CEDEAO/Lançamento da moeda comum de novo adiado, para 2027
Bissau,21 Jun 21(ANG) - Os
chefes de Estado e do Governo da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), voltaram a adiar os planos do lançamento de uma moeda
comum, denominado “ECO”, apontando o ano 2027 para a sua entrada em
funcionamento, depois da pandemia de Covid-19 ter forçado anteriormente uma
prorrogação dos prazos.
“Temos um novo roteiro e um
novo pacto de convergência que abrangerá o período entre 2022 e 2026, sendo
2027 o ano de lançamento da ECO”, adiantou o presidente da Comissão Económica
dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Jean-Claude Kassi Brou, em
conferência de imprensa, após a cimeira ordinária da organização realizada no
passado dia 19 do correntre mês, em Acra(Gana).
Acrescentou que devido ao impacto da pandemia,
os chefes de Estado tinham decidido suspender a implementação do pacto de
convergência em 2020-2021.
A CEDEAO procura desde 1983
fomentar a integração económica da região com a criação de uma moeda comum, mas
já falhou esse objetivo em 2009, 2012 e 2015, sendo 2020 o último prazo que a
organização tinha fixado para si própria.
Para participar na
utilização da ECO, os países da África Ocidental acordaram critérios de
convergência, nomeadamente: défice inferior a 3%, inflação inferior a 10% e uma
dívida não superior a 70% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 2018, nenhum país
preencheu todos os critérios, e em 2017, três países preencheram, de acordo com
dados da CEDEAO.
Um dos desafios ao
lançamento de uma moeda única tem sido o facto de oito países da região utilizarem
o franco CFA, uma moeda criada em 1945 pela França, antiga metrópole da região.
Em dezembro de 2019, a União
Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA), que reúne oito Estados da
África Ocidental que usam o franco CFA, acordou com o Governo francês uma
reforma monetária que substituiria o franco CFA da região pela ECO.
O acordo manteve a paridade
fixa que o franco CFA já tem com o euro, algo que poderia mudar quando o resto
dos países da CEDEAO aderissem.
Segundo o jornal O democrata, outros países também membros da
CEDEAO e integrados na Zona Monetária da África Ocidental (ZMOA) – uma
organização de Estados maioritariamente anglófonos que não utilizam a CFA – não
viram este anúncio com bons olhos, considerando que é unilateral e fica aquém
do objetivo da integração económica previamente acordado.
O semanário guineense
acrescenta que a ECO é ainda ameaçada
pela heterogeneidade no seio da CEDEAO, onde o Níger é o país mais empobrecido
do mundo e a Nigéria uma das maiores potências económicas de África, que
representa quase dois terços do PIB da região e é um exportador de petróleo.
O objetivo da moeda comum é
promover o comércio inter-regional, que, de acordo com a Conferência das Nações
Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é muito fraco: em 2017, era
apenas de 9,4% contra os mais de 60% entre os países da União Europeia. ANG//odemocratagb
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