África precisa de 448.000 ME
para cumprir Objectivos Desenvolvimento Sustentável
Bissau, 20 mai 19 (ANG) – Os países
africanos precisam de 500 mil milhões de dólares (448 mil milhões de euros)
para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, disse o
vice-presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), numa conferência
sobre o endividamento da África subsaariana.
Vista de Abidjam |
“Para cumprir os ODS nas áreas da
educação, saúde e infra-estruturas é preciso meio bilião de dólares”, disse
Charles Boamah durante uma conferência em Abidjan, organizada pelo BAD e pelo
Banco Mundial sobre o tema do sobre-endividamento em África.
Nos últimos sete anos, o perfil da
dívida da maioria dos países de médio e baixo rendimento em África
deteriorou-se substancialmente, o que fez com que o número de países
classificados como tendo uma dívida problemática, ou seja, acima do limiar de
sustentabilidade, tenha passado de nove para 17 entre 2013 e 2019.
Charles Boamah vincou que o
sobre-endividamento de vários países africanos “está no centro de muitas
discussões que decorrem nestes dias” e exemplificou com o aumento de capital em
preparação para o BAD e com o reforço financeiro do Fundo Africano de
Desenvolvimento.
“A Associação para o Desenvolvimento
Internacional (IDA) do Banco Mundial e o ADF estão a trabalhar em conjunto com
uma missão comum de desenvolver iniciativas para lidar com as vulnerabilidades
nos países-membros”, disse o vice-presidente do BM com o pelouro do
Financiamento para o Desenvolvimento, Akihiko Nishio, salientando que estas
entidades têm a obrigação de fornecer aos clientes “os recursos e o apoio
necessário para atingir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Os ministros das Finanças de vários
países africanos que participaram nesta reunião defenderam a criação de
estratégias inovadoras para conseguirem financiar-se nos mercados
internacionais a preços sustentáveis, incluindo emissões em francos africanos
(CFA) e um recurso maior ao financiamento islâmico.
“Devíamos ter a possibilidade de emitir
dívida pública em francos africanos, porque como não somos conhecidos nos
mercados internacionais, acabamos por pagar um preço mais alto; se tivéssemos
um mecanismo de garantia, isto ia permitir-nos emitir dívida soberana a um
preço mais baixo”, disse o ministro das Finanças da Costa do Marfim, Adama
Koné. ANG/Inforpress/Lusa
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