quarta-feira, 12 de novembro de 2025

EUA/Trump pediu a Isaac Herzog que perdoe Netanyahu, julgado por corrupção

Bissau, 12 Nov 25 (ANG) - O presidente de Israel, Isaac Herzog, divulgou hoje uma carta do homólogo norte-americano, Donald Trump, em que lhe pede formalmente que conceda um indulto ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, atualmente julgado por corrupção.

"Venho por este meio solicitar que conceda um perdão total a Benjamin Netanyahu, que tem sido um primeiro-ministro formidável e decisivo durante a guerra e que agora está a conduzir Israel para uma era de paz", refere a carta do presidente norte-americano, divulgada pelo gabinete de Herzog.

"Quem pretenda obter um indulto presidencial deve apresentar uma solicitação formal de acordo com os procedimentos estabelecidos", indicou a presidência israelita.

O primeiro-ministro israelita está a ser julgado em três processos de corrupção, em que alguns deles datam de 2019.

No entanto, o líder da oposição em Israel, Yair Lapid, criticou já o pedido de Trump e defendeu que Netanyahu deve "admitir a culpa" e expressar arrependimento como condição prévia a qualquer indulto.

"Para lembrar: a lei israelita estabelece que a primeira condição para receber um indulto é a admissão de culpa e a expressão de arrependimento pelos atos cometidos", escreveu Lapid na rede social X.

O julgamento de Netanyahu envolve vários processos, nomeadamente o conhecido por "BibiLeaks", em que o Shin Bet (a agência de segurança interna) está ainda a investigar se o gabinete do primeiro-ministro foi conivente com funcionários dos serviços secretos na divulgação de material confidencial nos meios de comunicação social para encorajar a opinião pública contra um acordo de reféns com o Hamas.

A informação estava na posse do Ministério da Defesa e não se sabe como chegou às mãos de funcionários do gabinete de Netanyahu, que alegadamente a divulgaram aos meios de comunicação social, mas com manipulações egoístas.

Por outro lado, o chefe de gabinete de Netanyahu, Tzachi Braverman, foi acusado no início de novembro de 2024 de ter extorquido um vídeo comprometedor a um oficial do secretariado militar do gabinete do primeiro-ministro para alterar as atas das discussões realizadas nas horas que antecederam o ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, no qual 1.200 pessoas foram mortas e 250 raptadas.

Os altos funcionários do círculo próximo de Netanyahu terão recebido informações dos serviços secretos militares sobre movimentos suspeitos de comandantes do Hamas na Faixa de Gaza nessa manhã e sobre a ativação de centenas de cartões SIM israelitas no interior do enclave.

Outra questão tem a ver com o facto de a defesa legal de Netanyahu ter pedido sucessivos adiamentos da audição de testemunhas no julgamento que enfrenta por corrupção desde 2020, pedidos que o tribunal de Jerusalém tem rejeitado.

O testemunho de Netanyahu deveria ter começado em novembro de 2023, mas foi adiado várias vezes devido à guerra em Gaza. 

Netanyahu é acusado desde 2019 de fraude, suborno e quebra de confiança em três casos distintos e é acusado de receber presentes em troca de favores e tratamento favorável para uma cobertura positiva em vários meios de comunicação social. 

Netanyahu e a sua mulher Sara são acusados de aceitar mais de 260 mil dólares em artigos de luxo (charutos, joias, champanhe) de multimilionários, entre os quais o produtor israelita de Hollywood Arnon Milchan e o empresário australiano James Packer, em troca de favores políticos.

O primeiro-ministro israelita está ainda a ser processado também por ter tentado negociar uma cobertura mais favorável de Arnon Mozes, editor do Yedioth Aharonoth, o principal diário pago do país, em troca da promessa de uma lei que teria restringido a circulação do jornal gratuito Israel Hayom, um título popular em Israel. ANG/RFI

 

     
      Itália
/Plano  para conter saída de migrantes conta já com 14 países

Bissau, 12 Nov 25 (ANG) - Mais de uma dezena de nações africanas já estão envolvidas no Plano Mattei para África para estimular o desenvolvimento e conter a saída de migrantes, disse hoje a primeira-ministra italiana.

O Plano Mattei prevê "o envolvimento direto de 14 nações africanas, mais de mil milhões de euros em recursos com que Itália já se comprometeu para projetos no continente africano e sinergia com o Global Gateway, no valor de mais de 1.200 milhões de euros", disse Giorgia Meloni, numa mensagem de vídeo num evento organizado pelo Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus no Parlamento Europeu.

"Esta cooperação", acrescentou, "está atualmente focada em quatro grandes iniciativas estratégicas: a construção do Corredor de Infraestruturas de Lobito, ligando a África Ocidental e Oriental, ligando Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia; o desenvolvimento de cadeias de produção de café em vários países africanos; a extensão à África Oriental do cabo Blue-Raman, a espinha dorsal marítima que ligará a Índia às economias europeias, passando pelo Médio Oriente e pelo Mediterrâneo; e a Inteligência Artificial", com o Centro para o Desenvolvimento Sustentável em Roma, que envolverá centenas de 'startups' africanas para aplicar a tecnologia aos vários setores do plano.

"A Cimeira entre a União Europeia e a União Africana, que terá lugar em Angola nas próximas semanas, será uma oportunidade para desenvolver ainda mais esta visão e sincronizar programas estratégicos entre os dois continentes", concluiu a primeira-ministra.

Meloni afirmou ainda que a Itália continuará a ser uma ponte entre os continentes europeu e africano, até porque, defendeu, "o futuro da Europa depende de uma África mais estável, mais segura e mais próspera".

Por outro lado, acrescentou, "o futuro da África depende de uma Europa capaz de ouvir, investir e construir em conjunto, com humildade e respeito pelos outros".ANG/Lusa

 

Senegal/ Desenvolvimento de infraestruturas, o principal desafio de África no quadro de parcerias sul-Sul

Bissau, 12 Nov 25 (ANG) - Os desafios de desenvolvimento e financiamento de infraestrutura relacionados às mudanças climáticas estiveram no centro de um fórum organizado nesta terça-feira em Dakar, com o objetivo de promover a parceria Sul-Sul e incentivar o investimento nos setores estratégicos do continente


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Ao discursar na abertura deste encontro, o embaixador marroquino em Dakar, Hassan Naciri, descreveu a infraestrutura como a "espinha dorsal" da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA), salientando que a Agenda 2063 da União Africana prevê uma África conectada por estradas, portos, corredores, energia e redes digitais integradas.

“Sem redes integradas de estradas, portos, energia e transportes, não pode haver um mercado continental fluido nem cadeias de valor competitivas. Investir em infraestrutura é investir na integração econômica africana, na juventude e no futuro”, afirmou, destacando a convergência de visões entre Marrocos e Senegal.

O Sr. Naciri lembrou que a infraestrutura desempenha um triplo papel, contribuindo para a abertura de territórios e a conexão de economias, criando oportunidades de emprego para os jovens e fortalecendo as capacidades produtivas, bem como a industrialização do continente.

Por sua vez, o Ministro da Infraestrutura do Senegal, Déthié Fall, destacou que a mobilização de financiamento constitui o principal obstáculo ao desenvolvimento do setor, lembrando que as necessidades do Programa de Desenvolvimento de Infraestrutura na África (2021-2030) são estimadas em US$ 170 bilhões, com um déficit anual de mais de US$ 100 bilhões.

Segundo ele, a operacionalização em larga escala da AfCFTA exigiria mais de 2 milhões de caminhões, 150 mil vagões ferroviários, 150 navios de carga e 250 aviões de carga, ilustrando a dimensão dos desafios a serem enfrentados, e observando que "essas restrições devem nos impulsionar a ser criativos e ousados ​​para mobilizar financiamento sustentável para nossas economias".

Nesse sentido, o Sr. Fall enfatizou a necessidade de os países africanos desenvolverem infraestruturas de transporte integradas e de alta qualidade, que sirvam os setores produtivos e o comércio intra-africano, utilizando também os recursos endógenos.

Por sua vez, o Diretor Geral do One Africa Forums, Hassan Alaoui, observou que "todos os países africanos enfrentam desafios semelhantes" no desenvolvimento, acreditando que o continente pode "superar os obstáculos de forma mais eficaz" ao reunir seus conhecimentos, recursos e melhores práticas.

Ele acrescentou que o Senegal está se posicionando como líder na cooperação Sul-Sul e no desenvolvimento da infraestrutura de transportes na África Ocidental.ANG/Faapa

Este fórum de dois dias, que reúne especialistas, investidores e decisores políticos de vários países africanos, proporciona um espaço para debates sobre os principais desafios do desenvolvimento de infraestruturas em África.

 

Campanha Eleitoral/Fernando Dias promete abertura de inquérito sobre o assassínio do ex-Presidente “João Bernardo Vieira” caso for eleito

Bissau, 12 Nov 25 (ANG) – O candidato independente às eleições presidenciais suportado pelo Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC) Fernando Dias da Costa, prometeu terça-feira, a abertura de um  inquérito pelo poder judicial, para se descobrir os implicados  na morte do ex-Presidente João Bernardo Vieira (Nino), caso vencer as próximas eleições de 23 de Novembro.

O candidato Fernando Dias da Costa fez essa promessa num comício de campanha eleitoral, em Prábis, região do Biombo.

Fernando Dias nega que o Nino Vieira tenha sido assassinado por Balantas e diz  que é “intriga e mentira” afirmações segundo as quais Nino foi morto por Balantas.

Aquele responsável assegurou  que o objetivo da sua candidatura é trabalhar para estabilizar o país, trazendo a paz e reconciliação, para permitir que a Plataforma  Aliança Inclusiva-Terra Ranka prossiga  o seu programa de governação para guiar o país para a frente.

Fernando Dias da Costa deixou ainda apelo as Forças da Defesa e Segurança do país para se distanciarem 500 metros dos políticos, e deixar que a Comissão Nacional de Eleições (CNE), conclua o seu trabalho conforme manda a lei.

Dias disse ser um candidato legalista, que  concorrer as eleições presidenciais com a finalidade de resgatar os direitos fundamentais que assiste ao povo, pelo que pede a todos os eleitores para votarem nele.

“Se eu não conseguir porque não fui votado o suficiente para vencer, sem qualquer anomalias, vou reconhecer o resultado e felicitar o vencedor, mas, caso ganhar e a pessoa entender que pretende roubar, deixo claro que comigo não vai acontecer,  que fique claro”, disse.ANG/LLA/ÂC//SG         

     

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Sociedade/ “A Guiné-Bissau está a transformar-se nos olhos dos atores da sociedade civil e religiosa numa espécie de  barril de pólvora”, diz estudos publicados hoje em Bissau

Bissau, 11 Nov 25 (ANG) – Estudos científicos divulgados esta, terça-feira, em Bissau, indicam que não existe ainda, no pais, líderes precursores de democracia nem  intelectuais interessados em implementar e seguir os princípios básicos da democracia multipartidária na  esfera política nacional.

Trata-se de resultados de trabalhos  de investigação levados a cabo pelo Instituto de Segurança, Política e Relações Internacionais(ISPRI) uma organização nacional de caracter científico, que tem como objectivo a investigação e publicação de estudos sobre a segurança, política e relações internacionais na Guiné-Bissau.

Os resultados de estudos realizados, através de Escuta Ativa de dirigentes políticos, entre Maio e Setembro de 2024 foram apresentados por António Nhaga, presidente do ISPRI.

Citando resultados dos estudos, António Nhaga referiu que  “a Guiné-Bissau está a transformar-se, nos olhos dos atores da sociedade civil e religiosas, numa espécie de  barril de pólvora”, que um dia poderá deflagrar com as consequências imprevisíveis, se os atores da sociedade civil e  religiosas não procurarem encontrar soluções à tempo, poderá haver  um genocídio pior que o do Ruanda.

 “Durante os cinco meses de pesquisa, os investigadores identificaram uma forte divisão dentro da classe política, constataram que quase 90 por cento da população ligada a partidos está dividida e que a maioria dos dirigentes enfrenta a democracia multipartidária”, disse António Nhaga.

Acrescentou  que os indicadores de “Escuta Activa” demonstram que, realmente, no país, não há uma verdadeira promoção de democracia multipartidária e do Estado do Direito Democrático, ou seja,  nos grandes partidos políticos nacional, não há ainda um diálogo e uma convivência democrática com a participação de todos os dirigentes.

Os resultados
dos estudos desta instituição apontam   que os discursos dos dirigentes políticos provam que não existem hoje nos partidos políticos um imaginário de conflito saudável de ideias democráticas.

Nhaga diz que  o estudo só agora foi tornado público porque a situação política se agravou com o início da campanha eleitoral. “Sentimos que o país está em ameaça, e por isso decidimos divulgar os resultados”, contou. ANG/MI/ÂC//SG

 

Campanha Eleitoral/Candidato Fernando Dias da Costa promete normalizar funcionamento das instituições da República caso for eleito

Bissau, 11 Nov 25 (ANG) – O candidato independente às eleições presidenciais de 23 de novembro, suportado pelo Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC), comprometeu a trabalhar para o normal funcionamento das instituições da República, caso merecer a confiança do povo no próximo pleito eleitoral.

Fernando Dias da Costa falava à imprensa  no acto de apresentação pública do Manifesto Político da sua candidatura à mais  magistratura da nação, e que contou com a declaração de apoio, de algumas formações políticas.

Na ocasião, Fernando Dias sustenta que a sua reflexão e ponderação estão focadas nas  questões profundas e estruturantes do país, sobretudo, o sofrimento do povo guineense nos últimos cinco anos, devido a governação que considera “ditatorial e antidemocrático” do actual regime.

Dentre os “actos ditatoriais do actual regime”, Dias da Costa enumerou a situação de bloqueio e concentração de todos os poderes dos órgãos da soberania na posse do Presidente da República, e o que diz ser “simulação da diplomacia em nome do país, para  benefício pessoal”.

Fernando Dias disse   que a razão da sua candidatura para o cargo do Chefe de Estado, se deve  a falta de transparência na gestão de bens públicos pelo atual regime, e desvalorização de datas e símbolos nacionais, conquistados por Combatentes da Liberdade da Pátria .

 “Perante este quadro insustentável que caraterizou o nosso país nos últimos cinco anos de mandato do Umaro Sissoco Embaló, apresento-me ao povo guineense como a esperança que carrega
uma visão clara de uma Guiné-Bissau independente, unida, inclusiva, autónoma e próspera”, afirmou Dias da Costa.

Declarou que o seu compromisso  com o povo nos próximos cinco anos, na qualidade do Chefe de Estado, é defender, intransigentemente, a Constituição da República (CR), promover e garantir a independência, paz social e unidade nacional, representar com dignidade o Estado da Guiné-Bissau, defender a liberdade individual dos cidadãos e de imprensa nacional e internacional acreditados no país.

“Iremos trabalhar para a gestão dos bens públicos , assim como a independência e perfeita colaboração entre os órgãos  da soberania , nomeadamente, a Assembleia Nacional Popular, Governo e os tribunais. ANG/LLA/ÂC//SG    

Regiões-eleições gerais/Candidato José Mário Vaz promete maior investimento na agricultura

Buba, 11  Nov 25 (ANG) – O antigo Presidente da República, José Mário Vaz, defende necessidade de se  investir na agricultura, sector que considera  pilar essencial para o desenvolvimento económico do país.

“Devemos apostar na mecanização agrícola para aumentar a produção de arroz e criar mais riqueza, porque o arroz é a base da economia guineense”, afirmou.

De acordo com o despacho do Correspondente da ANG na região de Quinará, José Mário Vaz falava, segunda-feira,  num comício de campanha eleitoral, realizado na cidade de Buba, região de Quinará, sul do país.

 O candidato José Mário Vaz prometeu que caso seja eleito nas próximas eleições presidenciais, que o preço da castanha de caju voltará a ser fixado em mil francos CFA por quilograma.

 Segundo o candidato, a medida visa permitir aos camponeses melhorar as suas condições de vida, resolver problemas de saúde e garantir a educação dos seus filhos.

O ex-chefe de Estado apresentou também o projeto “Mon na Lama”, que, segundo ele, representa uma alternativa viável para aumentar o rendimento das populações rurais.

Explicou que o projeto pretende valorizar produtos locais, como a batata-doce, que muitos produtores têm dificuldade em comercializar a preços justos.

José Mário Vaz, candidato apoiado pelo partido COLIDE-GB, voltou a defender ainda  a união e estabilidade como condições indispensáveis para o progresso nacional.

“Nenhum país pode avançar com instabilidade e desunião. Precisamos reencontrar a paz, a estabilidade e a unidade nacional”, declarou.

A digressão do candidato pela região de Quinara incluiu visitas aos setores de Fulacunda e Tité, culminando com o comício em Buba. A caravana seguiu no mesmo dia para a região de Tombali, no sul do país. ANG/RC/LPG/ÂC
//SG  

Eleições Gerais/ CNCS apela partidos, candidatos e coligação a colaborar com os Media para divulgação dos seus programas eleitorais

Bissau, 11 Nov 25(ANG) – O Presidente do Conselho  Nacional da Comunicação Social  (CNCS) apelou as diretorias das campanhas dos   Partidos Políticos, Candidatos e a Coligação  para  colaborarem  com os Media para possibilitar a publicação de  seus programas eleitorais em todos os órgãos, sejam públicos ou privados.

Domingos Meta Camará falava hoje em conferência de imprensa, na qual  apresentou o relatório síntese do Painel de Monotorização da cobertura da campanha e aplicação do Código de Conduta, após  10 dias de campanha eleitoral para as legislativas e presidenciais de 23 de Novembro.

“Depois das análises dos órgãos monitorizadas nomeadamente as rádios, jornais, televisões e redes sociais, os monitores verificaram, que nas rádios e nos jornais, apesar da disputa entre os concorrentes, não foram observados e nem registados quaisquer práticas ou comprometimentos que violassem o código de conduta para a cobertura eleitoral” disse Camará.

O Presidente do CNCS afirmou que, durante esse período, na generalidade, o pluralismo de informação, a equidade e a linguagem usada foram moderadas.

Revelou que, nos serviços noticiosos, as rádios têm vindo a dar tratamentos iguais aos 12 candidatos presidenciais e 14 partidos e coligações concorrentes.

Meta Camará disse ainda que, nas rádios apesar dos concorrentes pecarem pelo não envio dos respectivo programas eleitorais  aos órgãos de comunicação social, estes têm dado tratamento iguais à todos divulgando os projetos de que dispõem para o país.

Referiu que a  Agência de Notícias da Guiné (ANG) atribuiu espaço  igual à cada candidato, partido ou coligação, para divulgação das suas mensagens, dispensando tratamento igual à todos  os concorrentes.

Camará disse que segundo o relatório dos membros de monotorização, os concorrentes não têm aproveitado devidamente o espaço de tempo de antena que lhes é reservado na Televisão da Guiné-Bissau(TGB), conforme plasmado na lei.

Em relação as redes sociais, o Painel constatou que muitos “diretos” fazem o uso de linguagem violentos nos conteúdos que difundem, traduzindo algum incitamento à agitação social.ANG/JD/ÂC//SG

Moçambique/Cerca de 60% das moçambicanas vítimas de violência não procuram ajuda

Bissau, 11 Nov 25 (ANG) - A ONU Mulheres alertou hoje que cerca de 60% das mulheres que enfrentam violência de género em Moçambique não procuram ajuda, apontando para o medo, falta de informação e a desconfiança como "barreiras reais" que levam à impunidade.

"O medo, a falta de informação e a desconfiança no sistema judicial são barreiras reais que perpetuam a impunidade", lê-se numa nota da Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) em Moçambique.

Para aquela agência das Nações Unidas, as vozes das mulheres contam e precisam de ser ouvidas: "Em Moçambique, cerca de 60% das mulheres que enfrentam violência de género não procuram ajuda".

Para fazer face à problemática, a ONU Mulheres defende a promoção de um diálogo "inclusivo e urgente" com organizações da sociedade civil e agentes internacionais sobre "como tornar o sistema de justiça mais acessível, eficaz e sensível às necessidades das mulheres".

Na quinta-feira passada, o bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) defendeu mudanças culturais e uma "escuta sensível" no combate à violência baseada no género no país, considerando que o problema exige mais do que leis.

"Combater a violência do género exige mais do que leis, exige uma mudança cultural", disse Carlos Martins, durante a abertura do seminário sobre Violência Baseada no Género (VBG), em Maputo.

Para o bastonário, o combate à VBG passa também por promover a educação para a igualdade, fortalecer políticas públicas de acolhimento e proteção, bem como pelo "combate eficaz" da pobreza no país, considerando o papel fundamental da escola, família e dos meios de comunicação no processo de transformação social.

Moçambique registou mais de 9.000 casos de violência baseada no género e 4.812 casos de violência doméstica no primeiro semestre de 2025, contra 4.751 no mesmo período de 2024, refletindo um aumento de 71 casos, segundo dados avançados pela então chefe do Departamento de Atendimento à Família e Menores Vítimas de Violência da Polícia da República de Moçambique (PRM), Ana Langa.

O Governo de Moçambique reconheceu recentemente que o aumento dos casos de violência baseada no género reflete as "barreiras estruturais" que limitam a plena participação das mulheres nos processos de prevenção, mediação e consolidação da paz.

Em agosto, a ministra do Trabalho, Género e Ação Social de Moçambique alertou para o aumento dos casos de VBG, defendendo políticas eficazes e "ação firme" para travar as desigualdades.

Ivete Alane apontou a escassez de dados sobre os casos como um dos desafios para travar este tipo de violência, referindo que são "essenciais para compreender questões como o emprego informal, o uso do tempo ou os impactos das mudanças climáticas sobre mulheres e raparigas".

Em 2024, segundo dados divulgados em março deste ano pelo Governo, Moçambique registou mais de 20 mil casos, sendo, na maioria, casos de violência doméstica contra mulheres. ANG/Lusa

 Angola/Celebrações de 50 anos de independência com festa, orgulho e esperança

Bissau, 11 Nov 25 (ANG) - Luanda veste-se hoje de vermelho e amarelo para celebrar os 50 anos da independência de Angola, num ambiente de festa, otimismo e esperança para enfrentar o futuro, apesar dos muitos desafios que o país ainda tem por ultrapassar.

Omarco histórico assinala-se oficialmente no Memorial António Agostinho Neto, entre música, desfiles e homenagens ao primeiro Presidente de Angola, bem como uma mensagem à nação do chefe de Estado, João Lourenço.

As celebrações começaram logo nas primeiras horas do dia, à medida que milhares de convidados chegavam e se distribuíam pelas diferentes áreas da Praça da República, espaço monumental que acolhe o Memorial e tem sido palco das mais importantes cerimónias políticas do Estado angolano.

O monumento, inaugurado em 2012 pelo ex-Presidente José Eduardo dos Santos, é conhecido popularmente como o "Foguetão" e ergue-se a 120 metros de altura, com vista privilegiada para a Baía de Luanda.

Por ali desfilarão representantes das 18 províncias do país, num desfile cívico e militar com milhares de participantes, sob o olhar atento dos 14 chefes de Estado e de Governo que acompanharão as festividades desde as bancadas oficiais.

Entre os jornalistas que acompanham o evento, Isabel Pedro Mbuku, da Rádio Tocoista, confessou-se emocionada por participar "como profissional, mas também como angolana".

"É uma oportunidade única participar nesta festa", disse à Lusa, notando que há pontos que falta aprimorar, mas lembrando também os anos de guerra que o país atravessou

 "imbuída de esperança", Isabel Pedro referiu acreditar no Presidente e no país, declarando com fé: "De agora em diante, iremos certamente progredir em todos os setores, em especial na economia, auguramos que nestes 50 anos possamos sonhar e somar, e que nos próximos 50 anos possamos dizer [que] até aqui o Senhor nos ajudou", acrescentou a jornalista.

Também Karina Marron González, repórter da agência cubana Prensa Latina, residente em Angola há mais de dois anos, partilhou o entusiasmo.

"É uma oportunidade histórica enquanto jornalista, mas também como cubana, pelas relações históricas entre Cuba e Angola e pela participação cubana no processo de independência. É uma oportunidade única de colaborar e ver o que está a fazer o país para continuar adiante", disse.

Carina González lembrou, contudo, que "o país tem pela frente muitos desafios". "A independência tem 50 anos, mas a paz ainda é jovem. Os desafios estão na economia, na educação e na saúde. Mas penso que Angola tem a força para seguir em frente", concluiu.

As duas integram o grupo de mais de 300 jornalistas que hoje asseguram a cobertura da cerimónia, fazendo parte das 10.000 pessoas convidadas para o evento, representativas de vários setores da sociedade.

O Presidente da Republica chegou à Praça da Republica às 09:00 (08:00 em Lisboa) marcando o inicio do ato central.

Segue-se uma cerimonia de deposição de flores, entoação do hino nacional, outorga da medalha comemorativa dos 50 anos a Antonio Agostinho Neto, o discurso do chefe de Estado, o desfile cívico e o desfile militar.ANG/RFI

 

Nigéria/Combates entre grupos jihadistas rivais provocam 200 mortos no norte da Nigéria

Bissau, 11 Nov 25 (ANG) - Confrontos entre facções jihadistas rivais causaram cerca de 200 mortos no domingo em Dogon Chiku, na instável região do Lago Chade, no nordeste da Nigéria, segundo fontes dos serviços de inteligência e jihadistas.

Os dois grupos que outrora combatiam lado a lado e se separaram em 2016 devido a divergências ideológicas, têm lutado pelo controlo de territórios.

"De acordo com o balanço que obtivemos, cerca de 200 terroristas do ISWAP foram mortos nos combates", disse um membro de uma milícia antijihadista que apoia o exército nigeriano, enquanto outras fontes de segurança locais dão conta da apreensão de armas e de quatro baixas do lado do grupo Boko Haram.

"Este pode ser o pior confronto entre os dois grupos desde que começaram a atacar-se um ao outro", indicam estas fontes.

Uma fonte da inteligência nigeriana que opera na região informou estar a acompanhar de perto esta situação, contabilizando, por seu turno"mais de 150 mortes". "Tomamos conhecimento dos combates, que são boas notícias para nós", acrescentou.

O Lago Chade, extensão de água doce situada entre a Nigéria, o Níger, os Camarões e o Chade, tem servido de refúgio tanto para o Boko Haram como para o ISWAP, que o utilizam como base de retaguarda para lançar ataques nos quatro países.

O ISWAP, ligado ao grupo Estado Islâmico, separou-se do Boko Haram em 2016. A luta fratricida vigente desde então com o grupo Boko Haram culminou em Maio de 2021 com a eliminação do seu líder, Abubakar Shekau, durante combates no seu bastião na floresta de Sambisa, no nordeste da Nigéria.

Recorde-se que segundo a ONU, a insurreição jihadista vigente desde 2009 provocou mais de 40 mil mortos e cerca de dois milhões de deslocados no nordeste da Nigéria, zona maioritariamente muçulmana.

Os ataques jihadistas estenderam-se ao Níger, ao Chade e aos vizinhos Camarões, levando à criação de uma força militar regional para combatê-los.

Há um pouco mais de uma semana, o Presidente dos Estados Unidos ameaçou intervir militarmente na Nigéria, devido àquilo que denominou de "assassinatos de cristãospelos islamistas radicais, na sequência de um forte lobby neste sentido por parte de eleitos conservadores e das correntes evangélicas do seu país.ANG/RFI

 

França/Justiça defere recurso de Nicolas Sarkozy e liberta antigo presidente francês

Bissau, 11 Nov 25 (ANG) - O antigo chefe de Estado francês vai aguardar em liberdade pelo fim dos recursos relativamente ao processo de financiamento oculto da campanha presidencial de 2007 com dinheiro líbio.

Condenado a 5 anos de prisão em primeira instância, os magistrados tinham pronunciado a encarceração imediata. O recurso de segunda-feira era relativo a esta decisão.

Foram 20 dias de prisão que deixaram marcas em Nicolas Sarkozy. O primeiro chefe de Estado Francês a ser conduzido a uma cela penitenciária assistiu à distância à audiência que ditou a sua libertação, pelo menos por agora.

Sarkozy foi condenado a cinco anos de prisão no dia 25 de Setembro por associação criminosa. Para o tribunal de primeira instância de Paris, o antigo presidente permitiu, conscientemente, que dois dos seus colaboradores mais chegados pedissem dinheiro ao antigo ditador líbio Muamar Kadhafi, para financiar de forma oculta a campanha presidencial de 2007 que acabaria por o levar ao poder.

Os magistrados causaram uma surpresa enorme no dia 25 ao pronunciar a execução imediata da pena. Os advogados do condenado apresentaram um recurso desta decisão, que foi analisado esta manhã.

Na declaração ao tribunal proferida por intermédio de videoconferência, o antigo chefe de Estado Francês, afirmou que estar na prisão "é bastante duro" e elogiou os guardas prisionais.

Os advogados de defesa alegaram que Nicolas Sarkozy corria perigo na penitenciária. O também antigo ministro do Interior foi insultado e ameaçado à chegada à prisão de La Santé, em Paris. Por razões de segurança, foi colocado em isolamento e sob protecção policial, com dois guarda-costas em permanência na cela vizinha.

O ministério público também pediu a libertação do ex-presidente francês.

A partir de hoje Sarkozy pode aguardar o julgamento do recurso sobre o processo de financiamento ilícito da campanha eleitoral em liberdade, embora sob controlo judiciário, nomeadamente a proibição de falar com o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, para evitar qualquer tipo de pressão.

O antigo presidente da república francesa reafirma a sua inocência neste caso.ANG/RFI

 

França/Festival em Paris defendeu que “nova geração está a cumprir Cabral”

Bissau, 11 Nov 25 (ANG) - Vários artistas “netos das independências” dos países afrolusófonos estiveram reunidos no "Festival Lisboa nu bai Paris", na Gaîté Lyrique, em Paris, a 8 e 9 de Novembro.

Esta é “uma nova geração que está a cumprir Cabral”, declarou a investigadora Luísa Semedo, na conferência que marcou o arranque do evento e que teve como mote o legado de Amílcar Cabral.

O curador do festival, o músico Dino de Santiago, lembrou o poder transformador da cultura em tempos de extremismos, disse que “o público está afinado, mas quem está no poder está desafinado” e lembrou que “é da responsabilidade de cada um ser um Amílcar Cabral” hoje.

Neste programa, gravado ao vivo no dia 8 de Novembro, pode ouvir a conversa que marcou o arranque do “Festival Lisboa nu bai Paris”, na Gaîté Lyrique, em Paris. O festival foi comissariado por Dino d’Santiago que escolheu vários artistas afrodescendentes que têm reinventado, nos últimos anos, a música lusófona. Subiram, assim, ao palco Fattu Djakité, Kady, Nídia & DJ Marfox, Eu.Clides, Umafricana e Soluna, num evento organizado no âmbito dos 60 anos da delegação em França da Fundação Calouste Gulbenkian. 

“Os artistas que vão estar connosco vêm precisamente destes lugares de uma periferia, de uma Lisboa onde ainda temos pessoas que vivem à margem, lugares onde a humanidade reside com menos doçura. Mas, ao mesmo tempo, destes lugares conseguimos trazer bons cheiros e esperança com a música, com a força da cultura para nos elevar”, começou por explicar Dino d’Santiago.

No ano em que a maioria dos países afrolusófonos celebram os 50 anos das suas independências, o evento teve a força de um manifesto cultural, desde logo pelas palavras que marcaram o seu arranque.

“Quando há opressão, há sempre resistência. A cultura, a arte também são uma forma de resistência. Vemos isso a acontecer nos “netos da revolução”. Significa que o trabalho de Amílcar Cabral faz sentido e que ele continua vivo”, considerou a filósofa Luísa Semedo, admitindo que, ao olhar para os nomes do festival, vê-se que “esta nova geração está a cumprir Cabral”.

O “regresso às raízes” é algo assumido por esta geração que valoriza o poder criativo do legado musical e cultural que herdou. O próprio Dino d’Santiago - com os discos “Mundo Nôbo”, “Kriola”, “Badiu” - vai ao encontro da “reafricanização dos espíritos” defendida por Amílcar Cabral, o líder das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde e um dos maiores pensadores do anticolonialismo africano para quem as lutas de libertação eram um acto e um factor de cultura.

“A minha libertação foi quando senti um verdadeiro orgulho de ser cabo-verdiano também”, confessou o músico nascido em Portugal que se reencontrou nas raízes africanas e admitiu, no debate, que os seus discos “são autobiografias da reafricanização do meu espírito”.

Também a directora da delegação francesa da Fundação Calouse Gulbenkian, Teresa Castro, considerou que a cultura e a criação artística têm “esse papel importantíssimo de garantir a libertação dos espíritos” e que o papel da cultura teorizado por Amílcar Cabral é “profundamente actual. Uma das frases que sintetiza esse pensamento está transcrita no mural de Hélder Batalha na fachada da Fundação Amílcar Cabral, na cidade da Praia: “A luta pela libertação não é apenas um acto de cultura, mas também um factor de cultura”.

Quanto ao peso que a arte pode ter em tempos de extremismo e polarização política, Dino d’Santiago lembrou que só é fácil “pilotar” as pessoas se estas tiverem medo, mas que se a coragem imperar é da responsabilidade de cada um ser um Amílcar Cabral. Por outro lado, o músico e activista lembrou que “o público está afinado, quem está no poder é que está desafinado”.

Pode a música ser um antídoto ao racismo e unir o que a história desuniu? Foram 500 anos de colonialismo e isso “nunca será possível reparar”, mas a reconciliação vai-se esboçando com a arte e é a cantar que Dino d’Santiago responde: “Aqui toda a gente é parente. Terra não é só o lugar onde se nasceu, é também o chão que trazemos na mente. Aqui toda a gente é parente, mesmo quando se nasceu doutro ventre, chamamos mãe ao mesmo continente”.

“O público está sempre afinado, por mais que nos tentem desafinar”, sublinhou o curador do Festival "Lisboa nu bai Paris". 

De notar que, entre os artistas convidados para o "Festival Lisboa nu bai Paris", a primeira a subir ao palco no sábado foi a cabo-verdiana Kady, neta de Amélia Araújo, a voz da Radio Libertação no tempo da luta pelas independências, e filha de Teresa Araújo, cantora do histórico grupo Simentera que andou na Escola-Piloto de Conacry e conheceu de perto Amílcar Cabral.

 

Kady admitiu à RFI que se sente “de forma visceral” neta da independência. “Eu cresci a ouvir as histórias de Amílcar Cabral, as histórias da luta. Eu sinto-me muito pertencente a esse mundo. É algo mesmo que está nas veias e é uma honra, uma grande honra”, contou.

 

Por outro lado, a cantora Fattu Djakité admitiu à RFI sentir-se “cem por cento” como “neta de Amílcar Cabral”. “Eu sinto que sou uma representante de Amílcar Cabral porque sou Guiné-Bissau e Cabo Verde. Sinto que tenho dois corações a bater dentro do meu peito que são a Guiné-Bissau e Cabo Verde pelo simples facto de eu nascer na Guiné-Bissau, ir com cinco anos para Cabo Verde e viver lá há trinta anos. Nunca a Guiné-Bissau saiu de mim, falo o meu crioulo muito bem, sei sobre os costumes da Guiné-Bissau e sei também tudo sobre Cabo Verde. Eu sinto que sou o sonho realizado de Amílcar Cabral”, resumiu à RFI Fattu Djakité no final do seu concerto no sábado. ANG/RFI

 

 

Campanha Eleitoral/ Fernando Dias promete libertar detidos “injustamente” se for eleito Presidente da República

Bissau, 11 Nov 25 (ANG) – O candidato presidencial Fernando Dias da Costa prometeu, segunda-feira, libertar todos os cidadãos, civis e militares, que se encontram detidos sem julgamento ou condenação judicial, caso vença as eleições presidenciais, marcadas para o próximo dia 23 de Novembro.

Durante um comício popular realizado na cidade de Bula, região de Cacheu, norte da Guiné-Bissau, o candidato garantiu que, se for eleito, será um Chefe de Estado comprometido com a paz ,o respeito  a separação de poderes.

“A nossa lei maior diz que a Assembleia deve exercer o seu papel sem interferência do Presidente da República, o mesmo se aplica ao Governo e aos tribunais. A magistratura de influência não deve transformar-se em interferência, tal como faz o Presidente Sissoco Embaló”, disse Fernando Dias.

O candidato  disse que Umaro Sissoco  “não tem planos para o país nem expressão social”. Segundo Dias, o Presidente  se faz acompanhar por militares nas suas deslocações, e que, “como carros e motos não votam, ele já perdeu as eleições”.

Apoiado pela coligação PAI–Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, Fernando Dias destacou a receção calorosa dos habitantes de Bula e das tabancas vizinhas, garantindo que não fará promessas irrealistas.

Assegurou, no entanto, que os problemas da região serão resolvidos quando for eleito, com o apoio da coligação que, segundo ele, dará continuidade aos projetos pendentes.

O candidato comprometeu-se ainda a unir os guineenses e promover a reconciliação nacional.

“A Guiné-Bissau precisa de liberdade. Nos últimos anos, quem critica o poder é acusado de preparar um golpe de Estado. É tempo de mudar isso”, afirmou.

Por sua vez, Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC – partido excluído destas eleições por decisão do Supremo Tribunal de Justiça –, reafirmou o seu apoio a Fernando Dias, sublinhando que a aliança entre o PAIGC e o PRS “é um acontecimento histórico”.

“No dia 23 de Novembro vamos mudar, completamente, a política na Guiné-Bissau. Todos os malandros e os que não têm compromisso com o país serão afastados”, disse Simões Pereira, acrescentando que o apoio ao Fernando Dias  não se deve “à força ou à beleza”, mas sim à capacidade de garantir “a unidade,  democracia e  reconciliação nacional”.

Simões Pereira revelou ainda ter aconselhado ao Fernando Dias a refletir sobre as suas palavras antes de se dirigir à nação, lembrando que “crianças, jovens e adultos esperam um amanhã com esperança”.

O périplo de Fernando Dias pela zona norte do país terminou com um comício em Bula, que reuniu centenas de pessoas, apesar da chuva e do início tardio do evento. ANG/MSC//SG