Diplomacia/PR da Guiné-Bissau em visita a Cabo Verde na primeira quinzena de Julho
Bissau, 29 Jun 21 (ANG) – O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, visita Cabo Verde na primeira quinzena de Julho, anunciou hoje o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca.
Segundo a Inforpress, numa
mensagem divulgada na sua conta oficial na rede social Facebook, o Presidente
de Cabo Verde refere que realizou na segunda-feira uma “reunião de trabalho de
preparação” daquela visita do homólogo guineense, a acontecer “na primeira
quinzena de Julho”.
Esta deslocação, que
acontece após a visita de Jorge Carlos Fonseca à Guiné-Bissau em Janeiro
último, a primeira de um chefe de Estado cabo-verdiano e num momento de forte
reforço das relações entre os dois países, acontece antes da cimeira da
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 16 e 17 de Julho, em
Luanda.
A visita antecede também
a realização de eleições presidenciais em Cabo Verde em 17 de Outubro, às quais
já não concorre o actual Presidente, que cumpre o segundo e último mandato.
No início deste mês, o
embaixador da Guiné-Bissau em Cabo Verde pediu o apoio do Presidente
cabo-verdiano ao processo de integração dos trabalhadores guineenses no país e
revelou que a visita do Presidente Sissoco Embaló ao arquipélago já estava a
ser preparada.
Em declarações aos
jornalistas após ter sido recebido em audiência, na Praia, pelo Presidente de
Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, o embaixador M’Bala Fernandes revelou ter
transmitido uma mensagem do Presidente guineense, abordando as recentes
eleições legislativas em Cabo Verde e a “concertação política” no plano
internacional assumida entre os dois países, além da preparação da visita.
“Estamos a tentar ver o
que é possível, face às agendas dos dois Presidentes”, disse o embaixador, sem
concretizar datas para a visita de Umaro Sissoco Embaló a Cabo Verde, mas
prometendo que será uma realidade.
A Embaixada da Guiné-Bissau
em Cabo Verde estimou este ano que perto de 10.000 guineenses vivem e trabalham
em Cabo Verde, mais de metade em situação irregular ou sem documentos, apesar
das tentativas para legalização, em 2011 (só para guineenses) e 2015 (geral).
“Temos que ver o que é
que falhou antes de avançar para uma próxima legalização, caso o Governo
entenda que deve ser feito”, admitiu o embaixador, após a reunião.
Contudo, reconheceu que
o Governo guineense tem de trabalhar para emitir os passaportes destes
imigrantes a tempo, contando ainda com a disponibilidade dos guineenses o
processo de legalização.
“Espero que possamos
ultrapassar várias questões para podermos ter uma integração inclusiva e
programada das nossas comunidades aqui. Embora, continuo a dizer, não têm
documentação, mas sentem-se socialmente integrados em Cabo Verde, não temos os
problemas que as outras comunidades têm, nem de criminalidade nem de outras
variáveis que possam estar a levar-nos à exclusão”, afirmou.
M’Bala Fernandes, que
está em fim de missão em Cabo Verde, acrescentou que aproveitou a reunião com o
chefe de Estado para “falar da preocupação” da comunidade guineense e das
perspectivas criadas pelo novo ministério da Inclusão Social cabo-verdiano, no
Governo que iniciou funções após as eleições legislativas de 18 de Abril,
pedindo que seja mantida a atenção à “inclusão de todos” os trabalhadores
imigrantes no arquipélago.
“Pedimos ao senhor
Presidente da República que continue a fazer a sua magistratura de influência
junto do Governo, que tem feito um trabalho, neste momento de pandemia, não
excluindo os guineenses”, disse ainda.ANG/Inforpress/Lusa
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