sexta-feira, 20 de junho de 2025

             Nigéria/Países Baixos devolvem  119 estátuas de bronze

Bissau, 20 Jun 25 (ANG) -  Mais de um século depois de terem sido saqueadas pelas tropas britânicas, 119 bronzes do Benim regressaram ao seu país de origem, a Nigéria.

A devolução destes tesouros artísticos, pilhados em 1897 no antigo Reino do Benim, representa um marco simbólico na luta pela restituição de património tomado durante o colonialismo.

No dia 20 de Maio de 2025, o Wereldmuseum de Leiden, nos Países Baixos, retirou 113 esculturas da sua colecção para as restituir à Nigéria. A estas peças juntam-se mais seis provenientes de um outro museu de Roterdão. Estas obras fazem parte dos bronzes do Benim, tesouros artísticos saqueados em 1897 durante uma expedição militar britânica ao antigo Reino do Benim, situado no sul do actual território nigeriano.

No momento da restituição, um funcionário neerlandês usou luvas azuis, retirou um dos bronzes, uma máscara decorativa de valor cultural incalculável, do local onde estava exposto, colocou-o sobre uma almofada e envolveu-o em várias camadas de papel. O objecto prepara-se agora para a viagem de regresso a Lagos, onde vai ser organizada uma cerimónia oficial de devolução. Depois, os bronzes vão ser exibidos num museu a ser construído em Benin City, a região de origem.

Esta restituição marca uma viragem no debate internacional sobre a restituição de bens culturais retirados dos seus contextos durante a era colonial. A história dos bronzes do Benim está ligada à violência colonial. Em 1897, após a morte de nove oficiais britânicos durante uma missão no então independente Reino do Benim, Londres respondeu com uma expedição punitiva. O exército britânico massacrou milhares de habitantes, incendiou a capital e saqueou o palácio real, de onde retirou centenas de obras de arte, incluindo os bronzes do Benim. Estas peças, que incluem esculturas e placas ornamentadas em latão, foram depois leiloadas, vendidas ou doadas a museus europeus e norte-americanos.

Algumas destas obras chegaram ao Wereldmuseum de Leiden, onde permaneceram expostas até à recente retirada. A restituição por parte dos Países Baixos acontece num contexto de pressão internacional para que os países ocidentais devolvam os objectos adquiridos durante o colonialismo. Em 2022, a Alemanha deu início à devolução de bronzes do Benim das próprias colecções. A Nigéria espera que mais nações sigam o exemplo. No entanto, o Museu Britânico de Londres, que possui uma das maiores colecções destes bronzes, continua a recusar a devolução, alegando uma lei de 1963 que proíbe a transferência de propriedade dos seus bens.

Segundo o ministro neerlandês da Cultura, Eppo Bruins, esta restituição contribui para reparar uma injustiça histórica que continua a ser sentida nos dias de hoje. Por seu lado, o director da Comissão Nigeriana para os Museus e Monumentos, Olugbile Holloway, saudou este “regresso histórico” e considerou tratar-se de um gesto de grande importância para “o orgulho e a dignidade do povo do Benim, e de toda a Nigéria”. ANG/RFI

 

        Irão/Milhares de iranianos e iraquianos manifestam-se contra israelitas

Bissau, 20 Jun 25 (ANG) - Milhares de pessoas manifestaram-se hoje contra Israel no Irão e no Iraque, outrora inimigos, após a oração semanal, segundo imagens das televisões locais e jornalistas em Bagdade.

 

Esta é a sexta-feira da solidariedade e da resistência da nação iraniana em todo o país", disse o apresentador da TV estatal iraniana ao mostrar as imagens das manifestações em Teerão, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

As imagens mostravam manifestantes na capital iraniana com retratos de comandantes mortos desde o início da guerra com Israel, em 13 de junho, enquanto outros agitavam bandeiras iranianas e do Hezbollah libanês.

Na faixa de um manifestante lia-se "Sacrificarei a minha vida pelo meu líder", em referência ao líder supremo da República Islâmica do Irão, 'ayatollah' Ali Khamenei.

Segundo a televisão iraniana, outras manifestações ocorreram em várias cidades do país, incluindo Tabriz, no noroeste do Irão, e Shiraz, no sul.

No Iraque, milhares de manifestantes mobilizados pelo influente dignitário religioso Moqtada al-Sadr reuniram-se em Bagdade e noutros pontos do país para denunciar a guerra de Israel contra o Irão.

Numa larga avenida do bairro pobre de Madinet Sadr, protegida do sol sufocante por um mar de guarda-chuvas, os manifestantes começaram por participar na tradicional oração de sexta-feira, segundo um correspondente da AFP.

"Não, não à América, não, não a Israel", entoou o imã antes de iniciar o sermão, uma palavra de ordem que os fiéis adotaram sem reservas.

"Não se trata de uma guerra por armas nucleares", afirmou o motorista de táxi Abu Hussein, 54 anos, denunciando antes "a guerra do diabo" contra a República Islâmica do Irão.

Hussein disse que "Israel e os Estados Unidos sempre quiseram controlar o Médio Oriente" e defendeu que "o Iraque tem de intervir".

"Com financiamento, com armas, com apoio sob a forma de manifestações", sugeriu.

Na cidade portuária de Basra, no sul do país, cerca de 2.000 manifestantes concentraram-se numa avenida, segundo a AFP.

O xeque Qussai al-Assadi, um clérigo xiita de 43 anos, chegou a falar de uma "terceira guerra mundial contra o Islão".

Denunciou também a violação do espaço aéreo iraquiano pela força aérea israelita para atacar o vizinho Irão.

"Israel e os americanos violaram o espaço aéreo e a soberania do Iraque, e nós recusámos estes ataques de 'drones' e mísseis", afirmou.

Citando Moqtada al-Sadr, disse que não queria que "o Iraque fosse arrastado ou transformado num campo de batalha".

Recentemente retirado da cena política iraquiana, Moqtada al- Sadr convocou a manifestação, a primeira que organiza nos últimos meses em Bagdade e noutras cidades do país.

O líder religioso muçulmano xiita, venerado por dezenas de milhares de iraquianos, não hesitou no passado em criticar a influência das fações pró-Teerão no Iraque fora do quadro do Estado.

Numa declaração de apelo às manifestações, condenou o "terrorismo sionista e americano" e denunciou "a agressão contra os vizinhos Irão, Palestina, Líbano, Síria e Iémen", referindo-se às operações militares israelitas no Médio Oriente.

Pouco depois da revolução islâmica em Teerão em 1979, o Irão e o Iraque, liderado por Saddam Hussein, travaram uma guerra ao longo da década de 1980, que terá causado mais de um milhão de mortos, segundo estimativas.

Alegando que o Irão estava prestes a adquirir uma bomba atómica, Israel lançou um ataque aéreo maciço contra a República Islâmica em 13 de junho, o que desencadeou a resposta iraniana.

Desde então, tem havido uma sucessão de ataques israelitas contra o Irão e lançamentos de mísseis iranianos contra o território israelita. ANG/Lusa

             Nova Iorque/ ONU critica falta de apoios à ajuda humanitária

Bissau, 20 Jun 25 (ANG) - As Nações Unidas criticaram hoje, no Dia Mundial dos Refugiados, os cortes destinados à ajuda humanitária que põem em risco as 122 milhões de pessoas obrigadas a encontrar proteção longe dos locais de residência.


As Nações Unidas criticaram hoje, no Dia Mundial dos Refugiados, os cortes destinados à ajuda humanitária que põem em risco as 122 milhões de pessoas obrigadas a encontrar proteção longe dos locais de residência.

O responsável máximo pelo Alto Comissariado nas Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, lamentou em comunicado a incapacidade que se regista na solução dos conflitos e que provocou um aumento sem precedentes do número de refugiados de guerra em todo o mundo: 122 milhões.

Em concreto, Grandi referiu-se aos conflitos no Sudão, Ucrânia, República Democrática do Congo e Gaza. 

"Para piorar uma situação desesperada, os cortes brutais na ajuda humanitária estão a sufocar a assistência, ameaçando a vida de milhões de pessoas que precisam desesperadamente de ajuda", alertou o reponsável pelo ACNUR na mensagem que assinala o Dia Mundial dos Refugiados.

O alto-comissário disse ainda que é importante reafirmar a solidariedade para com os refugiados com ações urgentes.

Por outro lado, demonstrou esperança em exemplos que disse serem inspiradores - que não especificou - de países localizados nos limites de zonas de guerra que continuam a acolher e a proteger refugiados.

"Os inúmeros atos individuais de bondade e compaixão (...) revelam a humanidade comum", afirmou sem detalhar. 

No mesmo documento, Filippo Grandi referiu que se encontra na Síria, onde após 14 anos de "crise e desespero" (guerra civil), dois milhões de pessoas já decidiram regressar.

No caso da Síria, Grandi referiu que existe esperança em relação à situação dos refugiados, tratando-se de uma oportunidade que deve ser aproveitada.  

Segundo Grandi, trata-se de momentos que são apenas possíveis graças à solidariedade demonstrada pelos países vizinhos da Síria, que proporcionam refúgio às pessoas.

O responsável da agência das Nações Unidas elogiou as comunidades sírias que estão a acolher os compatriotas com o apoio de instituições como o ACNUR e "parceiros locais e internacionais".

"Neste Dia Mundial dos Refugiados e todos os dias, os governos, as instituições, as empresas e os indivíduos podem provar que, ao ajudar as pessoas apanhadas em conflitos sem sentido, podem vir a alcançar estabilidade, humanidade e justiça", disse Grandi. 

 O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que "este é o momento para demonstrar solidariedade para com os refugiados que procuram Portugal", pedindo ações nesse sentido e rejeitando "visões egoístas da comunidade". 

Numa mensagem publicada no 'site' oficial da Presidência da República, a propósito do dia mundial do refugiado, o chefe de Estado salienta que "a persistência e o agravamento dos conflitos, a crise climática, as complexas e perigosas inter-relações entre estes problemas, bem como os recentes cortes na ajuda humanitária forçam, neste ano de 2025, mais de 122 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas em busca de segurança e proteção". 

Realçando que a Organização das Nações Unidas (ONU) pede solidariedade para com os refugiados, o Presidente da República português associa-se a este apelo. 

"Este é o momento para demonstrar solidariedade para com os refugiados que procuram Portugal, honrar as suas histórias e mostrar apoio inabalável à sua situação", lê-se na mensagem. 

O chefe de Estado português avisa que esta solidariedade expressa-se "por ações, entre as quais a criação de condições condignas de acolhimento e a promoção de políticas de proteção".

"Só assim se poderá priorizar um princípio de humanidade compartilhada, em detrimento de visões egoístas da comunidade", acrescenta. ANG/Lusa

      ONU/Nunca as crianças foram tão atacadas em conflitos como em 2024

Bissau, 20 Jun 25 (ANG) - O número de violações graves contra crianças em conflitos armados atingiu um novo máximo em 2024, com 41.370 incidentes verificados, um aumento de 25% face a 2023, segundo um novo relatório publicado na quinta-feira pela ONU.


Os dados constam no "Relatório do Secretário-Geral da ONU sobre Crianças e Conflitos Armados de 2024", que alerta para "níveis excruciantes de violência" contra menores e para um "número inconcebível de violações graves" à escala mundial.

Os 41.370 incidentes registados em 2024 - o maior número de violações graves contra crianças em conflitos armados desde o início da monitorização da ONU, há quase 30 anos - resultam no terceiro ano consecutivo com níveis sem precedentes.

Desse total de violações graves verificadas pela ONU, 36.221 foram cometidas em 2024 e 5.149 foram cometidas antes, mas verificadas apenas no ano passado, com um representante da ONU a admitir que é cada vez mais difícil para as equipas no terreno verificar essas violações.

As violações em causa foram cometidas contra 22.495 crianças, maioritariamente meninos.

O grande aumento (17%) no número de crianças submetidas a múltiplas violações devido à convergência de sequestro, recrutamento e violência sexual, representou igualmente "uma alarmante escalada na brutalidade", frisa o relatório.

"Os gritos de 22.495 crianças inocentes que deveriam estar a aprender a ler ou a jogar à bola, mas que foram forçadas a aprender a sobreviver aos tiros e aos bombardeamentos, deveriam manter-nos a todos acordados à noite", afirmou a representante especial da ONU para as Crianças e Conflitos Armados, Virginia Gamba, num comunicado de imprensa.

Os países com os níveis mais elevados de violações em 2024 foram Israel e os Territórios Palestinianos Ocupados, principalmente a Faixa de Gaza, - que foram englobados na mesma secção do relatório -, a República Democrática do Congo, a Somália, a Nigéria e o Haiti.

Já os maiores aumentos percentuais foram verificados no Líbano (545%), Moçambique (525%), Haiti (490%), Etiópia (235%) e Ucrânia (105%).

Embora grupos armados não estatais tenham sido responsáveis por quase 50% das violações graves, as forças governamentais foram as principais perpetradoras da morte e mutilação de crianças, de ataques a escolas e hospitais e da negação de acesso humanitário.

Até 2022, os principais perpetradores (cerca de 80%) eram atores não estatais e as restantes ações violentas eram atribuídas a partes governamentais. Porém, essa tendência inverteu-se completamente desde então, principalmente devido às guerras na Ucrânia e no Sudão, mas também em Gaza, na Cisjordânia, entre outros, segundo um representante da ONU.

No ano passado, as violações verificadas em maior número foram o assassínio (4.676) e a mutilação (7.291) de 11.967 crianças, a negação de acesso humanitário (7.906 incidentes), o recrutamento e uso de crianças (7.402) e o sequestro de crianças (4.573).

O número de casos de violência sexual também aumentou 35%, incluindo um aumento drástico no número de casos de violação coletiva, o que destaca o uso sistemático da violência sexual como tática deliberada de guerra.

Porém, de acordo com a ONU, a violência sexual continua a ser amplamente subnotificada devido à estigmatização, ao medo de represálias, a normas sociais, à ausência ou falta de acesso a serviços, à impunidade e a preocupações com a segurança.

O relatório - que junta na mesma secção os incidentes registados na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, a Faixa de Gaza e em Israel - indica que, nessa região, 7.188 violações graves verificadas foram atribuídas às forças armadas e de segurança israelitas, 43 a perpetradores não identificados, 42 a colonos israelitas, 11 a perpetradores palestinianos a título individual, sete às forças de segurança da Autoridade Palestiniana, três ao movimento xiita libanês Hezbollah e uma às forças armadas da República Islâmica do Irão. 

"Exorto Israel a desenvolver e assinar um plano de ação com as Nações Unidas para pôr fim e prevenir a matança e a mutilação de crianças e os ataques a escolas e hospitais, com base nas cartas endereçadas pelo meu representante especial a Israel em 2023 e 2024", apontou o relatório do secretário-geral da ONU, António Guterres.

Com o número recorde de crianças a sofrer com "conflitos evitáveis em 2024, enfrentamos uma escolha que define quem somos: cuidar ou ignorar", defendeu Virginia Gamba, no mesmo comunicado, frisando ainda que a "infância não deve ser uma vítima da guerra".ANG/Lusa

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Sociedade / “As duas crianças de Plack 2 morreram  por asfixia” diz Presidente da LGDH

Bissau, 19 Jun 25 (ANG) – O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos(LGDH) disse, citando  resultados de perícia médica da Policia Judiciária, que as duas crianças encontradas sem vida dentro de uma viatura, no bairro de Plak-2, arredores de Bissau, morreram por asfixia.

Bubacar Turé fez esta revelação  em declarações à imprensa, à saída de um encontro  de trabalho com a Diretora Adjunta da Polícia Judiciária, à quem manifestou a  preocupação da organização  sobre os últimos acontecimentos relacionados com as mortes de duas crianças ocorridas no bairro de Plack-2, em Bissau.

As declarações do presidente da LGDH contrariam informações postas a circular nas redes sociais, segundo as quais as duas menores terão sido torturadas e depois metidas no carro mortas.

O presidente da LGDH disse que aproveitou o encontro para falar com a Diretora Adjunta da PJ de casos anteriores, e referiu que de Março para cá morreram cinco crianças em “circunstâncias misteriosas” no país.

Em relação a caso Plack-2, Bubacar Turé disse que, pelas informações preliminares que recebera da PJ, as crianças morreram por asfixia, contrariamente as informações que circulam nas redes sociais em como as referidas  crianças foram mutiladas e que apresentavam sinais de agressões.

Turé fez dele explicações segundo as quais  as duas crianças entraram a brincar no interior de uma viatura e que segundo  perícias médicas  morreram de asfixia, mas que as investigações vão continuar.

“Em São Domingos  no mês de março, uma criança foi encontrada morta esquartejada e sem órgãos vitais, em Abril na aldeia de Tite, zona sul do país, as assadas de uma criança foram encontradas sete meses depois do seu desaparecimento, no mês de Maio, no sector de Bissorã, região de Oio, uma criança foi encontra morta e este último caso de duas crianças encontradas mortas dentro de uma viatura, perfaz cinco crianças mortas em quatro meses”, lamentou.

Po r esssas razões o Presidente da Liga   chama a  atenção aos pais e encarregados de educação para controlarem as suas crianças.

 Bubacar Turé admite haver muita irresponsabilidade e negligência no país em relação a custódia e proteção das crianças  por parte dos pais e encarregados de educação. Disse que as mortes que têm estado a ocorrer evidenciam essa negligência de pais perante seus progenitores.

“É muito fácil encontrar crianças abandonadas ou entregues a sí mesmas, nas ruas de Bissau e no interior do país. Crianças sós a irem a escola, isso é uma irresponsabilidade”, disse o presidente da Liga que pede a mudança de comportamento dos pais e encarregados de educação..

Em relação à outros casos  de morte de crianças, disse que pelas informações que recebeu da adjunta da PJ, até agora, os seus autores ainda não foram encontrados.

Tendo em conta o aumento de casos de morte por asfixia de crianças  no interior das viaturas abandonadas nas oficinas de Bissau, o Presidente da LGDH  instou  a Câmara Municipal de Bissau a desencadear uma operação ou que seja   aprovado  um regulamento que obriga aos donos das oficinas a fecharem as viaturas estacionadas e abandonadas
,  para impedir que as crianças tenham acesso ao seu interior.

ANG/LPG/ÂC//SG


Educação
/ Ministro Herry Mané defende  união de todos os intervenientes no sector de ensino para salvaguarda da coesão social

Bissau, 19 Jun 25(ANG) - O ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica, disse hoje que o sistema do ensino guineense  continua aberto, sólido e flexível  para acolher todas as ferramentas importantes para manter a coesão social no país

Herry Mané que falava na cerimónia de Lançamento da proposta de composição do Comité de Pilotagem do Projeto de Coesão Social no sector educativo guineense, em parceira com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) reconheceu  que sem a coesão social o setor da educação vai continuar a funcionar com as dificuldades de sempre.

O governante convidou as associações dos pais e de alunos, os sindicatos e todas as organizações ligadas ao setor educativo para se juntarem a este projeto, com o propósito de implementar o reforço da coesão social no país.

Por sua vez, a Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas na Guiné-Bissau, disse que a Comitê de Pilotagem do referido projecto, a ser criado, servirá como  reforço da coesão social na Guiné-Bissau, através do alinhamento e integração das escolas religiosas com o sistema educativo nacional, implementado pelo UNICEF e UNESCO, em estreita colaboração com o Ministério da Educação, e financiado pelo Fundo Das Nações Unidas para Consolidação da Paz.

Geneviêve Boutin disse que a iniciativa marca  início de uma promissora jornada em direção a uma educação mais inclusiva, equitativa e  sustentável para a paz no país.

“O baixo nível de escolaridade continua a ser um grande obstáculo para o desenvolvimento do capital humano na Guiné-Bissau, apesar dos avanços no acesso à educação de base nas últimas décadas, porque uma proporção considerável de crianças ainda está fora do sistema, “ referiu.

 Segundo Geneviêve Boutin , quase um terço das  crianças de 6 à 11 anos nunca frequentaram a escola e a educação básica universal ainda está longe de ser uma realidade.

Acrescentou que  as taxas de conclusão do ensino primário permanecem baixas com uma média de 27 por cento.

Boutin sublinhou  que essa “exclusão educativa” tem contribuído para o aprofundamento das desigualdades sociais, para a marginalização das comunidades inteiras e em alguns casos, para as práticas que violam os direitos fundamentais das crianças, nomeadamente a mendicidade forçada e o tráfico infantil.

Boutin, advoga  que esta situação requer medidas urgentes e estruturais para uma verdadeira transformação na Guiné-Bissau.

“Toda a criança, independentemente da religião, ser urbano, da zona rural, de uma família muçulmana, cristã ou de qualquer outra fé, tem o direito de aprender, de sonhar e de contribuir para o futuro do seu país”, disse.

O segundo encontro dos intervenientes no sector do ensino deverá indigitar o coordenador do projeto. ANG/JD/ÂC//SG

Política/Presidente da República reafirma realização de eleições gerais a  23 de Novembro

Bissau, 19 Jun 25 (ANG) – O Presidente da República afirmou hoje que  nada vai impedir a realização de eleições gerais(presidenciais e legislativas) na data prevista, 23 de Novembro próximo.

Umaro Sissoco Embaló falava à imprensa à saída da reunião ordinária do Conselho dos Ministros, e disse que os guineenses têm que compreender que o país vive de sua própria receita.

"Em relação a greve na saúde e educação temos que sentar e dialogar, porque os sindicatos são um grupo de pressão, mas têm limites”, afirmou.

A Frente Social, que engloba os sindicatos de ensino e da saúde) prevê nova onda de greve de 15 dias, caso as suas reivindicações de pagamentos de salários atrasados não forem pagos.

Sobre as reivindicações de pagamento de subsídios no Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral(GETAP),o Presidente da República disse que já estão a ser resolvidas.

 O chefe de Estado disse que também ouviu falar da situação de greve dos magistrados judiciais e do Ministério Público, mas diz que os seus cadernos  reivindicativos vão ser analisados pelo Governo.

“A greve muitas vezes não é solução, porque quando é prolongada acaba por perder o seu sentido”, disse .

Questionado sobre a sua participação na Cimeira da CEDEAO, disse tratar-se de  uma reunião ordinária da organização que acontece duas vezes por ano.

“O Presidente em exercício da CEDEAO já tinha enviado, há uma semana, a sua ministra dos Negócios Estrangeiros para eu tomar parte num Fórum Económico para África Ocidental que vai iniciar amanhã, em Abuja(Nigéria)”, explicou. ANG/MI/ÂC//SG

Desporto/” Jornal  moçambicano tenta desviar foco de Baciro Candé a frente do Costa do Sol”, diz fonte próxima ao técnico guineense

Bissau, 19 jun 25 (ANG) – Uma fonte próxima ao ex-técnico dos Djurtus Baciro Candé, acusou hoje o jornal  moçambicano “O Desafio”, de estar a tentar desviar o foco do técnico guineense a frente do Costa do Sol, com  “falsas informações”.

 O Desafio relatou na semana passada que o diploma de treinador Baciro Candé, não é reconhecido pela Federação Moçambicana de Futebol (FMF).

Ao falar em exclusivo à Agência de Notícias da Guiné (ANG), via telefone, a mesma fonte, que pediu anonimato, reagiu dizendo  que  Baciro Candé possuí o diploma de 4º nível de formação de treinadores de futebol, emitido por entidades portuguesas, pelo que  reúne  condições para  treinar, qualquer que seja a equipa ou seleção de escalão superior.

A fonte acrescenta  que até ao momento, nem o Costa do Sol nem Baciro Candé recebeu qualquer notificação da Federação Moçambicana de Futebol que ponha em causa as habilitações do treinador  para o cargo que exerce no clube moçambicano.

O Desafio alega que Candé apresentou um certificado de formação do Instituto Português do Desporto que não especifica o nível de formação, e diz que isso  contraria as exigências atuais  para técnicos no futebol moçambicano.

A propósito, a fonte sustenta que  o jornal   não identifica, nem o artigo nem o regulamento ou a lei  que contrariam esta situação atribuída ao Mister Candé.

O contrato do mister Baciro Candé com o Costa do Sol é  para uma época.

“Neste preciso momento, o seu foco é o Costa do Sol, o resto, o futuro definirá”, disse a fonte. ANG/LLA/ÂC//SG

ONU/Investimento em África subiu 75% para 97 mil milhões de dólares em 2024

Bissau, 19 Jun 25 (ANG) - O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em África aumentou 75%, para 97 mil milhões de dólares (84 mil milhões de euros), em 2024, influenciado por um projeto no Egito, sem o qual teria subido 12%, segundo a ONU.


investimento estrangeiro em África aumentou 75%, atingindo um recorde histórico de 97 mil milhões de dólares [84 mil milhões de euros] em 2024, impulsionado pelos esforços de liberalização e facilitação em todo o continente", lê-se no relatório Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) sobre o Investimento Mundial, no qual se destaca uma significativa recuperação dos investimentos no continente.

Os 97 mil milhões de dólares representam 6% do total mundial, melhor do que os 4% registados em 2023, mas este valor tem de ser lido tendo em conta a forte aposta dos investidores estrangeiros em projetos de desenvolvimento urbano no Egito, indica-se no documento.

"Excluindo esse aumento, o IDE em África ainda cresceu 12%, para cerca de 62 mil milhões de dólares (53 mil milhões de euros), representando 4% dos fluxos globais", em linha com a percentagem de 2023, lê-se no relatório, que dá conta do interesse dos governos em aprovarem medidas que facilitem o investimento estrangeiro.

As medidas neste âmbito "continuaram a ter um papel de destaque em África, representando 36% das medidas políticas favoráveis aos investidores", diz a UNCTAD.

Os investidores europeus detêm o maior 'stock' de IDE em África, seguidos pelos Estados Unidos e pela China, com 42 mil milhões de dólares (cerca de 36 mil milhões de euros), em novos setores com o farmacêutico e a transformação alimentar.

Em termos regionais, o norte de África liderou as subidas, muito à custa de projetos específicos no Egito, sendo que a África Austral, onde está Angola e Moçambique, registou uma subida de 44%, passando de sete para 11 mil milhões de dólares, ou seja, de seis para 9,5 mil milhões de euros.

Pelo contrário, a região da África Ocidental, onde se situam Cabo Verde e a Guiné-Bissau, registou uma descida 7%, com os investimentos a descerem de 16 para 15 mil milhões de dólares (de 13,9 para 13 mil milhões de euros).

A nível global, embora tenha aumentado 4% em 2024, para 1,5 biliões de dólares [1,3 biliões de euros], "o aumento é resultado, entre outros fatores, da volatilidade dos fluxos financeiros em várias economias europeias, que muitas vezes servem como pontos de transferência para investimentos".

Sem isso, o IDE caiu 11%, marcando o segundo ano consecutivo de declínio e confirmando um abrandamento cada vez mais profundo nos fluxos de capital produtivo, de acordo com o relatório hoje divulgado.ANG/Lusa

Política/ “Atualmente tenho uma boa relação com Coordenador de MADEM-G15”, diz  Presidente da República

Bissau, 19 Jun 25 (ANG)- O Presidente da República revelou , quarta-feira, que atualmente tem uma boa relação com o Coordenador do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) Braima Camará e que falam muitas vezes por dia.

Sissoco Embaló falava durante um encontro que teve com uma delegação enviada pelos anciões de Djabi Cunda, Região de Bafatá, para se inteirar do estado da sua relação com Braima Camará, uma vez que, no passado tinham desavenças.

“De momento a minha relação com Braima Camará está num bom caminho. Jamais vou estragar a nossa amizade, uma vez que  somos  aliados e temos um projeto conjunto que pretendemos levar para a frente”, garantiu Umaro Sissoco Embaló.

A referida delegação foi enviado pelos anciões de Djabi Cunda zona Leste da Guiné-Bissau  com a finalidade de promover a reconciliação entre o Presidente da República e o Coordenador de MADEM-G15,  Braima Camará.

ANG/AALS//SG

 

 

Saúde pública/Médicos guineenses queixam-se de falta de salário na Venezuela

Bissau, 19 Jun 25 (ANG) - Cinquenta médicos que se deslocaram à Venezuela, em Março de 2024, para se especializarem em diferentes ramos dizem que desde que foram para Caracas nunca mais receberam salários que devem ser pagos pelo Governo guineense.


Um porta-voz do grupo, o médico Emerson Nabilam, disse à rádio Sol Mansi de Bissau, numa entrevista por telefone, que a sua situação é insustentável e poderá piorar se não lhes forem pagos salários nos próximos dias.

O ministro da Saúde guineense, Pedro Tipote, reconheceu a existência da dívida, mas explicou que a situação se deve a uma decisão do ministério das Finanças em cortar salários a todos os funcionários públicos actualmente fora do país.

Pedro Tipote salientou que a situação está a ser resolvida e que os médicos na Venezuela vão receber os salários em atraso, conforme as orientações do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.

O ministro da Saúde adiantou que a situação se vai resolver até porque nos próximos dias deverá seguir para a Venezuela mais um grupo de 80 jovens que aí vão receber formação na área da medicina.

Pedro Tipote disse que a Venezuela está a ajudar a Guiné-Bissau a formar quadros na área da medicina, sobretudo especialistas que, afirmou, fazem falta ao sistema de saúde do país.ANG/RFI

Angola/Regresso de peregrinos  a Luanda após três dias de terror na capital de Israel

Bissau, 19 Jun 25 (ANG) - Mais de 40 peregrinos angolanos, que se encontravam retidos em Telavive, na sequência da crise entre Israel e o Irão, regressaram  quarta-feira a Luanda, passando pela Etiópia por estrada até à capital do Egipto.


A delegação afirma ter passado momento arrasador e de pânico em Israel e agradece a prontidão e o apoio do governo angolano.

Angola garante estar a acompanhar a situação da disporá angolana em Telavive, assim como em Terão, face ao conflito que opõe Israel e o irão.

Na tarde desta quarta-feira, 18 de Junho, um grupo de 44 religiosos, vindo de Telavive, revela ter vivido, durante três dias, uma experiência de terror, na sequência do encerramento do espaço aéreo de Israel, como relata a pastora Ernestina Matias, a responsável da delegação.

Estou feliz por estar de regresso. Chegamos sã e salvos, mas também seguimos as normas de segurança. Sempre que nós ouvíssemos lançamentos [mísseis] tínhamos que ir para o bunker. Passámos é mais o tempo a orar e a pedir a Deus para que nos desse maior livramento e que o espaço aéreo abrisse”, narrou a fiel da Igreja Pentecostal Ministério de Fé e Libertação.

O secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, Domingos Vieira Lopes, disse que era necessário garantir a segurança dos angolanos, já que saíram de Israel até ao Egipto por estrada.

Era necessário garantir este aspecto, porque estavam a fazer um percurso não previsto. Fizeram este percurso todo por via terrestre. Nós fomos acompanhando o trajecto todo. Saíram de Israel, passaram pelo Egipto, chegaram a Etiópia e, neste momento, estão aqui connosco", referiu o diplomata angolano.

Em nota, o Ministério Angolano das Relações Exteriores informa que em Israel vivem, actualmente, 46 cidadãos, sendo 16 do corpo diplomático e familiares, 30 cidadãos dos quais 20 adultos e 10 crianças.ANG/RFI

Irão/Governo acusa agência nuclear de ser "parceira" da "agressão" israelita

Bissau, 19 Jun 25 (ANG) - O Irão acusou hoje a Agência Internacional de Energia Atómica das Nações Unidas de agir como "parceira" da "guerra de agressão" de Israel.

 

Em causa está um relatório da agência, publicado antes do início da guerra Irão-Israel, no qual denunciou que o regime de Teerão não estava a cumprir com as suas obrigações em relação ao programa nuclear.

Dirigindo a mensagem ao diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baqaei, escreveu na rede social X: "Vocês traíram o regime de não-proliferação; vocês fizeram da AIEA uma parceira nesta guerra injusta de agressão".

Na quarta-feira, em entrevista a vários órgãos de informação, Rafael Grossi assinalou que o relatório da AIEA foi deturpado e que não há "nenhuma evidência de um esforço sistemático do Irão para conseguir a bomba atómica", ainda que este seja "o único país do mundo que está a enriquecer urânio a níveis quase militares".

Em resposta, o porta-voz da diplomacia iraniana escreveu: "Senhor Grossi, esse reconhecimento [de que o Irão não está empenhado em construir uma arma nuclear] chega tarde. Escondeu esse facto no seu relatório totalmente parcial, um relatório que foi mal utilizado pelos países europeus e pelos Estados Unidos para redigirem uma resolução com exigências infundadas por 'incumprimento'".

O que acabou por acontecer -- salienta -- foi que essa resolução acabou por ser "utilizada como a desculpa final por um regime belicista e genocida para lançar uma guerra de agressão contra o Irão e um ataque ilegal contra as nossas instalações nucleares pacíficas".

O porta-voz perguntou ainda a Grossi se "sabe quantos iranianos inocentes morreram ou ficaram feridos em consequência desta guerra criminosa".

No dia 12, a AIEA aprovou uma resolução apresentada por Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos e apoiada por outros 19 países na qual se considera que a falta de cooperação do Irão "constitui um incumprimento das obrigações" para com a comunidade internacional.

No dia seguinte, Israel iniciou os bombardeamentos contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.

"Pela segunda vez em três anos, estamos a assistir a um conflito dramático entre dois Estados-membros da AIEA, no qual as instalações nucleares estão a ser atacadas e a segurança está a ser comprometida", lamentou Grossi, referindo-se aos ataques israelitas contra a instalação nuclear iraniana de Natanz.

No local, mais de 10.000 centrifugadoras são utilizadas para enriquecer urânio a 60%, muito além do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo internacional de 2015, que conduziu ao alívio das sanções contra Teerão, em troca de garantias sobre a natureza pacífica do programa nuclear.

Enriquecido entre 3% e 5%, este urânio é utilizado para abastecer centrais nucleares para a produção de eletricidade. Quando enriquecido até 20%, pode ser utilizado para produzir isótopos médicos, utilizados principalmente no diagnóstico de certos tipos de cancro.

Para fazer uma bomba, o enriquecimento deve ser levado a 90%.

O Irão nega qualquer ambição militar e defende o direito de enriquecer urânio para desenvolver um programa nuclear civil.ANG/Lusa