quarta-feira, 19 de novembro de 2025

               Israel/Médicos  opõem-se à aplicação da pena de morte

Bissau, 19 Nov 25 (ANG) - A Associação Médica de Israel opôs-se hoje a participar em execuções, alegando que tal prática é "eticamente inaceitável", num momento em que a aplicação da pena de morte está a ser debatida no parlamento israelita.

recusa da associação foi apresentada perante a Comissão de Segurança Nacional do parlamento israelita (Knesset), onde está a ser debatida uma lei sobre a aplicação da pena de morte a condenados por assassinar cidadãos israelitas.

A associação, que representa 90% dos médicos de Israel, proibiu "terminantemente a participação, seja passiva ou ativa, de qualquer médico do país na aplicação da pena de morte", por considerar que esta contraria os princípios éticos da medicina, afirmou perante a comissão parlamentar Alberto Olchowski, representante da entidade.

"A Organização Médica Mundial declara que a participação de médicos em execuções é eticamente inaceitável em todas as fases, tanto na preparação como na consulta, e está proibido utilizar os nossos conhecimentos para fins que não a promoção da saúde e do bem-estar", acrescentou o representante.

A comissão começou hoje as sessões para debater o projeto de lei relativo à aplicação da pena de morte a condenados por matarem cidadãos israelitas, aprovado na semana passada em primeira leitura no plenário.

"Se não condenarmos os terroristas à morte, condenaremos o nosso país à morte", afirmou a deputada da extrema-direita israelita, Lior Son Har-Melech, uma das promotoras da proposta e membro do partido Poder Judeu.

Segundo um rascunho do projeto de lei, ao qual a agência noticiosa espanhola EFE teve acesso, a pena de morte será aplicada a quem causar "a morte de um cidadão israelita por motivos de racismo ou hostilidade para com a população, para prejudicar o Estado de Israel e a ressurreição do povo judeu na sua terra", motivo pelo qual grupos de defesa dos direitos humanos alertam que a medida afetará quase exclusivamente presos palestinianos.

"Solidarizo-me com as famílias afetadas pelo atentado de ontem, mas um Estado não pode ser guiado pelo desejo de vingança", criticou no debate o deputado Gilad Kariv, do Partido Democrata, aludindo ao ataque ocorrido na terça-feira na Cisjordânia, no qual dois palestinianos esfaquearam mortalmente um israelita.

"Pretendem transformar-nos num país que cospe na tradição judaica com uma lei racista e fanática que envergonha a nossa história", afirmou.

O ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Gvir, dirigente do partido Poder Judeu e conhecido pela sua ideologia supremacista e antiárabe, afirmou, por seu lado, estar-se perante "a lei mais importante da história de Israel".

"Para dissuadir estes assassinos, esta lei deve avançar. A aprovação é fundamental para o verdadeiro exercício dos direitos civis e da moral", argumentou.

A proposta foi aprovada no passado dia 10 de novembro em primeira leitura -- de um total de três -- no plenário da Knesset, com 39 votos a favor e 18 contra.

Segundo o projeto, que terá de ser aprovado em comissão antes de regressar ao plenário para duas novas votações, a pena de morte será igualmente aplicada por tribunais militares israelitas no território palestiniano ocupado da Cisjordânia, "por maioria simples dos juízes do tribunal de primeira instância", e não por unanimidade, e "não poderá ser comutada" por uma pena inferior.

Vários deputados e representantes de organizações não-governamentais israelitas pronunciaram-se contra a proposta, apontando motivos éticos, legais e religiosos.

Além desta lei, o partido de Ben Gvir promoveu também o endurecimento das condições a que estão sujeitos os presos palestinianos, que, segundo documentação de diversas organizações, sofrem de forma sistemática privação de alimentos e até atos de tortura, tanto em prisões como em centros de detenção militares.ANG/Lusa

 

China/Governo ameaça com "medidas sérias" se Japão não retirar declarações sobre Taiwan

Bissau, 19 Nov 25 (ANG) - A China advertiu hoje o Japão de que vai continuar a tomar medidas duras se Tóquio não se retratar dos comentários sobre Taiwan, depois de ter anunciado a suspensão da importação de marisco japonês.

medida surge numa altura de grande tensão diplomática suscitada por declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que admitiu em 07 de novembro, no parlamento, a possibilidade de o Japão intervir militarmente caso a China atacasse Taiwan.

"Exortamos o Japão a retirar as declarações erradas, a parar de criar problemas e a tomar medidas concretas para salvaguardar a base política das relações bilaterais", afirmou a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning, citada pelo jornal The Japan Times.

"Se o Japão se recusar a retirar essas declarações, a China tomará medidas sérias e todas as consequências serão suportadas pelo lado japonês", disse Mao, durante uma conferência de imprensa regular em Pequim.

Mao, que chefia o departamento de informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros, considerou que os comentários de Takaichi são "uma grave ingerência nos assuntos internos da China" e minam as normas da convivência internacional.

O Japão "não pode assumir a responsabilidade de manter a paz e a segurança internacionais nem tem o direito de ser membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou.

Mao repetiu declarações feitas na terça-feira pelo embaixador da China junto das Nações Unidas, Fu Cong, num debate em Nova Iorque sobre a reforma do Conselho de Segurança.

Fu referiu-se à vitória da China contra o Japão em 1945, às atrocidades cometidas pelas forças de ocupação japonesas e às recentes declarações da primeira-ministra, em funções desde 04 de outubro.

"As observações de Sanae Takaichi sobre Taiwan são extremamente erróneas e perigosas", disse Fo na terça-feira, segundo a transcrição do discurso na Assembleia-Geral na página na Internet da embaixada da China na ONU.

"São uma afronta à justiça internacional, prejudicam a ordem internacional do pós-guerra, atropelam as normas básicas das relações internacionais e representam um flagrante desvio do compromisso do Japão com o desenvolvimento pacífico", afirmou.

Para o representante da China na ONU, "um país assim está totalmente desqualificado para procurar um assento permanente no Conselho de Segurança".

O jornal China Daily noticiou hoje que o Governo chinês proibiu a importação de marisco japonês por o Governo de Tóquio não ter cumprido as formalidades regulamentares para garantir a qualidade e a segurança dos produtos.

"Até agora, o Japão não forneceu os materiais técnicos que prometeu", afirmou Mao Ning, citada pelo jornal.

A diplomata chinesa afirmou, no entanto, que se o Governo não tivesse tomado a medida, os mariscos importados do Japão não seriam consumidos pelos chineses devido à indignação provocada pelas declarações da primeira-ministra japonesa.

"Dada a situação atual, mesmo que os produtos aquáticos japoneses fossem exportados para a China, não haveria mercado para eles", afirmou Mao.

A proibição significa um retorno à medida adotada pela China em agosto de 2023, quando o Japão libertou águas residuais tratadas da central nuclear de Fukushima, segundo o jornal The Japan Times.

Tóquio e Pequim chegaram a um acordo em setembro de 2024 para retomar as importações, com o Japão a confirmar o primeiro carregamento para a China há menos de duas semanas, ainda de acordo com o jornal.

O diferendo diplomático já teve também consequências ao nível do turismo, com os operadores a registarem o cancelamento de centenas de milhares de viagens da China para o Japão desde as declarações de Takaichi.

A China lançou alertas de segurança para os chineses que viajam para o Japão e para os jovens que estudam no país.

Uma empresa de entretenimento japonesa anunciou na terça-feira que cancelou os espetáculos no Festival Internacional de Comédia de Xangai devido a "circunstâncias inevitáveis", segundo o jornal The Japan Times.ANG/Lusa

 

    UNICEF/2024 foi o pior ano para as crianças desde a II Guerra Mundial

Bissau, 19 Nov 25 (ANG) - O representante da UNICEF junto da União Europeia, Bertrand Bainvel, disse hoje que 2024 foi o pior ano para as crianças desde a II Guerra Mundial, apontando uma crise de solidariedade no mundo.

Mais pobreza, menos escolas, menos vacinas e um número histórico de deslocados, dos quais metade são crianças, são alguns dos fatores que levam o também diretor do Escritório de Parcerias da UNICEF em Bruxelas a considerar o momento como de "profunda incerteza" para os mais pequenos.

Em 1989, "o mundo juntou-se para garantir os direitos da criança e esta continua a ser a convenção mais ratificada do mundo", mas é mais urgente do que nunca aprofundar o trabalho e o documento, defendeu Bertand Bainvel, durante uma conferência da UNICEF que decorre hoje em Lisboa.

A convenção "é um documento vivo" que é preciso adaptar à medida que, por exemplo, se desenvolvem novas tecnologias, disse.

Por outro lado, o subfinanciamento que todas as agências das Nações Unidas, e de defesa dos direitos humanos em geral, estão a registar "coloca novos desafios que não podemos ignorar", adiantou, afirmando que investir na ajuda "não é caridade, é responsabilidade".

O representante da organização admitiu também que os próximos meses, em que será discutido o próximo Quadro Financeiro Plurianual para 2028-2034, vão ser cruciais para definir o tipo e dimensão da ajuda que o bloco europeu poderá avançar a agências como a UNICEF.

Também a diretora executiva da UNICEF defendeu serem precisas novas abordagens para proteger as crianças, depois de, no ano passado, mais de 1,3 milhões de pessoas terem relatado que foram vítimas de violência na infância.

No ano 2024, "mais de 1,3 milhões de pessoas relataram ter sido vítimas de violência na infância e mais de 1.041 que foram alvo de abuso sexual sobre crianças", avançou Beatriz Imperatori.

Sublinhando que é essencial prevenir a violência sobre as crianças, a responsável lembrou a importância da proposta do Comité Português para a UNICEF, que pretende a criação de uma Estratégia Nacional para a Erradicação da Pobreza Infantil e a criação de uma entidade para coordenar os direitos da criança em Portugal, com mandato definido financiamento independente.

"Para responder aos novos desafios, precisamos de voltar à convenção e criar novas abordagens", acrescentou Beatriz Imperatori.

A responsável lembrou, no entanto, que a adoção da Convenção Sobre os Direitos das Crianças, ratificada por Portugal há 35 anos, permitiu vários progressos, como a diminuição do analfabetismo, que passou de 11% para 3% da população, o aumento da escolaridade obrigatória, que cresceu de nove para 12 anos, ou a duplicação do número de crianças que têm educação pré-escolar.

Além disso, nestes anos, foi possível registar "uma redução da taxa de mortalidade, o alargamento das coberturas vacinais, que são uma referência internacional, com 98% das crianças a obter vacinas durante o seu primeiro ano de vida, o acesso universal e gratuito aos cuidados de saúde, e, em 2025, a proibição, sem qualquer exceção, de casamentos até aos 18 anos", referiu.

A UNICEF comemora na quinta-feira a adoção, em 1959, da Declaração dos Direitos da Criança pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro documento internacional que reconheceu formalmente que todas as crianças têm direito a proteção, educação, cuidados e oportunidades para crescerem com dignidade.

O dia 20 de novembro celebra também a adoção, em 1989, da Convenção sobre os Direitos da Criança, o tratado da ONU que estabeleceu as obrigações dos Estados para garantir o direito à sobrevivência, ao desenvolvimento e à proteção.

Portugal, que também assinala este ano 35 anos da ratificação da convenção, vai juntar-se a um movimento de celebração dos aniversários chamado 'Go Blue'.

A iniciativa visa que, entre as 18:00 e as 00:00 de quinta-feira, cidades e entidades de todo o mundo iluminem de azul os edifícios e monumentos mais emblemáticos, incluindo 21 cidades portuguesas.ANG/Lusa

 

Nigéria/Exército se mobiliza para encontrar 25 estudantes sequestrados por homens armados

Bissau, 19 Nov 25 (ANG) - O Chefe do Estado-Maior do Exército Nigeriano ordenou que suas tropas intensifiquem os esforços para encontrar as 25 estudantes sequestradas na noite de domingo no noroeste do país.

"Precisamos encontrar essas crianças (...) o sucesso não é opcional", disse o general Waidi Shaibu às tropas destacadas no estado de Kebbi na segunda-feira, de acordo com um comunicado divulgado pelo exército nigeriano.

O exército também buscou o apoio de grupos de defesa locais e caçadores para se envolverem nos esforços de busca, devido ao conhecimento que eles têm da área onde o incidente ocorreu.

Na segunda-feira, um grupo de bandidos armados, disparando esporadicamente, invadiu uma escola secundária pública feminina no distrito de Danko, no estado de Kebbi. Os agressores conseguiram sequestrar 25 estudantes de seu dormitório antes de levá-las para um local desconhecido.

Em 2021, o estado de Kebbi foi palco de um incidente semelhante, quando bandidos sequestraram mais de 100 estudantes e alguns funcionários do Colégio Federal de Yauri. ANG/Faapa

 

Marrocos/ Conferência ministerial africana sobre Desarmamento, Desmobilização e Reintegração de crianças soldados inicia quinta-feira  em Rabat

Bissau, 19 Nov 25 (ANG)  – Marrocos acolherá na quinta-feira a Conferência Ministerial Africana sobre Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) de crianças-soldado, sob o tema "Construindo caminhos sustentáveis ​​para crianças afetadas por conflitos armados".

Primeira iniciativa do gênero no continente africano, este importante evento pretende ser um momento solene, uma etapa estruturante e um momento de impulso político para fortalecer a ação conjunta africana em prol da proteção infantil, dedicada à prevenção do recrutamento de crianças-soldado na África.

Diante da escalada dos conflitos e do crescente número de ameaças às crianças, esta Conferência surge como uma resposta urgente aos novos desafios relacionados ao surgimento de grupos armados transnacionais, ao deslocamento em massa, ao recrutamento cibernético e ao agravamento das vulnerabilidades das comunidades em África.

Isso ocorre num contexto em que a África continua sendo um dos continentes mais afetados pelo fenômeno, o que exige uma mobilização renovada e coordenada.

Com isso em mente, esta Conferência visa criar um forte impulso político em torno da luta contra o recrutamento de crianças em conflitos armados, fortalecer a cooperação regional e lançar as bases para um futuro instrumento jurídico africano dedicado ao Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) de crianças-soldado.

Tem como objetivo também promover abordagens holísticas para a reintegração, integrando educação, saúde mental, apoio familiar e integração socioeconômica, além de incentivar uma dinâmica de pesquisa e compartilhamento de conhecimento especializado.

A realização deste evento em Rabat demonstra o compromisso de Marrocos com a paz, a segurança e a proteção das crianças em África.

Com seu compromisso de longa data com a paz e a estabilidade, sua experiência em proteção infantil e suas ações para fortalecer as capacidades africanas, Marrocos oferece um cenário natural para sediar esta Conferência.

A Conferência de Rabat aspira, portanto, a inaugurar uma nova etapa na luta contra o recrutamento de crianças-soldado, uma etapa mais coordenada, mais ambiciosa e mais enraizada nas realidades do continente.ANG/Faapa

 

             Eleições gerais/ Missão de Observação  da CPLP já está no país  

Bissau, 19 Nov 25(ANG) – A Missão de Observação (MOE) da Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa (CPLP), chegou terça-feira ao país  para acompanhar as eleições gerais de 23 de Novembro.

Segundo uma Nota à Imprensa do Secretariado Executivo da CPLP, à que  ANG teve acesso, a Missão é chefiada por Diogo  de Carvalho, antigo Diretor do Centro de Análise Estratégica da CPLP, e integra 22 observadores , entre os quais diplomatas e técnicos indicados pelos Estados-Membros, deputados designados pela Assembleia Parlamentar da CPLP (AP-CPLP) e funcionários do Secretariado Executivo da CPLP.

 A missão  permanecerá até 25 de Novembro no país  com a finalidade de acompanhar a fase final da campanha eleitoral, o dia da votação, a contagem de votos e o apuramento parcial dos resultados.

 

De acordo com a Nota,  a MOE articulará ações com outras organizações internacionais presentes, nomeadamente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a União Africana (UA). Os observadores serão organizados em equipas a ser colocadas no Setor Autónomo de Bissau (SAB) e outras regiões do país.

 

Segundo o documento,  efetuarão o reconhecimento prévio das respetivas zonas de cobertura, a fim de permitir o planeamento adequado das deslocações entre as Assembleias de voto a observar no dia da eleição.

 

A CPLP, refere a nota, saúda o compromisso das autoridades, dos candidatos presidenciais, dos partidos políticos e da Comissão Nacional de Eleições (CNE) com a realização de eleições pacíficas, inclusivas e simultâneas, que reforça a democracia no espaço lusófono.

 

“Importa referir que uma Declaração Preliminar será emitida no final da missão e proferida publicamente pelo Chefe da Missão”, salientou a Nota.

 

O documento salienta que,  neste primeiro dia de atividades, o Chefe da MOE presidiu um encontro com os Embaixadores da CPLP acreditados na Guiné-Bissau, nomeadamente Mário Augusto, de Angola, Pablo Cardoso, do Brasil, e Miguel Silvestre, de Portugal, que teceram observações relevantes para o êxito da Missão de Observação Eleitoral da CPLP.

 

 A CPLP já possui um historial assinalável no domínio da observação eleitoral, tendo iniciado o envio de Missões de Observação Eleitoral em 1999, com a primeira missão ao Referendo sobre a Autodeterminação em Timor-Leste. Nos últimos cinco anos anteriores a esta MOE na Guiné-Bissau de 2025.

 

ANG/AG/JD/ÂC//SG


Comunicação Social/Victor Hugo exorta jornalistas guineenses a reforçarem conhecimentos face aos desafios da era digital

Bissau, 19 nov 25(ANG) - O antigo jornalista da RTP África, Victor Hugo Mendes, que se encontra de visita à Guiné-Bissau, à convite da influenciadora digital Tita Pipoka, promotora  do concurso "talentos Jornalísticos", apela aos profissionais da comunicação social a reforçarem continuamente os seus conhecimentos, sobretudo num contexto global marcado pelo rápido avanço das tecnologias de informação e pelo crescimento da desinformação.

Em declarações aos jornalistas, terça-feira, momentos antes de promover uma palestra na Universidade Amílcar Cabral (UAC), subordinada ao tema: Os desafios e oportunidades para os novos jornalistas na era digital, Victor Hugo Mendes destacou a necessidade de uma preparação permanente dos profissionais do setor.

 “Os jornalistas precisam estar cada vez mais preparados e atentos para verificar a veracidade das informações antes de publicar, para não caírem em erros que comprometem a credibilidade de um profissional”, disse.

Questionado sobre o que considera essencial para que os jornalistas consigam acompanhar as novas dinâmicas tecnológicas, o comunicador angolano disse que a atualização constante é imprescindível.

“A renovação de conhecimentos é indispensável. Só assim os profissionais conseguirão responder às exigências impostas pelo ecossistema digital”, disse.

Durante a sua intervenção, Victor Hugo alertou ainda que, sem a devida preparação, os jornalistas poderão enfrentar maiores dificuldades para acompanhar as mudanças decorrentes da evolução das tecnologias de informação.

ANG/Rádio Jovem

 

             Eleições Gerais/CNE anuncia votação antecipada para amanhã

Bissau, 19 Nov 25 (ANG) – A Comissão Nacional de Eleições (CNE), informa, em Nota.  que vai iniciar já amanhã dia 20,  a votação antecipada em todas as Comissões Regionais de Eleições

A Nota da Assessoria de Imprensa e Comunicação da CNE, à que a ANG teve acesso, refere que esta instituição comunica aos eleitores abrangidos no artigo 52 da lei número 10/2013, de 25 de Setembro que a votação vai decorrer das 07  ás 17 horas.

Ao abrigo dessa lei podem votar, antecipadamente, os militares, paramilitares  trabalhadores marítimos e aeronáuticos de longo curso, que no próximo dia 23 estejam impedidos de se deslocar à Assembleia de Voto, por imperativo inadiável de exercício das suas funções.

Na nota com a data de 17 do mês em curso, a entidade que gere as eleições na Guiné-Bissau convida aos candidatos a Presidente da República, partidos políticos e coligação que concorrem as eleições para nomearem  delegados para fiscalizar as operações de voto antecipado.

De acordo com a CNE, a medida visa garantir o cumprimento das normas legais e assegurar que os cidadãos que, por motivos justificados, não possam votar no dia oficial das eleições, tenham a oportunidade de participar no processo democrático.

ANG/MSC/ÂC//SG

 

 

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Eleições Gerais/ Direção Geral da INACEP entrega oficialmente à CNE os  Boletins de voto para as eleições de 23 de novembro

Bissau, 18 Nov 25(ANG) – A Direção Geral da Imprensa Nacional (INACEP), procedeu hoje a entrega oficial de dois milhões e 400 mil boletins de voto à Comissão Nacional de Eleições(CNE) para as eleições gerais do dia 23 de novembro  e que serão distribuídos para os 29 Círculos Eleitorais incluindo a diáspora Europa e África.

No ato,  o Diretor-Geral da INACEP, Leónico
Pereira Tavares  disse que dentre os materiais ora entregues estão as Atas Sínteses, de Apuramento, lista de descarga e outros.

Tavares, lembrou que nos dois milhões e 400 mil boletins está dividido entre eleições presidenciais e legislativas.

Por sua vez, o Secretário Executivo Adjunto da Comissão Nacional das Eleições(CNE) disse que os trabalhos foram bem feitos pelos técnicos da INACEP e entregues a tempo, e a qualidade dos boletins está como foi aprovado previamente na Plenária da CNE, onde todos os representantes dos candidatos, dos partidos e da coligação estiveram presentes e deram um OK.

Questionado se estão prontos para realizar as eleições na data marcada Idrissa Djaló, respondeu que sim, pois já entregaram todos os materiais nas Comissões Regionais das Eleições(CRE) e estes estão a formar seus Kits para as Assembleias de Votos em todo o território nacional e na diáspora.

Djaló, revelou que no dia 23 de novembro, 966 mil e 125 eleitores serão chamados para escolherem novo Presidente da República e novos deputados do parlamento.

Questionado sobre a especulação de que nos Boletins de voto para as Legislativa só consta um único partido concorrente, respondeu que não corresponde a verdade, mas sim, existem Círculos Eleitorais onde existe só um partido concorrente admitido, frisando que, mas também previamente existia partidos que não concorrem em todos os Círculos.

“Como é habitual estrategicamente os partidos escolhem Círculos onde têm mais números de eleitores para concorrer,” frisou. 

De lembrar que desde início de produção de Boletins de Voto na Imprensa Nacional(INACEP) no passado dia 27 de outubro do ano em curso, sempre estão presentes os representantes  dos Candidatos, Partidos ou Coligação, Polícia Judiciária,  Segurança de Estado, Poder Judicial, se houver  uma falha técnica na impressão os papeis  são incinerados à frente de todos.

A INACEP iniciou os trabalhos de impressão de Boletins para as eleições presidenciais e legislativas no dia 27 de outubro e terminou hoje 18 de novembro de 2025.ANG/JD/ÂC

Eleições Gerais/Fernando Dias promete respeitar a separação de poderes caso vença as eleições presidenciais

Bissau, 18 Nov 25 (ANG) - O candidato presidencial suportado pela coligação PAI Terra Ranka, Fernando Dias da Costa afirmou que, se for eleito no escrutínio de 23 de novembro, será um Presidente da República comprometido com o respeito absoluto pela Constituição, pela separação de poderes e pela promoção da paz e unidade nacional.

O candidato falava num comício popular no sector de Mansoa, região de Oio, norte do país, no qual declarou que o chefe de Estado “não pode interferir em todos os assuntos nem meter mãos por todo o lado”.

Sublinhou que tal comportamento “gera conflitos no país”, defendendo que cada órgão de soberania deve funcionar de forma autónoma e independente.

Fernando Dias prometeu ainda priorizar em colaboração com o Governo, a construção das estradas que ligam Nhoma–Mansoa e Mansoa–Bissorã, bem como a resolução das dificuldades no Liceu de Mansoa, que, segundo disse, funciona atualmente com poucos professores “.

Disse que, votar na sua candidatura é votar na mudança e na criação de condições para que todos os guineenses vivam melhor”.

O coordenador da coligação PAI Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, declarou que uma eventual vitória de Fernando Dias representará “a devolução da esperança a cada filho da Guiné-Bissau de que o amanhã poderá ser melhor”.

Segundo Domingos Simões Pereira, num sistema democrático “não se pode calar as pessoas por terem opiniões diferentes”, defendendo que o exercício do poder deve servir para criar oportunidades e não para “abusar dos outros”, acrescentou que um Presidente da República deve ser alguém que “acalma o coração das pessoas, mesmo sem lhes oferecer nada”.

Domingos Simões Pereira apelou aos cidadãos para que, no dia 23 de novembro, transformem Fernando Dias da Costa no próximo Presidente da República da Guiné-Bissau.ANG/MI/ÂC


Saneamento
/Ministro dos Recursos Naturais diz  que Guiné-Bissau carece de sistemas adequados de saneamento

Bissau, 18 Nov 25 (ANG) — O ministro dos Recursos Naturais,  disse esta terça-feira que a Guiné-Bissau continua a enfrentar graves carências em matéria de saneamento líquido, devido a inexistência de redes de esgoto e de infraestruturas para recolha, tratamento e reutilização de águas residuais.

Segundo o governante, a falta desses meios contribui para o desperdício de água e aumenta os riscos ambientais e de saúde pública.

Malam Sambú fez estas considerações em  mensagem alusiva ao Dia Mundial das Latrinas, que se assinala dia 19 de Novembro, sob o lema “Saneamento básico num mundo em mudanças”.

Sambu destacou que 11 por cento da população guineense ainda pratica a defecação a céu aberto, embora o número represente uma melhoria face aos 16 por cento registados em 2014.

Instituída pelas Nações Unidas em 2013, a data visa chamar a atenção para a importância do saneamento básico como Direitos Humano essencial e elemento chave para a saúde e o desenvolvimento sustentável.

O ministro, e igualmente Presidente  do Comité Interministerial de Água (CIMA), sublinhou que os desafios atuais:  fenómenos climáticos extremos, urbanização acelerada, desigualdades sociais e pressão sobre os recursos hídricos, exigem sistemas de saneamento mais resilientes.

Revelou que  quase 90 por cento da população ainda depende de águas subterrâneas para consumo doméstico, sendo que 77 por cento dos poços tradicionais estão contaminados por coliformes fecais, consequência direta da falta de latrinas e da prática de defecação a céu aberto.

Apesar deste cenário preocupante, o ministro destacou progressos alcançados através da estratégia PACOMA – “Nô pára cocó na matu” e do envolvimento das comunidades.

Segundo disse, 1.789 comunidades já foram declaradas livres de defecação a céu aberto, abrangendo 52.588 famílias, o que corresponde a cerca de 426.159 pessoas.

O governante reafirmou o compromisso do Executivo de continuar a reforçar a participação comunitária, contando com associações locais, ONG e outros atores sociais como parceiros essenciais para o desenvolvimento do sub-setor de saneamento.

Malam Sambú apelou ainda ao apoio contínuo dos parceiros financeiros e da comunidade internacional, sublinhando que “o saneamento é a base da saúde, da dignidade e da erradicação da pobreza”.ANG/MI/ÂC//SG

Sociedade/Trabalhadores da CMB iniciam paralisação laboral de três dias  e pedem demissão da direção

Bissau, 18 Nov 25 (ANG) – O Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Bissau (CMB),Ivo Indafá confirmou hoje o inicio da greve de três dias, em reivindicação do pagamento  de salários e da Segurança Social.

“Vimos que não podemos esperar mais, uma vez que tantas mediações foram feitas e a direção da edilidade camarária não cumpriu o prometido por  falta de capacidade de  resolver os problemas da instituição e a incapacidade de dirigir a CMB. Pedimos a sua demissão “,disse Ndafa em entrevista à ANG.

Disse que a greve iniciada hoje  é a retoma da paralisação suspensa em Fevereiro passado na sequência de uma negociação entre o Ministério da  Função Pública, Direcção da CMB e o sindicato, que resultou num  compromisso que a  CMB não cumpriu.

Indafá diz que  a paciência tem limite e perante as dificuldades que os funcionários daquela instituição estão a enfrentar ,  vendo seus filhos  a serem expulsos das escolas e a família a passar fome decidiram, de novo, pela paralisação dos serviços.

Segundo Indafá, a instituição desconta os trabalhadores, mas não paga a Segurança Social, e a dívida está a rondar um bilião de francos CFA, incluindo a pena de juro de demora, mais o salário de Outubro que o funcionários da CMB ainda não receberam.

O Presidente do Sindicato dos trabalhadores da CMB, afirmou que a greve abrange todos os serviços da  instituição, realçando que estão dispostos ao dialogo, inclusive negociar os serviços mínimos com o patronato que deve demonstrar o interesse para o efeito.

Os grevistas exigem com caracter de cumprimento imediato o pagamento de um mês de salário em atraso, inclusão  e emissão de cartões da Segurança Social à todos os funcionários, reajuste salarial, e a fixação de pensão para os funcionários de 51 anos.

Ivo Indafá  apela ao  Presidente da República a encontrar forma de afastar José Medina Lobato da direção da CMB, frisando que ele tentou mas não está a conseguir resolver os problemas da CMB por isso deve ser exonerado.

A greve iniciado hoje decorre até próxima quarta-feira(20), e o sindicato admite possibilidades de seu prolongamento , caso não houver soluções satisfatórias aos funcionários.ANG/MSC/ÂC//SG

Eleições Gerais/Presidente de PDP promete educação de qualidade  para Guiné-Bissau

Bissau, 18 Nov 25 (ANG) - O Presidente do Partido de Povo (PDP) prometeu esta terça-feira dar ao país uma educação de qualidade, com a finalidade de incentivar o progresso nacional.

Nduba Nintécarungal da Costa falava num djumbai  com os populares da tabanca de Binhata,  setor de Caió, região de Cacheu, norte do país,  no âmbito da campanha eleitoral para as eleições legislativas do dia 23 de Novembro em curso.

O político disse que tudo de bom na vida passa pela educação, e defende que só investindo seriamente nesta área é que se pode ter um progresso sustentável.

 “É fundamental definir uma política administrativa educacional a nível nacional ou seja a uniformização das matérias em diferentes escolas, de modo a permitir  que  estudantes do mesmo nível tenham os mesmos conhecimentos”, disse aquele líder.

Da Costa acrescentou  que se deve proporcionar as populações  saúde de qualidade, que passa pela eliminação de tudo que  prejudica a saúde humana, nomeadamente o lixos e águas estagnadas, que acabam por contaminar as pessoas.

“O nosso partido pretende implementar a justiça social no país, ou seja dar cada pessoa o seu direito, através do serviço social. O Estado deve tomar conta dos mais necessitados e deve tratar os trabalhadores de forma condigna, de modo a diminuir irregularidades na administração pública”, disse Nduba da Costa.

Prometeu igualmente a implementação de  reformas políticas e administrativas no país, que passam pela revisão constitucional para garantir melhor funcionamento das instituições .

Disse  que   a reforma administrativa vai incluir a  realização das autarquias locais para descentralizar o poder e promover o desenvolvimento local e nacional.

“A nossa Constituição de República é uma cópia da Constituição portuguesa, o que de certa forma acaba por atrapalhar tudo, uma vez que as realidades não são iguais. Se verificamos, a concentração do poder exclusivamente na capital Bissau acaba por impedir o progresso nacional, porque, é fundamental que cada localidade seja capaz de gerir a sua área para obter maiores benefícios”, disse o Presidente de PDP.

Sustentou que a Guiné-Bissau é um país rico e que necessita apenas de dirigentes capazes de fazer com que a sua riqueza seja aproveitada em  benefício do povo e para a promoção do desenvolvimento nacional.

O líder de PDP aconselhou aos populares de Caió à votarem conscientemente na pessoa que possa trazer a paz, o progresso e bem-estar comum, evitando  o “desperdício de votos nos que querem o prejuízo da Guiné-Bissau em defesa  dos seus interesses pessoais”.

O  PDP  foi criado a 03 de Julho de 2025 , segundo o seu líder, com o objetivo de promover o bem-estar do povo e do país .ANG/AALS/ÂC//SG

 

 

 

Angola/ MPLA considera “triviais” as declarações de André Ventura e denuncia nostalgia colonial

Bissau, 18 Nov 25 (ANG) - O partido no poder em Angola, o MPLA, considera “triviais” as recentes declarações de André Ventura sobre Angola e seus dirigentes.

O secretário para a Informação do Bureau Político do MPLA, Esteves Hilário, afirma que ainda existem sectores da sociedade portuguesa que mantêm o “saudosismo colonialista” em relação ao país africano.

Questionado, esta segunda-feira, 17 de Novembro, sobre as críticas do líder do partido de extrema-direita portuguesa Chega, o secretário para a Informação do Bureau Político do MPLA, Esteves Hilário, desvalorizou as declarações, enquadrando-as no contexto da campanha eleitoral portuguesa.

Nós entendemos o contexto das declarações deste senhor, que são feitas num contexto de campanha eleitoral. Para um líder populista, isso é absolutamente trivial. Ataca tudo e todos e atacar Angola e a sua classe dirigente é algo que, efectivamente, dá muitos votos. Então, nós compreendemos a necessidade que tem de usar Angola.

Obviamente que há em Portugal, infelizmente, alguns sectores da sociedade portuguesa que ainda conservam um saudosismo colonialista em relação a Angola.

Angola é, desde 11 de Novembro de 1975, um país soberano, toma as suas próprias decisões, os seus rumos, acerta e erra. O que é normal para qualquer país.

Nós respondemos a este saudosismo, de certos sectores portugueses, com a nossa soberania. Portanto, os assuntos de Portugal pertencem aos portugueses e nós pedimos que os assuntos da Angola, deixem os angolanos também.

Na semana passada, André Ventura criticou o discurso do Presidente angolano, João Lourenço, - nas cerimónias do 50º aniversário da independência de Angola, em Luanda - sobre o colonialismo português, bem como a reacção de Marcelo Rebelo de Sousa, que classificou como branda, defendendo que deveria ter abandonado a cerimónia.

Ventura dirigiu ainda críticas directas ao MPLA: “Não aceitamos ser humilhados nem que os corruptos do MPLA nos digam como governar ou avaliar a nossa história.Sublinhou que “o atraso de Angola não se deve ao colonialismo português, mas sim a 50 anos de corrupção que enriqueceram elites e empobreceram o povo”.ANG/RFI