segunda-feira, 13 de maio de 2019

Política


Líder de PUN considera de falaciosa justificação do Chefe de Estado para não nomear Primeiro-Ministro

Bissau, 13 de Mai 19 – (ANG) - O líder do Partido da Unidade Nacional (PUN),considerou hoje de enganador o argumento do Presidente da República que condiciona a nomeação do novo Primeiro-ministro com o entendimento na Assembleia Nacional Popular (ANP).

Idrissa Djaló falava hoje numa conferência de imprensa disse que não há crise no parlamento guineense, mas sim  a reprovação, através de uma votação dos deputados, do nome do coordenador do Movimento para Alternância Democrática (Madem-G-15),Braima Camará para as funções de  segundo vice-presidente do hemiciclo, que para assumir essa função  precisa dos votos de PAIGC e  seus aliados.

“Como rivais políticos, o Braima Camará e o seu movimento não podem esperar que depois de todo o conflito político que passaram, o PAIGC vai- lhe dar benefícios políticos ou prendas”, questionou  Djalo para acrescentar que , “logicamente que não”, porque na política  cada um defende os seus interesses .

O político disse que o coordenador do Madem – G-15 controla o Presidente da República como uma marioneta, aceitá-lo como o segundo vice-presidente da ANP, estar-se-a a entregar a esta pessoa e o seu partido chaves do poder da Guiné-Bissau, o que não foi decidido nas urnas.

Para Djaló , o que está a acontecer no parlamento guineense não passa de um exercício da democracia.

Salientou que a ANP esta a funcionar, há uma maioria clara e uma mesa constituída e se o Madem ainda  duvida disso, que apresente, de novo, o nome de Braima Camará para a votação.

“Por razões simplesmente políticas os partidos da nossa aliança não vão votá. É tão simples ou seja não se trata de uma questão religioso ou tribal, trata-se da política, de pura política e isto é a democracia e um direito de cada deputado votar com a sua consciência e da sua crença política ”, frisou.

Questionado sobre  qual será o passo seguinte para se sair do empasse político uma vez que José Mário Vaz na semana passada condicionou a nomeação do novo Chefe do Governo ao entendimento no parlamento Djaló reafirmou a sua posição de que não há crise na ANP,salientando que o Chefe do Estado uma vez no final do seu mandato tem medo do seu passado.

Referiu que José Mário Vaz tem  a consciência de que no dia 23 de Junho deste ano termina o seu mandato e que vai ser confrontado com os crimes que já tinha cometido no passado que vão ser julgados porque até aqui esta a beneficiar da imunidade que vai acabar.

“Está perdido,  e com medo . Esta a tentar, por todos os meios, provocar o caos no país”, afirmou Idrissa Djaló

O líder do PUN, um dos aliados do PAIGC,  salientou ainda que está a espera que o Madem-G15 e o Partido da Renovação Social (PRS) ,enquanto partidos democráticos, se posicionem claramente sobre o funcionamento da democracia guineense, “porque  assumiramm publicamente que as eleições são a única via para chegar ao poder na Guiné-Bissau”. 

ANG/MSC//SG

Burkina Faso


Ataque contra igreja católica deixa seis mortos

Bissau, 13 mai 19 (ANG) - Um grupo auto-proclamado jihadista invadiu na manhã de domingo (12) uma igreja católica em Dablo, no norte de Burkina Faso, e deixou seis mortos, incluindo o padre que celebrava a missa, anunciou a agência italiana ANSA.
Segundo fontes locais ouvidas pela ANSA, o sacerdote foi identificado como Abbé Siméon Yampa, de 34 anos.
As outras vítimas eram fiéis da igreja. O ataque teve início por volta das nove horas (horário local) enquanto acontecia a missa.
Na ocasião, entre 20 e 30 militantes armados entraram atirando.
Alguns fiéis fugiram, mas outros foram imobilizados pelos agressores.
O ataque ocorre dois dias depois que militares franceses libertaram quatro reféns no norte do país. 
ANG/Angop


sexta-feira, 10 de maio de 2019

Política


“Governo vai distribuir o “arroz do povo” apreendido pela Polícia Judiciária”, diz Primeiro-ministro

Bissau, 10 mai 19 (ANG) – O Primeiro-ministro, Aristides Gomes disse que o governo vai distribuir o “arroz do povo” apreendido pela Polícia Judiciária no passado mês de abril, mas que fora retirado, à força, do controlo da PJ, pelo Ministério público.

A decisão foi declarada numa reunião realizada esta sexta-feira destinada a esclarecer a retirada do arroz pelo magistrado do Ministério Público,Blimat Sanhá, num armazém em Penha fora de hora de expediente, numa operação assistida por agentes da Polícia de Intervenção Rápida(PIR), afectos ao Ministério do Interior.

Aristides Gomes disse que há má-fé no dossiê  “arroz do povo”, e garantiu tudo fazer  para uma boa condução do processo.

Considerou de desvio, a retirada  do arroz  pelo magistrado do Ministério Público, Blimat Sanhá porque foi feito nas horas impróprias,  e que vai responsabilizar  os polícias que asseguraram a operação do Ministério Público.

Gomes garantiu que o governo vai retirar ainda hoje o referido arroz do armazém, no Alto Bandim, em Bissau para outro  armazém, que ficará a guarda de policias de ordem pública , antes de sua distribuição aos beneficiários.

Em plena investigação e numa altura em que a PJ já tinha em mãos alguns supostos indiciados de desvio desse arroz doado para não ser vendido pela República Popular da China, o Ministério Público evocou o processo e determinou que a quantidade desse cereal apreendido seja devolvido ao Ministério da Agricultura, cujo titular, Nicolau dos Santos fora visado pela PJ como um dos suspeitos desse alegado desvio.

Presente no encontro o ministro do Interior, Edmundo Mendes disse que o seu ministério não tem nada a ver com o processo de arroz, considerando de falsa a informação, segundo a qual o Ministro desalojou a PJ.

“ O Ministério do Interior, na pessoa do seu ministro não tem a competência de expulsar a Polícia Judiciaria. A atuação dos policias do Ministério só pode ocorrer  a mando do  Ministério Público ou de um tribunal. Não somos a entidade que pratica atos jurisdicionais. 

A  lei nos dá direito de auxiliar entidade judicial no cumprimento da decisão judicial”, disse o  Ministro do Interior.

Alegou que quando o Ministério recebe uma instrução judicial ou despacho de juiz, não tem a competência de ver se tal despacho tem o mérito ou não porque não é órgão jurisdicional e nem órgão de recurso.

Acrescentou que o processo do arroz é da responsabilidade do Ministério Público e da Polícia Judiciária.

A Diretora da Polícia Judiciária, Filomena Mendes Lopes disse que a polícia judiciária cumpriu todo o procedimento legal, acrescentando que a PJ está a atuar nesse processo como sempre atuou na base da lei e enquanto polícia de investigação criminal, negando a existência de conflito entre o Ministério Público e a direção que dirige.

Afirmou que o armazém foi violado pelo magistrado e assegurado pelos polícias do Ministério do Interior fortemente armados e que conseguiram retirar o arroz apreendido.

A DG da PJ manifestou, por outro lado, a sua estranheza relativamente ao aumento da segurança do ministro da Agricultura, tido como um dos suspeitos de desvio de arroz e que só não fora detido porque a sua segurança impedira.

Filomena Lopes declarou a determinação da PJ de prosseguir com as investigações, e disse que não vai permitir que nenhuma outra instituição faça essa investigação porque a PJ conhece melhor o processo. ANG/DMG//SG

Política


Presidente da República diz que o primeiro-ministro  vai ser nomeado  quando houver entendimento no parlamento

Bissau,10 Mai 19(ANG) – O Presidente da República declarou hoje que  ainda não nomeou o novo primeiro-ministro porque está esperançado num entendimento entre os partidos políticos na constituição da mesa da Assembleia Nacional Popular.

José Mário Vaz, em conferência de imprensa realizada  no Palácio da República, referiu que o governo é da emanação da Assembleia Nacional Popular por isso este órgão tem que reunir todos os requisitos para funcionar em pleno.

“Portanto, não gostei de ver os problemas começassem logo nos primeiros minutos do arranque dos trabalhos deste tão importante órgão da soberania”, lamentou, acrescentando que está a aguardar pelo fim do impasse na constituição da mesa da ANP, para dar o passo seguinte, que será o de nomear o primeiro-ministro indicado pelo PAIGC, na qualidade de partido vencedor.

José Mário Vaz assegurou que não está para violar a Constituição da República, para confirmar que vai nomear o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, se for a indicação do partido para o cargo de primeiro-ministro.

Os deputados da maioria parlamentar chumbaram no passado dia 18 de abril o nome de Braima Camará, proposto pelo partido Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) para ocupar o lugar de segundo vice-presidente da Assembleia Nacional Popular e sugeriram que esta formação política proponha um outro nome para o lugar.

O MADEM-G15, por sua vez, recusou preencher o referido lugar com outra pessoa e  o chumbo da proposta inicial deixa incompleta a mesa da Assembleia Nacional Popular, mas com quórum suficiente para presidir as reuniões parlamentares.

O Presidente da República sublinhou que no entanto não está a aguardar de braços cruzados o consenso na ANP para depois empossar o novo primeiro-ministro.

“Nós africanos estamos habituados, quando houver problemas, recorremos aos conselhos dos anciões, líderes espirituais, sociedade civil, mulheres facilitadores entre outras”, explicou.

José Mário Vaz salientou que já instruiu todas estas organizações para trabalharem no sentido de conciliar as partes desavindas através de um diálogo franco.

“Se um partido ganhar não significa que ganhou tudo e se o outro perder não significa que perdeu tudo. E porquê que não podem sentar a mesma mesa para dialogarem a fim de encontrar uma solução”, questionou.

Disse  que há vozes que afirmam que o Presidente da República é o culpado pro tudo isso, tendo frisado de que não gostava de voltar a ver o país mergulhado numa nova crise tendo em conta que não é do seu interesse porque ao fim ao cabo a responsabilidade cairá sobre a sua cabeça.ANG/ÂC//SG

África do Sul


                                  Resultados provisórios das legislativas

Bissau, 10 mai 19 (ANG) -  O povo sul-africano segue de perto a contagem dos votos cujos resultados definitivos serão publicados sábado, 11 de Maio.
Os dados preliminares até as 17:30 de quinta-feira continuam a colocar o Congresso Nacional Africano (ANC) à frente com 57% dos votos, a Aliança Democrática (DA) em declínio e o Combatentes pela Liberdade Económica (EFF) crescendo lentamente.

Graças às vitórias alcançadas com maioria absoluta em eleições anteriores, o ANC é o único partido que governa a África do Sul democrática, desde 1994.
 
Os partidos da oposição, DA e EFF vêm com resultados mistos.
 
A DA perdeu algum apoio, enquanto que o EFF, embora tenha crescido em número, não foi muito convincente no que a sua agenda de governação diz respeito.

A maioria dos jovens (na condição de desempregados) decidiu não votar nestas sextas eleições gerais, por não ver satisfeitos os seus anseios ao longo destes anos de governação do ANC.

Com uma margem de erro de um por cento, vaticinam os analistas, estes poderão vir a ser os resultados finais.

Resultados de 2019 e entre parênteses os de 2014:
ANC - 57.1%  (62.15%)

DA -  21.7%  (22.23% )

EFF - 9.7%  ( 6.35% )

IFP  - 3.5%  ( 2.40% )

FF PLUS - 2.8% ( 0.90% )
ANG/Angop

Política


“Nenhum dinheiro será retirado do INSS sem a garantia do seu retorno”, diz Ministro da Função Pública

Bissau,10 Mai 19(ANG) – O ministro da Reforma Administrativa, Função Pública e Trabalho afirmou hoje que, enquanto tutela, não permitirá a retirada do dinheiro da conta do Instituto Nacional da Segurança Social(INSS) sem que haja uma garantia do seu retorno.

Fernando Gomes que falava  em conferência de imprensa que visou esclarecer a  opinião pública sobre os motivos que estão por detrás da solicitação pelo governo de um empréstimo no valor de mil milhões de francos CFA nas contas do INSS para o pagamento de salários na função pública, proposta recusada pelo sindicato de base daquela instituição.

“Sei que aquele dinheiro é fruto da contribuição que são descontados pelos patrões de diferentes instituições publicas e privadas aos trabalhadores para quando atingirem a idade de reforma poderem se  beneficiar dele”, disse.

O governante disse que a operação foi decidida na primeira reunião convocada pelo primeiro-ministro , na semana passada, e na qual estavam presentes para além de Aristides Gomes, ele, na qualidade do titular da pasta da Função Pública, o Director-geral do Tesouro e o próprio Ditector geral do INSS.

Fernando Gomes sublinhou que como resultado, as partes confirmaram que é possível realizar a referida operação denominada de Aplicação Financeira com uma taxa de reembolso discutível para o INSS na ordem de 6.5 por cento.

O ministro da Função Pública disse que o contrato do empréstimo do referido montante foi testemunhado pelo Banco Central de Estados da África Ocidental(BCEAO) e que será reembolsado com a garantia de receitas provenientes da campanha de comercialização de castanha de cajú do ano em curso.

Perguntado sobre para quando o pagamento de salários na Função Pública, uma das principais reivindicações das duas centrais sindicais do país que prometeram entregar mais um pré aviso de greve para a próxima semana, o governante explicou que com a referida operação financeira os servidores de Estado vao receber os seus ordenados do mês de Abril já na próxima semana.

O sindicato de base dos trabalhadores do INSS fez saber quinta-feira que não vai aceitar que o referido montante seja dado, a título de  empréstimo ao governo, porque  empréstimos anteriormente contraídos pelo governo ainda não foram pagos.ANG/ÂC//SG

Redes sociais


                 Co-fundador afirma que “é hora de desmantelar Facebook”

Bissau, 10 mai 19 (ANG) - O co-fundador do Facebook, Chris Hughes, disse, num artigo de opinião publicado no The New York Times, que "é hora de desmantelar" a rede social, e apelou aos reguladores a tomarem medidas.
 
Chris Hughes,  que ajudou a criar a maior rede social do mundo, há 15 anos,  descreve Mark Kuckerberg, em artigo retomado pela Newsletter DN_Insider, como “uma pessoa boa e generosa” e que  “tem uma influência que mais ninguém tem no  sector privado ou no governo”.

Criticando o monopólio da empresa que ajudou a criar e onde já não trabalha há mais de dez anos, Chris Hughes refere que Mark Zuckerberg “criou um leviatã  que expulsa o empreendedorismo e restringe a escolha do consumidor”.

Perante este cenário, o co-fundador da rede social pede aos reguladores medidas para limitar a operação do Facebook.
Enquanto empresa, o Facebook tem a seu cargo o Messenger, o Instagram e também o WhatsApp, com as estimativas a apontar que Zuckerberg controle cerca de 80% das receitas das redes sociais.
De acordo com Chris Hughes, Mark Zuckerberg “controla três plataformas de comunicação nucleares – Facebook, Instagram e WhatsApp – usadas por milhares de milhões de pessoas todos os dias”.

“O Mark consegue decidir sozinho como configurar os algorítmos do Facebook, para determinar aquilo que as pessoas vêem nos feeds de notícias, que definições de privacidade usam e que tipo de mensagens são entregues. Ele define as regras”, escreve no artigo de opinião.

 “O governo deve responsabilizar Mark. Há demasiado tempo que os legisladores estão maravilhados com o crescimento explosivo do Facebook, e desvalorizam a responsabilidade de garantir que os americanos estejam protegidos e que os mercados sejam competitivos”, aponta Chris Hughes.

Nos últimos anos, têm sido flagrantes os problemas de privacidade do Facebook, com as críticas a adensarem-se. O caso Cambridge Analytica é o maior exemplo, levando até Mark Zuckerberg a reconhecer que a reputação da empresa, relativamente ao tema da privacidade, não é a melhor.

Esta semana, tornou-se conhecido que, além de uma multa avultada, as negociações entre o Facebook e a FTC (regulador norte-americano) poderão também implicar a integração de novos executivos no quadro da rede social, para discutir as questões de privacidade na actividade da empresa.ANG/Angop


Sudão


                                            Junta Militar opta pela charia

Bissau, 10 mai 19 (ANG) - O porta-voz do Conselho Militar de Transição, general Shamseddine Kabbashi, disse lamentar o "silêncio óbvio" dos manifestantes civis sobre a possibilidade de o Sudão introduzir a lei islâmica.
Deveríamos recorrer à charia para reformar as leis sudanesas”, instou. Esta questão veio juntar-se aos temas sobre os quais os líderes da contestação e os do CMT tiveram dificuldade a chegar a acordo.
O CMT, que dirige o país desde o derrube do presidente Omar al-Bashir, diz ter "muitas reservas" sobre as reformas propostas pelos líderes das manifestações.
O conselho diz deplorar o "silêncio manifesto" face à lei islâmica.
O general Shamseddine Kabbashi declarou aos repórteres que os militares aprovaram a maioria das propostas dos líderes civis do movimento de contestação, mas os manifestantes não disseram nada sobre a charia e a tradição islâmica, que deveriam ser as fontes das próximas leis para governar o Sudão, um país predominantemente muçulmano.
"Acreditamos que a charia islâmica deveria ser a fonte das normas (...) da República do Sudão", afirmou o porta-voz do CMT.
A Constituição actual do país especifica que a charia - considerada rigorosa e denunciada por algumas organizações de defesa dos direitos humanos - é o "princípio orientador" das leis sudanesas.
No entanto, com o governo de al-Bashir, a lei islâmica foi utilizada para prejudicar as mulheres, de acordo com algumas organizações de direitos das mulheres.
Estas organizações afirmam que milhares de mulheres foram flageladas por "comportamento indecente", conforme a lei da charia.
Os dirigentes do movimento de protesto propuseram reformas ao governo interino liderado pelos militares.
Mas as negociações entre o exército e os civis continuam no impasse há vários dias. ANG/Angop



Justiça


              Ministério Público retira a PJ arroz apreendido em operação

Bissau , 10 mai 19 (ANG) -  As forças de segurança retiraram quinta-feira de um armazém em Bissau o arroz apreendido pela Polícia Judiciária no âmbito da operação "Arroz do Povo", na sequência de um pedido do magistrado do Ministério Público responsável pelo processo, segundo a Lusa.

"As forças de segurança estão a retirar do armazém o arroz apreendido", confirmou à Lusa fonte da Polícia Judiciária (PJ).

Fonte da Procuradoria-Geral da República disse também à Lusa que as forças de segurança estão a cumprir um ofício do magistrado do Ministério Público enviado ao Ministério do Interior.

No final de Abril, o Ministério Público guineense ordenou à PJ a devolução dos sacos de arroz, doados pela China, apreendidos na quinta do ministro da Agricultura por aquela força de investigação criminal.

No mesmo despacho, datado de 24 de Abril, o Ministério Público ordenou também a abertura de um processo-crime contra cinco agentes da PJ.

Segundo o Ministério Público, a Polícia Judiciária tinha um mandado de busca para efectuar diligências na cidade de Bafatá, nomeadamente nos "armazéns e domicílios dos suspeitos assim como nos domicílios de quaisquer pessoas na posse do referido produto".
"Sucede, porém, que a PJ alargou essas diligências para outras localidades não abrangidas no mandado", acrescenta o Ministério Público.

Em resposta, a PJ guineense afirmou que não iria entregar o arroz, que as buscas à quinta do ministro da Agricultura foram legais e abriu uma investigação contra ao magistrado do Ministério Público responsável pelo processo.
A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau apreendeu no âmbito da operação denominada "Arroz do Povo", várias centenas de toneladas de arroz doado pela China, que segundo aquela força de investigação criminal, estava a ser preparado para ser vendido ao público.
O arroz apreendido estava num armazém em Bafatá, propriedade do antigo ministro do Interior Botché Candé, e numa quinta do ministro da Agricultura, Nicolau dos Santos.
No âmbito da operação, a PJ tentou ainda deter o ministro da Agricultura, mas foi impedida pelas forças de segurança.
O embaixador da China no país, Jin Hong Jun, disse à Lusa que está a seguir com muita atenção a investigação da Polícia Judiciária e salientou que o arroz doado "não é para venda".
O embaixador explicou que foram doadas, no total, 2.638 toneladas de arroz, no valor de três milhões de dólares, e que o donativo chegou a 26 de Janeiro.
Segundo o embaixador chinês, a China e as autoridades guineenses assinaram um acordo para que o arroz não seja e vendido, e para que seja doado às populações mais carenciadas do país.ANG/Angop


EUA


     Documento reúne 10 milhões de assinaturas por impeachment de Trump

Bissau, 10 mai 19 (ANG) -  Dois legisladores democratas e vários activistas apresentaram na quinta-feira, em Washington, um cartão de memória com mais de 10 milhões de assinaturas pedindo ao Congresso que inicie o processo de impeachment do presidente Donald Trump, noticiou a AFP.
Em nossas mãos temos 10 milhões de razões para estar aqui hoje", declarou o congressista Al Green, ao lado de sua colega Rashida Tlaib e de representantes das organizações MoveOn e Women's March, diante do Capitólio, sede do Congresso.
"Diante desta situação particularmente obscura para nosso país, este é um momento de luz", destacou Tlaib, que defende o impeachment de Trump há meses.
Na Câmara de Representantes desde Janeiro, Tlaib apresentou em Março uma resolução solicitando ao Comité Judicial da casa uma investigação sobre se Trump cometeu crimes passíveis do impeachment.
Trump foi isento, em Abril, da suspeita de conluio com os russos na campanha presidencial de 2016, no relatório do procurador especial Robert Mueller, mas alguns democratas questionam a investigação. ANG/Angop

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Diplomacia




Representante da ONU em Bissau
Bissau,09 Mai 19(ANG) - Os chefes das missões de paz das Nações Unidas na África Ocidental reúnem-se sexta-feira em Bissau, Guiné-Bissau, para analisar e partilhar informações sobre paz e segurança na região, informou hoje, em comunicado, a ONU.

A reunião vai ser presidida pelo representante especial do secretário-geral da ONU para a África Ocidental, Mohamed Ibn Chambas, que deverá ser recebido pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, na sexta-feira de manhã.

No encontro participam também o representante do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, José Viegas Filho, os representantes das missões de paz no Mali e República Centro-Africana e os coordenadores residentes das Nações Unidas na Costa do Marfim e na Libéria. ANG/Lusa


Política





Bissau,09 Mai 19(ANG) - O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC) apelou quarta-feira as centrais sindicais a suspenderem as suas acções reivindicativas até a existência de um novo governo.
 
O apelo foi feito durante a conferência de imprensa conjunta dos partidos que constituem a maioria parlamentar para a estabilidade governativa

Segundo Domingos Simões Pereira, as organizações sindicais devem analisar com atenção o quadro político vigente no país.

“Lanço um apelo as organizações sindicais e confederações dos trabalhadores a analisarem com atenção o quadro político vigente evitando de viabilizar involuntariamente aproveitamentos políticos, e na medida do possível suspender as acções reivindicativas até a existência do novo governo que terá todo o interesse e abertura em discutir um quadro de compromisso e de responsabilização social”, apelou.

O sector público guineense está paralisado desde o dia  7 de Maio cumprindo a greve geral de três dias das duas centrais sindicais do país.

Domingos Simões Pereira admite que por mais esforço que o FMI desenvolve no país, será impossível concluir a revisão com vista ao estabelecimento de um programa de referência.

“Está no país uma importante missão do FMI que tem chamado atenção para a situação financeira bastante preocupante assim como a necessidade urgente de medidas de reforma estruturantes, o controlo das despesas e a necessidade de melhoria da coleta fiscal”, disse.

 Adiantou que, todavia, por mais esforços que o FMI quer desenvolver, será impossível concluir a revisão com vista ao estabelecimento de um programa referência o que significa a impossibilidade de assistência nomeadamente as promessas recolhídas durante a mesa redonda de Bruxelas.

A missão técnica do Fundo Monetário Internacional FMI está de visita no país desde segunda-feira, tendo já realizado encontros com o primeiro-ministro igualmente ministro da economia e finanças, presidente da República, para  avaliações preliminares do primeiro semestre. ANG/Rádio Sol Mansi




Greve na Inacep


“Actual Governo não paga serviços prestados pela INACEP ao Estado”, diz  Director-geral  

Bissau,09 Mai 19(ANG) - O Director-geral da Imprensa Nacional-Empresa Pública (INACEP), afirmou hoje que a falta de pagamento, pelo actual governo, de serviços prestados pela gráfica ao Estado guineense, dentre os quais a publicação de boletins oficiais, é  um dos factores da crise financeira com que se depara a empresa.

Vladimir Djolme, em entrevista exclusiva à ANG sobre as diligências para a liquidação de três meses de salários dividos aos funcionários da INACEP, que hoje observam uma greve, disse que o governo devia pagar mensalmente um montante de 20 milhões de francos CFA pelos  serviços prestados ao Estado pela gráfica, mas que não tem estado a pagar.

“Esse montante permitiria à INACEP pagar os seus funcionários e fazer face à outras despesas”, disse.

Aquele responsável sustenta  que é de conhecimento de todos que o país está em crise profunda, razão pela qual  as duas centrais sindicais do país decretaram  greve na função pública para exigir o governo o pagamento de salários.

“As dificuldades financeiras com que se depara o país acaba por afectar todas as empresas públicas sobretudo a INACEP, que depende em 90 por cento da subvenção financeira do governo, através do Ministério das Finanças”, disse.

Vladimir Djolme sublinhou que é desumano estar a testa de uma instituição que depara com enormes problemas e não dispor de formas de superá-los.

Afirmou, contudo, ter a  esperança de que, nos próximos dias, a situação de salários em atraso na INACEP será atenuada porque algumas facturas já foram liquidadas no Tesouro público faltando apenas o seu pagamento.

Declarou que, outro problema com que enfrenta a INACEP tem a ver com os equipamentos obsoletos e que já não correspondem com a actual era moderna.

Segundo Djolme estão em curso diligências para a aquisição de equipamentos para a renovação da parte gráfica bem como a resolução de um conjunto de problemas relacionados a  matérias primas que não existem no país e que são adquiridos no Senegal ou Gâmbia em valores avultados. ANG/ÂC//SG

Inacep


                              Trabalhadores observam greve de um dia

Bissau,09 Mai 19(ANG) – O sindicato de base dos trabalhadores da Imprensa Nacional-Empresa Pública(INACEP), cumpri hoje  uma greve de um dia, reivindicando  o pagamento de três meses de salários em atraso, ou seja dos meses de Fevereiro à Abril do ano em curso.

Em entrevista exclusiva à ANG, o Presidente do Sindicato dos trabalhadores da INACEP, Januário Intumbo afirmou que a empresa com estatuto de autonomia administrativa e financeira está agora à beira da falência.

“O Estado é o nosso maior cliente e nos últimos tempos nota-se a prática de desvio das encomendas de produção para outras gráficas. A título de exemplo, os Serviços de Migração e Fronteiras  deixou há muito tempo de nos encomendar a produção de salvos condutos por motivos desconhecidos”, disse.

O Presidente do sindicato da INACEP, a maior gráfica do país, acrescentou que já fizeram várias diligências junto do patronato mas nada surtiu efeito.

Disse que a paralisação vai afectar  a produção da caderneta de passaportes, jornais, boletins informativos dos organismos internacionais, cartões de vacinas, livros entre outros.

Januário Intumbo disse que estão abertos ao diálogo com o patronato para encontrar soluções para a resolução dos seus problemas, tendo apelado aos trabalhadores da INACEP para manterem serenos e calmos “porque a situação será resolvida”.ANG/ÂC//SG   


Cabo Verde


      Oposição contesta venda de liceu aos EUA para erguer nova embaixada

Bissau, 9 mai 19 (ANG) - A venda de um liceu na cidade da Praia aos Estados Unidos, por quase 5,2 milhões de euros, está a ser criticada pela oposição, mas o executivo cabo-verdiano respondeu hoje que se trata de um "óptimo negócio".
Vista da cidade de Praia
Numa portaria publicada segunda-feira no Boletim Oficial, os ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros informaram que o Governo mandou vender a Escola Secundária Cónego Jacinto, na Várzea, aos Estados Unidos da América, que vai aproveitar o edifício e juntar um terreno anexo para ali construir a sua nova embaixada em Cabo Verde.
Na portaria conjunta, o executivo cabo-verdiano explicou que o espaço "não se adequa às necessidades futuras, devido ao crescimento populacional na área abrangida e a integração de ensino do 1.º ao 12.º ano de escolaridade".
O Governo notou ainda que o projecto da nova embaixada dos EUA vai ter impactos na geração de empregos, na dinamização da economia e na relação protocolar existente entre os dois países.
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Com a venda da propriedade do Estado, que ocupa uma área de quase 13 mil metros quadrados, o Governo vai receber 5,8 milhões de dólares (5,177 milhões de euros). O negócio prevê que o edifício regresse à posse do Estado de Cabo Verde, caso haja incumprimento ou desvio em relação ao fim que justificou a venda, de acordo com a portaria.
A transação está a ser criticada por vários quadrantes da sociedade cabo-verdiana, entre elas a oposição, com a presidente do PAICV a considerar que o que está a acontecer é "uma autêntica venda da terra, numa reedição daquilo que aconteceu na década de 90".
"Para nós, toda e qualquer embaixada ou representação diplomática tem o direito a espaços dignos para construção. Mas, não à custa do património edificado do Estado", escreveu a líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Hopffer Almada, numa publicação na rede social Facebook.
A líder partidária deixou uma série de perguntas ao Governo na publicação e disse que "é hora de o povo começar a dizer que escolheu um Governo para governar e não para vender" a terra.
Em conferência de imprensa em São Vicente, o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), António Monteiro, também se posicionou contra o negócio, considerando que "vender uma escola é vender a alma de um povo".
"A atitude do Governo foi pouco pensada e sem uma reflexão profunda sobre os seus impactos sociais sobre a comunidade da Várzea e da cidade da Praia", considerou o dirigente partidário, citado pela agência Inforpress.
António Monteiro questionou ainda as normas de segurança interna, já que a embaixada dos Estados Unidos será erguida num terreno "paredes-meias" com o Palácio do Governo.
"Foi vender por vender e fica a ideia de que a educação não tem valor para este Governo", atirou Monteiro.
Por sua vez, a ministra da Educação, Maritza Rosaball, garantiu que a venda do liceu foi "um óptimo negócio", que vai permitir redimensionar a rede educativa nos bairros da Várzea e Terra Branca.
A governante indicou que vão ser requalificadas e ampliadas três escolas, uma na Várzea e duas na Terra Branca, para que se transformem em complexos educativos que recebam alunos desde o 1.º até ao 8.º ano de escolaridade.
"É uma óptima intervenção, sobretudo porque vai fluidificar a rede, vai criar novas oportunidades e permitir que os alunos até ao fim do ensino básico, que é o 8.º ano, estejam nas suas zonas", mostrou a ministra.
Maritza Rosaball deu conta ainda que será construído um novo liceu na zona do Taiti, ao lado do espaço onde se situa o Memorial Amílcar Cabral, a cerca de 300 metros do actual liceu, para os 9.º até ao 12.º anos de escolaridade.
A ministra disse ainda que a deslocação do actual liceu será realizada num prazo de dois anos, período de construção da nova escola secundária no Taiti.
A Escola Secundária Cónego Jacinto, situada na zona baixa da cidade da Praia, alberga 1.800 alunos, 110 professores e 20 funcionários.ANG/Angop