Justiça italiana confirma pena de prisão perpétua
Bissau,
23 mai 19 (ANG) - A corte de apelações de Milão negou quarta-feira (22) o pedido de comutação da
pena de Cesare Battisti, informou a imprensa italiana.
Os
advogados do italiano, ex-activista de
extrema esquerda, que permaneceu foragido durante 40 anos, condenado à prisão
perpétua por 4 assassinatos, queriam que a sentença fosse trocada para 30 anos
de prisão.
La Stampa
explica que o advogado de Battisti, David Steccanella, fez o pedido de
comutação baseado “no acordo de extradição vigente entre a Itália e o Brasil”,
país onde a pena máxima de prisão é de 30 anos.
O advogado dedicou uma passagem de seu
discurso à declaração do vice-primeiro-ministro,Matteo Salvini , de
extrema direita, que havia prometido, no momento da captura de Battisti, que “o
maldito criminoso iria apodrecer na cadeia até o final de seus dias”.
Steccanella
alegou que “graças a Deus, a Itália não é um país onde os prisioneiros
apodrecem na prisão pelo resto da vida. Isso seria contra a lei.”
Mas o
pedido foi negado. O tribunal de Milão interpretou que o italiano não foi
extraditado do Brasil. Ele foi preso na Bolívia em janeiro deste ano, onde
estava foragido, e foi expulso deste país, e não do Brasil, para a Itália. A
decisão põe fim ao capítulo judicial sobre a execução da sentença do
ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, mas os juízes
informaram que em 3 anos e meio, Battisti poderá começar a ter alguns benefícios
de cumprimento de pena.
Cesare
Battisti ficou 37 anos refugiado, principalmente na França e no Brasil. Ele
chegou ao Rio de janeiro em 2004 e viveu no país durante 14 anos. E chegou a
ficar preso mais de 4 anos, mas foi considerado refugiado político e teve
seu pedido de extradição para a Itália negado pelo presidente Lula, em
2010.
A
situação muda com o presidente Temer, que assina o decreto de extradição em
dezembro de 2018. O italiano foge e a partir de então é procurado pela
Interpol. Depois de sua caputra na Bolívia, foi enviado para uma prisão de
segurança máxima na Sardenha.
Durante
todo esse tempo, Battisti negou os crimes pelos quais tinha sido condenado à
revelia na Itália, em 1993. Mas em março deste ano, confessou pela
primeira vez a um procurador seu envolvimento nos quatro assassinatos,
cometidos nos anos 70, quando integrava o grupo de luta armada.
ANG/RF
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