Direitos
das mulheres/“Violação
dos direitos das mulheres e meninas pode pòr em causa o princípios do Estado
guineense”, diz Secretário Executivo de AMIC
Bissau, 17 jun 21 ( ANG) – O
Secretário Executivo da Associação dos Amigos das Crianças (AMIC), Laudolino
Medina afirmou que a violação dos direitos das mulheres e
meninas pode pôr em causa os princípios
do Estado da Guiné-Bissau, de Unidade, Luta e Progresso.
Laudolino Medina fez esta
afirmação esta quinta-feira numa entrevista exclusiva à ANG sobre ação de
formação de 4 dias destinada aos agentes de Defesa e Segurança, em matéria dos
direitos das Mulheres e Crianças.
Confirmou que mulheres e
meninas constituem a maior parte da população guineense e que se os seus
direitos continuassem a ser violados não haverá a unidade.
“Se não haver unidade, não
haverá a paz e sem a paz não se pode ter o progresso e nem o desenvolvimento.
Por isso, mesmo que digo que a constantes violações dos seus direitos estão a
pôr em causa o princípio sagrado de fundação do Estado”, frisou.
Laudolino Medina afirmou que
de acordo com os dados estatísticos da sua organização, durante o contexto da
Covid-19 houve aumento de violações dos
direitos das mulheres e crianças.
“Isso nos leva a afirmar
categoricamente que os dados têm estado
a aumentar. Ainda sobre essas violações
temos recebido informações, um pouco por todo o país, através das nossas
antenas regionais e instituições parceiras, nomeadamente, Liga Guineense dos
Direitos Humanos, Polícia Judiciária, Brigada de Menor”, salientou.
No passado Dia Internacional
das Crianças, 1 de junho, Medina disse que cerca de 75,8 por cento das crianças
abandonam as escolas muito cedo sobretudo as meninas, por razões relacionadas
às violências físicas e psicológicas, e cerca de 29,2 por cento por casamento forçado ou
precoce e trabalho no campo para as famílias. Disse ainda que cerimónias e
rituais incluindo a excisão atingem 52,1 por cento dessa camada da população,
citando dados dos últimos Inquéritos
múltiplos, MICS.
Medina disse que é urgente que todos os setores da vida
nacional comecem a encarrar a situação dos
direitos das mulheres e crianças como prioridade, e pede que cada institução dê a
sua modesta contribuição para poder inverter este paradigma, que para ele, tem
que ser já, senão “pode custar ao país consequências imprevisíveis no futuro”.
Questionado sobre o objetivo
dessa formação aos agentes da defesa e segurança, Medina disse que se pretende
melhorar a compreensão das Forças de Defesa e Segurança sobre a problemática
das mulheres e meninas no contexto do país, para que sejam adoptados comportamentos que vão no sentido de proteger
esse grupo importante da população guineenses antes, durante e após o conflito.
O Secretário Executivo da
AMIC acrescentou que a sua organização
pretende que os formandos se apropriam de instrumentos legais, tanto ao nível
nacional assim como internacional relacionados a defesa dos Direitos das
mulheres e crianças.
“Neste momento são mais de 60 elementos que
vieram das Forças de Defesa e Segurança para participar nessa formação. Uma
componente deste projeto tem a ver com a produção de vídeos e sensibilização
sobre direitos das mulheres e meninas. E neste momento, em parceria com Netos
de Bandim foram produzidos quatro vídeos”,disse Medina.
Adiantou que a organização
vai prosseguir com a mesma formação para as regiões de Cacheu e Biombo sem
avançar com as datas.
Segundo aquele responsável,
os media têm sido um parceiro incontornável da sua organização, e diz que essa
colaboração deve continuar para se mudar o actual estado de coisas sobre as
mulheres e crianças.
“Os meios de comunicação
chegam onde nós não podemos chagar, portanto, quero continuara colaborar convosco plenamente neste processo
para podermos criar um ambiente favorável em que todos os guineenses possam
viver em paz e na observância dos seus direitos”, disse.
Durante quatro dias os
participantes debruçaram sobre Força de Defesa e Segurança como pilar do Estado
e da Sociedade, na defesa dos direitos humanos das mulheres e meninas, Direitos
das mulhers e meninas a luz das Convenções e agendas internacionais (2030, 2063
e 2040),
O fenómeno da migração e
impatos nos direitos da mulheres e meninas, Direitos humanos das mulheres e meninas antes, durante
e após-conflito e Direitos da mulheres e meninas a luz da legislação nacional/instituições da tutela e perspetivas
políticas e planos de ação são outros assuntos debatidos durante a formação. ANG/DMG//SG
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