sexta-feira, 17 de maio de 2019

Política


EUA lamentam cenário “desanimador” na Guiné-Bissau
Bissau,17 mai 19 (ANG)- O embaixador dos Estados Unidos em Bissau, Tulinabo Mushingi, disse que “tem sido muito desanimador observar a situação política a deteriorar-se” na Guiné-Bissau, dois meses após as eleições legislativas de 10 de Março.

"Tem sido muito desanimador observar a situação política a deteriorar-se desde então. Dois meses após as eleições ainda não há um novo primeiro-ministro e ainda não há um novo Governo", lamentou Tulinabo Mushingi.
O diplomata norte-americano considerou que os desentendimentos entre os partidos no Parlamento para indicação de membros da direcção desse órgão não podem condicionar a formação do governo.
"Não deve haver qualquer ligação entre processo de atribuição de cargos na mesa da Assembleia Nacional Popular e a nomeação de um primeiro-ministro e formação do seu Governo", afirmou.
As declarações foram feitas recentemente, numa conferência de imprensa, na qual o diplomata procedeu ao balanço  dos contactos  realizados com as autoridades políticas, partidos e sociedade civil.
Os novos  deputados eleitos nas legislativas de 10 de março só tomaram posse a 18 de Abril e não se entendem quanto à fórmula para a indicação de dirigentes da mesa do Parlamento. O tema foi levado à justiça e o Presidente da República, José Mário Vaz, aguarda um pronunciamento para avançar para a indicação do primeiro-ministro. Hoje, o Supremo Tribunal rejeitou o recurso do MADEM-G15 sobre Braima Camará para segundo vice-presidente do Parlamento.
Depois de Cipriano Cassamá, do PAIGC, ter sido reconduzido no cargo de presidente do Parlamento, e Nuno Nabian, da APU-PDGB ter sido eleito primeiro vice-presidente, a maior parte dos deputados guineenses votou contra o nome do coordenador do Madem-G15, Braima Camará, para segundo vice-presidente do Parlamento e este partido recusou avançar com outro nome para cargo. O PRS reclama para si a indicação do nome do primeiro secretário da mesa da Assembleia.
Tulinabo Mushingi disse, também, que "os líderes devem liderar".
Entretanto, esta semana a Comissão Nacional de Eleições propôs que as presidenciais se realizem a 3 de Novembro, de acordo com um cronograma de actividades para o escrutínio, com uma eventual segunda volta a 8 de Dezembro. O chefe de Estado guineense termina o seu mandato a 23 de Junho e disse, na sexta-feira, que a marcação do escrutínio não dependia "exclusivamente" de si.
Por outro lado, Tulinabo Mushingi explicou que o tráfico de drogas é um dos problemas com que as autoridades guineenses se deviam preocupar, ao invés de querelas políticas.
O Embaixador norte-americano referiu que o seu Governo continua interessado em saber quem são os responsáveis pelas cerca de 800
toneladas de cocaína que foram apreendidas pela polícia no passado mês
de Março. ANG/RFI


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