quarta-feira, 25 de junho de 2025

EUA/Trump acusa CNN e NYT de tentarem distorcer sucesso do ataque ao Irão

Bissau, 25 Jun 25 (ANG) - O presidente norte-americano acusou a CNN e o New York Times de tentarem desvirtuar o bombardeamento a instalações nucleares iranianas, ao divulgarem um relatório que afirma que o programa nuclear do país foi atrasado em apenas alguns meses.

Uma análise preliminar dos serviços secretos dos Estados Unidos, divulgada pelos dois meios de comunicação social, aponta que o programa nuclear iraniano apenas sofreu um atraso de alguns meses, após a ofensiva, no fim de semana, contra as instalações de Isfahan, Natanz e Fordo.

"Notícias falsas da CNN, juntamente com o falhado New York Times, uniram-se para tentar desvalorizar um dos ataques militares mais bem sucedidos da história - as instalações nucleares do Irão foram completamente destruídas", afirmou na terça-feira Donald Trump, numa mensagem publicada na rede social que detém, a Truth Social.

De acordo com o líder republicano, que se encontra em Haia para a cimeira da NATO, tanto a emissora como o jornal estão a ser criticados pelo público.

O documento dos serviços secretos acrescenta que os bombardeamentos dos EUA destruíram apenas uma pequena parte do material nuclear, já que a maior parte das reservas de urânio enriquecido do Irão foi deslocada antes da ofensiva.

O secretário da Defesa, Pete Hegseth, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, e o enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, tinham-se pronunciado no início do dia para desmentir esta análise.

"Qualquer pessoa que diga que as bombas não foram devastadoras está apenas a tentar minar o presidente e o sucesso da missão", declarou Hegseth, enquanto Witkoff classificou a fuga de informação de traição e apelou a uma investigação para responsabilizar o autor desta fuga. ANG/Lusa

 

      Brasil/BRICS apelam ao "fim do ciclo de violência" no Médio Oriente

Bissau, 25 Jun 25 (ANG) - Os BRICS apelaram terça-feira a uma "rutura do ciclo de violência no Médio Oriente", na sequência dos ataques israelitas e americanos contra o Irão, país membro deste grupo de dez países de economias emergentes emergentes.

 

Numa declaração conjunta emitida pelo Brasil, que preside atualmente o grupo, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Indonésia, Irão e Emirados Árabes Unidos) denunciaram os ataques contra instalações nucleares e apelaram ao estabelecimento no Médio Oriente de "uma zona livre de armas nucleares e outras armas de destruição maciça".

Os dez países manifestaram também a sua "grande preocupação com qualquer ataque a instalações nucleares pacíficas realizado em violação do direito internacional e das resoluções pertinentes da Agência Internacional da Energia Atómica" (AIEA).

"As salvaguardas nucleares, a segurança e a proteção devem ser sempre mantidas, incluindo em caso de conflito armado, a fim de proteger as populações e o ambiente", acrescentaram, afirmando "a necessidade de criar uma zona livre de armas nucleares e de outras armas de destruição maciça no Médio Oriente".

Esta declaração é emitida no mesmo dia em que soube que o Zimbabué está a negociar com o Brasil a entrada no grupo de economias emergentes, de acordo com a agência de notícias EFE.

Donald Trump anunciou hoje de madrugada que Israel e o Irão tinham acordado um cessar-fogo, informação que ambos os países confirmaram, embora pouco depois Telavive e Teerão se tenham acusado mutuamente do lançamento de mísseis.

A região tem vivido uma escalada de violência desde 13 de junho, quando Israel iniciou uma ofensiva contra instalações militares e do programa nuclear iraniano, numa série de ataques que foram retaliados por Irão.

A tensão aumentou quando os Estados Unidos se juntaram aos ataques contra o território iraniano no fim de semana, bombardeando três instalações nucleares no Irão, uma agressão à qual o país persa respondeu atacando na segunda-feira a base norte-americana de Al-Udeid, no Qatar, a maior que Washington mantém no Médio Oriente.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, proclamou hoje à noite uma "vitória histórica" contra o Irão e o seu programa nuclear.

"Destruímos o projeto nuclear iraniano. E se alguém no Irão tentar reconstruí-lo, agiremos com a mesma determinação, com a mesma intensidade, para frustrar qualquer tentativa", prometeu o primeiro-ministro israelita.

O Irão também declarou vitória e reafirmou os seus "direitos legítimos" de prosseguir o seu programa atómico civil, afirmando estar pronto para retomar as negociações com Washington.ANG/Lusa

 

     China/Governo pede que se evite "lei da selva" na economia global

Bissau, 25 Jun 25 (ANG) – “Aquilo que o mundo precisa não é da lei da selva, mas do sucesso mútuo através da cooperação", afirmou Li, numa referência implícita às tensões protecionistas e às medidas lideradas pelos Estados Unidos para reduzir a dependência da China em setores estratégicos.


Li discursava na sessão inaugural da Reunião Anual dos Novos Campeões, conhecida como o "Davos de Verão" e promovida pelo Fórum Económico Mundial, que decorre esta semana em Tianjin, no nordeste da China, e reúne líderes políticos e empresariais de mais de 90 países e regiões.

No seu discurso, o primeiro-ministro chinês alertou para "mudanças profundas" na economia internacional, impulsionadas por tensões geopolíticas, transformação tecnológica e reconfiguração das cadeias de abastecimento globais.

"O mundo não pode voltar a ser um conjunto de ilhas isoladas. Precisamos de mais pontes de cooperação em que todos ganhemos", defendeu.

Num contexto marcado pelo aumento de taxas alfandegárias, restrições ao investimento estrangeiro e apelos à 'dissociação' económica com a China, Li reiterou que o comércio e o investimento globais "não devem ser politizados nem transformados em instrumentos de confronto".

Sublinhou ainda que a China continua comprometida com o diálogo, a integração económica e a promoção de um sistema multilateral aberto.

"A globalização económica não vai parar. Pode passar por altos e baixos, mas continuará a avançar", declarou.

Li destacou também o papel crescente das economias emergentes como "novos motores" do comércio internacional, recordando que representam cerca de 70% da população mundial.

A China vai continuar a abrir-se ao exterior, assegurou Li, prometendo mais cooperação nas áreas da inovação tecnológica e da transição energética e melhoria no ambiente para investidores estrangeiros com regras claras e previsíveis.

A edição deste ano do "Davos de Verão" decorre sob o signo da incerteza geoeconómica e do aumento do protecionismo, colocando a tónica nas oportunidades oferecidas pelo empreendedorismo e pelas novas tecnologias para impulsionar o crescimento e a resiliência económica.

Entre os participantes contam-se os chefes de Governo de países como Equador, Singapura e Vietname. ANG/Lusa

 

        NATO/Instabilidade no Médio Oriente marca último dia da cimeira

Bissau, 25 Jun 25 (ANG) - A instabilidade no Médio Oriente vai marcar o debate entre os 32 aliados na cimeira da NATO, que hoje termina em Haia, após o anúncio do Presidente norte-americano, Donald Trump, de um cessar-fogo entre Israel e o Irão.


N
uma altura de contínua guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e de fortes tensões no Médio Oriente, a reunião de alto nível da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) - a primeira organizada pelo atual secretário-geral da Aliança, Mark Rutte - arrancou na terça-feira com uma agenda centrada no debate dos acontecimentos mundiais e do seu impacto na segurança euro-atlântica.

Apesar de não constar da agenda oficial do encontro, a situação no Médio Oriente irá marcar as discussões deste último dia de cimeira, depois de Donald Trump ter proposto um cessar-fogo para pôr fim à guerra de 12 dias que abalou a região.

Telavive e Teerão aceitaram a proposta de Washington - que durante o fim de semana também se envolveu diretamente no conflito ao bombardear instalações nucleares iranianas - mas já se acusaram mutuamente de ter violado a trégua.

O principal objetivo da cimeira é, ainda assim, assegurar um novo compromisso entre os aliados para gastarem mais em defesa face à instabilidade geopolítica mundial.

Os aliados devem hoje chegar a acordo para gastar 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica), um acréscimo face ao atual objetivo de 2%.

Esta é a proposta do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que chegou a suscitar reserva por parte de Espanha, Eslováquia e Itália, mas que deve ser aprovada pelos líderes da Aliança Atlântica na reunião de alto nível desta manhã, ficando decidida a meta temporal.

Certo é que a perceção de ameaça entre os aliados está mais acentuada, o que obriga a um maior investimento em defesa, como tem vindo a defender o presidente norte-americano, Donald Trump, que marca presença em Haia.

É a primeira reunião de alto nível da NATO do republicano desde que iniciou o seu segundo mandato na Casa Branca, em janeiro passado.

Em Portugal, o Governo anunciou que iria antecipar a meta de 2% do PIB em defesa para 2025.

Em 2024, Portugal investiu cerca de 4.480 milhões de euros em defesa, aproximadamente 1,58% do seu PIB, o que colocou o país entre os aliados da NATO com menor despesa militar - abaixo da meta dos 2% -, segundo estimativas do Governo.

Portugal está representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Paulo Rangel e Nuno Melo, respetivamente.ANG/Lusa

    Itália/Sangue nas lágrimas da Virgem Maria era afinal de vidente italiana

Bissau, 25 Jun 25 (ANG) - As lágrimas de sangue que fluíam dos olhos de uma estatueta da Virgem Maria, que atraiu muitos peregrinos perto de Roma, eram falsas, pertencendo à autoproclamada vidente que fez um negócio lucrativo com o fenómeno, revelou uma investigação.

 

Em 2024, o Vaticano já tinha refutado a natureza sobrenatural das aparições relatadas por Gisella Cardia, que afirmou ter ouvido Maria e testemunhado os seus milagres em Trevignano Romano, uma cidade a noroeste de Roma.

Esta siciliana de cinquenta anos relatou que comunicava diretamente com a Virgem e o caso, amplamente divulgado, atraiu centenas de peregrinos que iam todos os meses rezar à estátua da Virgem nas alturas do Lago Bracciano, noticiou na terça-feira a agência France-Presse (AFP).

A ex-empresária, condenada em 2013 por falência fraudulenta, afirmou ter visto a estatueta da Virgem derramar lágrimas de sangue e ter assistido a uma multiplicação de pizzas e gnocchi, como no "milagre da multiplicação dos pães" descrito no Evangelho.

Na realidade, o sangue era dela, revelaram análises genéticas de quatro amostras, todas correspondentes ao seu ADN, segundo relatos publicados pela imprensa italiana, incluindo o diário romano Il Messaggero.

A diocese abriu uma investigação em abril de 2023 após denúncias de vários moradores de Trevignano Romano, que denunciavam uma "fraude gigantesca" e estavam exasperados com as romarias dos fiéis.

O Ministério Público de Civitavecchia também abriu uma investigação sobre fraude. Graças ao sucesso do passa-palavra, Gisella Cardia fundou uma associação que colheu os benefícios de um negócio lucrativo alimentado por donativos individuais.

Só as lágrimas da Virgem Maria em Siracusa, na Sicília, em 1953, foram oficialmente reconhecidas como milagrosas por um papa.

Desde então, inúmeros fenómenos semelhantes têm sido alegados como envolvendo estátuas de Maria, Cristo ou santos em Itália, onde 74,5% dos 59 milhões de habitantes são católicos.

Nestes casos, a Igreja Católica mantém-se muito cautelosa e deixa ao critério de cada diocese decidir caso a caso.ANG/Lusa

 

terça-feira, 24 de junho de 2025

CEDEAO/ Centro Regional de Saúde Animal da Comunidade vai ter novas instalações na Guiné-Bissau

Bissau, 24 Jun 25 (ANG) –  O Centro Regional de Saúde Animal, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) vai ter novas instalações na Guiné-Bissau, na sequência da saída do Mali da Organização, onde o projecto se encontrava.

A decisão foi tomada na 67ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da (CEDEAO), à que a ANG teve acesso hoje.

A reunião foi realizada  no passado dia 22 de junho, em Abuja, na República Federal da Nigéria, sob a presidência da Nigéria , Presidente em exercício da Conferência.

Segundo o comunicado final dessa reunião,  a conferência tomou essa medida devido a retirada do Burkina Faso, do Mali e do Níger da Comunidade,  e  as Instituições e agências localizadas nestes países serão reafectadas aos Estados membros que atualmente não acolhem nenhuma instituição ou Agência da CEDEAO.

Nesse âmbito,  a conferência aprovou a  reafectação do Centro de Desenvolvimento da Juventude e dos Desportos da CEDEAO na Libéria, o Centro de Gestão dos Recursos Hídricos  na Guiné-Conacri, Centro Regional de Saúde Animal na Guiné-Bissau tendo decidido adiar a afetação da Organização Oeste Africana de Saúde(OOAS) até que sejam realizadas novas consultas.

Relativamente a Guiné-Bissau, a conferência exortou as autoridades guineenses a manter a data de 23 de Novembro de 2025, para realização  das eleições presidenciais e legislativas prevista no Decreto presidencial.

Convidou ao Governo e todas as partes interessadas a criarem um ambiente propício à realização de um processo pacífico, credível e inclusivo, respeitador de todos os direitos consagrados na Constituição da Guiné-Bissau.

Neste sentido, a Conferência instruiu o Presidente da Comissão da organização sub-regional a manter o diálogo com todas as partes interessadas na Guiné-Bissau, para facilitar o estabelecimento de um clima de confiança e a busca de consenso, bem como de identificar as necessidades financeiras.

Reconheceu as consultas entre as partes politicas da Guiné-Bissau com vista a chegar a um acordo sobre o quadro para as eleições presidenciais e legislativas previstas para 23 de Novembro de 2025.

Sobre a Democracia, Paz e Segurança, a Conferência refere que foram registados, com satisfação o respeito e  cumprimento contínuo dos Estados-membros dos valores e princípios comunitários em matéria de democracia, da boa governação e de diálogo, demonstrado pela condução contínua de processos constitucionais, eleitorais e de diálogo inclusivo, pacífico e credíveis.

O comunicado final da conferência refere que a organização regista com preocupação os contínuos desafios à segurança e à estabilidade na região, alimentados pelas actividades de grupos armados terroristas e extremismo violentos, bem como pela violência intercomunitária e o crime organizado transnacional.

A Conferência condena os recentes ataques terroristas no Benin e  Togo, bem como a ameaça contínua sobre os países costeiros.

Em relação ao desempenho económico, o comunicado final indica que a Conferência congratulou-se com as perspetivas económicas e instou os Estado membros a intensificar a mobilização de recursos internos e melhorar a eficiência das despesas públicas, para limitar os défices orçamentais e o recurso ao endividamento público.

Recomenda aos Estados membros a manterem politicas monetárias credíveis para controlar a inflação, incentivar o desenvolvimento do setor privado, através da aplicação de reformas estruturais,, e para a melhoria do clima de negócios e do esforço do investimento em capital humano e  infraestruturas.

Quanto a Liivre Circulação de Pessoas e Bens, comforme o documento, a Conferência lamentou a persistência de numerosas barreiras  tarifárias e não tarifárias, por isso deu instruções para sua eliminação total, ao longo dos corredores rodoviários da comunidade.

Instou ainda a Comissão, a apoiar os Estados membros na implementação do Acordo sobre a Zona de Comércio Livre Continental Africana, bem como na eliminação das barreiras não tarifárias.

Quanto a  luta contra o terrorismo e outras ameaças à segurança, a Conferência reafirmou o seu empenho na erradicação do terrorismo no espaço comunitário e deu instruções ao Presidente da Comissão para convocar, com urgência, uma reunião sobre as modalidades de uma cooperação eficaz na luta contra o terrorismo, para permitir uma resposta concertada e eficaz à ameaça terroristas em toda a  Africa Ocidental.

A Conferência manifestou a sua preocupação em relação a lentidão na ativação da Força de Alerta e apelou a uma ação decisiva. A este respeito, instruiu o Presidente da Comissão para realizar, com urgência, uma reunião com os ministros das Finanças e da Defesa da CEDEAO para acordar as modalidades de financiamento interno para assegurar a rápida ativação da referida força.

Para o efeito, a conferência de Chefes de Estados e de Governo deu orientações à Comissão para prestar assistência financeira aos Estados afetados pelo terrorismo, para a aquisição de materiais de combate ao terrorismo e para fazer face à situação humanitária decorrente do fluxo de refugiados e de pessoas deslocadas internamente devido aos ataques terroristas.

Em relação as operações de apoio à paz,  a Conferência refere
ter registado  com satisfação as missões de avaliação conduzidas por diferentes  Comissões  sobre os impactos políticos, de segurança e financeiros das missões de  segurança levadas a cabo pela CEDEAO na Gâmbia e  Guiné-Bissau.

Decidiu prorrogar o mandato da ESSMGB por  dezoito meses e o da ECOMIG por 24 meses, a partir do termo dos seus mandatos atuais, e encarregou a Comissão de elaborar uma estratégia de saída, incluindo um plano de redução progressiva e de encerramento das atividade de ambas as missões, após o termo desses mandatos. ANG/LPG/ÂC//SG

CMB/Sindicato dos trabalhadores ameaça paralisar a instituição caso não forem pagos  dois meses de salários

Bissau, 24 Jun 25 (ANG) – O Sindicato dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Bissau (STCMB), ameaçou, segunda-feira, paralisar o funcionamento  da instituição, caso não forem pagos  dois meses de salários em atraso.

“Os fiéis muçulmanos e cristãos que trabalham na CMB passaram a festa de Ramadão e Páscoa, sem dinheiro no bolso, e são pessoas com famílias. Todas as promessas feitas pela  direção da CMB não foram compridas. Sendo assim, brevemente, vamos entregar um pré-aviso de greve à direção”, disse Ivo Ndafa ,em declarações à imprensa.   

Segundo Ndafa estão em causa os meses de Maio e Junho em curso.

O dirigente sindical revelou que os funcionários da CMB sofrem descontos para  Segurança Social , para efeitos de aposentação, mas que o dinheiro descotado não chega ao destino .

“Se o dinheiro descontado aos funcionários para o pagamento da Segurança Social chegasse ao destino, talvéz não teríamos tanta dificuldade, porque a Segurança Social poderia cobrir  lacunas”, disse o  Presidente do Sindicato dos trabalhadores da Câmara Municipal de Bissau.

Acrescentou que existe  uma dívida no valor de 500 milhões FCA, que a CMB deve depositar,  desde Fevereiro, na conta dos funcionários que sofrem descontos para  Segurança Social, mas que até ao momento não foi depositado pela atual Direção.  

“Temos ainda a situação de pagamento de subsídio de sábado e domingo aos coveiros que trabalham diariamente sem descansar e não ganham nada”, disse Ivo Ndafa.

O Presidente da CMB, José Medina Lobato já reagiu a ameaça de paralisação dos serviços feita pelo sindicato dos trabalhadores, para dizer que estão em dívida apenas um mês e não dois meses.

“Na realidade, não pagamos apenas o salário do mês de Maio devido as nossas  dificuldades financeiras, mas vai ser ultrapassada assim que conseguimos reunir o dinheiro para tal. O mês de Junho ainda não terminou, portanto não se pode dizer  que são dois meses de salários em atraso”, disse Lobato, em conferência de imprensa esta terça-feira.

Medina Lobato disse  que no período da chuva a CMB se depara  sempre com dificuldades, porque as receitas  não entram com frequência e diz que dependem  das receitas internas para pagar salários dos  funcionários,  compra de combustíveis, pagar subsídios e realizar ouros eventos. ANG/AALS/LLA/ÂC//SG

           Regiões/Escola de Bijimita se depara com falta de professores

Biombo, 24 Jun 25 (ANG) – A Unidade Escolar  de Ensino Básico Unificado, da secção de Bijimita, sector de Quinhamel, região de Biombo,  está a deparar-se com a falta de professores, sobretudo de Matemática.

Segundo o despacho do Correspondente da ANG  para a Região de Biombo, que cita o  diretor da Unidade Escolar de Bijimita, Bernardo Ndjuraca Cá, o único professor de Matemática que havia na escola foi  retirado pelo  inspector para uma missão  na zona  de Quissete, sector de Prábis, e Ndjuraca Cá queixasse de não ter sido ouvido sobre essa missão.

Em relação a  disciplina de Português, aquele responsável, disse que a escola só conta com um professor, porque muitos foram retirados de lá sem explicações.

Bernardo Cá disse que, para cobrir as vagas deixadas, resolveu-se contratar os professores da escola de formação  de 17 de Fevereiro, que entretanto ainda só recebem incentivos provenientes de fundos de auto-gestão da escola, correspondentes à 50 por cento dos seus salários. ANG/MN/MI/ÂC//SG



Regiões/Agricultores de Binar  preocupados com  fraca chuva no início da época de cultivo

Oio, 24 Jun 25 (ANG) – Os agricultores de secção de Binar, sector de Bissorã, região de Oio, norte do país, manifestaram as suas preocupações em relação a fraca chuva que se verifica no início da presente época agrícola.


As preocupações dos agricultores de Binar foram
 manifestadas ao Correspondente da ANG naquela região, pelo comité da tabanca Nbali Sanca, que disse  que, caso a situação prevalecer  os agricultores vão ser a primeira vítima da falta de água para a lavoura.

Sanca pede, por isso, ajuda ao Governo e parceiros de sementes de ciclo curto, que não necessitam de muita água, para fazer face a situação.

Falando da segurança pública em Binar, Nbali pediu meios para a Polícia local, uma vez que, cada vez que haja necessidade de suas intervenções  os agentes pedem emprestado as motos de particulares para se deslocar ao local de crime.

Nbali Sanca pede ao Governo para  reforçar a capacidade locomotiva dos agentes da POP de Binar para fazer face a onda de criminalidade na secção.ANG/AD/MSC/ÂC//SG

Regiões/ Diretor da Escola Ébineger de Olossato pede apoio para cobertura do pavilhão descoberto pelo vento

Oio, 24 Jun (ANG) - O Diretor da Escola do ensino básico  unificado de Igreja Evangélica “Ébineger” de secção de Olossato, sector de Mansaba, região de Oio, pede apoios para a cobertura de um pavilhão descoberto por vento forte registado, segunda-feira, naquela localidade.


Segundo o despacho do Correspondente da ANG ‘para região de Oio, Nue Quebi lamentou o ocorrido e disse que o pavilhão danificado precisa ser recuperado para acolher os alunos que no próximo dia 1 de Julho iniciam as provas finais do presente ano letivo.

A escola tem 4 turmas, um armazém,  e 205 alunos que devem realizar a prova de coordenação entre 1 e 6 de Julho próximo. ANG/AD/MI/ÂC//SG

Médio Oriente/Teerão acusa Telavive de nova onda de ataques após cessar-fogo

Bissau, 24 Jun 25 (ANG) - As Forças Armadas do Irão acusaram Israel de "violar o cessar-fogo" hoje com uma nova onda de ataques contra o seu território, depois de o exército israelita ter acusado Teerão de lançar mísseis e ameaçado responder.


Segundo o Irão, "o regime israelita violou o cessar-fogo por três vezes com ataques contra vários locais do país" e irá "pagar um preço elevado".

As Forças Armadas, citadas pela agência de notícias iraniana Tasnim, não avançaram informação sobre eventuais baixas causadas pelo novo bombardeamento.

O exército israelita já tinha denunciado esta manhã ter detetado um novo ataque com mísseis do Irão, duas horas após a entrada em vigor do cessar-fogo (às 07:00 de Telavive, 09:00 em Lisboa), o que foi negado pelas autoridades iranianas.

Telavive adiantou ter ordenado, entretanto, um ataque retaliatório e o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, explicou que o lançamento de mísseis pelo Irão constituiu uma violação do cessar-fogo, pelo que instruiu as Forças Armadas israelitas para retomarem "as intensas operações para atacar Teerão e destruir alvos do regime e infraestruturas terroristas".

O acordo de cessar-fogo foi anunciado pelo Presidente norte-americano na segunda-feira à noite, através de uma publicação nas redes sociais a dizer que Israel e Irão tinham chegado a um acordo que entraria em vigor às 05:00 de hoje (09:00 em Lisboa).

Donald Trump voltou a publicar uma mensagem esta manhã na qual garantiu que o cessar-fogo estava em vigor e pediu às partes para não o violarem.ANG/Lusa

Médio Oriente/Donald Trump anuncia cessar-fogo Israel-Irão mas tensão mantém-se no terreno

Bissau, 24 Jun 25 (ANG) - O governo israelita anunciou esta terça-feira, pelas 06h30 TMG, ter aceitado um cessar-fogo bilateral proposto pelos Estados Unidos, após quase duas semanas de confrontos com o Irão.

A ofensiva israelita começou a 13 de Junho, tendo como objetivo declarado impedir o desenvolvimento do programa nuclear iraniano.

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou pouco antes o início do cessar-fogo, que deveria entrar em vigor às 04h00 TMG. Segundo o plano, o Irão suspenderia inicialmente todas as operações, com Israel a seguir o exemplo 12 horas depois.

Nas primeiras horas após o cessar-fogo, as Forças de Defesa de Israel (IDF) reportaram o lançamento de dois mísseis balísticos provenientes do território iraniano. Ambos os mísseis foram interceptados pelos sistemas de defesa aérea israelitas segundo Tel Aviv. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou uma resposta militar “com ataques intensos contra alvos no coração de Teerão”.

Por outro lado, o Estado-Maior das Forças Armadas do Irão negou o lançamento de quaisquer mísseis nas últimas horas. O Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano afirmou que as Forças Armadas do país estão preparadas para responder a qualquer acto hostil. A Republica Islâmica também denunciou o não respeito do cessar-fogo por parte de Israel segundo a televisão nacional iraniana.

Na noite anterior, as forças iranianas dispararam vários mísseis contra a base aérea americana de Al-Udeid, no Qatar, em resposta aos ataques a instalações nucleares iranianas realizados pelos Estados Unidos durante o fim de semana. O número de mísseis disparados foi igual ao número de bombas lançadas pelos EUA, segundo os Guardas da Revolução. As autoridades americanas confirmaram que a base tinha sido evacuada e que os mísseis foram interceptados. O presidente Trump agradeceu ao Irão por avisar previamente, o que evitou vítimas.

Num discurso televisivo, Benjamin Netanyauh anunciou que todos os objectivos de Israel foram cumpridos e que o Irão já não tinha a capacidade de desenvolver um programa nuclear, mas o governo iraniano anunciou que tomou medidas para garantir a continuidade do seu programa nuclear após os ataques dos EUA e Israel a instalações em Fordo, Natanz e Isfahan. Segundo Teerão, apesar dos danos, a produção não vai ser interrompida.

As bolsas mundiais reagiram positivamente, com subidas generalizadas e queda nos preços do petróleo que tinham aumentado com a ameaça do fecho do Estreito de Ormuz pelo Irão.ANG/RFI

 

          Irão/Último balanço oficial de Teerão elevado para 610 mortos

 Bissau, 24 Jun 25 (ANG) - As autoridades sanitárias iranianas anunciaram hoje que morreram pelo menos 610 pessoas e mais de 4.700 ficaram feridas nos últimos 12 dias, na sequência dos bombardeamentos em diferentes zonas do país.

O porta-voz do Ministério da Saúde do Irão, Hosein Kermanpour, afirmou que 4.746 pessoas ficaram feridas, 971 das quais permanecem hospitalizadas, e que 13 crianças, incluindo uma de dois anos de idade, estavam entre os mortos.

A organização de defesa dos direitos humanos Hrana, um grupo com sede nos Estados Unidos de oposição ao regime iraniano, afirmou hoje que o número de mortos aumentou para 974.

De acordo com a mesma organização, o último balanço indica que 3.458 pessoas ficaram feridas.

As informações sobre o número de mortos e feridos têm sido tratadas com precaução, tanto no Irão como em Israel.

Segundo fontes oficiais, 28 pessoas foram mortas em Israel, quatro das quais durante a madrugada, no último ataque iraniano antes da entrada em vigor das tréguas.

Neste último ataque, 13 pessoas ficaram feridas, em Beersheva.

O serviço de emergência israelita Magen David Adom (MDA) contabilizou 28 mortos, 17 feridos graves e 29 feridos ligeiros.

O Estado de Israel, apoiado pelos Estados Unidos, iniciou os ataques contra o Irão na madrugada de 13 de junho com uma vaga de bombardeamentos contra as instalações nucleares iranianas.

A campanha intensificou-se com ataques a alvos em diferentes partes do Irão, incluindo a capital.

O Irão respondeu com mísseis balísticos e aparelhos aéreos não tripulados (drones) contra alvos principalmente no centro e norte de Israel.

Israel e Irão acusaram-se mutuamente de lançar ataques nos respetivos territórios após a entrada em vigor do cessar-fogo anunciado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aceite oficialmente pelos dois países.ANG/Lusa

 

Moçambique/ONG pede proteção de crianças após aumento de violações em Moçambique

Bissau, 24 Jun 25(ANG) - A (ONG) moçambicana Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança (ROSC) pediu hoje responsabilização e mais ação governamental face ao aumento de 525% nas violações graves contra crianças em conflitos armados no país.

"A responsabilização (...) faz parte da prevenção, porque não é só na parte da penalização. Quando há responsabilização, as pessoas podem aprender a componente daquilo que é mal e que não deve ser feito, mas também porque é preciso proporcionar uma compensação e uma justiça às famílias, às vítimas, às sobreviventes", disse em entrevista à Lusa Benilde Nhalivilo, diretora executiva da ROSC, em Maputo.

No "Relatório do secretário-geral da ONU sobre crianças e conflitos armados de 2024" indica-se que Moçambique foi o segundo país com o maior aumento percentual (525%) de violações graves contra crianças em conflitos armados em 2024, apenas atrás do Líbano, segundo dados publicados na quinta-feira.

"Estamos muito tristes e indignados, mas também mais do que isso é a ideia e a vontade de trabalharmos cada vez mais para prevenir esse tipo de situação", afirmou a diretora da ONG.

Acrescentou que as crianças "já antes eram vítimas de vários outros tipos de violência e também de situações como desastres naturais que davam maior vulnerabilidade" e "perpetuavam" os fatores que as colocavam como parte dos grupos que são principais vítimas.

A continuidade do conflito na província de Cabo Delgado, no norte, é um dos "focos de ataques" às crianças e mulheres, disse.

O ROSC diz estar a desenvolver, juntamente com parceiros, trabalhos na área de "crianças em situação de conflito e violência armada" e a capacitar organizações da sociedade civil, bem como advocacia para responsabilidade estatal na matéria.

"Sabemos que a cultura da violência nas nossas comunidades está cada dia a tornar-se mais normalizada. E também a questão da responsabilização daqueles que cometem esse tipo de atos, que é uma coisa que nós gostaríamos de ver cada vez mais. Porque a responsabilidade de proteger as crianças é acima de tudo do Estado e também de todos nós que fazemos parte dessa sociedade", acrescentou.

Nhalivilo recorda que Moçambique é "destino de tráfico, corredor, e também de partida de pessoas, e particularmente de crianças que estão traficadas", referindo que há crianças portadoras de albinismo raptadas e mortas, com os órgãos retirados.

"Isso não está no contexto de Cabo Delgado, isso está no contexto de uma sociedade que se apresenta, de certa forma, doentia, e que precisa de colocar as crianças no centro das suas políticas públicas, das suas ações, para a proteção e defesa dos direitos das crianças", disse.

Os 16 anos de guerra civil entre Governo e Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) também criaram "uma cultura de violação dos direitos das crianças", e, por outro lado, a fraca atuação das instituições que devem proteger as crianças, refere.

A impunidade frequentemente sobrepõe-se à Justiça, mesmo quando os perpetradores de violência são identificados, apontou a líder da ONG, destacando um desafio persistente em Moçambique.

Os impactos da violência contra crianças são duradouros, com danos psicológicos toda a vida. As famílias ficam também expostas, num contexto de fragilidade dos serviços de saúde mental, explica, apontando a necessidade de mais recursos.

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico, que chegaram a provocar mais de um milhão de deslocados.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos na província, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África, uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.ANG/Lusa

 

     Reino Unido/ Mais de 500 espécies de aves podem acabar em 100 anos

 Bissau, 24 Jun 25 (ANG)  - O estudo da Universidade de Reading, no Reino Unido, revela que aquele número "é três vezes superior a todas as extinções de aves registadas desde 1500 d.C", segundo um comunicado sobre o trabalho divulgado pelo estabelecimento de ensino superior.

A extinção de aves vulneráveis, como o pássaro-guarda-chuva-de-pescoço-pelado, o calau-de-capacete e o pássaro-sol-de-barriga-amarela, reduziria significativamente a variedade de formas e tamanhos de aves em todo o mundo, prejudicando ecossistemas que dependem de aves únicas como estas para funções essenciais.

Os cientistas referem que cerca de 250 espécies de aves podem desaparecer mesmo com proteção completa contra ameaças causadas pela atividade humana, como a perda de habitat, a caça e as alterações climáticas.

"Muitas aves já estão tão ameaçadas que reduzir os impactos humanos por si só não as salvará. Estas espécies precisam de programas especiais de recuperação, como projetos de reprodução e restauração de habitats, para sobreviver", afirmou Kerry Stewart, principal autora da investigação, citada no comunicado.

"Enfrentamos uma crise de extinção de aves sem precedentes nos tempos modernos. Precisamos de ações imediatas para reduzir as ameaças humanas em todos os habitats e de programas de recuperação dirigidos às espécies mais raras e ameaçadas de extinção".

Os investigadores analisaram quase 10.000 espécies de aves com dados da Lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês) e previram o risco de extinção com base nas ameaças que cada espécie enfrenta.

Segundo o estudo, as aves de grande porte são mais vulneráveis à caça e às alterações climáticas, enquanto as aves com asas largas sofrem mais com a perda de habitat.

O estudo identifica também quais as ações de conservação que melhor preservarão tanto o número de espécies de aves como as suas funções ecológicas.

"Parar as ameaças não é suficiente, cerca de 250 a 350 espécies precisarão de medidas complementares de conservação, como programas de reprodução e restauração de habitat, para sobreviverem no próximo século", afirmou Manuela Gonzalez-Suarez, autora sénior do estudo.

A professora na Universidade de Reading sustenta que dar prioridade a programas de conservação para apenas 100 das aves ameaçadas mais singulares poderá salvar 68% da perda projetada de diversidade funcional, bem como ajudar a manter os ecossistemas saudáveis.

"Interromper a destruição de habitats salvaria a maioria das aves. No entanto, reduzir a caça e prevenir mortes acidentais salvaria aves com características mais invulgares, especialmente importantes para a saúde do ecossistema", refere o comunicado.ANG/Lusa