quinta-feira, 13 de novembro de 2025

EUA/Congresso  aprova acordo orçamental e põe fim a 43 dias de paragem do Governo

Bissau, 13 Nov 25 (ANG) – A Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos aprovou um acordo que põe fim ao maior encerramento do Governo na história do país, que se prolongou por 43 dias, após desacordos entre republicanos e democratas.

 


A Câmara aprovou esta quarta-feira o projeto de lei que o Senado havia apresentado na segunda-feira para reabrir o Governo com uma votação de 222 a favor, incluindo os votos favoráveis de seis democratas, e 209 contra, com dois republicanos a juntarem os votos à rejeição do projeto.

 

A medida será agora encaminhada para o Salão Oval, onde o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convocou a imprensa às 21:45, hora local (02:45 em Lisboa), para assinar o acordo em frente às câmaras e pôr fim ao maior encerramento da história do país. 

 

Os deputados à câmara baixa do Parlamento norte-americano regressaram à capital do país esta semana, após quase oito semanas de ausência, para aprovar um acordo que parece ter antagonizado ainda mais as posições de democratas e republicanos.

 

Os democratas queriam inscrever no acordo a prorrogação do financiamento da Lei dos Cuidados Acessíveis, conhecida por Obamacare - que consiste num seguro de saúde proporcionado aos agregados com baixos rendimentos -, termina no final do ano e que acabou por ficar fora deste projeto de lei, com o compromisso republicano de ser discutido separadamente. 

 

Atendendo a algumas reações entre os republicanos, porém, o compromisso pode ser esquecido. "Avisámos-vos há 43 dias, por experiência própria, que paralisações do Governo não funcionam", declarou o deputado Tom Cole, presidente republicano da Comissão de Apropriações da Câmara. 

 

"Nunca alcançam o objetivo anunciado. E agora adivinhem? Vocês ainda não alcançaram esse objetivo e não vão alcançá-lo", completou Cole, numa referência ao Obamacare. 

 

Se a paralisação tinha revelado as divisões entre os dois partidos dentro do Congresso, a separação das posições ficou ainda mais clara quando os legisladores debateram o projeto de lei de despesas imediatas no plenário da Câmara, com os republicanos a acusarem os democratas de usarem o sofrimento causado pelo bloqueio das despesas para prevalecerem numa disputa política.

 

"Eles sabiam que isso causaria sofrimento e mesmo assim fizeram-no", afirmou o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson.

 

Em contrapartida, os democratas acusam os republicanos de terem apressado a aprovação de benefícios fiscais no início do ano que, segundo dizem, beneficiam principalmente os mais ricos, para, agora, imporem um projeto que "deixa as famílias à mercê do destino, sem nenhuma garantia de que haverá alguma vez uma votação para prorrogar os créditos fiscais para ajudar as pessoas comuns a pagar os seus cuidados de saúde", nos termos do deputado democrata por Massachusetts, Jim McGovern.

 

Por outro lado, o líder democrata Hakeem Jeffries deixou claro que os democratas não vão desistir da prorrogação do Obamacare, mesmo que a votação deste projeto não tivesse sido favorável neste aspeto particular. "Esta luta não acabou", afirmou Jeffries. "Estamos apenas a começar", acrescentou.

 

A Câmara dos Representantes não se reunia em sessão legislativa desde 19 de setembro, dia em que aprovou uma medida de curto prazo para manter o Governo em funcionamento quando o novo ano orçamental começou, em outubro.

Mike Johnson mandou então os legisladores para casa depois dessa votação e remeteu para o Senado a responsabilidade de conseguir um acordo que garantisse o financiamento da Administração, pelo menos, até ao final de janeiro, dizendo que os republicanos da Câmara tinham feito o seu trabalho.

 

Este acordo foi alcançado pelo Senado na passada segunda-feira com a adesão de oito senadores, sete democratas e um independente. A lei que Trump irá agora assinar financia três projetos de lei de despesas anuais e prorroga o restante do financiamento do Governo até 30 de janeiro.

 

Em troca, os republicanos prometeram votar até meados de dezembro a prorrogação do financiamento dos subsídios de saúde, mas não há garantias de que a promessa venha a ser cumprida.

ANG/Inforpress/Lusa

 

Costa do Marfim/OIM alerta apara “terríveis” violações dos direitos humanos em El-Fasher no Sudão

Bissau, 13 Nov 25 (ANG) - A Diretora-Geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Amy Pope, alertou para violações alarmantes dos direitos humanos em El-Fasher, no norte do Sudão, região assolada pela violência desde que a cidade foi tomada por forças paramilitares no final de outubro, segundo um relatório publicado na terça-feira, 11 de novembro de 2025.

A Sra. Pope denunciou "a extrema insegurança e as terríveis violações dos direitos humanos, incluindo massacres e violência étnica e sexual em El-Fasher", lamentando também o acentuado aumento do deslocamento populacional.

"A crise em El Fasher é resultado direto de quase 18 meses de cerco, que isolaram as famílias, impedindo-as de ter acesso a alimentos, água e cuidados médicos", afirmou o diretor da instituição.

Segundo a representante da ONU, apesar dos esforços da OIM no terreno, a persistente insegurança e a diminuição dos suprimentos estão limitando significativamente o alcance da ajuda. "Sem acesso seguro e financiamento urgente, as operações humanitárias correm o risco de serem interrompidas, justamente quando as comunidades mais precisam de apoio", alertou ela.

Entre 26 de outubro e 9 de novembro, aproximadamente 38.990 pessoas fugiram dos combates no estado de Kordofan do Norte, segundo o relatório, que citou riscos "alarmantes" à segurança, como detenções arbitrárias, saques, agressões físicas e violência de gênero.

Diante de uma onda de violência, o Tribunal Penal Internacional (TPI) alertou, em 3 de novembro, que as "atrocidades" cometidas em El-Fasher provavelmente constituem crimes contra a humanidade.ANG/Faapa

    

ONU/Secretário-geral pede sistema financeiro mais inclusivo para desenvolvimento
de África

Bissau, 13 Nov 25 (ANG) - O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu, quarta-feira, em Nova Iorque, um sistema financeiro internacional mais inclusivo para melhor atender às necessidades dos países em desenvolvimento, particularmente na África.

"Chegou a hora de reformar a arquitetura financeira global para que ela reflita o mundo atual e atenda melhor às necessidades dos países em desenvolvimento, particularmente na África", enfatizou o chefe da ONU durante uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente da Comissão da União Africana, Mahmoud Ali Youssouf, realizada por ocasião da 9ª Conferência Anual UA-ONU.

Ele observou que o progresso no continente africano "é dificultado por um sistema financeiro global desatualizado e desigual", acreditando que esse sistema deve ser reformado para se tornar "mais inclusivo, representativo, justo e eficiente".

“Essa abordagem envolve dar aos países em desenvolvimento um papel mais significativo nas instituições financeiras internacionais, triplicar a capacidade de empréstimo dos bancos multilaterais de desenvolvimento e aliviar o peso da dívida por meio de novos instrumentos que reduzam o custo do capital”, explicou o alto funcionário da ONU.

Segundo ele, trata-se também de reduzir os custos de empréstimo, estender os prazos de vencimento, alinhar o serviço da dívida à capacidade de pagamento e acelerar a liquidação da dívida soberana dos países com dificuldades financeiras.

O Sr. Guterres também indicou que a África precisa de investimento para beneficiar plenamente da revolução da energia limpa, observando que a energia solar e eólica são atualmente as fontes mais baratas e de crescimento mais rápido da história.

Ao falar sobre a crise climática, o Secretário-Geral da ONU afirmou que os países desenvolvidos têm um imperativo moral de agir, reduzindo a lacuna de ambição climática para manter o aumento da temperatura global em 1,5 graus Celsius e duplicando o financiamento para adaptação para pelo menos 40 bilhões de dólares este ano.

O Secretário-Geral da ONU também mencionou a disponibilização de pelo menos 300 mil milhões de dólares anualmente para a mitigação e adaptação às alterações climáticas e a mobilização de 1,3 biliões de dólares anualmente até ao final de 2025 para satisfazer as necessidades dos países em desenvolvimento.

Ele concluiu defendendo um programa de justiça climática que “traga equidade, dignidade e oportunidades para comunidades que, como muitas na África, estão na linha de frente da crise climática”. ANG/Faapa


       ONU/ Juiz queniano eleito para Tribunal Internacional de Justiça

Bissau, 13 Nov 25 (ANG - O Conselho de Segurança da ONU, juntamente com a Assembleia Geral, elegeu a juíza queniana Phoebe Okowa para o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) na quarta-feira.

A Sra. Okowa substitui o juiz somali Abdulqawi Ahmed Yusuf, cuja renúncia entrou em vigor em 30 de setembro de 2025.

Após quatro rodadas de votação, a juíza queniana obteve 106 votos na Assembleia Geral e oito no Conselho de Segurança. Seu principal concorrente foi o juiz de Serra Leoa, Charles Chernor Jalloh, que recebeu 79 e 7 votos, respectivamente.

Somente os candidatos que obtiverem maioria absoluta, tanto na Assembleia Geral (pelo menos 97 votos) quanto no Conselho de Segurança (pelo menos 8 votos), vencem a eleição.

Criada em junho de 1945 pela Carta das Nações Unidas, a CIJ é o principal órgão judicial da ONU e se destaca por ser o único órgão principal da Organização que não está sediado em Nova Iorque, mas sim no Palácio da Paz, em Haia, nos Países Baixos.

É composto por 15 juízes eleitos para um mandato de nove anos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança, que realizam a eleição simultaneamente em duas câmaras separadas. ANG/Faapa

    

 

Eleições Gerais/ Candidato JBV promete construção de  um hospital de raiz em Bambadinca se for eleito

Bissau,13 Nov 25(ANG) – O candidato independente às eleições presidenciais de 23 de Novembro, João Bernardo Vieira  (JBV) prometeu, quarta-feira,   caso for eleito novo Presidente da República, a construção de um hospital de raiz no sector de  Bambadinca, região de Bafatá, leste do país.

Vieira que discursava num comício popular de campanha eleitoral disse que o atual hospital do sector de Bambadinca foi herdado do colonialismo português e que  já se encontra em avançado estado de degradação.

João Bernardo Vieira referiu   que um país sem boas estradas, hospitais, escolas e alimentação e energia elétrica não pode alcançar um desenvolvimento almejado.

O político disse que devido as condições das estradas as viagens  para Bambadinca acabam por durar mais tempo.

O candidato ouviu das mulheres de Bambadinca, pela voz de Muna Baldé as dificuldades que enfrentam nas atividades de venda de produtos que cultivam, cujos lucros aplicam na educação de seus filhos.

Muna Baldé pediu ainda a construção de um hospital em Bambadinca e diz que o cento de saúde já não oferece condições de atendimento sanitário, e não tem camas nem água potável.

 “Se uma grávida for lá para dar luz o marido ou familiar tem que levar  água para a limpeza do centro depois do parto”, informou.

Muna ainda pediu investimento na agricultura e na educação ao próximo governo,  e sustenta que ninguém sobrevive sem boa alimentação e saúde.ANG/JD/ÂC//SG

 

Política/Governo  considera de “gratuitas  e sem sentido”  declarações do candidato  Fernando Dias de que Executivo quer raptar certos lideres políticos

Bissau, 13 Nov 25 (ANG) – O Governo através do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, Carlos Pinto Pereira considerou  de “gratuitas e sem sentido”, as afirmações do candidato ao cargo de Presidente da República, Fernando Dias da Costa, de que o Executivo pretende recrutar mercenários nigerianos para raptar alguns lideres políticos, sem mencionar nomes.

Pinto Pereira reagiu à essas declarações, quarta-feira, numa conferência de imprensa, na qual questionou  como é possível envolver o nome de um país amigo em atividades absolutamente ilegais e contrárias ao espirito de cooperação que existe na sub-região.

“Por isso, desmentimos, categoricamente, a afirmação do candidato as eleições presidenciais Fernando Dias e das pessoas que o passaram esta informação. O recurso a este  tipo de argumento demonstra  o desespero total. Queremos informar ao Governo da Nigéria que a Guiné-Bissau não tem rigorosamente nada a ver com as declarações em causa e nunca contatou nenhuma identidade neste país principalmente mercenários “,disse o governante.

Carlos Pereira  convida ao governo nigeriano a levar ao extremo as declarações de Fernando Dias e se necessário colocá-lo no tribunal para ir provar o que diz.

Caía como também é conhecido criticou ao líder do PAIGC Domingos Simões Pereira por alegado envolvimento no que chamou  de montagem para amanhã vir a fazer de vitima ,frisando que é inaceitavél que ele, ouvindo estas declarações ,não as ter desmentido imediatamente. ANG/MSC/AC//SG

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Eleições gerais/CNE considera de “infundadas” informações  segundo as quais as eleições de 23 de Novembro terão 4200 mesas de votos em vez de 3087

Bissau, 12 Nov 25(ANG) – A Comissão Nacional de Eleições(CNE), considera de “infundadas e sem nexo” as informações proferidas pelo antigo primeiro-ministro e Secretário-geral do Partido Forças Unidas para o Desenvolvimento da Nação Guineense, segundo as quais  as  eleições de 23 de Novembro vão ter  4200 mesas de votos  contra os 3087 das eleições de 2023.

Em Nota à Imprensa, divulgada hoje e assinada pelo membro da sua Assessoria de Imprensa, Abduramane Djaló, à que a ANG teve acesso, a CNE confirma haver um  acréscimo de  apenas 199 Mesas de Assembleia de Votos de 2023 para 2025, e refere que esse acréscimo resultou das duas atualizações dos cadernos eleitorais.

 Na apresentação pública do Manifesto Eleitoral do candidato Fernando Dias, terça-feira, Artur Sanhá disse que nas eleições legislativas de 5 de Junho de 2023 havia 3087 Mesas de Assembleia de voto e que este ano vão funcionar  4200, para denunciar um acréscimo  de 1113 assembleias de voto.

Sanhá questiona sobre a localização dessas novas mesas de voto ou seja das alegadas 1113 .

Na Nota a CNE contradiz dizendo  que nas eleições legislativas de  2023, havia 3529 Mesas de Assembleias de Voto e que nas eleições gerais do próximo dia 23 vão estar abertas  3728. ANG/ÂC//SG

Eleições gerais/Candidato Baciro Djá declara que vai priorizar agricultura  como motor do desenvolvimento se for eleito

Bissau, 12 Nov 25(ANG) - O candidato presidencial apoiado pela Frente Patriótica para a Salvação Nacional (FREPASNA), Baciro Djá, afirmou terça-feira que a agricultura será a alavanca do desenvolvimento nacional, caso vença as eleições de 23 de Novembro.

O político prometeu ainda a construção de uma ponte flutuante sobre o rio de Farim  e a disponibilização de tratores agrícolas para apoiar os produtores locais.

A promessa foi feita durante um encontro com anciãos, mulheres e jovens da aldeia de Bricama, setor de Farim, na região de Oio, uma localidade isolada devido a um braço de rio que dificulta a circulação de viaturas e o acesso à cidade de Farim.

Atualmente a travessia é feita passando por uma pequena ponte de madeira, com cerca de 300 metros, utilizada apenas por peões e motorizadas.

Segundo Djá, “a única forma de libertar a população de Bricama do isolamento e da pobreza é através da construção da ponte e de investimentos na agricultura”.

O candidato criticou práticas de compra de votos, afirmando que “não é com doações de arroz ou dinheiro que se resolve o problema das comunidades”.

“Se vocês me derem o voto, as minhas promessas serão cumpridas, porque é a única forma de vos ajudar a sair da pobreza. A agricultura é fundamental para o vosso sustento, e não digo isso apenas por querer votos”, declarou.

Durante o comício, Baciro Djá denunciou a distribuição de bens por outros candidatos e criticou o apelo da coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, para que os seus apoiantes votassem em Fernando Dias da Costa nas presidenciais e que anulassem  o voto nas legislativas.

“Isso é um crime político. Depois de Deus, fui eu quem colocou Domingos Simões Pereira na liderança do PAIGC. Em 2019, Fernando Dias apoiou Umaro Sissoco Embaló, na segunda volta, enquanto eu apoiei Domingos. Agora que o PAIGC foi impedido de concorrer, decidiram apoiar Fernando Dias em vez de mim”, referiu o líder da FREPASNA.

Na aldeia de Fafaco, Djá disse que, se for eleito, irá criar condições para a conservação de  legumes e frutas locais, e prometeu melhores condições para a comercialização dos produtos agrícolas.

O candidato também prometeu convocar novas eleições simultâneas caso vença as presidenciais, para permitir a participação de todos os candidatos excluídos no atual processo.

“Se eu ganhar as presidenciais de 23 de Novembro, vou convocar novas eleições para que todos os pretendentes possam participar. Só eu farei isso, não Fernando Dias, que não tem maturidade política nem influência internacional”, afirmou.


Baciro Djá iniciou uma digressão de dois dias pela região de Oio, no norte do país, onde realiza encontros com eleitores para reforçar o apelo ao voto nas presidenciais e legislativas.
ANG/RSM

 

COP30/ ONU lança plano de arrefecimento sustentável que pode reduzir emissões em 64%

 

Bissau, 12 Nov 25 (ANG) – A ONU lançou na cimeira mundial do clima no Brasil   um plano de arrefecimento sustentável para combater o calor extremo que poderá reduzir em 64% as emissões de gases poluentes até 2050.

 

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, autor do plano, a procura por arrefecimento pode triplicar nos próximos 25 anos devido ao aumento da população, a ondas de calor extremas mais frequentes e ao aumento de famílias de baixos rendimentos.

 

O programa propõe uma "rota de arrefecimento sustentável" que ajude a refrigerar os espaços sem agravar a crise climática.

 

Soluções energeticamente eficientes e baseadas na natureza, como telhados e espaços verdes, e tecnologias de baixo consumo, através de ventiladores e sistemas híbridos de ar condicionado, poderão ajudar nesta tarefa, reduzindo as emissões poluentes em 64%, evitando até 37 mil milhões de euros em custos de energia e infraestruturas e melhorando o acesso ao arrefecimento para três mil milhões de pessoas, de acordo com a ONU.

 

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente salienta que apenas 54 países têm políticas abrangentes sobre refrigeração sustentável.

 

As maiores lacunas encontram-se em África e na região Ásia-Pacífico, onde se prevê o maior crescimento da procura de arrefecimento.

 

Ondas de calor são os eventos climáticos mais mortíferos

Segundo as Nações Unidas, as ondas de calor são os eventos climáticos mais mortíferos, causando centenas de milhares de mortes todos os anos, especialmente em áreas urbanas onde o efeito de "ilha de calor" pode elevar as temperaturas em 5 a 10 graus.

 

O fenómeno é provocado, entre outros fatores, pela falta de vegetação, substituída por superfícies que absorvem e retêm o calor, como o asfalto e o betão, pela falta de sombra e pela libertação do calor produzido pelos veículos e pelo ar condicionado.

 

A cimeira mundial do clima (COP30) decorre em Belém, no Brasil, até 21 de novembro. ANG/Inforpress/Lusa

 


Eleições Gerais
/ Candidato Umaro Sissoco Embaló diz que ganha eleições na primeira volta e   indigita seu sucessor em 2031

Bissau 12 Nov 25 (ANG) – O Chefe de Estado cessante Umaro Sissoco Embaló afirmou terça-feira que a sua reeleição esta garantida logo na primeira volta das eleições gerais de 23 de Novembro, para terminar a obra iniciada e que será ele quem vai escolher o seu sucessor na Presidência em 2031.

Embaló falava num comício popular de campanha eleitoral no Bairro de Lála-Quema, em Bissau.

Disse que  ele não pode ser tribalista nem divisionista, porque cresceu num ambiente onde não existe raça nem etnia.

O candidato disse conhecer os problemas do Bairro de Impantcha(Lala-Quema), e promete a abertura de  estradas e construção de fontenários para que os citadinos do bairro possam ter água potável.

O candidato afirmou que já há fundos   para a construção da segunda via rodoviária em Bissau .

“O nosso objetivo é estabilizar e desenvolver o nosso país que não precisa de divisão. Por isso, a minha equipa tem pessoas de todas as etnias e religião e tenho  irmãos e irmãs da étnia papel”, disse.

Sissoco Embaló disse não estar em conflito com o candidato Fernando Dias, porque este não tem expressão eleitoral.

Disse que o seu adversário na corrida presidencial está a combater as pessoas que estão a apoiar a sua candidatura  com uma parte do PAIGC, e que no dia em que Domingos Simões Pereira sair dessa formação politica, o Agnelo Ragala, Geraldo Martins e outros vão sair também.

“Digo isso porque estas pessoas estão no partido só por oportunismo”, afirmou Embaló.

 Umaro Sissoco Embaló referiu que a Guiné-Bissau já faz parte do concerto das nações graças a sua diplomacia e que “não deve ser entregue a uma pessoa qualquer”.

Por seu turno, o Primeiro-ministro Braima Camará elogiou o Chefe de Estado “pelo seu espirito de unir todos os guineenses sem exceção”.

Camará disse que condena  a tribalização da sociedade, e todas as narrativas tribalistas que as pessoas querem introduzir no debate politico.

Sem citar os nomes, Camará acrescentou  que essas pessoas  não possuem argumentos nem honra, por isso estão a recorrer  pelo caminho de tribalização da sociedade guineense.

Salientou que, Umaro Sissoco Embalõ  não vai cair nesta armadilha, uma vez que todas as etnias da Guiné-Bissau são irmãos e convivem  na base da união.

Braima Camará disse que o  mandato de Umaro Sissoco Embaló será renovado no próximo dia 23 de Novembro e que dentro de seis  meses toda a Guiné-Bissau será eletrificada.

Disse que se juntou ao Embaló para que possa concluir o trabalho iniciado em prol do desenvolvimento do país.

A candidata para  o cargo de  deputada,  da Plataforma República “Nô Kumpo Guiné” Joelma Cubala Na Bian elogiou a participação popular no comício  e a comissão organizadora pelos resultados alcançados .

Juelma Na Bian declarou que, se merecer a confiança dos eleitores vai fazer mais do que a construção de uma escola e do mercado para a população do circulo eleitoral nº25. 

A campanha eleitoral cumpre hoje o 12º  dos 21 dias de duração, para as eleições legslatvas e presidenciais de 23 de Novembro, concorridos por 12 candidatos presidenias 13 partidos e uma coligação para as legislativas. ANG/MSC/ÂC//SG

 

         Regiões/ ONG promove ateliê sobre conservação de mangal

Quinará, 12 Nov 25 (ANG) - A organização não-governamental Wetlands International reuniu, terça-feira, em Buba, diversos atores locais num ateliê dedicado à apresentação do projeto de conservação e gestão do mangal na Guiné-Bissau, desenvolvido no âmbito da iniciativa Mobilising Mangrove Breakthrough (MMB).

De acordo com o despacho do Correspondente regional da ANG de Quinará, o Projecto é orçado em cerca de 30 milhões de dólares, a iniciativa deverá abranger todo o território nacional até  2030.

O encontro teve como objetivo apresentar a proposta do projeto e promover a troca de contributos entre os participantes, visando uma gestão sustentável dos ecossistemas costeiros do país.

Na abertura dos trabalhos, o coordenador nacional da Wetlands International, Raúl Joaquim Jumpé destacou a importância do evento, sublinhando que o mangal é um ecossistema marinho vital que deve ser conservado e explorado de forma racional.

 “A preservação do mangal é essencial para garantir que as gerações futuras possam beneficiar deste importante recurso natural”, afirmou.

Jumpé alertou ainda para a forte pressão que o mangal enfrenta ao longo da costa guineense, em consequência da exploração intensiva ligada à pesca e à agricultura.

“Se não forem tomadas medidas urgentes, os impactos poderão ser devastadores para as comunidades que dependem desses recursos”, advertiu.

A governadora da região de Tombali, Maimuna Silla, que presidiu a sessão de abertura, reforçou a relevância do mangal para a vida das populações, apelando a colaboração entre administradores regionais e organizações da sociedade civil para o controlo da  exploração do mangal.

A responsável denunciou casos de extração e transporte ilegal de produtos do mangal para países vizinhos e pediu às forças de segurança que reforcem a proteção desses ecossistemas.

O projeto, segundo a organização promotora, não se limita a componente ambiental, pretende  igualmente apoiar as comunidades locais, contribuindo para a melhoria das suas condições de vida.ANG/ RC/LPG//SG

Brasil-COP30/ Carlos Lopes, enviado para África e a radiografia da cimeira de Belém do Pará

Bissau, 12 Nov 25 (ANG) - O Brasil acolhe desde  segunda-feira a 30a Conferência das Nações Unidas sobre o clima e o economista guineense Carlos Lopes é o enviado especial do evento para África, por decisão do chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva.

Este também docente universitário na cidade sul-africana do Cabo está, em Belém do Pará para esta COP30.

Carlos Lopes, enviado especial da COP30 para África, e economista guineense, começa por nos revelar em que consiste a sua tarefa nesta cimeira.

Somos sete para as regiões consideradas pelo Brasil como estratégicas para a discussão climática. No que me toca, eu responsabilizo-me pela África. Estive envolvido na Organização da Cúpula Africana do Clima, que teve lugar em Adis Abeba há cerca de um mês e, portanto, faço a ponte entre as lideranças africanas e a presidência brasileira para poder fazer com que esta COP ouça melhor cada uma das regiões. No meu caso, a África, mas também possa, digamos, articular as várias conexões que são necessárias para negociações desta natureza, que são sempre muito complexas. 

E é sempre o mesmo chavão. Mas, ao fim ao cabo, um chavão acertado em relação à realidade, ou seja, um continente que padece sobremaneira das alterações climáticas e que pouco polui. Esta constatação continua a ser válida em 2025, na COP de Belém em relação a África ?

Sim, eu penso que nós temos agora até uma narrativa mais forte sobre o facto de regiões como a África precisarem de muito mais foco nos problemas de adaptação climática... E menos na mitigação, que normalmente domina os debates. E isso graças ao Brasil, digamos, ter também a mesma preocupação e estar orientada na mesma direcção. Portanto, o Brasil oferece à África essa possibilidade de maior concentração na adaptação, que é, de facto, o que nos interessa. 

Fala-se muito em perdas e danos, precisamente em mitigação. O que é que se pode esperar em relação a esse prisma, sendo que houve já anúncios feitos desde a pré-COP e agora o início da COP propriamente dita... por exemplo, o lançamento do Fundo de Florestas Tropicais para sempre. Na prática, há já avanços aí a registar ?

Na realidade, é o único fundo novo que aparece nesta COP porque a presidência brasileira quis dar ênfase à implementação e não a novos acordos. Mas tratando-se de uma COP que tem lugar numa zona que é considerada a maior floresta mundial, achou oportuno que se lançasse, digamos, uma iniciativa particularmente orientada para as florestas tropicais e centrada sobretudo na protecção de três grandes zonas do planeta, que são a principal reserva florestal que é a Amazónia, a África, na Bacia do Congo e também a Indonésia e o Sudeste Asiático.

E, portanto, a inovação desse fundo é que ele tem características um pouco diferentes de tudo o que foi até agora lançado na COP, porque é um fundo para pagar aquilo que já existe e não para fazer coisas.

Portanto, é para permitir a protecção da floresta existente, e com uma ênfase também nas populações locais: as populações indígenas, as comunidades locais, a quem será reservada a 20% da utilização dos fundos apropriados. E com, digamos, características que são menos de compensação, e que são mais de aposta e investimento no futuro através da conservação. Portanto, têm de facto uma inovação muito grande.

É importante sublinhar que o Fundo já está, digamos, com contribuições anunciadas importantes, sendo que dos 5 biliões que foram anunciados, cerca de três são da Noruega, que é o país que toma a dianteira e vai muito para além até das expectativas que se poderia ter nesta etapa da discussão. E há, digamos, uma adesão muito importante neste momento política para a criação desse fundo. 

Como é que é o ambiente aí, sendo que, uma vez mais, os Estados Unidos ficam de fora? É claro que já não é uma novidade. Em que medida é que o "climato-cepticismo", por assim dizer, continua a pairar como uma sombra sobre as negociações da COP? 

As negociações deste ano não são tão importantes porque não se trata de conseguir mais. Há um mapa do caminho, como se chama, de Baku para Belém, que foi definido na COP 29 e que é o assunto principal de negociações. E à volta de quais são os montantes de financiamento que até agora não foram cumpridos, e qual é o nível de ambição que se tem que acrescentar em matéria de financiamento climático?

Mas, para além disso, as outras discussões estão mais ou menos alinhavadas. Não vai haver grandes controvérsias.

A ausência dos Estados Unidos vai-se fazer sentir em termos de resultados, porque não é só o facto de os Estados Unidos estarem ausentes do debate climático. É a importância que tem indirecta nos comportamentos, equipamentos, por exemplo, corporativos, regulatórios.

O facto de, por exemplo, os financiamentos privados estarem muito orientados pelas preocupações da principal bolsa de valores que é a Bolsa de Valores de Nova Iorque e, portanto, acaba por ter resultados indirectos muito negativos e que vão muito para além de os Estados Unidos propriamente ditos fazerem ou não fazerem o necessário. 

Que olhar é que se pode ter acerca da proposta da economista francesa Esther Duflo, que apresenta uma solução original e na COP 30 de Belém, com o economista indiano Abhijit Banerjee, que é o seu esposo, que ganhou com ela o Prémio Nobel da Economia em 2019, mais o economista americano Michael Greenstone, que foi conselheiro de Barack Obama ?

Eles estão a propor um sistema de transferências de dinheiro em troca de acções ambientais. Acha que este sistema pode ter pernas para andar?

Eles propõem um esquema em que os países ricos se comprometem a arrecadar fundos e a enviá-los directamente às entidades, às pessoas para as ajudar a se proteger contra os excessos do clima na forma de transferências financeiras ?

Digamos que não é tão original. Tem a ver com as várias iniciativas para regular de uma forma ética, a emergência de um mercado de carbono.

Eu sou defensor de que, no caso da África, nós precisamos ter um mercado de carbono regulado pelos africanos e liderado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, porque é assim que nós podemos contornar o facto de que do exterior se faz a certificação, se faz a taxonomia, se faz, digamos, o controlo daquilo que é verde e do que não é verde, o que é o bom e o mau carbono e qual é o valor do carbono?

Portanto, isto não são coisas que podem ser decididas por outrém, devem ser decididas por aqueles que detém, de facto, uma espécie de crédito histórico de carbono que não contribuíram para o problema e estão a sofrer mais do que os outros. E, portanto, é necessário poder de facto, conseguir transferir aquilo que nós consideramos como problema, que é o problema da dívida de um aspecto financeiro para um aspecto de carbono. 

É adquirido, portanto, que não se consegue cumprir a meta de um máximo de 1,5 graus de aquecimento do planeta. Já se está a trabalhar num patamar superior: de menos de dois graus e meio do aquecimento, é assim ?

É de 2,4 graus ! Mas eu acho que o problema maior é de que mesmo essa segunda meta, que é uma meta, digamos, de realismo, também não será atingida se não se fizerem muito mais esforços do que aqueles que estão anunciados.

E nós temos ainda o déficit sempre verificado daquilo que se promete e daquilo que se faz. Portanto, há contribuições dos vários países anunciadas aqui na COP, porque este era o ano em que se deveria fazer a revisão dos planos nacionais. Apenas 100 países, mais ou menos, vão apresentar esses planos nacionais. Se tivermos sorte, chegar aos 100. Portanto, faltarão cerca de 80 e poucos países.

Mas mais importante do que isso é que esses países que não estão presentes, digamos, na mesa, alguns deles são os maiores emissores e, portanto, nós temos aqui já, digamos, comprometimento muito menor do que anteriormente, mas daqueles que anunciam temos um nível de ambição que está em redução, em vez de aumento. 

Como o senhor professor está, nomeadamente responsável pela parte africana. Eu pedir-lhe-ia que nos desse um pouco um olhar da dimensão dos africanos presentes em Belém. Em que estado de espírito é que viu as delegações chegarem? São de alto nível? Isso é promissor, a seu ver, em relação à visibilidade de África nesta conferência ?

Nós não temos delegações lideradas por chefes de Estado em grande número, não é? E também a nível ministerial, a presença é bastante limitada e há várias explicações para isso.

Uma delas é o facto de que estamos quase com as mesmas datas com a cimeira do G20, em que a África, pela primeira vez, tem uma importância maior, porque está a hospedar a cimeira do G20 e é a primeira vez que a União Africana participa a pleno.

E há uma série de países africanos convidados pela presidência sul-africana. Portanto, isso não joga a favor da COP.

A segunda razão é a logística. A logística aqui em Belém é muito complexa, é também muito cara. Portanto, as delegações africanas acabaram por ser penalizadas por causa dessa logística.

A terceira razão é o facto de nós estarmos numa COP em que, digamos, os principais protagonistas estão ausentes e, portanto, não vamos ter aqui os três principais emissores actuais, que são os Estados Unidos, a China e a Índia.

E podemos juntar de todo o G7. A nível de lideranças vieram apenas cerca de três, portanto há 17 países do G20 e do G7 e do G20, que não estarão presentes. E isso é, digamos, um desincentivo para a própria presença de outros países, nomeadamente africanos. 

No discurso de abertura, o presidente brasileiro, Lula da Silva, lembrava que, de facto, em 92 tinha havido um pontapé de saída importante já no Brasil em relação às questões ambientais.

E esta conferência volta, então, ao Brasil e agora à a Amazónia e a Belém, onde se encontra o senhor professor.  O que é que nos pode dizer acerca, precisamente, da expectativa dos habitantes desta grande cidade da Amazónia brasileira, relativamente ao acolhimento desta conferência, para a qual o mundo inteiro tem os olhos virados ?

Há uma grande excitação em Belém e há uma atitude, digamos, de grande euforia que se vê, que se sente. É palpável. Portanto, há um défice de visibilidade na Amazónia e esta é uma grande oportunidade.

É uma janela para se poder mostrar que a Amazónia é muito mais do que apenas árvores. Tem pessoas, tem cultura, tem gastronomia, tem cultura musical também muito importante para o Brasil o carimbó. Enfim, temos aqui uma atitude de grande celebração e uma atitude de grande entusiasmo, a tal ponto que não vai haver problema de números em termos de participantes da COP.

Pode haver problema de participação internacional, mas todo o espaço que não for ocupado por presença de delegações internacionais seguramente é ocupado com grande pompa e circunstância e entusiasmo por participantes paraenses, amazónicos, brasileiros. 

Belém do Pará é mesmo uma área particularmente vulnerável às alterações climáticas ? 

Seguramente, porque a Amazónia tem um problema de desmatamento, mas também tem um problema de grilagem, como aqui se chama, de ocupação ilegal de terras. Tem um problema de populações que vivem em regime quase escravo, segundo a definição da Organização Internacional do Trabalho. E nestes três quesitos, um dos Estados que sofrem mais é justamente o Estado do Pará. Portanto, não estamos muito longe dos grandes problemas que afectam a Amazónia. ANG/RFI