Diplomacia/Biden e Putin reúnem-se hoje em Genebra em busca de relação “estável e previsível”
Bissau, 16 Jun 21(ANG
) –
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin,
realizam hoje uma cimeira em Genebra à procura de uma relação “estável e
previsível”.
A Ucrânia, a
Bielorrússia, o destino do opositor russo detido Alexei Navalny, e os
ciberataques são os temas da cimeira e o debate prevê-se áspero e difícil.
A cimeira vai decorrer
na cidade suíça de Genebra e será o ponto culminante da primeira deslocação de
Biden à Europa, num momento em que se acentuaram as tensões entre a Rússia e o
Ocidente.
Após participar nas
cimeiras do G7, da NATO e com a União Europeia, Biden está munido de novos
argumentos, em particular após a reunião de segunda-feira com os aliados e na
qual a Rússia e a China foram apontados como “desafios sistemáticos à ordem
internacional”.
A abordagem de Biden
face à Rússia assinala uma ruptura com a protagonizada pelo seu antecessor
Donald Trump. A única cimeira que mantiveram, em Julho de 2018 em Helsínquia,
ficou assinalada pela recusa de Trump em legitimar as conclusões das agências
de informações norte-americanas e quando Putin continuava a negar interferência
russa nas presidenciais realizadas dois anos antes.
A Presidência
norte-americana optou agora por fornecer poucos detalhes sobre o encontro a
dois, e apenas confirmou que, ao contrário do que sucedeu com Trump em 2018,
não está prevista uma conferência de imprensa conjunta.
A Casa Branca tem
alternado mensagens conciliadoras com advertências dirigidas à Rússia, e já
admitiu que espera resultados modestos do encontro bilateral. O único objectivo
avançado foi tornar as relações entre os dois países “mais estáveis e
previsíveis”.
Biden tem insistido que
pretende uma relação “previsível” com a Rússia e que pretende baixar a
temperatura entre os dois países, assinalada em particular pelas divergências
em torno da soberania da Ucrânia e a vaga de ciberataques.
Biden já frisou que
pretende deixar claro a Vladimir Putin que as relações entre os Estados Unidos
e os aliados na Europa “são firmes”, e deverá pressionar Putin para terminar
com diversas “actuações provocatórias”, incluindo os ciberataques a empresas
norte-americanas por “piratas” informáticos e alegadamente a partir de
território na Rússia, a detenção do opositor Alexei Navalny ou ainda a suposta
interferência do Kremlin nas eleições norte-americanas, que Putin já negou de
forma categórica.
Numa confirmação da
prevalência das tensões entre as suas potências, Moscovo voltou a acusar na
semana passada do Estados Unidos de manterem a tensão no leste da Ucrânia, ao
não exerceram a necessária influência para que o Governo de Kiev cumpra os
acordos de Minsk, que implicaram uma trégua entre as forças ucranianas e os
rebeldes russófonos e um roteiro político, há muito bloqueado.
A cimeira de Genebra vai
implicar restrições aéreas entre terça-feira e quinta-feira nesta região da
Suíça, e ainda o envio de uma força máxima de mil soldados do Exército nacional
em apoio às forças da polícia, protecção civil e outros corpos dos cantões que
já se encontram mobilizados.ANG/Inforpress/Lusa
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