sexta-feira, 18 de junho de 2021

                   
                       Costa do Marfim
/Laurent Gbagbo regressa à casa

Bissau, 18 Jun 21 (ANG) - O antigo Presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, tinha o regresso à Costa do Marfim marcado para  quinta-feira proveniente de Bruxelas, na Bélgica, onde estava a residir.

Um regresso com a autorização do actual Presidente, Alassane Ouattara, que também tinha indicado em Abril que os custos dessa viagem seriam assumidos pelo Estado da Costa do Marfim.

Detido em Abril de 2011 em Abidjan, Laurent Gbagbo foi, num primeiro tempo, enviado para o norte do país, antes de ter sido transferido para o Tribunal Penal Internacional em Haia, na Holanda, que acabou por considerá-lo inocente.

O Tribunal Penal Internacional confirmou a 31 de abril de 2021 a absolvição pronunciada em Janeiro de 2019 de Laurent Gbagbo, Presidente da Costa do Marfim entre 2000 e 2010, e do ex-líder dos Jovens Patriotas, Charles Blé Goudéconsiderados não culpados de crimes contra a humanidade e de crimes de guerra, perpetrados entre 2010 e 2011, durante a violência pós-eleitoral que assolou a Costa do Marfim e causou mais de 3 000 mortos, isto depois de Laurent Gbagbo recusar aceitar a vitória de Alassane Ouattara nas Presidenciais.

Esta decisão do TPI deve-se ao facto de os juízes terem considerado que as provas das acusações eram insuficientes.

Laurent Gbagbo sempre manifestou o desejo de regressar à Costa do Marfim. O regresso do antigo Presidente poderá representar o início de um processo de reconciliação nacional para consolidar a democracia da Costa do Marfim.

De notar que há algumas horas que o regresso de Laurent Gbagbo é festejado na Costa do Marfim pelos seus apoiantes.

Laurent Gbagbo vai beneficiar dos privilégios dos antigos presidentes da Costa do Marfim, confirmou o actual Presidente Alassane Ouattara.

Isto significa que poderá receber um salário de cerca de 26 mil euros por mês. Se houver uma retroactividade no pagamento desses privilégios, a indemnização dos últimos dez anos poderá atingir cerca de 3,2 milhões de euros.

Outras vantagens poderão vir juntar-se a isto tudo, como a possibilidade de ter empregados pagos pelo Estado. ANG/RFI

 

 

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