segunda-feira, 8 de setembro de 2014



Parceria

Associação “Força Guiné” e Universidade Federal de Pernambuco lançam projecto sobre segurança alimentar  

Bissau, 08 Set 14 (ANG) – A Associação Força Guiné (AFG) em parceria com o Departamento de Tecnologia e Biociências da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) procederam no ultimo fim de semana ao lançamento oficial do Projecto sobre Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional na Guiné-Bissau.

Segundo coordenador da AFG, Arnaldo Sucuma,  pretende-se  com o projecto realizar estudos que visam desenvolver um trabalho no terreno envolvendo as florestas do Estado de Pernambuco e as da Guiné-Bissau.

“ O estudo consiste em recolher informações sociais e culturais ligados a alimentação, tipos de produtos e a forma como são consumidos, o que lhes permitira sugerir um conjunto de dieta alimentar mais balanceada permitindo a população ter uma diversidade de acesso à diversos pratos alimentares”, informou.

De acordo com o Coordenador de AFG os referidos estudos vão durar dois anos na Guiné-Bissau ou seja entre 2014 a 2015 e väo  envolver alguns parceiros guineenses que tem estado a trabalhar no ramo da Segurança Alimentar incluindo o Governo.

Na cerimonia de lançamento do projecto, o Secretário de Estado de Segurança Alimentar, Filipe Quessangué, reiterou que é preocupação do governo assegurar o bem-estar social para todos os cidadãos, e que para o efeito existe um vasto programa no domínio de Agricultura e Desenvolvimento Rural em particular o programa nacional de Segurança Alimentar.
 ANG/LLA/SG
   



Literatura

“Sékou Touré mandou matar Amílcar Cabral” diz investigador cabo-verdiano

Bissau,08 Set 14 (ANG) - O investigador e professor universitário cabo-verdiano Daniel Santos lança sexta-feira, na Cidade da Praia, o livro Amílcar Cabral – Um Novo Olhar, defendendo que Sékou Touré, antigo presidente da Guiné-Conacri, terá sido o “provável mandante” do assassinato.

Numa entrevista à agência Lusa, o investigador recordou que no dia em que o “pai” das independências da Guiné-Bissau e de Cabo Verde foi assassinado, Sékou Touré preparou um jantar no seu gabinete para os “40 cabecilhas” que estiveram envolvidos na morte de Cabral, a 20 de Janeiro de 1973, em Conacri.

“O livro veio confirmar que os portugueses nada têm a ver com a morte de Amílcar Cabral. Pelos dados que reúnem, tudo se encaminha para que tenha sido Sékou Touré, antigo presidente da Guiné-Conacri, o mais provável mandante do crime”, revelou Daniel dos Santos, indicando que a obra será apresentada pelo antigo ministro das Infraestruturas de Transportes de Cabo Verde, Armindo Ferreira.

 “As pessoas já estão identificadas. Só falta oficializar quem mandou matar Amílcar Cabral”, prosseguiu o investigador cabo-verdiano, dizendo que a obra, de 600 páginas e sem prefácio, serve para “reavivar a memória” e fazer uma “rotura” com tudo o que já se escreveu sobre Cabral.

A morte de Amílcar Cabral nunca foi devidamente esclarecida, havendo dúvidas sobre os mandantes do crime que o vitimou, reinando também o silêncio entre os seus antigos companheiros no Partido Africano de Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), cuja sede durante a luta de libertação (1963/74) estava precisamente em Conacri.

Vários livros já deram pistas sobre o contexto que levou à morte de Cabral, como os do jornalista e investigador português José Pedro Castanheira, do historiador guineense Julião Soares Sousa, dos escritores são-tomense Tomás Medeiros e angolano António Tomás, mas todos são inconclusivos sobre um envolvimento de Portugal ou do PAIGC.

Sabe-se apenas que o autor dos disparos que o vitimaram foi Inocêncio Kani, guerrilheiro do PAIGC entretanto falecido, alegadamente a mando de outro alto dirigente do então movimento independentista, Morno Touré, em conluio com Mamadou Ndjai, chefe da guarda de Cabral.

Daniel Santos recordou que o livro lhe ocorreu em 2001, quando começou a pensar em escrever uma dissertação de mestrado, que veio a coincidir com Amílcar Cabral e tinha como título “A Questão Colonial – O Contributo de Amílcar Cabral”.

“Quando fui defender a minha dissertação de mestrado, dei conta que havia a necessidade de se fazer um livro como este, porque todo o debate se centrou durante a arguição da tese sobre a vida de Amílcar Cabral. Houve a necessidade de se aprofundar mais”, indicou, dizendo, porém, que o livro, escrito há dois anos, tem pouco a ver com a dissertação de mestrado.

Segundo Daniel Santos, a obra é diferente de tudo o que já se escreveu sobre Cabral e, em termos de metodologia, faz uma “rotura completa”, uma vez que se afasta do “individualismo metodológico” para se centrar no “pluralismo metodológico”, ou seja, cruza várias fontes, deixando o público tirar as suas próprias conclusões.

Para o investigador, que reivindicou ser o primeiro cabo-verdiano a escrever um livro sobre Amílcar Cabral, a obra servirá também para promover um “debate cívico, franco, pedagógico, académico, muito humilde e sem amarras” sobre Cabral, sem perder de vista o contexto em que viveu e se moveu.

“Valeu a pena fazer esta caminhada e apresentar aos cabo-verdianos, partidos políticos, investigadores, jornalistas e professores um livro que não foi feito a pensar em agradar a este ou aquele, mas que seja útil a quem o leia”, disse.

Para o autor, Amílcar Cabral continua uma “figura marcante e emblemática” na história da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, uma pessoa com “defeitos e virtudes”, defendendo ser necessário colocá-lo “no lugar que conquistou por mérito próprio”.

O investigador cabo-verdiano diz que tem “muitas coisas na gaveta” e que já escreveu 90 por cento de outro livro sobre a história das ideias políticas do fundador do Partido Africano para a Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Daniel dos Santos, 57 anos, nasceu na Cidade da Praia, é jornalista – não está em exercício -, politólogo e professor nas universidades Lusófona de Lisboa, Jean Piaget e Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais (ISCJS), as duas últimas em Cabo Verde.
ANG/Lusa
Luta contra pobreza

ONG “ Muda Rumo” capacita animadores no âmbito social

Bissau 08 Set. 14 (ANG) – A ONG “ Muda Rumo “ organiza a partir de hoje e até ao dia 12 do corrente mês, um Ateliê de capacitação dos seus animadores em vários domínios da área social nomeadamente, alfabetização, saúde, micro finanças entre outros.

Durante a cerimónia de abertura do seminário, o representante do secretário de Estado da Segurança Alimentar, Raul Sanha agradeceu o convite daquela ONG, tendo considerado de “muito importante” o evento não só para a organização como para a sociedade guineense em geral.

Sanha disse que a implementação da política do governo exige a contribuição de todos, e que as ONGs como “Muda Rumo” jogam um papel importante na elaboração e execução dos projectos junto das comunidades de base.

“Para isso é preciso adoptar pessoas de conhecimentos através de formações permitindo-lhes ter capacidades de traduzir na prática as necessidades dos grupos alvos em todos as vertentes e em especial na luta contra a pobreza que é uma linha de intervenção da organização”, disse Sanha.

Por seu turno, o Presidente da ONG “ Muda Rumo” Francisco Nhaga destacou a sua organização tem como principio, servir aos necessitados da Guine – Bissau principalmente a camada mais pobre que representa quase 60 por cento da população, dos quais 54 por cento não têm água potável e a maioria são mulheres.

“Isso nos encorajou a criar esta ONG para poder fazer face a um dos objectivos do milénio que é o combate a pobreza “, disse Francisco Nhaga.

 Nhaga lamentou o elevado índice da pobreza que caracteriza o país, acrescentando que a Guiné-Bissau sendo um país com enormes potencialidades naturais, não justifica que a sua população viva em tanta pobreza.

A ONG “Muda Rumo” foi fundada no dia 20 de Junho de 2014 e tem como objectivo principal servir aos pobres e necessitados da Guiné-Bissau.
ANG /MSC/SG   
    


  



Ébola

Vacina testada em macacos permite protecção duradoura  

Bissau, 8 Set 14 (ANG) - Uma injecção de uma vacina experimental, acompanhada de uma segunda de reforço "a posteriori", permite uma protecção "rápida e duradoura" contra o vírus Ébola nos macacos, revela um estudo publicado neste domingo.

Baseada num vírus de resfriado que afecta chimpanzés e ministrada em macacos de laboratório, a aplicação dessa vacina deu a esses animais "uma protecção completa em curto prazo e parcial em longo prazo" contra o Ébola - afirmam os autores dessa investigação publicada na revista "Nature Medicine".

Os animais que receberam o reforço da vacina, dentro de um novo esquema de vacinação ainda em estudo, desenvolveram uma imunidade "duradoura".

Para os autores da pesquisa, trata-se da primeira demonstração de uma protecção duradoura por uma vacina contra o vírus "Ebola Zaire", cepa da actual epidemia, que já deixou mais de dois mil mortos na África Ocidental, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Se for aprovada, "essa vacina beneficiará a população" durante as epidemias, garantem os pesquisadores.

A 28 de Agosto, o Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID/NIH, na sigla em inglês) anunciou que a pesquisa em humanos das vacinas contra o Ébola começaria em Setembro.

A equipa de Nancy Sullivan, do centro de pesquisa do NIAID, desenvolveu uma vacina baseada num adenovírus (vírus do resfriado) de chimpanzé baptizado de "ChAd3". Ele funciona como vector para enviar fragmentos de material genético do vírus Ébola para as células do indivíduo vacinado.

Esses fragmentos de material genético não são infecciosos, mas ajudam o organismo a reconhecer o vírus para se defender.

Os pesquisadores testaram diferentes doses de ChAd3. Depois, injectaram nos macacos uma dose de vírus Ébola, que poderia ser letal se não tivessem sido previamente imunizados.

Com uma única injecção da vacina experimental, quatro macacos continuavam imunizados cinco semanas mais tarde, mas o efeito protector diminuía com o tempo. Apenas dois animais continuavam protegidos dez meses depois.

Os quatro macacos que receberam a injecção de reforço oito semanas após a primeira continuavam completamente protegidos contra a infecção dez meses depois - segundo os pesquisadores.

Os testes em humanos são a primeira etapa ("fase 1") do processo de validação da vacina, dividido em três. Esses testes serão realizados em indivíduos saudáveis (não infectados) para verificar se toleram bem a vacina e se ela consegue oferecer uma boa resposta imunológica. (Angop)



Ébola

Banco Mundial apoia programa de prevenção

Bissau, 8 Set 14 (ANG) - O Banco Mundial acaba de disponibilizar 500.000 Dólares para o programa de prevenção do ébola na Guiné-Bissau, anunciou o blog Ditadura do Consenso.
  
O fundo estará disponível já na próxima semana para a implementação do programa de contingência do governo guineense contra o ébola.
 
O acordo foi assinado sábado em Dakar, pelo ministro guineense da Economia e Finanças, Geraldo Martins.

Segundo o Ditadura do Consenso, dependendo da evolução da situação, o Banco Mundial poderá disponibilizar mais fundos.

O executivo guineense implementa um programa de prevenção do Ébola que já levou ao encerramento das fronteiras terrestres com a Republica vizinha da Guiné-Conacry, pais onde a doença já provocou centenas de vítimas mortais. ANG/SG