Invasão/Ucrânia e Rússia voltam à mesa de negociações
Negociações difíceis. É assim que Dmitry
Peskov, porta-voz do Kremlin, classifica a quarta ronda de negociações com a Ucrânia,
que irá continuar esta terça-feira. Apesar disso, o responsável russo
admite que é positivo que as conversações continuem.
Na madrugada desta terça-feira, o Presidente
ucraniano, Volodymyr Zelensky, também garantiu que as negociações irão
continuar, contudo, dirigiu duras palavras a Moscovo, numa mensagem publicada nas
redes sociais.
O Presidente da Ucrânia falou primeiro em
ucraniano e depois em russo para apelar às tropas russas que se rendam e
garantiu que os ucranianos continuarão a resistir, o que irá provocar muitas
baixas de ambos os lados.
Este discurso acontece numa altura em que
os militares russos continuam a cercar Kiev, bem como outras cidades
ucranianas.
Na madrugada de hoje, voltaram a ouvir-se
as sirenes de alerta que antecederam fortes explosões na capital ucraniana. De
acordo com os serviços de emergência da Ucrânia, há registo de pelo menos dois
mortos, após ataques contra edifícios residenciais.
Perante este cenário de violência, o
autarca de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou um confinamento de 35 horas que
começa às 20 horas locais desta terça-feira e se estende até às 8 horas da
manhã de quinta-feira.
Esta terça-feira, Kiev vai ainda ser palco
de um encontro entre
os primeiros-ministros da Polónia, Mateusz Morawiecki, da República
Checa, Petr Fiala e da Eslovénia, Janez Jansa, que viajam
enquanto representantes do Conselho Europeu, para se reunirem com os
representantes ucranianos. O objectivo: demonstrarem o seu apoio à Ucrânia.
O Conselho da União Europeia adoptou hoje
formalmente o 4º pacote de sanções contra a Rússia. Estas novas sanções vão
afectar o oligarca russo Roman Abramovich, que tem também nacionalidade
portuguesa.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula
Von der Leyen, disse hoje, numa mensagem publicada na rede social Twitter
que este pacote de sanções vai “afectar a capacidade de Putin financiar uma guerra
injustificada” e garantiu que a União Europeia e respectivos parceiros
irão continuar a exercer pressão sob Moscovo, de modo a tentar travar este
conflito.
Esta mensagem acontece no dia em que a Ucrânia
conseguiu acordar a abertura de 9 corredores humanitários para
permitir a saída de civis das cidades que estão a ser bombardeadas pela Rússia.
A Ucrânia, pela voz do Ministério da
Defesa ucraniano, garantiu que, até ao momento, já morreram 13.500
soldados russos.
Apesar disso, a Rússia está em vantagem,
tanto no que diz respeito ao número de militares, como ao nível de
equipamento técnico e, como tal, está a aumentar a sua ofensiva na Ucrânia. A
Rússia já garantiu, por exemplo, que controla totalmente a cidade de Kherson.
Por sua vez, o cerco está também a apertar
na cidade estratégica de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, onde ainda existem
cerca de 350 mil pessoas presas. Até ao momento, só cerca de 150 mil pessoas
conseguiram abandonar a cidade.
O aeroporto de Dnipro foi bombardeado durante
a noite de ontem e parte da estrutura acabou mesmo por ser destruída, de acordo
com o responsável regional de Dnipro, Valentyn Reznichenko. Segundo este
responsável, o local foi alvo de uma “destruição maciça”.
Na próxima semana, o Presidente dos Estados
Unidos da América, Joe Biden, planeia viajar para Bruxelas para se encontrar
com os líderes da NATO com o objectivo de discutir a guerra na Ucrânia, de
acordo com fontes norte-americanas ouvidas pela Reuters.ANG/RFI
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