São Tomé e Príncipe/Primeiro-ministro
denuncia suposta ilegalidade da
dissolução do governo
Bissau, 08 Jan 25 (ANG) – Patrice Trovoada denuncia a
suposta ilegalidade da dissolução do seu governo pelo chefe de Estado Carlos
Vila Nova.
O primeiro-ministro cessante numa longa
conferência de imprensa nesta terça-feira alegou não haver razões com
fundamento constitucional para derrubar o seu governo. Trovoada pede parecer ao
Tribunal Constitucional sobre a medida e garante que o partido se reunirá para
analisar os próximos passos a tomar.
O primeiro-ministro cessante lamenta o que, a
seu ver, será um novo recuo e um atraso para o arquipélago com a queda do seu
governo.
Patrice Trovoada lembrou as conquistas do seu
executivo, exemplificando com a retoma do diálogo com o Fundo monetário
internacional e alegando ser necessário viajar para o estrangeiro para
convencer os parceiros a apoiar o arquipélago.
Segundo ele os indicadores provariam o seu
empenho na melhoria das condições, citando o recuo da inflação ou as melhoras
em termos de saúde.
Porém Patrice Trovoada admitiu que as
condições no país sempre foram difíceis. Mas alegou ter
colocado as instituições sempre acima de problemas pessoais descartando
qualquer responsabilidade numa suposta incompatibilidade com o chefe de Estado.
Trovoada estima que as razões citadas pelo
presidente seriam "politiquice"
e argumentos próprios de partidos da oposição.
O chefe do executivo lembrou que o seu
partido e respectivos aliados dispõem de uma "maioria significativa"
na Assembleia Nacional e pedem que o Tribunal Constitucional se pronuncie com
urgência sobre esta decisão presidencial.
Eis um excerto da alocução de Patrice Trovoada em conferência de imprensa na capital do
arquipalago a 7 de Janeiro, no dia seguinte ao anúncio surpresa do Presidente
Carlos Vila Nova de dissolver o seu governo, após ter ouvido o Conselho de
Estado.
O Presidente da República pede que se mande
um outro nome em 72 horas. Mais uma vez, o Presidente da República não escolhe
o primeiro-ministro da nossa Constituição. O Presidente da República tem que
nomear um primeiro-ministro, tomando em conta os resultados eleitorais e os
resultados eleitorais deram à ADI a maioria absoluta para governar São Tomé e
Príncipe. E o ADI indicará a personalidade que achar mais apropriada para
formar o próximo governo. Mas eu não quero deixar de insistir sobre a violação
da Constituição nessa decisão que no nosso entender é perfeitamente ilegal,
porque nós somos um Estado de Direito democrático. Nós vamos combater essa
ilegalidade pelos meios ao nosso dispor e vamos nos próximos dias, depois de
reuniões profundas a nível do partido, anunciar o que vai ser a posição
definitiva do ADI.ANG/RFI
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