terça-feira, 8 de agosto de 2017

Promoções na POP



Governo promove oficiais superiores das Forcas e serviços do Ministro do Interior
 
Bissau, 08 Ago 17 (ANG) – Pelo menos nove oficiais superiores das Forcas e Serviços afectos ao Ministério do Interior foram segunda-feira promovidos, numa cerimónia presidida pelo Primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló.

Trata-se de Paulino Dias, Ana Camará e Mussa Seide que a partir de agora passam a ostentar a patente de primeiro Superintendente da Policia de Ordem Publica; Samuel Fernandes, Mutaro Embaló, Anselmo da Silva, Alssau Sambu, Serafim Serifo Embaló e Amadu Djaló são agora Coronéis, da Guarda Nacional, da Protecção Civil e Bombeiros e dos Serviços da Informação e Segurança, respectivamente.

O acto visa também assinalar, ainda que de forma simbólica, o inicio das promoções que serão efectuadas ao nível de todo o território nacional, à todos os efectivos ligados às forcas de Defesa e Segurança da Guiné-Bissau, afirmou o mestre da cerimónia, o Tenente-coronel, Marcolino Alves.

O chefe do executivo guineense disse que a Reforma que se apregoa não visa apenas reunir e mandar para casa um grupo de pessoas, mas que, fundamentalmente, se insere na mudança e renovação dos efectivos deste sector da vida nacional.

“Hoje sinto que estou a implementar várias reformas”, disse Sissoco Embaló referindo-se concretamente à mudança na nomenclatura de patentes dos polícias em relação a dos militares. 

Por exemplo, um Brigadeiro-General das Forcas Armadas é equiparado ao Superintendente da Policia, enquanto que um Coronel corresponde a um primeiro Superintendente. 

O Primeiro-ministro esclareceu que as restantes patentes para a graduação chegarão na próxima sexta-feira, para que a cerimónia chegue às regiões.

O chefe do governo exortou aos cidadãos a respeitarem as forcas de ordem no desempenho das suas funções, mas, antes disso, instou aos polícias a actuarem sempre com base no respeito e na observância dos direitos consagrados na Constituição da República.

“Elementos das Forcas de Autoridades perdem credibilidade quando andam a mendigar gorjetas”, advertiu Umaro Sissoco Embalo que ilustra assim alguns dos comportamentos que os agentes devem evitar.

O chefe do executivo aproveitou a ocasião para recomendar aos agentes de trânsito a redução dos engarrafamentos que se verificam em horas de pontas nos cruzamentos da avenida principal.

“Por vezes, são os próprios agentes que causam estes transtornos, quando ordenam a paragem de várias viaturas ao mesmo tempo. O curioso é que quando os agentes não estão lá o trânsito flui de forma natural”, disse prometendo recolocar os semáforos. 

ANG/JAM/SG



Telecomunicações



Funcionários da Guinétel e Guiné-Telecom realizam marcha reclamando o direito de serem gestores de cabo submnarino

Bissau, 08 Ago 17 (ANG) – Cerca de 100 funcionários das empresas estatais  de telecomunicações, Guinétel e Guiné-Telecom realizaram hoje uma marcha da sua sede ao Ministério dos  Transportes e Comunicações e que terminou no das Finanças exigindo que a empresa seja gestora do futuro cabo submarino a instalar.


“As operadoras MTN e Orange irão em conjunto beneficiar de 51 por cento das acções na gestão do referido cabo. Desconhecemos o destino das restantes 49 por cento. O que ouvimos, embora não seja de forma oficial, é que as mesmas pertencerão à uma  empresa do governo chamada Bissau Cabo”, disse o Presidente do Sindicato de Base dos trabalhadores das duas  empresas nacionais de telecomunicações, David Mingo.

Na opinião do sindicalista, não havia necessidade de criação da referida empresa uma vez que o governo já possui a Guinetel e Guine-Telecom. 

“deveria ser o executivo a criar melhores condições para que as referidas empresas voltem a funcionar de forma normal”, sustenta justificando que as propriedades do estado devem merecer sempre mais atenção.

Os marchantes não foram recebidos pelos titulares dos dois ministérios, por isso, David Mingo advertiu que vão continuar a luta em defesa do que diz lhes pertencer, por direito.
Por outro lado, o presidente do sindicato disse que muitos funcionários morreram sem se quer qualquer assistência por parte do governo e que actualmente estão a viver numa situação de morte lenta.

“Já estamos no quarto ano sem receber o nosso salário, isso é bastante grave porque somos pessoas com necessidades acima de tudo com família para sustentar”, lastimou.

Sublinhou que nos outros países, como por exemplo, Angola, Senegal, Cabo-verde, entre outras, as empresas nacionais de Telecomunicações são sempre as mais privilegiadas.
O presidente do sindicato disse que a parceria pública/privada não significa entregar gestão de cabo submarino às operadoras Orange e MTN.

O referido cabo submarino foi adquirida através da parceria com o Banco Mundial.
Estavam vestidas de camisolas com escritas “Finanças na mata Guiné-Telecom ku contrato de consórcio” e repetiam em corro: “nó ca misti murri bó danu nó diritu”, que quer dizer”não queremos morrer , dêm nos o nosso direito” .

ANG/AALS/JAM/SG








Brasil



Índios brasileiros continuam a enfrentar uma barbárie, diz especialista

Bissau, 08 Ago 117 (ANG) -  Os povos indígenas do Brasil têm enfrentado um regime de barbárie, disse hoje a especialista em Direito Índígena Sâmia Barbieri, numa entrevista à Radio da Organização das Nações Unidas (ONU).


"Continuamos a praticar atos de barbárie contra os povos indígenas. No meu Estado, no Mato Grosso do Sul [localizado na região centro-oeste do Brasil], os Guarani Kaiowás estão morrendo, sofrendo tocaias [emboscadas] de milícias", disse professora.

Na entrevista, Sâmia Barbieri analisou o contexto brasileiro na véspera da celebração dos 10 anos da adoção da Declaração sobre Direitos dos Povos Indígenas da ONU.

Questionada sobre as condições em que vivem os povos indígenas no Brasil, Sâmia Barbieri relatou que "a violação de direitos humanos dos indígenas no Brasil é muito grave", visto que, na sua avaliação, o país sul-americano manteve "uma sucessão de governos anti-indígenas".

A especialista lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a aderir à Declaração sobre Direitos dos Povos Indígenas da ONU, ainda em 2007, mas vem atuando de maneira estritamente formal, sem se empenhar para respeitar os preceitos expostos neste documento.

"Esta declaração [da ONU] reconhece a especificidade da pessoa do índio, a sua autodeterminação, a dignidade do índio como um sujeito de direitos no âmbito internacional e pede a distribuição justa dos benefícios para os indígenas (...). No Brasil houve todo um avanço de caráter formal, mas na vida, no cotidiano, muito pouco tem acontecido", salientou.

Sâmia Barbieri também explicou que é preciso pensar como será possível efetivar naquele país sul-americano as práticas determinadas pelo documento da ONU.

"É preciso saber como vamos efetivar a declaração dos direitos indígenas no Brasil (...). O nosso Estado Nacional por ratificar e assinar os tratados de direitos humanos e, acima de tudo, por ratificar esta importantíssima declaração deve garantir os direitos dos povos indígenas", destacou. 

A especialista disse que, contudo, não é isto que vem acontecendo", pois atualmente assiste-se ao "esfacelamento do pouco que se construiu nos últimos dez anos", com o "Governo a vender, em troca de apoio político, a vida dos indígenas e o direito à demarcação das suas terras", concluiu. 

ANG/Lusa