Costa do Marfim/Laurent Gbagbo regressa à casa
Bissau, 18 Jun
21 (ANG) - O antigo Presidente da Costa do
Marfim, Laurent Gbagbo, tinha
o regresso à Costa do Marfim marcado
para quinta-feira proveniente de
Bruxelas, na Bélgica, onde estava a residir.
Um regresso com
a autorização do actual Presidente, Alassane Ouattara, que também tinha indicado em Abril que os custos
dessa viagem seriam assumidos pelo Estado da Costa do Marfim.
Detido em Abril
de 2011 em Abidjan, Laurent Gbagbo foi, num
primeiro tempo, enviado para o norte do país, antes de ter sido transferido para o Tribunal Penal
Internacional em Haia, na Holanda, que acabou por considerá-lo inocente.
O Tribunal Penal Internacional confirmou a
31 de abril de 2021 a absolvição pronunciada em Janeiro de 2019 de Laurent Gbagbo, Presidente da Costa do
Marfim entre 2000 e 2010, e do ex-líder dos Jovens Patriotas, Charles Blé Goudé, considerados não culpados de crimes contra a
humanidade e de crimes de guerra, perpetrados entre 2010 e 2011, durante
a violência pós-eleitoral que assolou a Costa do Marfim e causou mais de 3 000
mortos, isto depois de Laurent Gbagbo recusar aceitar a vitória de Alassane
Ouattara nas Presidenciais.
Esta decisão do
TPI deve-se ao facto de os juízes terem considerado que as provas das acusações
eram insuficientes.
Laurent Gbagbo sempre manifestou o desejo
de regressar à Costa do Marfim. O regresso do antigo Presidente poderá
representar o início de um processo de reconciliação nacional para consolidar a
democracia da Costa do Marfim.
De notar que há algumas horas que o
regresso de Laurent Gbagbo é festejado na Costa do Marfim pelos seus apoiantes.
Laurent Gbagbo
vai beneficiar dos privilégios dos antigos presidentes da Costa do Marfim, confirmou o actual Presidente Alassane Ouattara.
Isto significa que poderá receber um salário de cerca de 26 mil
euros por mês. Se houver uma retroactividade no pagamento
desses privilégios, a indemnização dos últimos dez anos poderá atingir cerca de
3,2 milhões de euros.
Outras vantagens poderão vir juntar-se a
isto tudo, como a possibilidade de ter empregados pagos pelo Estado. ANG/RFI
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