terça-feira, 12 de março de 2019

Eleições


           PAIGC reivindica vitória com “poderes necessários” para governar

Bissau, 12 Mar 19 (ANG) – O Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) reivindicou segunda-feira a vitória nas eleições legislativas de domingo, obtendo “os poderes necessários” para governar.
Em conferência de imprensa realizada, em Bissau, o porta-voz do PAIGC, João Bernardo Vieira, não quis esclarecer se o partido tem maioria absoluta, porque não quer substituir-se à Comissão Nacional de Eleições (CNE) .
“Não gostaria de entrar nesses detalhes, mas estamos com uma maioria que permite-nos estar um pouco mais confortáveis”, afirmou o dirigente do PAIGC.
Disse que assim que a CNE anuncie os primeiros resultados provisórios, previstos para quarta-feira, o líder do PAIGC e candidato a primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, irá fazer uma análise política das eleições, em conferência de imprensa.
Referiu que após uma “campanha eleitoral extenuante”, mas “rica em experiências”, “o mais importante é unir o povo guineense, sem distinção de raça, etnia ou religião.
 João Bernardo Vieira, salientando que os dirigentes do PAIGC estão “calmos e serenos”, porque “estão criadas as condições para uma governação estável para o país”.
“A direcção do partido decidiu convocar a conferência de imprensa , ainda antes do anúncio da CNE, porque têm estado a circular documentos e números falsos por parte de outros partidos sobre as eleições de domingo”, disse Bernardo Vieira.
O porta-voz do PAIGC sustentou que o partido dispõe de atas síntese de todas as mesas eleitorais e exige “lisura e transparência no apuramento dos resultados”.
“O povo exprimiu a sua vontade inequívoca de o PAIGC dirigir o país”, salientou o membro do Bureau Político daquele partido, numa conferência onde falou em português, inglês e francês, dada a presença de jornalistas internacionais.
Na declaração, o partido agradeceu “a renovada confiança” da população: “isto significa que o povo compreendeu e bem a mensagem do PAIGC”, conclui. ANG/Inforpress/Lusa

RDC


     Jean-Pierre Bemba exige indemnização de 68 milhões de euros ao TPI

Bissau, 12 mar 19 (ANG) - O antigo vice-presidente da República Democrática do Congo, Jean-Pierre Bemba, pretende ser indemnizado pelos 10 anos passados ​​na prisão, anunciou hoje o seu advogado após ter remetido uma petição ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
"O propósito desta petição é tentar reparar alguns dos danos ao homem e à sua família devido a sua prisão, detenção e pelos actos dos acessórios do Tribunal e de alguns Estados partes", disse Peter Haynes em documento enviado ao TPI.
Jean-Pierre Bemba passou mais de uma década na prisão após a sua condenação no julgamento de 2016 a 18 anos de prisão por assassinatos, abusos sexuais e saques cometidos na República Centro Africana pela sua milícia entre Outubro de 2002 e Março de 2003.
O político congolês, condenado em 2006, foi absolvido a 08 de Junho de 2018 de todas as acusações neste julgamento.
"O homem inocente perdeu 10 anos da sua vida", sublinhou Haynes, que acredita que "a Câmara não poderá voltar no tempo e" devolver estes anos ao seu cliente. "O único remédio que ela pode oferecer é uma reparação financeira", considerou o advogado.
O pedido de indemnização formulado pelos advogados do ex-vice-presidente congolês é o primeiro do género para o TPI, que também absolveu em Janeiro o antigo presidente ivoiriense Laurent Gbagbo de crimes contra a humanidade cometidos em 2010 e 2011, durante as violências pós-eleitorais na Côte d’Ivoire.
A defesa de Bemba pede ao TPI que ordene o pagamento "de pelo menos 12 milhões de euros pela duração da sua detenção, 10 milhões de euros a título de danos e interesses agravados, 4,2 milhões de euros pelas custas judiciais e um montante de pelo menos 42,4 milhões de euros por danos causados ​​ao seu património”, tais como o congelamento das suas contas bancárias. ANG/Angop

Eleições legislativas


                       CEDEAO elogia rumo à “estabilidade e democracia”

Bissau, 12 mar 19 (ANG) - O chefe da missão de observadores da Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO) nas legislativas da Guiné-Bissau saudou hoje o processo eleitoral que ajuda o país num caminho "em direcção à estabilidade e democracia".
"Apresentamos as felicitações da CEDEAO pelas eleições ao Presidente, ao primeiro-ministro da Guiné-Bissau e ao próprio povo" pelos "progressos registados pelo país em direcção à estabilidade e democracia", afirmou Kadré Désiré Ouedraogo, ex-primeiro-ministro do Burkina Faso e antigo presidente da organização regional, após uma audiência com o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz.
Salientando que a CEDEAO está a recolher informações dos 40 observadores espalhados pelo país para apresentar os resultados preliminares, Ouedraogo não quis indicar mais informações sobre o processo eleitoral.
"Exprimimos a nossa sincera gratidão pela audiência" de José Mário Vaz, disse o chefe da missão, considerando que "a Guiné-Bissau é um membro importante da CEDEAO".
A CEDEAO foi uma das organizações que pressionou para a realização destas eleições legislativas, que tentam pôr fim a uma crise política de quatro anos, depois de o Presidente ter demitido o então primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, que contava com o apoio de uma maioria absoluta no Parlamento.
Desde então, foram nomeados vários governos de iniciativa presidencial que não contavam com o apoio parlamentar, criando uma situação de impasse só agora desbloqueada.
Os resultados provisórios das eleições de domingo serão anunciados na quarta-feira, de acordo com a Comissão Nacional de Eleições.
Cerca de   762 mil eleitores foram chamados a escolher 102 deputados ao parlamento, entre 21 partidos concorrentes. ANG/Angop



Argélia


                    Abdelaziz Bouteflika renunciou a um quinto mandato
Bissau, 12 mar 19 (ANG) - Abdelaziz Bouteflika acaba de desistir de uma candidatura para um quinto mandato na chefia da Argélia.
A decisão foi anunciada através de um comunicado da presidência do país do Norte de África. Bouteflika de 82 anos liderava a Argélia desde 1999 apesar do AVC que sofreu em 2013.
O anúncio da sua candidatura esteve na origem de protestos que alastraram nas últimas três semanas a todo o país.
Bouteflika quase não é visto em público e as últimas imagens suas mostram-no sempre enfraquecido numa cadeira de rodas, o seu último pronunciamento público seria de há pelo menos seis anos.
A debilidade do seu estado de saúde era denunciada pelos milhares de argelinos nas ruas.
Só neste domingo Bouteflika regressou de Genebra, onde esteve hospitalizado nos últimos dias na sequência do acidente vascular cerebral que sofreu e o que deixaria quase sem poder falar.
O exército que sempre o apoiou acabou também por demonstrar nas últimas horas alguma abertura em relação às manifestações, oficialmente proibidas desde 2011.
Também os magistrados que deveriam supervisionar o processo eleitoral, segundo a agência Reuters, teriam anunciado em carta a sua intenção em se abster de participar no acto alegando que este iria contra a "vontade do povo que é a única fonte de poder"
A presidência argelina anunciou ainda o adiamento do escrutínio previsto para 18 de Abril.
Uma remodelação ministerial deverá ocorrer brevemente.ANG/RFI

segunda-feira, 11 de março de 2019

Eleições legislativas



Bissau, 11 Mar 19(ANG) - O guineense Carlos Lopes, que foi adjunto do secretário-geral das Nações Unidas, manifestou dúvidas sobre a possibilidade do executivo saído das legislativas de domingo poder efetivamente governar e sobre a posição dos derrotados no escrutínio perante os resultados.

Na sua página na rede social Facebook, Carlos Lopes, natural de Canchungo, no norte da Guiné-Bissau, questionou se "finalmente, as pessoas terão a sua oportunidade" de ter um executivo legitimamente eleito, respondendo de imediato que "sim".

Carlos Lopes foi um dos quadros guineenses que participou na produção do documento estratégico Terra Ranka, com o qual a Guiné-Bissau conseguiu uma promessa de 1,5 mil milhões de dólares, numa mesa-redonda, realizada em 2015, na Bélgica.

Também o antigo administrador do Banco Mundial para vários países africanos, o guineense Paulo Gomes, escreveu nas redes sociais que o dia de hoje é "uma etapa importante para a cidadania" e abertura de uma plataforma para reconstituir a confiança, o consenso e promoção do desenvolvimento do país.

Paulo Gomes, que também participou na elaboração da estratégia Terra Ranka, aconselhou o próximo primeiro-ministro a "rapidamente realizar chamadas telefónicas e programar visitas" junto dos parceiros da Guiné-Bissau para solicitar o desbloqueamento de fundos prometidos na mesa-redonda.

O economista salientou a necessidade de um consenso nacional em torno do líder do futuro Governo, para fazer face ao que classificou como "situação de emergência" para o país.

"Espero que haja menos política e promoção de mais desenvolvimento, mais trabalho de equipa", para a reconquista da confiança que a Guiné-Bissau perdeu desde as últimas eleições gerais de 2014, referiu o economista.

Mais de 761 mil eleitores guineenses foram no domingo chamados às urnas para eleger um novo parlamento, com 102 deputados, entre os candidatos apresentados por 21 partidos políticos, para um mandato de quatro anos. 

ANG/Lusa

Eleiçoes legislativas



Bissau,11 Mar 19(ANG) - O chefe da missão de observadores eleitorais da União Africana, Rafael Branco, salientou hoje que o ato eleitoral na Guiné-Bissau decorreu de forma tranquila e com uma "participação cívica notável".


Temos 15 equipas espalhadas pelo território nacional recebemos um relatório às 08:00 da manhã e outro às 12:00  e esses dois relatórios coincidem : o clima é de tranquilidade, de uma participação cívica notável e esperamos pelo relatório da noite que nos vai dar uma visão de todo o processo”, afirmou à Lusa o antigo primeiro-ministro são-tomense, depois do encerramento das urnas.

Rafael Branco disse também que assistiu à abertura das urnas na zona do círculo 28, em Bissau, onde visitou várias assembleias de voto, e que o ambiente tem sido o mesmo.

Agora estamos aqui no fecho e o ambiente vivido de manhã confirma-se novamente esta tarde. Tudo decorre num ambiente bastante tranquilo, há uma ou outra defesa mais acalorada, mas isso é absolutamente normal”, disse. A União Africana deverá apresentar o seu relatório final sobre a avaliação às eleições legislativas na terça-feira.

A organização faz parte do grupo P5, que inclui também a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, ONU e União Europeia, que tem acompanhado de muito perto a crise política que a Guiné-Bissau vive há mais de três anos.

ANG/Lusa


Eleições/legislativas


             CNE  divulga  resultados provisórios globais na quarta-feira

Bissau, 11 mar 19 (ANG) – A Comissão Nacional de Eleições(CNE) declara  que a divulgação de resultados provisórios nacionais das eleições legislativas de 10 Março só deve ocorrer na próxima quarta-feira.

Felisberta Moura Vaz que falava hoje à imprensa em jeito de balanço do processo de votação alega atrasos na entrega das actas sínteses por parte das Comissões Regionais de Eleições, acrescentando que neste momento estão a ser trabalhadas pelas CREs para depois serem entregues a Comissão Nacional de Eleições.

“Também por razões técnicas, sobretudo dos mecanismos de apuramento que não permitirem extrair dados estáticos da taxa de participação em termos por centuais”, disse justificando a divulgação de resultados provisõrios nacionais só na quarta-feira.

Por outro lado, Felisberta Moura Vaz apela tolerância, serenidade e sentido de responsabilidade de todos os actores políticos, de órgãos de comunicação social e de outras entidades envolvidas no processo para  se absterem de veicular informações conducentes aos resultados eleitorais, alegando que esta competência é reservada, exclusivamente, à CNE.     
   
ANG/LPG/AC//SG

Eleições legislativas


                   “Guiné-Bissau vive seu melhor momento”, diz PR

Bissau, 11 mar 19 (ANG) -  O Presidente  José Mário Vaz, ressaltou,  em Bissau, a forma ordeira e pacífica em que decorreram as sextas eleições legislativas, realizadas no domingo.
O estadista, que lançou um apelo a que todos os guineenses participem efusivamente no processo, destacou o facto de a mesma decorrerem , “sem prisões arbitrárias, sem mortes e nem espancamentos”.
 “Estou feliz por participar num dos melhores momentos da Guiné-Bissau, depois de cinco anos de combate para mostrar ao mundo que, afinal, a Guiné-Bissau não é aquilo que dizem, é um país de liberdade”, expressou, aos jornalistas após exercer o seu direito de voto, em Bissau.
José Mário Vaz destacou que, no momento, os guineenses estão a mostrar ao mundo que são todos iguais. “Não há guineenses de primeira nem de segunda”, declarou.
Lembrou que este processo se iniciou em 1994, altura em que o país abriu-se ao processo democrático, em que teve a honra de participar como mandatário do falecido Presidente Nino Vieira.
A partir daquela data, explicou, a Guiné-Bissau nunca mais conseguiu chegar ao fim de uma legislatura e o Presidente da República também nunca conseguiu cumprir o seu mandato, mas agora foram criadas as condições para se ultrapassar as divergências políticas. 
“Podem ir agora às prisões e não vão encontrar nenhum preso político, ninguém é capaz de dizer olha, estou aqui por questões políticas. Não temos crianças órfãs neste momento e nem viúvas por questões políticas”, exprimiu, perante o olhar dos observadores internacionais.
José Mário Vaz disse, por outro lado, ter feito tudo o que estava ao seu alcance para que a Guiné-Bissau alcançasse a estabilidade política e lançou um apelo à comunidade internacional para, daqui em diante, olhar para esse país lusófono de uma forma diferente, com um país de paz e estabilidade.
Entretanto, em vésperas das eleições legislativas, as autoridades apreenderam a maior quantidade de droga na Guiné-Bissau, aproximadamente 800 quilos.
Instado a pronunciar-se sobre o facto, o Presidente José Mário Vaz regozijou-se pela apreensão, para quem o país está a mostrar ao mundo que não têm nada a ver com isso. 
“As minhas mãos estão limpas de sangue, limpas de droga. A droga estragou praticamente o nosso nome, as pessoas acusam-nos que a Guiné é um país de droga, não é verdade. Fiquei feliz com essa apreensão e estamos a mostrar ao mundo que não temos nada a ver com isso”, vincou.ANG/Angop

Acidente de aviação


         Ethiopian Airlines imobiliza frota Boeing 737 após queda de avião

Bissau, 11 mar 19 (ANG) -  A companhia aérea Ethiopian Airlines anunciou esta segunda-feira que imobilizou todos os seus Boeing 737 MAX após a queda no domingo de uma das suas aeronaves que matou as 157 pessoas que seguiam a bordo.
Após o trágico acidente de (voo) ET 302 (…), a Ethiopian Airlines decidiu imobilizar toda a sua frota de Boeing 737 MAX de domingo, 10 de Março, até novo aviso”, informou a companhia aérea, num comunicado publicado na rede social Twitter.
Também hoje, as autoridades chinesas ordenaram a todas as companhias aéreas do país para que deixem de usar temporariamente aviões Boeing 737 Max 8.
A Administração da Aviação Civil da China esclareceu que a ordem se deve a preocupações com a segurança, já que se trata do segundo acidente com aquele modelo no espaço de cerca de dois meses.
O primeiro ocorreu ao largo da costa da Indonésia, em circunstâncias semelhantes, em 29 de Dezembro, e resultou também na morte de todos os ocupantes.
O avião partiu da capital etíope, Addis Abeba, com destino à capital do Quénia, Nairobi.
O aparelho caiu numa zona chamada Hejeri, perto da cidade de Bishoftu, a cerca de 42 quilómetros a sudeste da capital da Etiópia e onde fica sediada a maior base da Força Aérea etíope.
As causas do acidente ainda não são conhecidas. ANG/Angop

Cooperação


                   Líder do PAIGC augura relação profícua com Angola

Bissau, 11 mar 19 (ANG) - O presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, augurou, hoje, em Bissau, uma cooperação bastante profícua com Angola, em caso de vitória do seu partido nas eleições legislativas de domingo.
O PAIGC tem grandes hipóteses de vencer as eleições legislativas guineenses, marcadas pelo civismo, forte participação dos eleitores e sob o olhar dos observadores internacionais.
Em entrevista exclusiva à Angop, o político guineense acredita que as relações históricas entre os dois povos e países subirão, em prol de uma cooperação muito profícua para ambas as partes.
O político disse que a Guiné-Bissau olha para Angola como uma referência africana muito importante, um país com uma economia mais robusta, uma democracia mais desenvolvida e com responsáveis que conhecem bem a realidade guineense, os actores políticos guineenses e os dirigentes do PAIGC.
Entende que esses são factores que irão trabalhar a favor de uma aproximação e interacção bastante positiva, porque, segundo afirma, o facto de Angola viver neste momento uma nova fase poderá beneficiar também o seu país.
Domingos Simões Pereira, que em anos idos exerceu o cargo de secretário Executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), espera que a Guiné-Bissau possa também dar passos significativos que Angola já deu nos últimos anos.
O líder do PAIGC está convicto de que Angola, o Governo angolano, no caso, não terá dificuldades em favorecer uma cooperação séria estratégica com a Guiné-Bissau num futuro governo sob sua liderança.
Para si, esse pressuposto deverá ser feito num quadro em que os instrumentos de cooperação já são conhecidos e podem ser mobilizados de forma célere.
“A nossa expectativa é que o povo conceda ao PAIGC uma maioria absoluta de deputados na Assembleia Popular, para permitir que haja uma governação de estabilidade”, reiterou, à Angop, Domingos Simões Pereira, na capital guineense, Bissau.   
Explicou que o seu partido persegue tal pressuposto porque durante os últimos três anos e meio “as instituições da República e, particularmente, o senhor Presidente da República, demonstraram grandes dificuldades, para não dizer incapacidade em gerir a falta de uma maioria”.
Entende que, em democracia, cabe ao povo dirimir estas dificuldades e pronunciar-se, de forma clara e inequívoca, sobre a quem concede competência para os representar nos próximos quatro anos.
Em caso de vitória, disse, o PAIGC saberá coabitar com as demais forças políticas.
Segundo o político, durante os três anos e meio que duraram a última crise, apesar de comportamentos menos coerentes por parte de alguns partidos que estiveram com o PAIGC na governação, nunca se pronunciou contra nenhum deles.
A Guiné-Bissau tem vivido um ciclo muito longo de instabilidade, de conflitos e dificuldades em consolidar um Estado de direito democrático.
De acordo com o líder do PAIGC, com as eleições de 2014 abriu-se uma nova página porque os actores políticos que surgiram davam indicação de poder resgatar o país e promover o desenvolvimento ambicionado por todos.
Logo após o início da governação, explicou, o PAIGC apresentou um plano estratégico operacional que, para muitos, foi um documento para levar à mesa redonda, mas para o seu partido tratava-se de uma espécie de contrato social que convocava todos os actores políticos guineenses.
Domingos Simões Pereira disse haver um entendimento e consenso para tirar o país desse marasmo de debate político sem substância.
Referiu que, infelizmente, nem todos deram provas de estarem preparados para esse consenso e colocar o país em primeiro lugar.
Por isso, ressaltou que o PAIGC volta na condição de ser o único partido portador de um projecto de sociedade que possa reunir os guineenses e propor uma solução verdadeiramente exequível e sustentável para o desenvolvimento do país.
“Sempre disse que não nos competia, a nós, julgar o comportamento de um ou outro partido, o povo fará esse julgamento. O que nós reprovamos, na altura, foi o facto de o Presidente da República não conseguir se manter equidistante de um debate que é político e partidário”, exprimiu.
Explicou que vão continuar a dialogar com as outras forças políticas e encontrar consensos para colocar os interesses da Guiné-Bissau em primeiro lugar.
Lamentou, entretanto, o facto de haver ainda dirigentes partidários que não estão preparados para essa convivência e que “vêm a usurpação do poder como parte do exercício democrático, o que não é a interpretação do que nós fazemos das regras democráticas”.
Por seu turno, o analista Raul Pires acredita na vitória do partido de Domingos Simões Pereira nessas eleições legislativas.  
“Domingos Simões Pereira é, precisamente, o político guineense que neste momento melhor fala com a comunidade internacional, tem um discurso inteligível, ou seja, ele sabe o que a comunidade internacional quer ouvir”.
Para si, Domingos Pereira percebe, claramente, os códigos da linguagem da comunidade internacional e essa é receptiva aos discursos e as propostas desse político guineense.
“Portanto, me parece muito importante mais Domingos Simões Pereira do que o PAIGC sair reforçado desta eleição para levar avante o seu programa de desenvolvimento nacional denominado “Terra Arranca”, que depende, fundamentalmente, de máquinas agrícolas e do apoio da comunidade internacional”, expressou.
No âmbito do acompanhamento das eleições legislativas, a Célula de Monitorização Eleitoral da Guiné-Bissau colocou no terreno 420 monitores para constatação das ocorrências que poderiam afectar o bom desempenho do processo de votação.
No seu relatório, a Célula de Monitorização Eleitoral refere que, de um modo geral, as assembleias de voto abriram no horário determinado por lei, ou seja, no universo de 315 mesas, 286 abriram conforme a determinação legal.
Constatou, entretanto, a interrupção em algumas assembleias de voto devido aos incidentes de trocas de cadernos e ausências dos nomes de alguns eleitores nos cadernos eleitorais.
Após as eleições legislativas correram sem sobressaltos na Guiné-Bissau, os resultados provisórios serão conhecidos apenas na terça-feira, mas a Comissão Nacional de Eleições (CNE) prometeu fazer hoje, segunda-feira, um primeiro balanço da votação. ANG/Angop

Acidente de aviação


Piloto da Ethiopian Airline reportou “dificuldades” e pediu para regressar – companhia
Bissau, 11 mar 19 (ANG) – O piloto do avião da Ethiopian Airline que no domingo se  despenhou pouco depois de descolar de Adis Abeba reportou “dificuldades” e pediu para regressar ao aeroporto da capital etíope, disse o presidente-executivo da companhia, Tewolde Gebremariam.
“O piloto reportou à torre de controlo que estava com dificuldades e que queria regressar”, afirmou o presidente-executivo da Ethiopian Airline, numa conferência de imprensa em Adis Abeba sobre o acidente aéreo que matou todas as 157 pessoas de 35 nacionalidades que estavam a bordo do aparelho (149 passageiros e oito tripulantes).
Segundo Tewolde Gebremariam, o piloto do Boeing 737 “teve autorização” para virar e voltar ao aeroporto de Adis Abeba.
O responsável referiu que ainda é muito cedo para determinar “as causas do acidente” que envolveu o Boeing 737-8 Max, um modelo adquirido pela companhia aérea etíope em Novembro passado.
De acordo com as informações avançadas, o acidente com o avião Boeing 737-8 MAX terá ocorrido às 08:44 (horas locais), cerca de seis minutos após a descolagem na capital da Etiópia, altura em que o aparelho desapareceu dos radares.
Tewolde Gebremariam, que já se deslocou ao local do acidente, precisou que o aparelho se despenhou numa zona chamada Hejeri, perto da cidade de Bishoftu, a cerca de 42 quilómetros a sudeste da capital da Etiópia e onde fica a sede da maior base da Força Aérea etíope.
Na mesma conferência de imprensa, o responsável acrescentou mais informações sobre as nacionalidades das vítimas mortais, referindo que dois cidadãos de Espanha, quatro da Eslováquia, dois da Polónia, três da Áustria e três da Suécia também constam da lista.
A primeira lista provisória das nacionalidades divulgada pela Ethiopian Airlines referia que entre as vítimas mortais estavam pessoas do Quénia (32), Canadá (18), Etiópia (9), China (8), Itália (8), Estados Unidos (8), Reino Unido (7), França (7), Egito (6), Holanda (5), Índia (4), Rússia (3), Marrocos (2), Israel (2), Bélgica (1), Uganda (1), Iémen (1), Sudão (1), Togo (1) e da Noruega (1).
Na lista publicada consta ainda uma pessoa com passaporte de Moçambique e quatro com passaportes das Nações Unidas.
“Estamos profundamente tristes e expressamos as nossas mais profundas condolências” às famílias das vítimas, referiu Tewolde Gebremariam, precisando ainda que as autoridades etíopes estão em contacto com as embaixadas dos países afectados pelo acidente.
Contactada pela Lusa, fonte da Secretaria de Estado das Comunidades referiu que as autoridades portuguesas estão a acompanhar a ocorrência, estando em contacto com as Embaixadas de Portugal na Etiópia e em Nairobi (Quénia).
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, manifestou na sua conta oficial no Twitter “profundas condolências” às famílias das vítimas.
O gabinete de Abiy Ahmed informou, entretanto, que o chefe do governo etíope visitou o local do acidente.
O acidente de domingo ocorreu cerca de cinco meses depois de um outro Boeing 737 MAX da companhia Lion Air ter caído na Indonésia cerca de 12 minutos após a descolagem e por causa de falhas técnicas, de acordo com os dados recolhidos de uma das caixas negras do aparelho.
O acidente ocorrido em outubro de 2018 provocou a morte de 189 pessoas.
A Ethiopian Airlines é membro da Star Alliance (a mesma que integra a transportadora portuguesa TAP) desde Dezembro de 2011 e, de acordo, com o ‘site’ da aliança, trata-se da companhia de bandeira da Etiópia e líder em África.
A Ethiopian Airlines foi fundada em 21 de Dezembro de 1945 e a sua rede abrange Europa, América do Norte, América do Sul, África, Médio Oriente e Ásia, ligando as cidades em todo o mundo.
O último acidente desta transportadora aérea aconteceu a 25 de Janeiro de 2010, quando um Boeing 737-800 caiu no mar Mediterrâneo, pouco tempo depois de ter iniciado a ligação entre Beirute e Adis Abeba. Nesse acidente morreram 90 pessoas. ANG/Lusa/Inforpress

domingo, 10 de março de 2019

Eleições Legislativas


Presidente do PRS preocupado com cidadãos com cartões eleitorais que não  podem votar

Bissau, 10 mar 19 (ANG) – O Presidente do Partido da Renovação Social (PRS),afirmou hoje estar preocupado com os cidadãos com cartão do eleitor mas que não  podem votar por seus nomes não constarem no Caderno Eleitoral.

Alberto Nanbeia citado pela Rádio Jovem momentos após exercer o direito a voto , na cidade de Mansoa, norte da Guiné-Bissau ,disse que o que está a acontecer pode vir a criar polémicas, salientando que a Comissão Nacional de Eleições (CNE),deve agir rapidamente no sentido de ultrapassar este problema.

“Porque os nomes destas pessoas estão nos boletins de reclamações afixados nos respectivos círculos e distritos eleitorais correspondentes e igualmente nos cadernos eleitorais entregues aos partidos políticos só não constam nos cadernos eleitorais junto as mesas assembleia de voto”, disse.

Por outro lado, o líder dos renovadores se mostrou preocupado com cartões eleitorais que, segundo ele, estão a ser  perfurados duas vezes em vez de uma só vez tal como manda a lei.

Nanbeia apelou à todos os cidadãos para irem votar com toda a força, tendo mostrado confiante na vitória da sua formação política, frisando que desta vez o país vai sair do marasmo em que se encontra.

 Alberto Nambeia garante que o partido vai ganhar as eleições legislativas com 72 deputados.

"Não podemos fazer isso em democracia. Eu contento-me com 72 deputados e é o que vamos tirar no domingo, disse Nambeia, de gorro vermelho na cabeça ao dirigir-se a milhares de apoiantes do PRS no campo de Maracanã, no bairro de Lala Quema, arredores de Bissau no último dia de campanha eleitoral.

Sem os ímpetos do fundador do PRS, Kumba Ialá, mas com um discurso vigoroso, Alberto Nambeia apareceu no comício com o mesmo gorro que celebrizou o defunto político, a quem homenageou, "prometendo-lhe" uma vitória nas legislativas.

"Vamos ganhar para mudar este país e homenagear aqueles, como Kumba, que fundaram este grande partido", afirmou Nambeia que prometeu na ocasião um governo para, entre outros, acabar com as greves dos professores, construir escolas, estradas, hospitais e ainda "conduzir os guineenses a enterrarem o machado de guerra". ANG/MSC/AC//SG


Eleições legislativas


             “A votação decorre de forma normal”. Diz porta-voz da CNE

Bissau, 10 mar 19 (ANG) -  A porta-voz da Comissão Nacional de Eleições(CNE), Felisberta Vaz Moura  declarou  que o processo de votação,  até ao momento, decorre de forma normal por todo o país.

Felisberta Vaz falava à imprensa em jeito de balanço do processo eleitoral volvidos mais de quatro horas de votação.

Enumerou  algumas dificuldades comunicadas relacionadas , nomeadamente, a  falta de alguns materiais, confirmação  dos nomes nos cadernos eleitorais, mas que, segundo disse, já foram solucionadas.

Três mil assembleias de votos estão espalhadas por todo o país no quadro desta  votação acompanhada por 140 observadores internacionais.

Entretanto, as rádios privadas que efectuam a cobertura da votação dão conta de falta de segurança em algumas assembleias de voto sobretudo no interior do país.

Um repórter da rádio Capital FM deu conta de que em Iemberém , zonas de Bedanda, Sul da Guiné , a votação decorre sem presença de forças da ordem.

Falando da segurança eleitoral após proceder a votação o ministro do Interior, Edmundo Mendes assegurou que o país está segurado, pelo que não há motivo para alarmes.

Mendes disse que a falta de agentes de segurança verificada nas primeiras horas de votação em algumas assembleias de voto, em Bissau, se deve a descoordenação que entretanto já está solucionada. E sobre o interior disse ter garantias de comandantes regionais de que tudo está a decorrer de forma normal.

Cerca de 800 mil eleitores votam para eleição de 102 deputados a Assembleia Nacional Popular para um mandato de quatro anos, concorridos por 21 partidos políticos. ANG//SG

Crime


                      Polícia Judiciária faz novas apreensões de drogas

Bissau,10 Mar 19(ANG)  - A Polícia Judiciária (PJ) guineense apreendeu sábado
 centenas de quilos de cocaína, dissimulada num camião de transporte propriedade de um elemento associado à al-Qaida do Magrebe Islâmico (Alqmi), disse fonte policial à Lusa.
A droga chegou ao país de barco e foi escondida num fundo falso do camião, que foi  desmantelado por operacionais da PJ, um processo acompanhado por elementos da cooperação judiciária internacional.
Na operação policial, que dura há duas semanas, foram detidos quatro suspeitos: um senegalês, dois nigerinos e um guineense.
Ao falar sobre essa apreensão, o Presidente da República, José Mário Vaz afirmou que a Guiné-Bissau não é um pais de tráfico de drogas.
“ Não é verdade que a Guiné-Bissau é um país de tráfico de drogas”, disse Mário Vaz em declarações à imprensa após exercer o seu direito de voto em Bissau.
Dirigindo-se aos eleitores o chefe de estado pede à todos para não desperdiçarem a oportunidade de votar.ANG/Angop


Eleições Legislativas


Líder do PAIGC considera que momento deve servir de virar da página para desenvolver o país

Bissau, 10 mar 19 (ANG) – O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), considerou hoje que estas eleições são mais do que um simples cumprimento do dever de um cidadão, mas um momento de mudança em que a democracia é o império da lei.

Domingos Simões Pereira falava hoje à imprensa após exercer o seu direito de voto.

Disse que este é o sentimento que o anima e a esperança que tem, salientando que como representante do PAIGC, tem obrigação de acreditar sempre na vitória.

“Há um sentimento especial em relação a estas eleições ou seja a adesão do povo a visão estratégica do partido e a convocação que foi feito ao povo guineense no sentido de virarmos a página e começar um novo percurso, um percurso fresco que não só honre os guineenses, mas que cria condições para que o amanhã seja de facto bom”, desejou.

Para Simões Pereira todos os cidadãos juntos como uma Nação serão capazes de tirar o país na situação em que se encontra, frisando que, como democrata, se a lei for bem observada vão aceitar o resultado das eleições como sempre fizeram.

Respondendo a questão dum jornalista sobre a maior apreensão da droga tida no país e se for simbólico acontecer na semana das eleições, Simões Pereira disse que não só foi emblemático, como mostra o grau de urgência de resgatar a Guiné-Bissau e impor a lei do respeito à dignidade.

“Todos guineenses quando ouvem este tipo de notícias, sentem algo lá no fundo ou seja um misto de vergonha e ao mesmo tempo de raiva, porque 99 por cento dos guineenses nunca viu drogas e estamos a ver os nossos nomes continuamente associados à questões desta natureza. Isso deve ser um dos factores para que renasça uma nova oportunidade de limpar a nossa imagem sobre isso”, vincou Simões Pereira.

No seu discurso, no último comício da campanha eleitoral, Domingos Simões Pereira disse que, pela primeira vez, na história da democracia guineense, uma crise política foi resolvida por meios exclusivamente democráticos.

Simões Pereira  insistiu na necessidade de uma vitória clara do partido, no domingo, sem nunca referir a maioria qualificada.

 "O nosso desafio é combater a pobreza e restituir a dignidade aos guineenses", mas há "partidos que não querem o ‘Terra Ranka'", disse, dramatizando o discurso com os dados da mortalidade infantil.

"Não lhe devemos dar oportunidades de fazer o que fizeram" ao "impedir um governo legítimo de governar", disse Domingos Simões Pereira.

"Dia 10 é dia de julgamento e o povo vai julgar os partidos que não quiseram estas eleições e eles vão receber a sentença do povo guineense", disse o líder partidário. ANG/MSC/AC//SG

Eleições legislativas


Presidente do Movimento da Sociedade Civil apela compreensão e calma aos que não  votam por falhas técnicas

Bissau, 10 mar 19 (ANG) -  O presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Fodé Carambá Sanhá apelou ao maior civisto e a calma àqueles que não vão poder votar porque os seus nomes nâo constam nos cadernos elitorais informatizados por falhas técnicas.

Carambá Sanhá falava à imprensa após exercer o seu direito de voto em Bissau.

Disse que essa situação lhe causa uma certa tristeza mas que não deve ser motivo para que não haja votação em massa dos eleitores.

“Após as reclamações foram introduzidas mais 31 mil nomes, portanto, os eleitores devem ir às Assembleias de Voto para confirmar se os seus nomes entraram na lista após reclamações para poderem exercer os seus direitos cívicos”, disse Sanhá que pede calma à todos os afectados.

Só votam eleitores recenseados cujos nomes constam nos cadernos eleitorais que os agentes têm nas assembleias de voto, uma decisão tomada pela CNE em plenária que integra membros não permanente, entre os quais representantes dos 21 partidos políticos concorrentes.

Muitos eleitores se recensearam mas os seus nomes não constam nos cadernos eleitorais por falhas técnicas (não registo informático de seus nomes). ANG//SG