Ministério Público retira a PJ arroz
apreendido em operação
Bissau ,
10 mai 19 (ANG) - As forças de segurança
retiraram quinta-feira de um armazém em Bissau o arroz apreendido pela Polícia
Judiciária no âmbito da operação "Arroz do Povo", na sequência de um
pedido do magistrado do Ministério Público responsável pelo processo, segundo a
Lusa.
"As forças de segurança
estão a retirar do armazém o arroz apreendido", confirmou à Lusa fonte da
Polícia Judiciária (PJ).
Fonte da
Procuradoria-Geral da República disse também à Lusa que as forças de segurança
estão a cumprir um ofício do magistrado do Ministério Público enviado ao
Ministério do Interior.
No final de
Abril, o Ministério Público guineense ordenou à PJ a devolução dos sacos de
arroz, doados pela China, apreendidos na quinta do ministro da Agricultura por
aquela força de investigação criminal.
No mesmo
despacho, datado de 24 de Abril, o Ministério Público ordenou também a abertura
de um processo-crime contra cinco agentes da PJ.
Segundo o
Ministério Público, a Polícia Judiciária tinha um mandado de busca para
efectuar diligências na cidade de Bafatá, nomeadamente nos "armazéns e
domicílios dos suspeitos assim como nos domicílios de quaisquer pessoas na
posse do referido produto".
"Sucede,
porém, que a PJ alargou essas diligências para outras localidades não
abrangidas no mandado", acrescenta o Ministério Público.
Em resposta, a
PJ guineense afirmou que não iria entregar o arroz, que as buscas à quinta do
ministro da Agricultura foram legais e abriu uma investigação contra ao
magistrado do Ministério Público responsável pelo processo.
A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau apreendeu no
âmbito da operação denominada "Arroz do Povo", várias centenas de
toneladas de arroz doado pela China, que segundo aquela força de investigação
criminal, estava a ser preparado para ser vendido ao público.
O arroz apreendido estava num armazém em Bafatá,
propriedade do antigo ministro do Interior Botché Candé, e numa quinta do
ministro da Agricultura, Nicolau dos Santos.
No âmbito da operação, a PJ tentou ainda deter o
ministro da Agricultura, mas foi impedida pelas forças de segurança.
O embaixador da China no país, Jin Hong Jun, disse à
Lusa que está a seguir com muita atenção a investigação da Polícia Judiciária e
salientou que o arroz doado "não é para venda".
O embaixador explicou que foram doadas, no total,
2.638 toneladas de arroz, no valor de três milhões de dólares, e que o donativo
chegou a 26 de Janeiro.
Segundo o embaixador chinês, a China e as autoridades
guineenses assinaram um acordo para que o arroz não seja e vendido, e para que
seja doado às populações mais carenciadas do país.ANG/Angop
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