segunda-feira, 3 de novembro de 2025

                Tanzânia/Oposição rejeita reeleição da actual Presidente

|Bissau, 03 Nov 25 (ANG) - O Partido para a Democracia e o Progresso (Chadema), principal formação política da oposição na Tanzânia, rejeitou a vitória da Presidente Samia Suluhu Hassan nas eleições gerais de quarta-feira, marcadas por protestos que causaram centenas de mortos.

A Comissão Eleitoral Nacional Independente (INEC) declarou no sábado Samia Suluhu Hassan vencedora, excluindo os principais rivais da oposição, com 97,66% dos votos.

Esses resultados são infundados, pois a verdade é que não foram realizadas eleições legítimas na Tanzânia, afirmou o partido da oposição em comunicado divulgado no final da noite de sábado.

Os cidadãos não participaram das eleições de 29 de outubro devido a um ambiente que não foi livre nem justo, e à ausência de igualdade de condições, enfatizou o Chadema, defendendo que os números foram manipulado e que as manifestações são prova irrefutável de que os cidadãos rejeitam qualquer candidato que surja desse processo eleitoral.

O Chadema, em declarações à imprensa internacional, estimou em mais de 700 o número de mortos nas manifestações em Dar es Salaam desde as eleições, em resultado da repressão da polícia, mas o Governo refuta estes números e fala em cerca de 150.

ANG/Inforpress/Lusa

 

 

Vaticano/Papa pede intervenção da comunidade internacional na crise do Sudão

Bissau, 03 Nov 25 (ANG)  - O Papa apelou hoje a uma intervenção generosa da comunidade internacional na situação no Sudão, que ofereça assistência e apoio aos trabalhadores da ação humanitária e àqueles que enfrentam um "sofrimento inaceitável" naquele país do Norte de África.

Leão XIV, no final da oração do Ângelus na Praça de São Pedro, expressou tristeza pela situação vivida no Sudão, com violência indiscriminada contra mulheres e crianças, ataques contra civis, e graves obstáculos à acção humanitária que disse estarem a causar grande sofrimento.

"Isto é inaceitável para uma população já exausta após longos meses de conflito. Rogamos ao Senhor para que acolha os mortos, console os que sofrem e toque os corações dos responsáveis", disse, apelando a um cessar-fogo e à abertura urgente de corredores humanitários.

O Papa Leão XIV instou também a comunidade internacional "a intervir com generosidade decisiva para oferecer assistência e apoio".

A oração também foi dedicada à Tanzânia, devido aos confrontos após as eleições políticas que resultaram em inúmeras vítimas, apelando o pontífice a que sejam evitadas todas as formas de violência por todos, e seja seguido o caminho da paz.

ANG/Inforpress/Lusa

África do Sul/ONU considera que desigualdade está a tornar pandemias mais prováveis, mortíferas e caras

 

Bissau, 03 Nov 25(ANG) - Elevados níveis de desigualdade económica tornam o mundo mais vulnerável a pandemias e alimentam um círculo vicioso que faz perigar saúde pública e economias, alertaram hoje economistas prestigiados e especialistas em saúde pública da ONU.

 

As conclusões encontram-se num relatório encomendado pela UNAIDS, fruto de dois anos de investigação realizada pelo Conselho Mundial sobre as Desigualdades, a SIDA e as Pandemias e liderada por especialistas como o prémio Nobel da Economia 2001, Joseph Stiglitz, a ex-primeira-dama da Namíbia Mónica Geingos e o epidemiologista Michael Marmot.

 

“Níveis elevados de desigualdade, tanto dentro como entre países, estão relacionados com a transformação de surtos de doenças em pandemias, e a desigualdade está a minar as respostas nacionais e globais, tornando as pandemias mais perturbadoras para a economia, mais mortíferas e prolongando a sua duração”, lê-se no documento.

 

O relatório mostra que, “por sua vez as pandemias aumentam a desigualdade”, alimentando um ciclo que pôde ser observado durante crises de saúde pública mundiais como a covid-19, mas também a SIDA, o ébola, a gripe, a varíola e outras doenças.

 

Por isso, os especialistas alertam que “a incapacidade para abordar as desigualdades fundamentais e as condições sociais desde a covid-19 deixou o mundo extremamente vulnerável e mal preparado para a próxima pandemia”.

 

A pandemia da covid-19, em particular, “empurrou para a pobreza 165 milhões de pessoas, ao passo que as pessoas mais ricas do mundo aumentaram a sua riqueza em mais de um quarto”, sublinham.

 

As desigualdades são “uma escolha política, e uma escolha perigosa que ameaça a saúde de todos”, sustentou Monica Geingos, citada pela UNAIDS em comunicado.

Os autores do relatório exortam os líderes mundiais a melhorarem a preparação para as pandemias, investindo em “mecanismos de proteção social” nos seus países e, simultaneamente, tentando minorar os problemas de desigualdade global, em especial através da reestruturação da dívida dos países em desenvolvimento.

 

“As pandemias não são apenas crises de saúde; são crises económicas que podem agravar as desigualdades, se os líderes fizerem as escolhas políticas erradas”, afirmou Stiglitz.

 

“Quando os esforços para estabilizar economias afetadas por uma pandemia são financiados por elevadas taxas de juro da dívida e medidas de austeridade, privam os sistemas de saúde, educação e proteção social de recursos. As sociedades tornam-se, então, menos resistentes e mais vulneráveis às epidemias”, argumentou o Nobel de Ciências Económicas de 2001.

Na opinião deste especialista, “quebrar este ciclo exige garantir que todos os países têm a capacidade orçamental necessária para investir na segurança sanitária”.


O relatório defende também um acesso mais equitativo aos tratamentos e tecnologias de saúde, apelando para a “suspensão imediata dos direitos de propriedade intelectual” a nível global assim que seja declarada uma pandemia.


Joseph Stiglitz irá igualmente apresentar nos próximos dias um relatório sobre a desigualdade e a pobreza globais aos líderes do G20, que representam as maiores economias do mundo e que se reunirão numa cimeira em Joanesburgo no final de novembro. ANG/Inforpress/Lusa

 

Portugal/Um em cada cinco médicos e enfermeiros são migrantes, diz relatório

Bissau, 03 Nov 25 (ANG) - Um em cada cinco médicos e enfermeiros a trabalhar nos sistemas de saúde dos 38 países-membros da OCDE, como Portugal, é migrante, avança um relatório hoje divulgado pela organização.

No total, os sistemas de saúde da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) albergam mais de 830.000 médicos e 1,75 milhões de enfermeiros nascidos no estrangeiro, refere o relatório anual "Perspetivas da Migração Internacional 2025".

Os números constatam a situação em 2020-2021, a última vez que foram contabilizados valores da área da saúde, mas os analistas da OCDE - que trabalharam em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta matéria do relatório - garantem que a integração de médicos e enfermeiros migrantes cresceu significativamente nas últimas duas décadas, ultrapassando o crescimento geral do emprego nestas profissões.

"O número total de médicos nascidos no estrangeiro aumentou 86% e o de enfermeiros 136%", avançam.

A situação deve-se à escassez de profissionais de saúde em países com populações envelhecidas e com cada vez mais necessidade de cuidados médicos, salientam os analistas no documento sobre migrações.

"Em resposta, muitos países da OCDE reforçaram a sua capacidade de formação de pessoal de saúde, mas o recrutamento internacional de médicos e enfermeiros também continuou a aumentar", referem.

Os maiores aumentos em números absolutos de profissionais de saúde migrantes foram registados nos Estados Unidos, na Alemanha e no Reino Unido, detetaram os analistas.

O número de médicos nascidos no estrangeiro mais do que triplicou nas últimas duas décadas em vários países, incluindo na Finlândia, na Alemanha, no Luxemburgo, na Noruega, em Espanha e na Suíça.

No caso dos enfermeiros nascidos no estrangeiro, a Finlândia foi o país que registou maior subida, com um aumento de quase oito vezes, enquanto Alemanha, Irlanda, Nova Zelândia e Noruega também viram o número mais do que triplicar.

O relatório aponta ainda que a maioria dos profissionais de saúde migrantes é originária da Ásia, de onde proveem aproximadamente 40% dos médicos e 37% dos enfermeiros estrangeiros que trabalham na OCDE.

Índia, Alemanha e China são os principais países de origem dos médicos, enquanto Filipinas, Índia e Polónia são os três principais países de origem dos enfermeiros.

"Sete países de origem têm mais médicos a trabalhar na OCDE do que nos próprios países, e este número sobe para 15 países no caso dos enfermeiros", refere o documento, explicando que, na maioria, partem de pequenos Estados insulares e de países menos desenvolvidos da África Subsariana.

Embora as políticas migratórias estejam a evoluir, sobretudo devido à crise provocada pela pandemia da covid-19, ainda é preciso aumentar as respostas políticas, de acordo com os analistas da OCDE.

"O reconhecimento e o licenciamento", que "continuam a ser grandes obstáculos à integração dos profissionais de saúde migrantes no mercado de trabalho", devem ser melhorados, defendem.

A OCDE propõe também que os principais países recetores reforcem "a formação e melhorem a retenção dos profissionais de saúde, a fim de reduzir a escassez e a má distribuição a nível interno".

Criada em 1961 para gerir a ajuda do Plano Marshall depois da Segunda Guerra Mundial, a OCDE visa atualmente promover a democracia e a economia de mercado e tem como membros, além de Portugal, Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Costa Rica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polónia, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Turquia.ANG/Lusa

 

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Forças Armada/EMGFA denuncia alegada tentativa de subversão da ordem constitucional no país

Bissau, 31 Out 25 ANG) – O Estado-Maior General das Forças Armadas(EMGFA), denunciou, hoje, uma  alegada tentativa de subversão da ordem constitucional, num momento em que o país se prepara para as eleições gerais, marcadas para o dia 23 de Novembro.

A denúncia foi feita durante uma conferência de imprensa, em Bissau, dirigida pelo Vice Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, Tenente-General Mamadu “Nkrumah” Turé, e contou com a presença de oficiais superiores e subalternos.

Nkrumah" Turé, afirmou que o general Daba Na Walna, antigo presidente do Tribunal Superior Militar, se encontra detido, desde quarta-feira à noite, "devido ao seu envolvimento no golpe".

Turé apresentou alegados factos que segundo disse confirmam o envolvimento de Daba Na Walna na tentativa de golpe.

"Fez uma requisição de armas, viaturas e coletes antibala. Disse que era para dar aos formandos na Escola Militar de Cumeré, afinal era para fazer golpe de Estado", declarou o vice-chefe das Forças Armadas guineenses.


Mamadu Turé lamentou a detenção dos oficiais, que recusaram a cumprir com as orientações e dos conselhos do Estado-Maior General.

“ O nosso Chefe de Estado-Maior General desde  sua tomada de posse jurou se subordinar ao poder político, respeitar a Constituição da República e demais leis em vigor no país, reorganizar as forças armadas, criar mínimas condições para formação dos jovens militares”, lembrou.

Acrescentou que o Chefe de Estado-Maior General cumpriu com essas promessas e mesmo assim ainda há camaradas que aceitam colaborar com políticos para subverter a ordem criando instabilidade e morte para os próprios militares

De acordo com o comunicado lido pelo  Chefe da Divisão Central de Recursos Humanos do EMGFA, Fernando Gomes da Silva, o episódio envolve alguns oficiais das Forças Armadas, cujas ações, segundo as autoridades militares, colocam em risco a paz e a estabilidade nacional, consideradas essenciais para o desenvolvimento socioeconómico e para a atração de investimento externo.

“O processo de inquérito para apurar os factos e identificar todos os envolvidos já está em curso. As Forças Armadas garantem que todos os responsáveis serão levados à justiça, e os que se encontram em fuga serão localizados e detidos”, salientou.

 Durante a conferência foram ainda exibidos fragmentos, ou seja, áudios dos trabalhos da comissão de inquérito, com o objetivo de demonstrar à comunidade nacional e internacional a veracidade dos factos denunciados.

As Forças de Defesa e Segurança afirmaram que não permitirão distúrbios nem desordens durante o processo eleitoral e que estarão “vigilantes e intransigentes” perante qualquer tentativa de pôr em causa as eleições.

Informou que o Comando Conjunto para o Asseguramento das Eleições Gerais, já constituído, é composto por mais de 15 mil efetivos das Forças Armadas, da Guarda Nacional, da Polícia de Ordem Pública e das Forças de Estabilização da CEDEAO.

A missão desse comando, de acordo com o comunicado, é garantir a segurança dos candidatos, coligações e partidos concorrentes em todo o território nacional, além de dissuadir “de forma severa e intolerável quaisquer ameaças verificadas antes, durante e depois do escrutínio”.

As Forças de Defesa alertaram ainda que não será tolerada qualquer tentativa de interferência ou manipulação de pessoas individuais ou colectiva, através de redes sociais ou outros meios de comunicação social que visem “desestabilizar ou desacreditar a liderança militar”.

No comunicado as Forças Armadas apelam à unidade e disciplina de todos os elementos das Forças Armadas e de Segurança, desde os generais até aos soldados, pedindo-lhes que permaneçam fiéis aos ideais da República e se abstenham de qualquer ato que possa comprometer a paz e a estabilidade que tanto o povo guineense deseja. ANG/LPG/ÂC//SG

Eleições Gerais 2025/Presidente interino da “CNE” apela não uso de linguagens que incita ódio ou violência durante  campanha eleitoral

Bissau, 31 Out 25 (ANG) – O Presidente Interino da Comissão Nacional de Eleição (CNE), apelou hoje a sociedade guineense e as forças politicas do país e assim como aos candidatos às eleições de Novembro para não usarem   linguagens de incitamento ao ódio ou práticas  de violência, durante a campanha eleitoral que se inicia sábado, em todo o território nacional.

Npabi Cabi fez esse apelo em mensagem difundida esta sexta-feira, alusiva a abertura da campanha eleitoral.

Convida aos interessados no processo, a reforçarem a cultura de tolerância, de sâ convivência entre os guineenses, e de respeitarem  os princípios de ética e deontologia eleitoral.

“Peço-vos para se empenharem e contribuir para que a campanha eleitoral seja coroada de êxitos, num clima e ambiente de concórdia nacional”, referiu.

Segundo aquele responsável, o povo guineense delega o seu poder em cidadãos que o representa na tomada de decisões, interpretando a sua vontade e respondendo as suas aspirações.

“Por isso, de forma incontornável, os Partidos, Coligações de Partidos, Candidatos à Presidência da República e cidadãos em geral, estamos todos convocados para dar brilho à esse debate de ideias”, declarou Npabi Cabi.

Acrescenta  que o exercício de direitos políticos determina  que todos os atores devem respeitar e fazer respeitar os princípios e valores das democracias modernas, o pluralismo e o código da conduta eleitoral, enquanto pedra angular para a afirmação ativa, na construção do futuro coletivo sólido e resiliente.

“A missão que nos é aferida durante os próximos 21 dias e não só, deve estar revestidas de valores éticos-morais, que balizam as nossas condutas, na estrita observância da Constituição da República, Legislação Eleitoral, e demais leis complementares e código de conduta eleitoral”, disse.

Apelou , por outro lado, às Forças de Ordem Pública para que preservem o dever de imparcialidade ou seja a igualdade de tratamento, isenção e neutralidade, perante as forças políticas e candidatos concorrentes dos pleitos eleitorais.

No que tange ao órgãos de comunicação social, destacou que devem vincular-se ao dever de tratamento jornalístico, não discriminatório ou tendencioso, devendo para tal valer pelo o princípio e valores da deontologia profissional.ANG/LLA/ÂC//SG


Campanha eleitoral/Ministro das Telecomunicações pede a ARN para garantir acessibilidade de comunicação em todo o território nacional

Bissau, 31 out 25(ANG) – O ministro das Telecomunicações e Economia Digital, pediu a  Autoridade Reguladora Nacional das Tecnologias de Informação e Comunicação(ARN-TIC), para garantir acessibilidade de redes de comunicação em todo o território nacional durante o período da campanha eleitoral, que se inicia no sábado(01).

“Estou aqui hoje, para se inteirar do funcionamento da ARN-TIC e sobretudo transmitir a mensagem do Presidente da República para vossa instituição no que concerne o papel que devem jogar no processo tão importante para a vida do país que é as eleições de 23 de Novembro”, disse Júlio Baldé  na visita que efetuou hoje à ARN-TIC.

O governante acrescentou  que as próximas eleições vão determinar o futuro do país, nos próximos quatro e cinco anos, frisando que durante o período crítico da campanha eleitoral, a responsabilidade não cabe apenas ao Ministério do Interior em termos de garantia de segurança das pessoas, partidos e candidatos.

Júlio Baldé salientou que a ARN-TIC tem igualmente grande responsabilidade em termos de garantia de tudo o que toca com a comunicação, desde a capital Bissau até Madina Boé, de Varela às Ilhas Bijagós entre outras localidades.

“Então, a responsabilidade é enorme e a ARN-TIC deve estar à altura de cumpri-la, de acordo com as recomendações que o  Presidente da República me pediu para vos transmitir”, disse.

O ministro das Telecomunicações pediu aos responsáveis da ARN-TIC para redobrarem esforços para que durante o período da campanha eleitoral não haja falhas graves em termos de comunicações, em todo o território nacional. ANG/ÂC//SG

Costa do Marfim/BAD disponibiliza seis milhões de dólares para gestão de riscos de desastres em África no período 2025/2026

Bissau, 31 Out 25 (ANG) – O Conselho de Administração do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) aprovou na quarta-feira, em Abidjan, uma alocação excepcional de seis milhões de dólares americanos para apoiar a Iniciativa Africana de Capacidade de Gestão de Riscos (ARC, na sigla em inglês) em suas atividades de capacitação e financiamento de riscos de desastres no continente para o período de 2025-2026.

Este financiamento, proveniente do Programa Africano de Financiamento para o Risco de Desastres (ADRiFi), permitirá que a ARC continue a prestar seus serviços essenciais de apoio técnico e institucional aos países membros regionais do Banco.

Segundo o AfDB, o primeiro componente do projeto se concentrará no fortalecimento da expertise técnica e das capacidades institucionais das autoridades públicas nacionais para uma melhor gestão do risco de desastres. Isso incluirá o aprimoramento das estruturas de avaliação de riscos, a consolidação dos sistemas de alerta precoce e a capacitação dos tomadores de decisão com as habilidades necessárias para a implementação eficaz de políticas de prevenção.

O segundo componente visa ajudar os países africanos a passar de uma abordagem reativa para uma abordagem proativa em relação aos desastres naturais, fortalecendo o planejamento de emergência, a alocação de recursos e os mecanismos institucionais de resposta.

Por meio deste projeto, a ARC também pretende aumentar a participação de seus Estados-membros em seu fundo soberano de risco, propondo novos produtos de seguro climático e intensificando seu engajamento com os governos para apoiar a campanha pela ratificação de seu tratado fundador.

As atividades de implementação abrangerão todos os Estados-membros da ARC, com atenção especial às regiões mais expostas a secas, inundações, ciclones tropicais e epidemias.

Os beneficiários diretos incluem formuladores de políticas, especialistas técnicos e funcionários do governo, que receberão assistência na quantificação de riscos, planejamento de emergência, financiamento de desastres e inclusão de mulheres em estratégias de resiliência.

Criada em 2012 como uma agência especializada da União Africana, a Capacidade Africana de Gestão de Riscos (African Risk Capacity) fornece aos Estados-membros ferramentas de modelagem de riscos, planejamento de emergências e financiamento soberano para desastres. Desde a sua criação, já desembolsou mais de US$ 230 milhões para 14 países africanos, protegendo milhões de pessoas vulneráveis ​​por meio de mecanismos de financiamento rápidos e previsíveis.ANG/Faapa

Ucrânia/Europol identifica mais de 650 mercenários russos acusados de crimes de guerra

Bissau, 31 Out 25 (ANG) - A Europol identificou hoje cerca de 654 alegados combatentes das companhias militares privadas russas Wagner e Redut acusados de crimes de guerra, incluindo execuções de civis e violência sexual durante a invasão russa da Ucrânia.

operação, levada a cabo pelas polícias moldava e ucraniana com o apoio da Equipa Central de Crimes Internacionais da Europol, permitiu reconstruir parte das redes de recrutamento e de comando dos dois grupos, que também estiveram presentes noutros conflitos, como o da República Democrática do Congo.

 Os suspeitos incluem cidadãos da Ucrânia, Moldávia, Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Turquemenistão, Azerbaijão, Arménia e Bósnia-Herzegovina, indicou ainda a agência europeia.

Uma das empresas militares, o grupo Wagner ficou totalmente sob o controlo do Governo russo após a morte do seu líder, Evgeny Prigozhin em 2023.

O grupo foi desmantelado depois de Prighozin ter liderado em junho de 2023 uma revolta em que reuniu os seus mercenários com o objetivo de marchar até Moscovo.

Embora tenha sido desmantelado, no continente africano o grupo foi substituído pelo chamado 'Africa Corps', mantendo as suas tropas e respondendo diretamente ao Kremlin.

Na Ucrânia, os mercenários foram acusados por diversas vezes de crimes de guerra.

Já o Redut é outro grupo de mercenários que recruta sobretudo ex-militares russos para as suas fileiras e faz parte das organizações militares alvos de sanções por parte da União Europeia.ANG/Lusa

 

França/Anunciada ajuda de mais de 1,5 bilhões de Euros às populações afectadas pela guerra no leste da RDC

Bissau, 31 Out 25 (ANG) - O Presidente francês anunciou ,quinta-feira, no final do dia uma ajuda internacional de mais de 1,5 mil milhões de Euros e a abertura de corredores humanitários para encaminhar a ajuda aos civis bloqueados no meio do conflito no leste da RDC.

Este anúncio foi feito em Paris, no final de uma conferência internacional sobre os Grandes Lagos organizada pela França e o Togo, país mediador, que contou com a presença de 60 países e organizações, mas sem os M23, parte directamente envolvida no conflito.

"Tenho o orgulho de anunciar que mobilizaram colectivamente mais de 1,5 bilhões de Euros de assistência para as populações mais vulneráveis", foi deste modo que Emmanuel Macron anunciou esta ajuda às populações afectadas pelo conflito vigente no leste da RDC, mencionando nomeadamente o envio de medicamentos e alimentos.

O plano de resposta humanitária das Nações Unidas, avaliado em 2,5 mil milhões de Euros, tinha sido até então financiado apenas em 16% do seu valor.

Ainda antes deste anúncio, a ONU tinha tecido advertências sobre o agravamento da insegurança alimentar na RDC, com 26 milhões de pessoas em risco severo até o começo do ano que vem, na sua maioria nas províncias do norte e sul Kivu, as zonas em conflito, sendo que ainda de acordo com as Nações Unidas, quase 4 milhões de pessoas estão neste momento em situação de "urgência alimentar".

A agravar este cenário, "as rotas humanitárias são por vezes controladas e os recursos desviados", denunciou Faure Gnassingbé, Presidente do Togo, país mediador da União Africana para os Grandes Lagos.

Durante o encerramento da conferência internacional de ontem, o Presidente francês ainda anunciou a reabertura do aeroporto de Goma para voos humanitários "nas próximas semanas" e corredores humanitários seguros para o encaminhamento da ajuda.

Uma notícia acolhida com cepticismo pelo chefe da diplomacia ruandesa, Olivier Nduhungirehe, que não deixou de sublinhar que os M23 não foram convidados para a conferência, apesar de serem uma das partes interessadas.

"Paris não pode reabrir um aeroporto, uma vez que os primeiros envolvidos não estãona conferência, disse o governante do Ruanda, país acusado por Kinshasa e pela ONU de apoiar os rebeldes M23 que controlam o norte e o sul Kivu.ANG/RFI

 

Turquia/Tribunal  condena a perpétua oito responsáveis por incêndio em hotel

Bissau, 31 Out 25 (ANG) - Um tribunal turco condenou hoje oito pessoas a prisão perpétua pela responsabilidade no incêndio num hotel de montanha que causou a morte a 78 pessoas, 36 delas crianças, em janeiro deste ano.

A decisão coube ao tribunal de Bolu, no norte da Turquia.

Segundo relataram os meios de comunicação turcos presentes no julgamento, entre os condenados estão o proprietário e o diretor do estabelecimento, cuja investigação feita revelou numerosas falhas no cumprimento das normas de segurança, 

Um vice-presidente da câmara municipal de Bolu e o comandante dos bombeiros da cidade foram também condenados a prisão perpétua. O tribunal deverá pormenorizar as penas posteriormente.

No total, 32 pessoas foram julgadas, incluindo 20 em prisão preventiva, num processo acompanhado por familiares das vítimas, que exibiram as fotografias dos seus entes queridos à porta de um pavilhão desportivo requisitado para acolher as audiências.

A investigação revelou que o alarme de incêndio do Grand Kartal, um hotel de luxo na estância de esqui de Kartalkaya, não funcionou na noite da tragédia e que algumas das instalações de gás não cumpriam as normas de segurança.

"Tínhamos inspeções regulares", defendeu-se durante o julgamento o proprietário do Grand Kartal, Halit Ergül, condenado a prisão perpétua, que atribuiu a responsabilidade ao fornecedor de gás.

"Nem sequer autorizava fogo-de-artifício à frente do hotel durante os casamentos para evitar que as aves morressem", afirmou perante os juízes, segundo a agência de notícias privada DHA.

Sobreviventes e familiares das vítimas prestaram depoimento, muitos em lágrimas, relatando o incêndio que começou num restaurante do hotel pouco antes das 03:30 locais da madrugada de 21 de janeiro.

"Vou ao cemitério todas as manhãs. Nenhum psicólogo consegue aliviar uma dor destas", declarou terça-feira, em tribunal, Hilmi Altin, que perdeu a mulher e a filha de nove anos nessa noite, segundo relatos divulgados por vários meios de comunicação.

Famílias inteiras morreram no incêndio, cuja fachada carbonizada ocupou as primeiras páginas da imprensa internacional. 

Outras 137 pessoas ficaram feridas.

O balanço particularmente pesado, com 78 mortos, entre os quais cerca de 30 crianças, provocou grande comoção e revolta pública, alimentada por acusações de negligência.ANG/RFI

    Austrália/Acordo inédito marca reconhecimento dos povos indígenas

Bissau, 31 Out 25 (ANG) – O estado australiano de Victoria aprovou na quinta-feira à noite um acordo com os povos indígenas, que marca um reconhecimento há muito negado aos seus primeiros habitantes, que passarão a ter representação no âmbito estadual.

O acordo prevê, nomeadamente, a criação de uma assembleia consultiva de representantes indígenas eleitos no estado de Victoria e a formação de um órgão consultivo encarregado de eliminar as desigualdades em matéria de saúde. Apoia igualmente um processo destinado a tratar as questões relacionadas com o passado doloroso destes povos.

A medida "faz história", saudou a líder indígena Jill Gallagher, que trabalhou vários anos na sua elaboração.

Aplausos e aclamações ecoaram no Parlamento de Victoria quando o acordo foi aprovado, na madrugada de quinta para sexta-feira, com muitos presentes a chorarem de emoção.

Gerações de indígenas australianos tentaram, sem sucesso, celebrar acordos semelhantes com o governo federal do país. Em 2023, os australianos votaram massivamente "não" num referendo nacional que visava reconhecer os povos indígenas na Constituição.

Este acordo sem precedentes marca o reconhecimento da soberania dos povos indígenas australianos sobre o território antes da chegada dos colonos europeus em 1788 a Nova Gales do Sul, para fazerem da Austrália uma colónia prisional britânica.

Na época, cerca de um milhão de indígenas habitavam o território. Hoje, representam apenas 3,8% dos 26 milhões de australianos.

Esta população vive, em média, oito anos a menos do que os outros australianos e está super representada entre as pessoas presas e mortas sob custódia policial.

A primeira-ministra de Victoria, Jacinta Allan, afirmou que o novo acordo redefinirá as relações entre os indígenas australianos e o governo estadual.

"O acordo dá às comunidades indígenas o poder de moldar as políticas e os serviços que afectam as suas vidas", afirmou.

A chegada de 11 navios britânicos para estabelecer uma colónia penal em Sydney Cove em 1788 marcou o início de uma longa opressão dos povos indígenas, estabelecidos no território há mais de 60.000 anos.

Uma investigação governamental realizada em Victoria concluiu este ano que os colonos cometeram um genocídio contra os primeiros habitantes do território.

Os massacres, as doenças, a violência sexual, o rapto de crianças e as políticas de assimilação levaram à "quase completa destruição" dos povos indígenas neste estado, de acordo com a investigação.

ANG/Inforpress/Lusa

 

Regiões/Governadora de Gabu apela utilização de linguagem de paz durante Campanha Eleitoral para  eleições gerais de Novembro

Gabu, 31 Out 25 (ANG) - A governadora da região de Gabu, fez, quinta-feira, um apelo para a utilização de  uma linguagem de paz e tranquilidade durante a Campanha Eleitoral para as eleições gerais de 23 de Novembro, que se inicia no sábado.

De acordo com o correspondente da ANG para a  Região de Gabu, Elisa Maria Pinto fez o apelo no âmbito da reunião que teve com os partidos políticos, elementos da Comissão Regional de Eleições e jornalistas das Rádios Comunitárias daquela Região.

“Na realidade existe a situação de vulnerabilidade por parte das populações, por isso é necessário ter o sentido de responsabilidade e deixar de lado os discursos de ódios e mensagens incendiárias”, disse a governante.

Em nome das Rádios Comunitárias, o jornalista decano  Samba Só elogiou a iniciativa e garantiu que vão fazer os seus trabalhos com base nas regras  deontológica do jornalista, de modo à marcar a diferença no sentido positivo.

Por sua vez, o Presidente da Comissão Regional de Eleições de Gabu, Iana Joaquim Subana, pediu que cada partido faça o seu trabalho na base da lei.

O Porta-voz dos partidos políticos  Malam Suané garantiu que vão utilizar uma linguagem de paz e que vão fazer igualmente uma seleção das intervenções nas rádios , em todos os seus atos políticos.ANG/SS/AALS/ÂC//SG

 

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Eleições gerais/Coligações PAI-Terra Ranka e API-Cabaz Garandi e o candidato às presidenciais José Mário Vaz alinham estratégia para escrutínio de Novembro

Bissau, 30 Out 25(ANG) – Os líderes das coligações Plataforma Aliança Inclusiva-Terra Ranka(PAI-Terra Ranka), Aliança Patriótica Inclusiva(API- Cabaz Garandi), e o ex- Presidente da República e candidato às eleições presidenciais, José Mário Vaz se reuniram hoje na sede do PAIGC em busca de uma  estratégia para o escrutínio de 23 de Novembro do ano em curso.

Em declarações à imprensa no final do encontro, o ex- Presidente da República e candidato às eleições presidenciais, José Mário Vaz, agradeceu a “recepção calorosa” de que beneficiou à chegada à sede do PAIGC.

“Somos o grupo de pessoas e políticos que vivem a Guiné-Bissau e que gostam da terra, o seu povo e que quer dias melhores para o país. O que nos trouxe hoje aqui é, fundamentalmente, discutir aspetos ligados a nossa terra e dos problemas que afetam o povo”, disse José Mário Vaz

Afirmou que seria importante que quando se vai para eleições não haja situações complicadas semelhantes às que se vive atualmente no país, e sobre as quais ninguém sabe as suas consequências.

 “Nós, enquanto guineenses que gostam desta terra e do povo, vamos fazer todo o possível e num clima de entendimento, paz e tranquilidade para encontrar uma solução que vai servir, de facto, o país e povo”, disse.

Mário Vaz disse que as próximas eleições devem ser livres, justas, transparentes e inclusivas, acrescentando que, quando se exclui alguns candidatos e coligações é complicada atingir esse objetivo.

“Existem partidos mutilados logo à primeira e que não podem concorrer em determinados Círculos, o que não é bom para o país e para o povo”, lamentou José Mário Vaz.

O candidato às presidenciais apoiado pela excluída Coligação API Cabaz Garandi, Fernando Dias disse que o encontro se realizou no âmbito dos contatos para se encontrar saídas possíveis para contornar as exclusões da PAI-Terra Ranka e do seu candidato presidencial às eleições gerais de 23 de Novembro.

“Todos nós fizemos esforços para que a PAI-Terra Ranka e o seu líder pudessem participar nas próximas eleições, mas , infelizmente, não é possível. Contudo, não desistimos e continuamos a exigir a sua participação nas eleições”, frisou.

Fernando Dias disse que têm feitos contatos junto dos organizadores do processo para ver a possibilidade de reconsiderar as suas posições, porque em eleições justas e transparentes deve haver inclusão.

“Caso os organizadores mantiverem a posição de excluir a PAI-Terra Ranka, devemos adoptar uma segunda saída”, disse Fernando Dias.

O político afirmou que as cenas mais tristes que existem é que, nos dias passados ocorreram detenções de algumas figuras das Forças Armadas, e diz que, se no decurso do processo eleitoral está a acontecer isso, é porque não existe vontade para que haja eleições justas, livres e transparentes.

“Se as pessoas de fardas estão a ser detidas é porque qualquer dia vai chegar em nós, os políticos civis. Por isso pedimos a Comunidade Internacional para acionar mecanismos para se evitar que se chegue a essa situação”.

Fernando Dias frisou que o silêncio da Comunidade Internacional em relação à várias situações que ocorrem no país, está a prejudicar muito o povo guineense e o país em geral. ANG/ÂC//SG