quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Comunicação Social/Secretário-geral da ANP considera assinatura do “Código de Conduta para cobertura eleitoral” de “ pacto com a verdade social” no seio da classe

Bissau, 30 Out 25 (ANG) – O Secretário-geral (SG) da Assembleia Nacional Popular (ANP) considerou hoje que a assinatura do Código de Conduta  de jornalista para cobertura eleitoral e do Termo   de Compromisso representam um “pacto com a verdade e compromisso coletivo social, no seio da classe”.

Tomás Gomes Barbosa discursava ao presidir a cerimónia de assinatura destes dois instrumentos orientadores de jornalistas, propostos pelo Conselho Nacional de Comunicação Social(CNCS), para a cobertura da campanha eleitoral que no sábado se inicia.

Destacou que a sociedade guineense vive um tempo muito difícil, em que a informação é algo importante que circula com uma velocidade inédita.

“É imperativo que os profissionais da imprensa estejam munidos de princípios éticos sólidos, de compromissos com a verdade e respeito pelos direitos dos cidadãos”, disse Tomás Barbosa.

Acrescentou que  o  código assinado estabelece diretrizes claro, para garantir que a cobertura das eleições gerais agendadas para o dia 23 de Novembro, seja feita com o rigor, livre, e o respeito pelos princípios democráticos.

Para o Presidente interino do Conselho Nacional da Comunicação Social (CNCS) Domingos Meta Camará, a Guiné-Bissau é um Estado onde impera os valores do pluralismo democrático, em que a mídia ocupa um lugar cimeiro, como  principal veículo da liberdade de imprensa e de expressão.

Camará destacou que , mais uma vez, a comunicação social guineense é chamada a prestar o seu  contributo, no âmbito da realização das eleições presidenciais e legislativas, marcadas para o próximo dia 23 de Novembro do presente ano.

“A transversalidade da comunicação social faz com que o seu contributo a sociedade influencie o Estado e o espirito dos cidadãos, e consequentemente o relacionamento entre todos, em qualquer ponto do país, da cidade e campo”, disse Meta Camara.

O referido “Código de Conduta Eleitoral e o Termo de Compromisso” para a cobertura das próximas eleições gerais, marcadas para o dia 23 de Novembro, foram  assinados pelo Conselho Nacional da Comunicação Social (CNCS), a Associação das Mulheres Profissionais da Comunicação Social (AMPROCS),  o Fórum dos Órgãos da Comunicação Social Privados da Guiné-Bissau (FOCSP/G-B), as Redes Nacionais das Rádios e Televisão Comunitárias (RENARC), o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (SINJTECS), o Sindicato Nacional dos Órgãos Públicos da Comunicação Social (SIMPOPUCS), e demais órgãos
da comunicação social, públicos e privados, através dos seus respetivos diretores-gerais ou elementos desses órgãos indigitados para o efeito. ANG/LLA/ÂC//SG        

Política/PR garante medidas necessárias para que a campanha eleitoral decorra em “paz, segurança e estabilidade

Bissau, 30 Out 25(ANG) - O Presidente da República e candidato à sua sucessão, Umaro Sissoco Embaló, disse que o Governo tomou todas as medidas necessárias para que a campanha eleitoral para as eleições gerais de 23 de Novembro possam decorrer em “paz, segurança e estabilidade”.

O chefe de Estado respondia à imprensa sobre medidas de segurança a implementar durante a campanha eleitoral que inicia, sábado, à saída de uma reunião do Conselho de Ministros.

“Não haverá desordem neste país. Cada ato terá a resposta adequada. Escrevam isso. Sou resultado da urna e da urna sairei", disse, ao responder à pergunta de um jornalista sobre as medidas de segurança no período da campanha eleitoral.

Umaro Sissoco Embaló disse desejar que cada candidato apresentasse melhor projeto ao eleitorado, para merecer a confiança do povo.

A campanha eleitoral para as VIII eleições legislativas e VII presidenciais na história democrática da Guiné-Bissau inicia no sábado(01) em todo o território nacional para terminar no dia 21 de Novembro. ANG/CFM

 

Sociedade/Estudantes manifestam-se em frente a Embaixada de Portugal contra “indeferimentos” de vistos para Portugal

Bissau, 30 Out 25 (ANG) - Os estudantes guineenses candidatos à bolsa de estudo em Portugal, protestaram  hoje em frente a Embaixada Lusa, em Bissau, contra  “indeferimentos” de pedidos de vistos de entrada à Portugal.

O porta-voz do grupo de estudantes, Malam Sambú, disse que a Embaixada lusa em Bissau tem estado a indeferir os pedidos de vistos mesmo que os requerentes tenham toda a documentação exigida para o efeito.

 “Não é normal a forma como os estudantes estão a ser tratados no país. Posso afirmar que a nossa situação é incomparável com as de estudantes de outros países do mundo”, lamentou Sambú.

Acrescentou  que, face a essa situação foram feitas diligências  junto do Presidente da República, do Primeiro-ministro e do ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades mas que nada surtiu efeito.

“Os governantes não demonstram preocupações em relação a nossa situação. Se calhar é menos importante do ponto de vista deles. Mas, mesmo assim, não vamos desistir das nossos marchas pacíficas como forma de exigir os nossos direitos”, disse Sambú.

A marcha foi dispersas pelas forças policiais com o recurso a disparos de gás lacrimogénio. ANG/AALS/ÂC//SG

Saúde/Três médicos guineenses eleitos “Fellows do Colégio de Médicos da África Ocidental”

Bissau, 30 Out 25(ANG) - A Ordem dos Médicos da Guiné-Bissau (OM-GB) felicitou   os três  médicos especialistas guineenses que acabam de ser eleitos “Fellows do Colégio de Médicos da África Ocidental” (West African College of Physicians – WACP).

Segundo uma nota do Departamento de Comunicação da OM-GB, A que a ANG teve acesso,  os novos membros são, Elísio Pedro Indi, Bastonário da OM-GB e especialista em Pediatria,  Cadi Seidi, especialista em Pediatria, Luísa Oliveira Sanca Nhaga, Responsável Financeiro da OM-GB, especialista em Cardiologia.

“A eleição destes três profissionais marca um momento histórico para a medicina guineense, uma vez que é a primeira vez que médicos de países lusófonos da África Ocidental, nomeadamente da Guiné-Bissau e Cabo Verde, participam ativamente como fellows no encontro científico anual do WACP — o 49º Annual General and Scientific Meeting (AGSM), realizado de 27 a 29 de Outubro de 2025, em Dacar, Senegal, sob o tema “Towards Sustainable Health: Strategies to Combat NCDs and Achieve the SDGs 2030 in West Africa”frisou o documento.

De acordo com a nota, a entrada dos três médicos guineenses no Colégio representa um passo decisivo na integração regional do setor da saúde, e reforça o papel da Guiné-Bissau nas discussões científicas e estratégicas sobre as políticas sanitárias da sub-região.

A Fellowship do WACP é uma distinção de elevado prestígio, atribuída a profissionais que demonstram excelência técnica, mérito científico e compromisso com o desenvolvimento dos sistemas de saúde africanos.

Segundo a OM-GB, esta conquista “deve servir de inspiração para todos os médicos e jovens profissionais de saúde da Guiné-Bissau”, mostrando que a formação contínua, o empenho e a dedicação à melhoria dos cuidados de saúde podem abrir portas ao reconhecimento internacional e à cooperação científica entre países africanos.

Com esta nomeação, segundo a OM-GB, a Guiné-Bissau passa a ter representantes diretos no seio de uma das mais influentes instituições médicas da África Ocidental, reforçando o papel do país no debate e planeamento das grandes questões de saúde pública que afetam as populações da região.ANG/JD/ÂC//SG    

 

 

Desporto-futebol/ Aureliano Lopes Martins é a grande novidade na lista de pré-convocados da selecção nacional (Djurtus)  para amistoso com Angola 

Bissau, 30 Out 25(ANG) - O jovem guarda-redes, Aureliano Lopes Martins é a grande novidade dos jogadores pré-convocados pelo Selecionador Nacional de Futebol, Emiliano Té para o jogo amistoso entre a Guiné-Bissau e a Angola agendado para  Novembro próximo na capital angolana. 

Lopes Martins, que joga em Le Mée Sport da França, foi um dos jogadores em destaque da Seleção de Futebol sub-17 da Guiné-Bissau, no Torneio da União das Federações Oeste Africana (UFOA), zona A, que decorreu, recentemente, no Mali. ,recentemente, mereceu a confiança da equipa técnica nacional

Para além de Aureliano Martins, que foi determinante para que a Guiné-Bissau conseguisse obter o terceiro lugar no Torneio UFOA, outros destaques recaem sobre  Leo Mendes, Elydjah Mendyh e Flàvio Silva. 

Na lista dos 35 jogadores pré-convocados anunciados, quarta-feira,  na pagina oficial do Facebook da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), assinala-se  o regresso de vários futebolistas na lista, com destaque para o capitão da Seleção Nacional, Mama Baldé. 

Além de Baldé, que falhou os últimos dois jogos da fase de qualificação para o Campeonato do Mundo 2026 devido a problemas físicos, e ainda h+a a assinalar o  regresso de Zidane Banjaqui, Mamadi Camará, Carlos Mané, Adramane Cassamá e Iano Imbeni. 

Em relação aos jogadores que atuam no Campeonato Nacional, que ainda não arrancou, o guarda-redes do Sport Bissau e Benfica, Ricardinho Té “Oblack”é o único convocado.

Após falhar a quinta qualificação consecutiva para a fase final do Campeonato Africano das Nações (CAN’2025) e o Campeonato do Mundo 2026, a Seleção Nacional recorre aos  jogos amistosos para detectar novos reforços para os Djurtos, que atuam em campeonatos europeus.

Os Djurtus  vão jogar no dia 18 de Novembro, em Luanda, com a sua congénere angolana. As duas seleções com ligações históricas não vão puder marcar presença na fase final do Mundial 2026, a realizar-se nos EUA, Canadá e Mexico. Mas Angola estará presente na Taça das Nações Africanas, a decorrer em Marrocos em 2025.

Lista dos 35 pré-convocados:

Guarda-Redes: Manuel Baldé, Fernando Embadjé, Leo Mendes, Ricardinho Té “Oblack”, e Aureliano Lopes Martins;

Defesas: Jefferson Encada, Opa Sangante, Sori Mané, Nanu, Fali Candé, Adramane Cassamá, Victor Rofino, Iano Imbeni, Gilberto Batista e Elydjah Mendyh;

Médios: Bura, Carlos Mané, Renato Nhaga, Mamadi Camará, Panutche Camará, Dalcio Gomes, Nito Gomes, Edson Silva, Ronaldo Vieira e Zidane Banjaqui;

Avançados: Marculino Ninte, Flàvio Silva, Mama Baldé, Álvaro Djaló, Mauro Teixeira, Tamble Folgado, Franculino Djú, Marciano Sanca Tchami, Beto e Elves Baldé.ANG/O Democrata

Educação-Saúde/Frente Social pede explicações ao Primeiro-ministro sobre atraso no pagamento de salários em dívida objeto de reivindicação

Bissau,30 Out 25(ANG) - A Frente Social, plataforma que reúne os sindicatos da Educação e da Saúde, pede ao Primeiro-ministro, Braima Camará, uma explicação  sobre a demora no pagamento dos salários devidos aos professores e técnicos de saúde, prometido , segundo os sindicatos,  pelo Governo desde o dia 1 do corrente  mês.

O pedido foi feito por Dêncio Florentino Ié, em declarações, quarta-feira, à Rádio Jovem, na qualidade de porta-voz da Frente Social.

O primeiro-ministro prometeu resolver a situação no início do mês, mas até agora não há sinais de cumprimento. O que esperamos é ação, não falácias”, declarou Dêncio Florentino Ié.

A exigência da Frente Social surge na sequência de três dias de greve em curso nas escolas públicas e centros de saúde do país.

Em relação as declarações de Braima Camará, segundo as quais a demora no pagamento dos salários em dívida se deve à falta de dados fornecidos pelos sindicatos, Dêncio Florentino Ié, refutou categoricamente essa justificação, afirmando que todas as informações necessárias foram devidamente entregues às autoridades competentes.

“Os sindicatos já cumpriram com a sua parte. Não há falta de dados, há falta de vontade política para resolver o problema”, defendeu o sindicalista.

No  sábado passado, Braima Camará garantiu que o problema dos salários em atraso seria resolvido brevemente, e os  grevistas cumprem esta quinta-feira o quarto dia de paralisação.

Braima Camará pediu à calma e ao bom senso perante as reivindicações dos professores e pessoal da saúde pública.

À saída, quarta-feira, da reunião do Comité de Pilotagem do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2025-2036, o chefe do Governo reafirmou o compromisso de regularizar as situações pendentes com os profissionais em greve.

“O Governo mantém a sua boa-fé e o compromisso de resolver o problema dos salários e outras pendências, mas há procedimentos que dependem de informações que ainda não nos chegaram”, afirmou Braima Camará.

Relativamente ao Plano Nacional de Desenvolvimento 2025-2036, o primeiro-ministro explicou que o documento traduz a estratégia e a visão macroeconómica do país a curto e longo prazo, adiantando que será brevemente submetido ao Conselho de Ministros para aprovação. ANG/Rádio Jovem

              Brasil/Rio confirma 121 mortos, Procuradoria fala em 132

Bissau, 30 Out 25 (ANG) - O governo do Rio de Janeiro confirmou, na quarta-feira, que 121 pessoas morreram no âmbito da megaoperação levada a cabo nos complexos do Alemão e da Penha, que visava combater o avanço territorial do Comando Vermelho.

Entre os mortos estão quatro polícias e 117 suspeitos, segundo o secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi. Ainda assim, a Defensoria Pública daquele estado brasileiro (o equivalente ao sistema português de apoio judiciário) disse que morreram 132 pessoas, depois de os moradores terem encontrado pelo menos 74 corpos numa mata.

Os cadáveres, todos do sexo masculino, estavam na zona da Vacaria, na S
erra da Misericórdia, onde os confrontos entre as forças policiais e as fações criminosas se concentraram, noticiou o g1.

Os corpos de pelo menos 74 pessoas foram transportados pelos residentes para a Praça São Lucas, uma das principais da região. Contudo, de acordo com Curi, foram contabilizadas 63 vítimas mortais. Este responsável revelou ainda que 113 suspeitos foram detidos.

As autoridades vão, agora, apurar se as mortes estão relacionadas com a operação. É que, segundo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, a contabilidade "conta a partir do momento que os corpos entram no Instituto de Medicina Legal".

"A Polícia Civil tem a responsabilidade enorme de identificar quem eram aquelas pessoas. Não posso fazer um balanço antes de todos entrarem", disse, justificando o porquê de não ter comentado o número de corpos encontrados na mata.

O responsável considerou, além disso, que a operação foi um "sucesso" e que apenas os quatro polícias que morreram são "vítimas".

O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, ecoou esta posição, tendo apontado que o "dano colateral" foi "muito pequeno". Já o secretário da Polícia Militar, Marcelo de Menezes, deu conta de que as autoridades pretendiam cercar os criminosos e empurrá-los para a mata, onde equipas do Batalhão de Operações Especiais estavam posicionadas.

Felipe Curi, por seu turno, indicou que poderá estar em causa uma situação de fraude processual, uma vez que os moradores removeram as roupas dos cadáveres, para facilitar a sua identificação. No entanto, o secretário da Polícia Civil argumentou que as indumentárias foram retiradas para não haver associação com o grupo de crime organizado. Disse, por isso, que as autoridades instauraram um inquérito.

O ministro da Justiça do Brasil, Ricardo Lewandowski, confessou que o presidente, Lula da Silva, ficou "estarrecido" com o número de mortos e surpreendido "que uma operação desta envergadura fosse desencadeada sem conhecimento do governo federal, sem nenhuma possibilidade de o governo federal participar de alguma forma".

Lula da Silva ainda não se manifestou publicamente sobre o caso, uma vez que, quando a operação decorreu, estava a regressar de uma viagem oficial à Ásia.

Já o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou estar "profundamente preocupado" e pediu que seja realizada uma "investigação imediata" à megaoperação de terça-feira.

"O secretário-geral está profundamente preocupado com o grande número de vítimas durante uma operação policial realizada ontem [terça-feira] no Rio de Janeiro. […] O secretário-geral salienta que o uso da força em operações policiais deve respeitar as leis e normas internacionais de direitos humanos e insta as autoridades a conduzirem uma investigação imediata", disse o porta-voz Stéphane Dujarric.

Uma megaoperação contra o Comando Vermelho acabou por se tornar na mais letal de sempre, com a morte de mais de 100 pessoas, no Rio de Janeiro. Mas, afinal, o que é e como se formou a maior organização criminosa do Brasil?

Recorde-se que os 2.500 agentes mobilizados apreenderam também 93 espingardas e "enormes" quantidades de droga, naquela que foi descrita por Cláudio Castro como "a maior operação das forças de segurança do Rio de Janeiro". A ação estava, de acordo com o responsável, integrada na Operação Contenção - uma iniciativa permanente do governo local contra o Comando Vermelho.

Como represália, os criminosos barricaram vários locais da zona Norte da capital do estado, nomeadamente a Avenida Brasil, a Linha Vermelha e a Cidade de Deus, com recurso a pelo menos 50 autocarros e a carros roubados.

O Comando Vermelho dedica-se maioritariamente ao tráfico de droga e de armas, tendo o seu centro de operações no estado do Rio de Janeiro, onde controla algumas comunidades da cidade. Ainda assim, está presente em grande parte do país, especialmente na região da Amazónia.

A organização existe desde a década de 1980, altura em que a ditadura militar concentrou nas mesmas prisões delinquentes e membros de grupos de guerrilha com formação política e militar. ANG/Lusa

 

 

Costa do Marfim/CEDEAO e parceiros adoptam plano de ação para 2026 para proteção da criança 

 

Bissau, 30 Out 25 (ANG) – A Comissão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), por meio de sua Direção de Assuntos Humanitários e Sociais, organizou duas reuniões de alto nível em Dakar, de 20 a 24 de outubro de 2025, com o objetivo de fortalecer a cooperação regional para a proteção de crianças na África Ocidental.

Essas reuniões reuniram diretores responsáveis ​​pela proteção da criança dos Estados-membros, representantes de agências das Nações Unidas e da sociedade civil. Elas proporcionaram uma oportunidade para avaliar o progresso alcançado desde a adoção do Quadro Estratégico da CEDEAO em 2017 e para validar o Plano Operacional Conjunto CEDEAO-CRPE 2026, resultado da colaboração com o Grupo Regional de Proteção da Criança (CRPE).

Falando em nome da Comissão, Olatunde Olayemi reafirmou que a proteção da criança continua sendo uma prioridade estratégica e política para a CEDEAO.

Ele lembrou os principais instrumentos regionais implementados, incluindo a Política da CEDEAO para a Infância (2019-2030), os Planos de Ação Regionais sobre Trabalho Infantil e Tráfico de Crianças e o Sistema Regional de Gestão de Informações sobre os Direitos da Criança (ECRIMS), concebidos para fortalecer a governança e a responsabilização baseadas em dados.

Os participantes, incluindo representantes do UNICEF, OIM, Plan International, ENDA Jeunesse Action, Terre des Hommes, SSI-WA e Aldeias Infantis SOS, elogiaram a CEDEAO por manter uma plataforma de coordenação regional eficaz. No entanto, também destacaram os desafios persistentes relacionados à insegurança, ao deslocamento forçado, às práticas nocivas e às pressões econômicas que deixam as crianças vulneráveis.

Os Estados-Membros e os parceiros comprometeram-se a priorizar o aumento dos orçamentos nacionais para a proteção da criança, a harmonização dos relatórios através do ECRIMS, a participação ativa das crianças, a internalização dos instrumentos regionais e o reforço da cooperação transfronteiriça.

O trabalho concluiu com um apelo por maior vontade política e mobilização sustentada de recursos, com vistas a garantir a todas as crianças da África Ocidental o direito de crescer num ambiente seguro, protegido e gratificante. ANG/Faapa

Guangzhou/ China e 14 países africanos se comprometem a fortalecer cooperação judicial

Bissau, 30 Out 25 (ANG) -  Promotores públicos da China e de 14 países africanos, incluindo Marrocos, concordaram nesta quarta-feira em Guangzhou (sul da China) em intensificar sua cooperação judicial e contribuir para a modernização baseada na justiça e no desenvolvimento mutuamente benéfico.

Em um documento adotado ao final do Fórum de Cooperação China-África de Promotores Públicos, os chefes de delegação defenderam, em particular, o fortalecimento dos intercâmbios e da aprendizagem mútua, buscando um consenso mais amplo e aprofundando a cooperação prática entre os promotores públicos, a fim de dar uma contribuição tangível ao processo conjunto de modernização China-África.

Eles também concordaram em fortalecer a luta contra o crime transnacional por meio de consultas sobre casos, coleta de provas e assistência jurídica mútua, em conformidade com o direito internacional e a legislação nacional.

Os participantes também propuseram o estabelecimento de um mecanismo de ligação permanente para garantir a comunicação e a coordenação contínuas entre as procuradorias, bem como o reforço da formação e das trocas de magistrados através de seminários, visitas cruzadas e programas conjuntos, particularmente no contexto da transformação digital.

Realizado sob o tema "O Papel do Ministério Público na Modernização do Sistema Judiciário na China e na África", este encontro, organizado pela Procuradoria Popular Suprema da China, faz parte da implementação das diretrizes da Cúpula de Pequim 2024 do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).ANG/Faapa

 

Egíto/Novo presidente do Afreximbank aposta na transformação dos minerais de África

 

Bissau, 30 Out 25 (ANG) - O novo presidente do Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), George Elombi, anunciou quarta-feira, no discurso de tomada de posse, a criação de uma janela de financiamento para projetos de grande impacto na transformação dos minerais.

 

"O Afreximbank vai criar uma nova janela de financiamento de grande impacto, especificamente para projetos que processam minerais brutos em produtos semiacabados ou acabados", afirmou George Elombi no discurso de tomada de posse, que formaliza o início de funções, substituindo Benedict Oramah.

 

"Vamos estabelecer um Programa Estratégico de Desenvolvimento de Minerais para financiar cadeias de valor completas, desde a extração e refinação até ao fabrico de componentes acabados, capturando muito mais valor aqui no nosso continente e criando empregos altamente qualificados para o nosso povo", acrescentou o banqueiro, de acordo com um comunicado do Afreximbank enviado à Lusa.

 

Na intervenção, Elombi anunciou que, nos próximos cinco a dez anos, dará prioridade aos setores que garantem um impacto mais significativo e sustentável no comércio e no bem-estar de África, incluindo a promoção e aceleração da agregação de valor e do processamento estratégico de minerais para reduzir a exportação de matérias-primas.

 

Para além deste combate à exportação de matérias-primas e importação de produtos acabados, o Afreximbank vai também dar prioridade "ao aprofundamento do comércio intra-africano e à integração regional, uma vez que o sucesso da sua agenda de acréscimo de valor dependerá, em última análise, da sua capacidade de garantir mercados para os bens produzidos".

 

O banco pretende "reforçar as infraestruturas transfronteiriças e promover a circulação contínua de bens, serviços, pessoas e capitais em todo o continente", prometendo continuar a ter um "papel catalisador" na implementação da zona de comércio livre continental africana (AfCFTA, na sigla em inglês).

 

Promover e construir infraestruturas críticas que facilitem o comércio, alavancar a inovação e a tecnologia digital, incluindo a exploração da criação de uma moeda digital panafricana, reforçando a integração financeira e a inovação em todo o continente, e mobilizar o capital africano global, foram outras das prioridades elencadas por George Elombi no discurso de tomada de posse.

 

O Afreximbank é uma instituição financeira multilateral pan-africana detida pelos países da região, com o objetivo de financiar e promover o comércio dentro de África, mas também as exportações dos países africanos.

O Afreximbank obteve 973,5 milhões de dólares (854 milhões de euros) de lucro em 2024, subindo 29% face a 2023, apoiado nas "significativas contribuições" das subsidiárias, segundo a instituição. ANG/Inforpress/Lusa

 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Eleições Gerais 2025/Alguns citadinos da capital elogiam Governo pela iniciativa de produção dos boletins de votos localmente

Bissau, 29 Out 25 (ANG) – Alguns citadinos da Capital Bissau, felicitaram hoje, o Governo liderado por Braima Camara, pela decisão de efetuar a produção dos boletins de votos localmente, e sob a responsabilidade da Imprensa Nacional INACEP.

Numa auscultação feita hoje pela Agência de Notícias da Guiné (ANG), Juelson Pereira estudante de 10º ano numa das escolas públicas do país, revelou que apesar de descordar com a decisão tomada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), deixando de fora do processo algumas Coligações e candidatos, mas considera que a produção local dos boletins de voto, é uma iniciativa “encorajadora”.

A comerciante Eliza Gomes, disse esperar que as próximas eleições gerais marcadas para o dia 23 de Novembro, de se contribuir na transformação da Guiné-Bissau num país onde reina  a paz duradoura.

“Espero ainda que, as próximas eleições  possam, trazer ainda de volta a liberdade de expressão entre os cidadãos, que a sociedade guineense saiba distinguir o que é a política e a cidadania, e por último que a justiça retome o seu carater para todos e sem exclusão”, desejou.

Para Wiliam da Costa, não é nenhum segredo para qualquer cidadão guineense atento que, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), está a cometer injustiça na validação de candidaturas, sendo assim, disse acreditar que as próximas eleições, não irão acontecer de forma livre, justas e transparentes.

De acordo com a Silvina Fonseca, costureira de profissão, caso as próximas eleições forem vencidas pelo candidato Umaro Sissoco Embaló, acredita que o país, encontrará um rumo muito mais evoluído do que até o momento tem mostrado.

“Acredito que o candidato Embaló, é um Presidente com ambição e visão de contruir a Guiné-Bissau, pelo que provou durante os cinco anos do seu mandato, por isso apelo a sociedade guineense a confiar o segundo mandato ao Sissoco para o bem do povo”, revelou Silvina Fonseca.  

Por sua vez Tidjane Camara lamenta a não participação do candidato Domingos Simões Pereira e a sua Coligação PAI-Terra Ranka, devido a decisão tomada pelo Supremo Tribunal de Justiça.

“O STJ é uma entidade máxima de justiça, e a sua decisão é vinculativa, mas penso que a sua decisão tem motivos, como foi justificado e quanto as candidaturas admitidas, penso que quem sair como o vencedor, deve cumprir com as promessas feitas durante a campanha”, afirmou.

Tidjane Camara sublinhou que a missão dos políticos, deve ser de trabalhar para unir os guineenses, ao mesmo tempo, olhar para os candidatos derrotados como uma “mais valia” para ajudar no desenvolvimento do país e não como inimigos.ANG/LLA/ÂC

Regiões/ Diretor Clínico do Hospital Regional de Canchungo confirma adesão à greve da Frente Social

Cacheu, 29 Out 25(ANG) – O Diretor Clínico do Hospital Regional de Cacheu em Canchungo, confirmou hoje  a adesão dos técnicos de saúde à greve decretada pela Frente Social.

Em entrevista à ANG, Sabana Corobo, lamentou que a referida greve está a afetar os pacientes internados e os que procuram consulta externa naquele estabelecimento hospitalar.

Aquele responsável garantiu contudo que estão a prestar serviço mínimo em seguintes serviços, Pediatria, Maternidade, Serviço de Urgência, Medicina e laboratório.

O Diretor, asseverou  que o Hospital Regional de Cacheu em Canchungo, continua a enfrentar os problemas de insuficiência dos recursos humanos, energia elétrica, água potável e ambulância.

A Frente Social, entidade que congrega quatro  sindicatos ligados aos setores da Educação, e da Saúde Pública iniciou na segunda-feira uma greve de cinco dias, em reivindicação entre outros do pagamento de salários em atraso aos técnicos de Saúde denominados de novos ingressos, tanto os que estão no país  assim como aqueles que se encontram em formação na Venezuela.

ANG/AG/JD/ÂC

Cabo Verde/Governo mostra-se preocupado com a nova lei de estrangeiros em Portugal

Bissau, 29 Out 25(ANG) -  O Governo de Cabo Verde mostra-se preocupado com a nova lei de estrangeiros recentemente promulgada em Portugal. Um dispositivo que poderia implicar dificuldades para os imigrantes cabo-verdianos.

O arquipélago reconhece que o país tem poucos instrumentos para mitigar eventuais dificuldades que possam surgir devido às mexidas legislativas em Portugal.  

O Ministro da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial e Ministro da Modernização do Estado e da Administração Pública, Eurico Monteiro, que até fevereiro 2025 foi embaixador de Cabo Verde em Portugal, considera que a nova lei de imigrantes em Portugal pode afectar diretamente o país e as famílias cabo-verdianas.

As limitações, as restrições que impendem sobre a nossa diáspora afectam directamente os cabo-verdianos  e afectam também as famílias cabo-verdianas e, consequentemente, o Governo também se preocupa com isso. Os instrumentos que o Governo dispõe, infelizmente, não são muitos para mitigar algumas dificuldades e alguns problemas.

Eurico Monteiro avançou que actualmente em Cabo Verde existem mais condições no país para poder haver menos imigração e o governante sugeriu o retorno de cabo-verdianos para as ilhas. 

Inclusivamente, para haver algum retorno da imigração cabo-verdiana. Nós temos sectores já com algumas dificuldades em termos de mão de obra, portanto, creio que aqui também existe uma grande oportunidade para pessoas também que são sobretudo qualificadas e que têm,domínio de alguma ferramenta tecnologia, de algum setor económico importante  é uma oportunidade também para estarem e trabalharem aqui em Cabo Verde.ANG/RFI

Líbia/Médicos Sem Fronteiras recebe ordem para sair do país até 9 de novembro

Bissau, 29 out 25(ANG) - A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou hoje ter recebido uma ordem da Líbia para abandonar o país até 09 de novembro, afirmando que as autoridades não apresentaram qualquer justificação.

"Lamentamos profundamente a decisão que nos foi comunicada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e estamos preocupados com as consequências para a saúde das pessoas que ajudamos", disse o responsável do programa da MSF na Líbia, Steve Purbrick, em comunicado hoje divulgado.

A organização já tinha visto as suas operações suspensas na Líbia em março, quando a Agência de Segurança Interna (ISA) do país encerrou as suas instalações.

Na altura, vários funcionários da MSF foram interrogados e a organização foi obrigada a retirar os seus funcionários internacionais da Líbia e a rescindir os contratos da sua equipa local.

A "onda de repressão", como classificou a MSF num comunicado publicado na altura, afetou outras nove organizações não-governamentais de ajuda a migrantes e refugiados na Líbia.

"Num contexto de crescente obstrução das operações das ONG na Líbia, de uma diminuição drástica do financiamento da ajuda internacional e do reforço das políticas europeias de gestão de fronteiras em colaboração com as autoridades líbias, não existem atualmente ONG internacionais a prestar assistência médica a refugiados e migrantes no oeste da Líbia", alertou.

Antes da suspensão das atividades, a MSF estava a tratar um grupo de mais de 300 doentes líbios, migrantes e refugiados, que necessitavam sobretudo de tratamento para a tuberculose, cuidados pré-natais e apoio psicológico, especialmente para sobreviventes de violência, sendo que alguns doentes morreram por ficarem assem ajuda.

Desde então, a MSF tem tentado chegar a um acordo com as autoridades para poder retomar a prestação de cuidados médicos na Líbia.

No entanto, a ONG explicou que recebeu recentemente uma carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros líbio a ordenar a sua saída do país até 09 de novembro.

"Não foi apresentada qualquer razão para justificar a nossa expulsão, e o procedimento geral permanece muito obscuro. O registo da MSF junto das autoridades competentes do país continua válido e, por isso, esperamos encontrar uma solução positiva para esta situação", adiantou Steve Purbrick.

A MSF refere que, em 2024, em colaboração com as autoridades de saúde líbias, realizou milhares de consultas médicas no país e que, em 2023, também prestou assistência médica de emergência após as inundações em Derna.

A organização esteve também envolvida na identificação e ajuda a refugiados e migrantes particularmente vulneráveis durante a sua retirada da Líbia.ANG/Lusa

 

                       Sudão/ El-Fasher cai, Darfur mergulha no caos

Bissau, 29 out 25(ANG) -  A União Africana (UA) denunciou, esta terça-feira, 28 de Outubro, "atrocidades" e os "crimes de guerra presumidos" ocorridos na cidade sudanesa de El-Fasher, dois dias depois do anúncio da tomada da cidade pelos paramilitares, agora senhores de todo o Darfur.

Passados 18 meses de cerco, El-Fasher era a última cidade da vasta região do Darfur que ainda não estava sob o controlo das Forças de Apoio Rápido (FAR), em guerra desde Abril de 2023 contra o exército.

O presidente da Comissão da UA, Mahamoud Ali Youssouf, "condenou com a maior firmeza as graves violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário, incluindo os crimes de guerra presumidos e os assassinatos de civis visados em razão da sua origem étnica".

A cidade de El-Fasher, capital do Darfur do Norte, caiu esta semana nas mãos das Forças de Apoio Rápido (FAR), passados 18 meses de cerco. A tomada da cidade representa uma viragem na guerra civil que opõe, desde Abril de 2023, o exército sudanês, liderado por Abdel Fattah al-Bourhane, e as Forças de Apoio Rápido (FAR), comandadas por Mohammed Hamdan Daglo, conhecido como Hemetti.

As Forças de Apoio Rápido têm origem nos Janjawid, milícias árabes criadas no início dos anos 2000 e responsáveis por massacres durante o primeiro conflito do Darfur. Desde então foram integradas formalmente nas orças armadas, mantendo autonomia operacional e controlo sobre uma grande parte do território.

Antes do conflito, El-Fasher tinha cerca de 1,5 milhão de habitantes, funcionava como principal centro humanitário da região. Hoje, encontra-se praticamente destruída. A ONU estima que 260.000 civis, metade crianças, viviam na cidade à data da queda. O acesso à água, electricidade e alimentos foi cortado. Hospitais e mercados foram alvo de bombardeamentos.

Os relatos recolhidos por organizações locais e internacionais descrevem execuções sumárias, violências sexuais, saques e ataques com motivação étnica. As imagens verificadas por agências de notícias internacionais mostram colunas de civis a fugir pelo deserto sob fogo cruzado.

O conflito sudanês ultrapassa a rivalidade entre dois generais. Está enraizado em rivalidades étnicas e no controlo dos recursos naturais: sobretudo ouro, petróleo e rotas comerciais. O Darfur, região historicamente marginalizada, historicamente afastado do poder central em Cartum, foi deixado à margem do desenvolvimento e da representação política, voltou a ser palco de limpeza étnica em larga escala. As Forças de Apoio Rápido, compostas maioritariamente por combatentes árabes, têm sido acusadas de ataques sistemáticos contra populações Zaghawa e Masalit.

Um relatório de peritos da ONU, publicado no mês passado, em Setembro, acusa as FAR de crimes contra a humanidade, incluindo assassínio em massa, violações e uso da fome como arma de guerra.

A resposta internacional tem sido mínima: Os apelos da ONU e de organizações humanitárias para a criação de corredores seguros não tiveram seguimento. O bloqueio imposto pelas Forças de Apoio Rápido impede a entrada de ajuda e combustível. As equipas médicas trabalham muitas vezes em abrigos improvisados.

A Unicef descreve El-Fasher como “o abismo do inferno”. A ONU alerta para o risco de fome e para a expansão do conflito para outras regiões.

A cobertura jornalística tornou-se quase impossível, uma vez que vários repórteres desapareceram, entre eles Noun Al-Barmaki, jornalista independente que enviou a última mensagem antes de tentar abandonar a cidade: “Parto agora. Posso ser presa ou morta. Mas o mundo precisa de saber.”

Enquanto o Sudão se afunda numa das piores crises humanitárias do século, El-Fasher simboliza a falência do Estado e a indiferença internacional perante um conflito que já provocou dezenas de milhares de mortos e milhões de deslocados.ANG/RFI