Justiça/Paulo Sanhá, ex-presidente do Supremo Tribunal de
Justiça obrigado a permanecer no país
Bissau,23 Jun 21(ANG) - O
ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau Paulo Sanhá foi
ouvido segunda-feira pelo Ministério Público, que lhe impôs termo de identidade
e residência e obrigação de permanência no país, noticiou a Lusa que cita fonte judicial.
“A audição foi feita e
impostas as medidas de coação de termo de identidade e residência e obrigação
de permanência no país”, disse a mesma fonte.
A mesma fonte afirmou que
Paulo Sanhá é “suspeito da prática de vários crimes, incluindo corrupção e
peculato”.
Contactada pela Lusa, fonte
do coletivo de advogados de defesa do ex-presidente do Supremo Tribunal de
Justiça confirmou à Lusa a audição do juiz Paulo Sanhá na segunda-feira ao
final do dia e adiantou que vai recorrer da medida de coação de obrigação de
permanência no país.
“A defesa vai recorrer da
medida na sequência do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça que refere que o
Ministério Público só pode aplicar o termo de identidade e residência”, disse a
fonte.
A fonte da defesa de Paulo
Sanhá explicou que o assunto está relacionado com a queixa de um funcionário
demitido em março de 2017 e que apresentou queixa em abril de 2018.
“Mas concluímos que o prazo
de investigação já passou porque a denúncia foi feita em 2018 e o prazo de
investigação do Ministério Público é de seis meses. O Ministério Público nunca
iniciou a investigação, ficou em silêncio”, salientou a fonte do coletivo de
advogados do juiz Paulo Sanhá.
Para o coletivo de advogados
do juiz guineense, é uma “questão política, que o Ministério Público pensa
resolver no fórum judicial, mas não vai ter sucesso”.
O juiz Paulo Sanhá foi
durante oito anos presidente do Supremo Tribunal de Justiça, tendo sido
recentemente substituído no cargo pelo juiz conselheiro Mamadú Saido Balde.
O Ministério Público
guineense chegou a anunciar a emissão do mandado de detenção depois de terem
sido feitos dois pedidos, sem efeito, ao
Conselho Superior de Magistratura Judicial a solicitar a audição do juiz Paulo
Sanhá.
Na altura, a defesa de Paulo
Sanhá precisou que o juiz “não se recusava a responder” nos autos, apenas
aguardava que o Ministério Público clarificasse uma série de questões sobre as
formalidades da sua convocação. ANG/LUSA
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