Covid-19/Bactérias do intestino humano produzem compostos que
inibem o vírus SARS-CoV-2
Bissau, 21 Jun 21(ANG) – Investigadores da
Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, descobriram que algumas bactérias
comensais que se encontram naturalmente no intestino humano produzem compostos
que inibem o vírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19, concluiu um estudo
hoje divulgado.
A investigação foi
apresentada no World Microbe Forum, um encontro ‘online’ da Sociedade Americana
de Microbiologia (ASM), da Federação Europeia das Sociedades Microbiológicas
(FEMS) e de várias outras sociedades, que decorre entre hoje e quinta-feira.
Descobertas clínicas
anteriores mostraram que alguns pacientes com a doença covid-19, na forma
moderada a grave, apresentam sintomas gastrointestinais, enquanto outros
apresentam sinais de infeção apenas nos pulmões.
“Questionámo-nos
se as bactérias residentes no intestino poderiam proteger da invasão do
vírus”, disse Mohammed Ali, um doutorando de medicina na Universidade Yonsei,
em Seul, citado num comunicado da ASM.
Para investigar essa
hipótese, os investigadores examinaram as bactérias dominantes do intestino
humano quanto à sua actividade contra o SARS-CoV-2.
A investigação revelou
que as bifidobactérias, que já haviam mostrado capacidade de suprimir
a helicobactéria pylori, responsável por várias infecções
gastrointestinais, e se mostram activas contra a síndrome do intestino
irritável, tinham essa actividade, disse Ali.
Os investigadores também
utilizaram inteligência artificial para procurar potenciais compostos de
combate a doenças em bases de dados de moléculas produzidas por micróbios e
descobriram que algumas podem ser úteis contra o SARS-CoV-2.
“Para testar o
nosso modelo, aproveitámos os dados de coronavírus anteriores, nos quais vários
compostos foram testados contra os coronavírus. Esta abordagem parece ser
significativa, pois esses alvos têm características em comum com o SARS-CoV-2”,
explicou Ali.
O investigador destacou,
também, a natureza ecológica da sua abordagem para esta pesquisa, assinalando
que muitos antibióticos e terapias contra o cancro existentes são compostos que
as bactérias usam para competir entre si no trato gastrointestinal e que foram
previamente purificadas das secreções microbianas.
“Encontrar micróbios que
segregam moléculas que podem inibir coronavírus será um método promissor para
desenvolver probióticos naturais ou fabricados para expandir as nossas técnicas
de prevenção terapêutica, de forma a fornecer uma forma mais sustentável de
combater a infecção viral”, concluiu Mohammed Ali.
ANG/Inforpress/Lusa
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