negócios e mais empresas em África

Bissau, 23 Jun 25 (ANG) - O diretor do Gabinete de Assuntos Africanos do Departamento de Estado norte-americano garantiu hoje que a diplomacia económica dos EUA está focada no setor privado e na criação de oportunidades de negócio em África, destacando Angola como exemplo de transformação.

Troy Fitrell, que discursava na cerimónia de abertura da 17.ª edição da Cimeira Empresarial EUA-África, que decorre em Luanda até quarta-feira, sublinhou o seu vínculo pessoal com o país onde se sente em casa.

"Vim pela primeira vez há 25 anos e Angola mudou muito. Pensem em como era há 25 anos agora e vejam que estão numa trajetória espantosa", afirmou.

"Às vezes focamo-nos no negativo e temos de olhar para o positivo. Quando olhamos para o que Angola fez nos últimos 25 anos é espantoso e isso reflete tudo o que tem acontecido no continente. África não é o mesmo lugar de há 25 anos e as relações também evoluem", destacou.

O responsável recordou que os EUA apresentaram recentemente, em Abidjan, uma nova estratégia comercial para o continente, adaptada ao contexto atual. "Fizemos isso porque o mundo mudou, os EUA mudaram, os mercados mudaram, as economias são muito diferentes do que eram há 25 anos", explicou, justificando a mudança de abordagem na diplomacia económica.

Fitrell enfatizou que as embaixadas norte-americanas devem atuar em função dos resultados junto do setor privado: "As nossas embaixadas trabalham para vocês, setor privado. É por aí que avaliamos os nossos embaixadores, pela forma como vos apoiam. Se os nossos embaixadores não nos trazem acordos empresariais e novas oportunidades de negócios e crescimento económico sustentável, perguntem-lhes porquê. Devem estar a oferecer-nos oportunidades todos os dias".

Acrescentou ainda que os Estados Unidos trabalham de perto com as câmaras de comércio e os empresários numa "verdadeira parceria".

Como prioridade, apontou os investimentos em infraestruturas que incluem também a modernização digital: "Precisamos de investimento maciço em infraestruturas. Normalmente pensamos em estradas, redes elétricas, mas não podemos esquecer o digital. Não podemos participar na economia moderna sem ter uma arquitetura digital moderna e segura".

O responsável norte-americano lembrou que, nesta cimeira, os EUA trouxeram "quase mil empresários" e que a aposta em missões comerciais vai continuar para trazer mais empresas americanas para fazer negócios em África.

Destacou ainda o papel das agências governamentais e outras instituições como a US International Development Finance Corporation (DFC), a instituição norte-americana de financiamento para o desenvolvimento, o EximBank e o Departamento de Comércio, que devem também ser mais rápidas.

Fitrell concluiu reforçando que o modelo de negócios "à americana" é benéfico e útil para África, salientando que está focado na tecnologia, inovação e força de trabalho. "Investir no capital humano é a maneira americana de fazer negócios. Temos um objetivo comum e estamos juntos. Esta é uma grande oportunidade - vamos fazer negócios esta semana e nos próximos anos", reforçou.ANG/Lusa

 

 Médio Oriente/Irão e Israel trocam ataques após bombardeamentos norte-americanos

Bissau, 23 Jun 25 (ANG) - O Irão defende que o ataque norte-americano aos seus locais nucleares ampliou o leque de alvos legítimos para as forças armadas iranianas. Teerão acusa o presidente Donald Trump de “imprudência” ao se ter aliado directamente a Israel.


Washington, por seu lado, congratula-se pelos “danos colossais” provocados e ameaça com novos ataques caso a República Islâmica não retome a via da paz.

Esta manhã, 23 de Junho, as sirenes voltaram a soar em várias regiões de Israel devido ao lançamento de mísseis iranianos. Um atingiu a zona de Lachish, sul de Jerusalém, provocando feridos, mas sem vítimas mortais. Minutos depois, o exército israelita disse ter abatido os mísseis e iniciado uma campanha de bombardeamentos no Irão, sobretudo sobre Teerão. Quartéis-generais dos Guardas da Revolução, o exército ideológico iraniano, e infra-estruturas militares teriam sido atingidas.

"Neste preciso momento (...) os aviões de combate israelitas estão a intensificar os bombardeamentos na região de Teerão, com especial enfoque nos quartéis-generais dos Guardas da Revolução, assim como sobre todos os elementos que ameacem o Estado de Israel", declarou o general Effie Defrin, porta-voz do exército israelita, em conferência de imprensa.

O local nuclear de Fordo, já atingido pelos EUA na madrugada de domingo para segunda, sofreu nova ofensiva israelita, agora afectando a estrada de acesso, segundo as forças de Telavive.

No plano diplomático, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araqchi, deslocou-se a Moscovo para um encontro com Vladimir Putin, que já veio a público denunciar um ataque “sem fundamento”. O Irão espera um papel mais activo da Rússia no conflito.

O presidente russo Vladimir Putin falou, esta segunda-feira, ao telefone, com o primeiro-ministro iraquiano Mohammed Chia al-Sudani, cujos países são importantes produtores de petróleo. Os dois líderes expressaram preocupação” quanto aos riscos para os mercados de energia que representa a guerra entre o Irão e Israel.

Em Bruxelas, Jean‑Noël Barrot, chefe da diplomacia francesa, apelou à contenção de todas as partes e alertou para o risco devastador de uma escalada. Por sua vez, o presidente da Coreia do Sul descreveu a situação como “muito urgente e indicou que os mercados financeiros estão instáveis.

A Coreia do Norte condenou com firmeza os ataques dos EUA e pediu uma condenação internacional contra EUA e Israel. Já a Austrália apoiou a ofensiva, mas insistiu na necessidade do regresso à via diplomática.

A China declarou que o ataque tinha minado a credibilidade de Washington, instou as partes à contenção e informou ter receios quanto ao risco de descontrolo.

Esta madrugada, um porta-voz militar iraniano reforçou que o ataque dos EUA ampliou “o espectro dos alvos legítimos” das forças do regime e, em inglês, deixou um aviso a Donald Trump: Pode começar esta guerra, mas seremos nós que lhe vamos pôr um fim.

Por seu lado, Donald Trump já tinha escrito nas redes sociais que “danos colossais haviam sido causados em todos os locais nucleares iranianos, afirmando que “os maiores danos foram causados em profundidade”. No domingo, o presidente norte-americano tinha ameaçado com novos ataques caso Teerão não retome a via da paz. ANG/Lusa

 

 Médio Oriente/Ásia é destino de 84% do petróleo que passa pelo Estreito de Ormuz

Bissau, 23 Jun 25 (ANG) - Cerca de 84% do petróleo que atravessa o Estreito de Ormuz destina-se à Ásia, incluindo China, Índia, Coreia do Sul e Japão, economias muito vulneráveis a restrições ao tráfego marítimo em caso de escalada do conflito no Médio Oriente.


Cerca de 84% do petróleo que atravessa o Estreito de Ormuz destina-se à Ásia, incluindo China, Índia, Coreia do Sul e Japão, economias muito vulneráveis a restrições ao tráfego marítimo em caso de escalada do conflito no Médio Oriente.

Cerca de 14,2 milhões de barris por dia de petróleo bruto e 5,9 milhões de barris por dia de outros produtos petrolíferos, ou seja, cerca de 20% da produção mundial, passaram pelo corredor estratégico do Estreito de Ormuz, ao largo do Irão, no primeiro trimestre, segundo a Agência de Informação sobre Energia dos Estados Unidos (EIA).

É a rota praticamente única de exportação do crude da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos, do Iraque, do Kuwait, do Qatar e do Irão.

Eis os principais países asiáticos a que se destina este petróleo:

Os peritos estimam que mais de metade do petróleo importado pela Ásia Oriental passa pelo Estreito.

É o caso da China: segundo a EIA, no primeiro trimestre importou 5,4 milhões de barris por dia de petróleo bruto através de Ormuz.

A Arábia Saudita foi o seu segundo maior fornecedor de 'ouro negro' no ano passado, com 1,6 milhões de barris por dia, ou seja, 15% do total das suas importações, segundo a EIA.

O próprio Irão tornou-se uma fonte importante de hidrocarbonetos: em abril, exportou 1,3 milhões de barris por dia para a China.

A maior parte é comprada por pequenas refinarias chinesas (conhecidas como "teapots") que operam independentemente das companhias petrolíferas estatais - uma forma de evitar as sanções dos EUA.

A China absorve mais de 90% das exportações de petróleo do Irão.

A Índia importou 2,1 milhões de barris por dia de crude através do Estreito no primeiro trimestre, segundo a EIA.

A Índia está fortemente dependente do Estreito, com o Médio Oriente a fornecer cerca de 53% das suas importações de petróleo no início de 2025, de acordo com a imprensa financeira local, nomeadamente do Iraque e da Arábia Saudita.

Isto é suficiente para deixar Nova Deli nervosa face à escalada das tensões, apesar de o país ter aumentado as suas compras de hidrocarbonetos russos nos últimos três anos.

"Tomaremos todas as medidas necessárias para assegurar um abastecimento estável de combustível aos nossos cidadãos", insistiu o ministro do Petróleo indiano, Hardeep Singh Puri, na X.

"Diversificámos os nossos fornecimentos nos últimos anos (...) Os nossos distribuidores dispõem de reservas para várias semanas e continuam a ser abastecidos através de vários canais", declarou, sem dar mais pormenores.

De acordo com os dados da indústria petrolífera do país, cerca de 68% das importações de petróleo bruto da Coreia do Sul passam pelo Estreito de Ormuz -- um volume de 1,7 milhões de barris por dia, segundo a EIA.

O país é particularmente dependente da Arábia Saudita, que no ano passado foi responsável por um terço das suas importações de petróleo, tornando-se o principal fornecedor do país.

"Até à data, não se registaram perturbações nas importações de petróleo bruto e de GNL (gás natural liquefeito) da Coreia do Sul, mas poderá surgir uma crise de abastecimento em função da evolução da situação", reconhece o ministério da Energia sul-coreano em comunicado.

"O Governo e os intervenientes da indústria prepararam-se para situações de emergência, mantendo uma reserva estratégica de petróleo equivalente a cerca de 200 dias de abastecimento e reservas suficientes de GNL", insistiu.

O Japão importa 1,6 milhões de barris por dia de petróleo bruto através do Estreito de Ormuz, segundo a EIA.

E, segundo os dados aduaneiros japoneses, 95% do petróleo bruto importado pelo arquipélago no ano passado veio do Médio Oriente.

As empresas de transporte de energia do país começaram a adaptar-se: "Estamos atualmente a tomar medidas para reduzir ao máximo o tempo de permanência dos nossos navios no Golfo", declarou à AFP a Mitsui OSK.

O resto da Ásia (dois milhões de barris por dia), nomeadamente a Tailândia e as Filipinas, mas também a Europa (0,5 milhões) e os Estados Unidos (0,4 milhões) foram outros destinos do petróleo bruto que passou pelo Estreito de Ormuz no primeiro trimestre.

Os países asiáticos poderiam tentar diversificar as suas fontes de abastecimento -- nomeadamente reforçando as suas compras de hidrocarbonetos americanos -- mas seria impossível substituir os grandes volumes provenientes do Médio Oriente.

A curto prazo, "as elevadas reservas mundiais de petróleo, a capacidade de reserva da OPEP [Organização de Países Exportadores de Petróleo] e a produção de gás de xisto nos Estados Unidos poderão proporcionar uma certa proteção", consideram especialistas do MUFG citados pela Afp.

A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos dispõem de infraestruturas que lhes permitem contornar o Estreito de Ormuz, o que poderia atenuar um pouco qualquer perturbação, mas a sua capacidade de trânsito, estimada pela EIA em cerca de 2,6 milhões de barris por dia, continua a ser muito limitada.

E o oleoduto Goreh-Jask, criado pelo Irão para exportar através do Golfo de Omã, que está inativo desde o ano passado, só tem uma capacidade máxima de 300.000 barris por dia, também segundo a EIA.ANG/Lusa

 

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Saúde Pública /Nomeado novo Diretor-geral de Administração do Sistema de Saúde

Bissau, 20 Jun 25 (ANG) – O Ministério da Saúde Pública tem novo Diretor-geral do Sistema de Saúde, na pessoa de Suande Camará, quinta-feira nomeado em Conselho de Ministros.

No mesmo Ministério, e segundo o comunicado do Conselho de Ministros, à que a ANG teve acesso, o coletivo ministerial deu por finda a comissão se serviço do Secretário-geral.

Na parte deliberativa, após análise e discussão, o Conselho de Ministros protelou a sua decisão sobre o pacote legislativo relativamente  a Estratégia Nacional de Cibersegurança da Guiné-Bissau, a Política Nacional de Governança e ao Regulamento Nacional de Interoperabilidade.

O elenco governamental deu anuência ao ministro das Finanças para mover diligências requeridas à alienação das instalações que albergam a Marinha de Guerra Nacional.

No capítulo de informações gerais, ministro do Comércio e Indústria apresentou um quadro ilustrativo do “bom êxito”, até aqui, da Campanha de Comercialização e Exportação da Castanha de Caju 2025. ANG/LPG/ÂC//SG

 


Comércio/Diretor-Geral anuncia  que  preços de produtos da primeira necessidade estão a baixar no país

Bissau, 20 Jun 25 (ANG) – O Diretor-Geral do Comércio Interno anunciou que os preços de produtos de primeira necessidade estão a baixar em  diferentes mercados do país.

Abulai Mané falava, quinta-feira, à imprensa, após  visita aos mercados de Bandim, Cuntum Madina, Bairro Militar, Antula e Pluba e disse que  durante a visita  constatou que  os preços dos produtos estão a baixar.

Aquele responsável disse que conseguiram atingir esse objectivo porque foi criada uma empatia entre o Ministério do Comércio e os comerciantes em diferentes escalões, importadores,  exportadores,  armazenistas e retalhista.

Adiantou que, por essa razão é que  efectuou visitas aos  diferentes mercados de Bissau,  para  constatar “in loco” as reais situações dos mercados em relação aos preços de produtos de primeira necessidade praticados e  saber em que condições  funcionam os próprios mercados.  

O Director-Geral do Comércio Interno frisou que, por exemplo, o arroz “Nhelem” 100% partido que custava  20.500 francos  CFA para o importador e 22.000 para o consumidor final passa a ser vendido a 17.500 francos CFA ao consumidor final e açúcar saiu de 37000 para 25.000 francos  CFA por saco de 50 kg. 

“Estamos satisfeitos uma vez que vimos que os preços dos produtos que ontem tinham um preço, hoje estão a ser vendidos os mesmo produtos num valor a menos. Isso, encoraja o Ministério para  criar todas as condições e continuar a fazer averiguação de produtos da primeira necessidade nos mercados”, disse.

Abulai Mané disse que, em 2023, o Governo tinha  uma estrutura de custos, em que  os produtos como arroz, óleo, farinha e açúcar tinham um preço e atualmente os preços baixavam comparativamente a 2023.

Disse que a visita irá permitir ao Ministério do Comércio e Indústria  fazer uma proposta final dos preços dos produtos da primeira necessidade a praticar nos mercados. 

 “Antes,  será  levado ao Conselho de Ministros para que haja uma nova estrutura de custos de produtos da primeira necessidade, o que vai permitir que as populações, sobretudo, os consumidores, tenham, no mínimo, o poder de compra”, enfatizou.

O presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau, Aliu Seide explicou, na ocasião,  que antes o Governo tinha fixado o preço do arroz, cem por cento partido, em 20.500 mil francos cfa, mas, que diz, “graças à Deus” o preço desceu para 17.500. 

“Doravante,  os retalhistas não podem e nem devem vender o arroz Nhelem cem por cento partido por mais de 18,500 cfa”, alertou Aliu Seide.

Aliu Seidi aproveitou a ocasião para pedir o fim da guerra entre o Irão e o Israel no Médio Oriente. 

“Se essa guerra continuar e ganhar outros contornos pode  afetar a economia do país e acelerar de novo a subida dos produtos da primeira necessidade”, disse.ANG/MSC/ÂC//SG

Saúde Pública/Médico guineense em Portugal alerta para  aumento das doenças crônicas não transmissíveis em Bissau

Bissau, 20 Jun 25 (ANG) – O Médico guineense em doutoramento no Instituto  de Saúde Pública da Universidade do Porto em Portugal, alertou quinta-feira, para o aumento de casos de doenças crônicas não transmissíveis, em Bissau.

Segundo a Rádio Sol Mansi, Rubem Turé fez lançou o alerta na  apresentação da obra científica sobre “Doenças Crônicas Não Transmissíveis em África.

Turé sustentou que à prevalência de hipertensão na capital Bissau é de 26 por cento, sobretudo na camada adulta da população.

 Disse que metade destes  26 por cento  não sabe que é hipertenso.

Acrescentou que  a situação afeta pessoas com entre  35 a 45 anos de idade, o que diz ser preocupante.

Na sub-região oeste-africana, Bissau, segundo Ruben Turé, lidera a lista de obesos da capital, 16 por cento de citadinos. ANG/LLA//SG


    Ucrânia/Zelensky acusa Rússia de defender programa nuclear iraniano

Bissau, 20 Jun 25 (ANG) - O Presidente ucraniano Volodimir Zelensky acusou hoje a Rússia de tentar salvar o programa de armamento nuclear iraniano, depois de Moscovo ter condenado os ataques israelitas às centrais nucleares iranianas.


Zelensky defendeu num discurso transmitido hoje pela televisão ucraniana que não há outra forma de interpretar os sinais demonstrados pela Rússia e pela atividade que Moscovo "mantém nos bastidores".

O presidente ucraniano acrescentou que a Rússia está a tentar intervir na crise do Médio Oriente porque "um dos cúmplices" está a perder a capacidade de exportar a guerra, referindo-se ao Irão.

O regime de Teerão forneceu à Rússia os aparelhos aéreos não tripulados (drones) Shahed - que Moscovo também já produz - para atacar a Ucrânia.

Volodimir Zelensky disse ainda que os drones de fabrico iraniano e os mísseis balísticos fornecidos pela Coreia do Norte estão a ser utilizados pela Rússia para matar cidadãos ucranianos.  

Neste sentido, o chefe de Estado ucraniano reiterou o pedido sobre o agravamento das sanções internacionais contra a Rússia. ANG/RFI