quarta-feira, 29 de maio de 2019

Política





Bissau,29 Mai 19(ANG) - O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, lamentou a publicação nas redes sociais de falsificações de comunicados do Governo português sobre a situação política na Guiné-Bissau.

“Se fossemos a correr atrás de toda a informação falsa que circula nas redes sociais não fazíamos outra coisa”, disse  terça-feira Santos Silva, explicando porque o Governo português não tomará nenhuma atitude perante a circulação de uma versão falsificada de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre a situação política na Guiné-Bissau.

Em declarações telefónicas à Lusa, a partir da Costa do Marfim, onde se deslocou numa visita oficial, o ministro reforçou a ideia de que o Governo português está preocupado com o atraso na nomeação de um novo Governo na Guiné-Bissau e com a ausência de data para novas eleições presidenciais, mas recusou qualquer interferência no processo, como indicavam as informações falsas divulgadas nas redes sociais.

No passado sábado, em comunicado, o Governo português manifestou “preocupação com o atraso na nomeação de um Governo na Guiné-Bissau, apesar de estarem reunidas todas as condições exigíveis” para que isso aconteça.

“Portugal recorda que os resultados das eleições legislativas do passado dia 10 de março e os acordos interpartidários subsequentes permitiram constituir uma maioria parlamentar e, portanto, garantir a viabilização do Governo”, referia o comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Na rede social Facebook, dois dias depois, começou a circular uma versão adulterada do comunicado que referia que “Portugal recusa e desmente de maneira categórica as informações sensacionalistas publicadas por alguns meios de comunicação guineenses nas suas edições de 25/05/2019, com uma falsa nota à imprensa adjunta”. Nessa versão falsificada, o Governo português rejeitava “qualquer articulação para supostamente nomear o primeiro-ministro da Guiné-Bissau” e atribuía a culpa das notícias falsas ao PAIGC.

O chefe da diplomacia portuguesa lamentou a existência destas falsas informações e reiterou a posição do governo português, já apresentada no comunicado do passado sábado.

“Não podemos esconder a surpresa por ainda não haver um Governo nomeado”, explicou Santos Silva, referindo-se ao facto de ter havido eleições “legítimas e muito concorridas”, cuja votação levou a negociações das quais resultou uma maioria parlamentar. “Temos programas de cooperação com o Governo da Guiné-Bissau e não queremos que nada se atrase”, disse o ministro, para explicar a sua preocupação pelo atraso no processo de nomeação de novo Governo.

Santos Silva referiu ainda que o atual Presidente da República da Guiné-Bissau terminará o seu mandato em junho, mas não há ainda data apontada para a realização de novas eleições presidenciais. “E isso também nos deixa apreensivos”, alertou o ministro. ANG/Lusa




Política






Bissau, 29 Mai 19(ABG) - O Movimento para a Alternância Democrata (MADEM-G15) através do seu gabinete jurídico admite respeitar o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) apesar de não concordar com a decisão desta corte suprema”.

A intenção foi  tornada pública numa conferência de imprensa  terça-feira pelo gabinete jurídico desta formação política sobre os acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça sobre previdência cautelar e reclamação interposto pelo MADEM – G15.

De acordo com, Nelson Moreira, o MADEM G15, irá respeitar o conteúdo deste acórdão mas discordando com o silêncio do STJ neste acórdão assim como na resposta dada a sua reclamação.

“Atendendo o valor jurídico atribuído aos acórdãos do STJ no nosso sistema judicial, por ser este a instância judicial suprema da República, MADEM G15, irá respeitar o conteúdo deste acórdão, mas que fique bem claro que discordou com este silêncio do Supremo neste acórdão assim como na resposta dada a sua reclamação”,afirmou Nelson Morreira.

Nelson Morreira por outro lado diz que o MADEM G15 contínua firme na sua posição perante as deliberações saídas das sessões do plenário da Assembleia Nacional Popular, que segundo ele enfermam de vários vícios e que devem ser declarados nulos e sem efeitos.

“Em observância ao preceituado no Artº 26º do Regimento da Assembleia assim como o nº 2 do Art 84º da Constituição de República da Guiné-Bissau, por ser aquela norma regimental a emanação desta norma constitucional, MADEM G15 continua firme na sua posição de que, as deliberações saídas das sessões do plenário dos dias 18 e 24 de Abril enfermam de vários vícios e, em consequência, devem ser declarados nulos e sem efeitos”, contesta membro do Gabinete Jurídico do MADEM-G15.

No entendimento do Movimento para a Alternância Democrata (MADEM G-15) o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) lhes convoca para a resolução dos problemas por via política, não judicial.

Em causa está a reprovação, por via de eleição, pela maioria dos deputados da candidatura de Braima Camará, lider do Madem G-15 para o cargo de 2º vice-presidente da ANP.

O Madem recusara apresentar outro candidato para esse lugar,  e a ANP ficou sem 2º vice-presidente.

Descontente com a rejecção Madem G-15 interpos um recurso junto do Supremo Tribbunal de Justiça pedindo a impugnação da eleição da mesa realizada a 18  e 24 de Abril, preenchendo os lugares de Presidente, 1º vice-Presidente  e os de 1º e 2º secretários  da ANP.
Em resposta o STJ decidiu indeferir o pedido de impugnação e na segunda tentativa do partido, lmitou-se a reiterar a decisão anterior. ANG/Rádio Sol Mansi


terça-feira, 28 de maio de 2019

China


             Pequim exige “respeito mútuo” nas negociações com EUA

Bissau, 28 mai 19 (ANG) -  A China declarou nesta segunda-feira que qualquer negociação comercial com os Estados Unidos deve basear-se no "respeito mútuo" e na igualdade, depois que o presidente Donald Trump disse que há "boas chances" de chegar a um acordo, noticiou a AFP.
"Nós sempre dissemos que as diferenças entre os dois países devem ser resolvidas por meio de negociações e consultas amistosas", disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang.
Nesta segunda, à margem de uma visita ao Japão, Trump assegurou que "dentro de algum tempo, a China e os Estados Unidos assinarão um formidável acordo comercial e esperamos esse momento com entusiasmo".
As duas maiores potências económicas do mundo negociam desde Janeiro um acordo para acabar com a guerra comercial iniciada no ano passado, que resultou em tarifas punitivas mútuas sobre centenas de milhares de dólares de mercadorias.
Mas a tensão aumentou este mês, depois que Trump decidiu impor um novo aumento de tarifas a mais de 200 biliões de dólares de produtos chineses.
Também contribuiu para o conflito a recente decisão do governo americano de colocar a Huawei na sua lista negra de empresas que ameaçam a segurança nacional, levando companhias como o Google a cortar os laços com a fabricante chinesa de telefones celulares.
"Temos visto diferentes declarações sobre as negociações, inclusive de altos funcionários americanos", disse o porta-voz chinês.
"Às vezes dizem que um acordo será alcançado em breve e outra que será difícil chegar a um acordo", mas "a posição da China tem sido constante", ressaltou Lu. ANG/Angop



Europa


                        Novo Parlamento  será mais verde e populista

Bissau, 28 mai 19 (ANG) - Os resultados preliminares das eleições europeias mostraram avanço dos verdes e populistas de direita.
 Pela primeira vez os conservadores e socialistas, que formam os dois partidos tradicionais do Parlamento Europeu, perderam poder.
Os partidos populistas de direita e eurocéticos avançaram nas eleições de domingo (26), mas o resultado foi mais modesto do que o previsto. A extrema direita Alternativa para a Alemanha(AfD) teve um desempenho morno nas urnas e na França o partido Reunião Nacional, de Marine Le Pen , não conseguiu ultrapassar a porcentagem obtida nas eleições europeias de 2014.
No entanto, na Itália, Hungria e Polônia, onde o populismo nacionalista comanda governos, estes partidos saíram vitoriosos e até fortalecidos. O aumento desta bancada desafia o poder do tradicional bloco de centro direita e centro esquerda em Bruxelas.
Uma surpresa destas eleições foi os resultados dos verdes na Alemanha, França e Irlanda, que enviará pela primeira vez representantes dos partidos ecológicos para o Parlamento Europeu. A taxa de participação dos eleitores (51%), a mais alta dos últimos 20 anos, retirou a maioria que as duas principais bancadas formavam. Agora elas devem iniciar negociações complicadas com outros partidos.
O equilíbrio de forças do novo Parlamento Europeu será bem diferente do atual. O Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, vai continuar sendo a maior bancada parlamentar com 179 eurodeputados e 42 assentos a menos do que na atual legislatura. Por ser a legenda que mais perdeu, dificilmente deve conseguir emplacar a candidatura do alemão Manfred Weber, cabeça-de-lista do PPE, para a presidência da nova Comissão Europeia.
O Partido Socialista Europeu (PSE), a segunda maior força do Parlamento, caiu de 191 para 150. Segundo os resultados preliminares, os liberais cresceram radicalmente com os votos do partido A República em Marcha (LREM), do presidente francês, Emmanuel Macron.
No novo Parlamento Europeu, eles terão 107 cadeiras, se tornando o terceiro maior grupo político. Outro avanço vem dos verdes, que subiram para 70 assentos. A presença dos partidos de direita nacionalista e populista deve facilmente ultrapassar 100 eurodeputados. Depois do Brexit, o número de deputados europeus será reduzido a 705 mas a composição atual é de 751 deputados.
A voz mais impositora certamente vai ser do populista Nigel Farage, principal protagonista da campanha vitoriosa para a saída do Reino Unido da União Europeia. O novo Partido do Brexit de Farage ganhou quase metade das 73 cadeiras do Reino Unido, humilhando os conservadores do governo que estão reduzidos a 5 deputados.
Vale lembrar que assim que o Brexit acontecer, os eurodeputados britânicos perderão seus cargos. Na Alemanha, o país mais populoso da União Europeia, os Verdes foram os grandes ganhadores, apesar da vitória para a coalizão liderada pela chanceler alemã Angela Merkel. Eles obtiveram quase o dobro das últimas eleições há cinco anos e chegaram em segundo lugar, com 20,5%.
O bloco de Merkel formado por União Democrata Cristã (CDU) e seu partido irmão, União Social Cristã (CSU), receberam 27,5% dos votos, mas registraram uma queda de sete pontos percentuais em relação ao último pleito em 2014. O Partido Social Democrata (SPD) sofreu nova derrota ficando em terceiro lugar e a legenda populista de direita Alternativa para a Alemanha(AfD) teve 10,5% dos votos).
Na França, o partido de extrema direita Reunião Nacional (RN, Ex-Frente Nacional), de Marine Le Pen obteve novamente o primeiro lugar nas eleições europeias. Le Pen recebeu 23,3% dos votos contra 22,4% para A República em Marcha (LREM), do presidente Emmanuel Macron. Mas a surpresa ficou com a Europa Ecologia – Os Verdes (EELV) com 12,8% que deve enviar 12 deputados ao Parlamento Europeu.
Na Itália, o partido nacionalista e de extrema-direita Liga Norte, do vice-premiê Matteo Salvini venceu com cerca de 30% dos votos. Salvini assegurou que a coligação de governo se mantém apesar das fortes perdas do Movimento 5 Estrelas (M5S), ultrapassado pelos socialistas do Partido Democrático (PD). A Liga governa com o Movimento 5 Estrelas desde junho do ano passado.ANG/RFI

CPLP


             Modelo de mobilidade  na comunidade em discussão em Lisboa

Bissau, 28 mai 19 (ANG) – A Comunidade dos Países de Língua  Portuguesa(CPLP)  discute em Lisboa, um “modelo flexível e de aplicação   faseada” de mobilidade, explicou a Lusa o secretário executivo da  organização, Francisco Ribeiro Telles.

Na agenda de dois dias da segunda reunião técnica conjunta sobre mobilidade, iniciada segunda-feira e que conta com a presença do ministro da Administração Interna de Cabo Verde – país que tem actualmente a presidência rotativa da CPLP-, Paulo Augusto Rocha, está em debate “uma proposta de  acordo quadro sobre mobilidade” entre os estados-membros da organização.

A proposta em causa, segundo Francisco Ribeiro telles, “foi submetida” pela presidência cabo-verdiana e “avança com um modelo flexível e de aplicação faseada para a concretização da mobilidade na CPLP”.

“Este documento parte de uma base mínima de mobilidade dos agentes dos Estados e prevê a extensão de total mobilidade à outras categorias em que se incluem agentes  económicos, culturais, académicos, investigadores, estudantes e desportistas de uma forma progressiva e de acordo com as escolhas dos próprios estados”, explicou o diplomata português.

Numa fase inicial, considerou Ribeiro Telles, será  difícil albergar todos os cidadãos da CPLP”, sendo por isso necessário”estabelecer categorias”.

Porém , o objectivo final é que a mobilidade seja aplicada à generalidade dos cidadãos  dos países que integram a organização.

Contudo, acrescentou o secretário executivo, a proposta permite também flexibilidade, no sentido em que se há estados que se sentem  mais confortáveis em avançar, desde já, poderão fazê-lo”.

“Se há Estados que, por razão de legislação interna ou por um ordenamento jurídico muito complexo, não se sentem confortáveis, poderão fazê-lo numa outra fase. Daí que se fale de uma CPLP de geometria variável”, disse ainda,  embora sem apontar os países que se sentem mais ou menos “confortáveis” para avançar.

De acordo com o diplomata , a reunião técnica é que irá permitir “ajuizar isso”, encontro em que serão detalhadas “as dificuldades maiores de um ou e outro Estado”.

Deste encontro que reúne responsáveis de todos os Estados membros, sairão conclusões que serão  encaminhadas para o conselho de ministros de Negócios Estrangeiros da CPLP, que decorrerá  a 19 de Julho, na cidade de Mindelo, em Cabo Verde.

Agora “faremos um ponto de situação, se há vontade  de avançar, e quais são as modalidades em que se pode avançar”, acrescentou ainda Ribeiro Telles.ANG/Expresso das Ilhas

UNTG


Funcionários públicos observam primeiro dos três dias da 4ª ronda de greves

Bissau, 28 mai 19 (ANG) – As instituições do Estado estão de novo paralisadas devido a greve decretada pelas duas maiores centrais sindicais do pais, que reivindicam pagamento de salários atrasados e aumento do salário mínimo de 50.000 fcfa para 100.000 fcfa, entre outras.

Trata-se da quarta ronda de greves observadas semanalmente  e convocadas pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné(UNTG) e a Confederação Geral de Sindicatos Independentes(CGSI).

Em recentes declarações à imprensa, o Secretario-geral da UNTG, Júlio Mendonça reiterou que as paralisações vão prosseguir até que o governo se disponibilize a negociar com os sindicatos.

Muitos funcionários públicos ainda não receberam os seus ordenados de Abril, e na eminência de um novo governo ser instalado, o executivo em funções tem se esquivado de formalizar um novo compromisso com os grevistas.

Em consequência, escolas públicas, que perderam os três primeiros meses do ano lectivo devido a greve de professores, enfrentam fortes possibilidades de ver o ano lectivo ser anulado, para além de outros prejuízos.

As associações estudantis de escolas públicas e privadas  promoveram segunda-feira, em Bissau, uma marcha reclamando o respeito ao direito à escola, mas a iniciativa foi  desmantelada pelas forças policiais. ANG/SG

Saúde Pública





Bissau,28 Mai 19(ANG) - O diretor-geral do Hospital Nacional Simão Mendes, Augusto Mendes, disse que a maior dificuldade daquele que é considerado o maior centro hospitalar do país é a falta dos recursos humanos e de verbas para assegurar o funcionamento da cozinha .

Mendes disse igualmente que a falta de técnicos, especialistas e do pessoal menor (de cozinha e limpeza) constitui preocupações para a atual direção. Outra preocupação tem a ver com a falta de dinheiro para a alimentação dos pacientes, exceto os da pediatria, CTA, Consulta externa e estatística, que constitui a “maior dor de cabeça da direção”.

Augusto Mendes fez esta observação numa entrevista exclusiva ao semanário O’ Democrata na qual informou que o hospital necessita de recursos humanos, de acordo com as necessidades de cada serviço.

“Precisamos de recursos humanos, mas tudo deve ser feito com base numa recomendação do Ministério da Saúde Pública para o recrutamento de novas pessoas e empresas de limpeza”, explicou.

Contou ainda que atualmente o hospital não tem contrato com nenhuma empresa de limpeza e as pessoas contratadas individualmente para a limpeza dos diferentes serviços do hospital, a “maioria está com a idade de ir à reforma, tendo em conta que determinados serviços devem ser feitos por pessoas mais jovens”.

Dados estatísticos revelam que o Hospital Nacional Simão Mendes conta com cerca de 600 profissionais, dos quais 24 (pessoal menor) distribuídos para todos os serviços que o hospital oferece, 29 parteiras (28 efetivos) e dois técnicos especialistas em partos e uma ginecologista obstétrica (novo ingresso).
Conta com 111 médicos, dos quais 18 especialistas, nomeadamente: três em cardiologia, seis em medicina geral integral, três em CTA, dois em cirurgia, um pediátrico, um pneumónologo e dois em oftalmologia. Tem ainda 13 assistentes sociais.

Relativamente à alimentação, o especialista em medicina explicou que habitualmente, o Ministério das Finanças desembolsava uma certa quantia em dinheiro, cujo o valor não foi revelado, para suportar as despesas das refeições que o hospital fornece aos pacientes assim como aos médicos em serviço. Segundo Augusto Mendes, desde outubro passado, o Ministério  das Finanças cortou essa verba.

Como solução, a direção do hospital é obrigada a redobrar esforços para poder assegurar o funcionamento da cozinha.
 O diretor contou que é das receitas diárias que são pagas as refeições, mas que o valor habitualmente arrecadado  não consegue cobrir todas as despesas.


Revelou que a atual direção pretende, para breve, estabelecer uma cooperação com as escolas de culinária, que passarão a enviar estudantes com experiência reconhecida para estágio, para cobrir a insuficiência do pessoal na cozinha.

O serviço de cozinha conta com 17 pessoas, das quais duas efetivas, 13 contratadas e duas estagiárias. Segundo o  jornal O Democrata, ainda que a ementa varia de acordo com as disponibilidades financeiras da direção, o mais frequente é o guisado. Há dias em que a direção disponibiliza apenas 60 000 francos CFA para alimentação. ANG/O Democrata



CMB


    Presidente Melo leva primazia  de valorares e da competência à instituição

Bissau, 28 mai 19 (ANG) -  O Presidente da Câmara Municipal de Bissau quer levar a primazia de valores e da  competência à instituição para  superar dificuldades que limitam a resposta da CMB aos anseios dos citadinos da capital.

Luis Silva de Melo, em entrevista ao jornal estatal Nô Pintcha, inserida na edição de 23 de maio, acrescentou que a descentralização de poderes e atribuição de responsabilidades específicas fazem parte do conjunto de medidas que tem tomado para que a CMB possa registar melhorias no desempenho da sua missão.

“Podemos dizer que fizemos muita coisa que não tinha sido feita nesta Câmara desde a independência. Ainda há muito por fazer e os desafios são enormes: há que realizar reformas profundas na CMB. É preciso rever a legislação camarária que vem de 1948 para adequá-la ao contexto actual”, disse.

A aposta na formação segundo Melo está a ser evidenciada com a atribuição de bolsas aos funcionários para frequência de cursos nas universidades do país, para além de bolsas atribuidas pelas universidades portuguesas aos filhos de funcionários da CMB.

“Já enviamos mais de 100 estudantes para formação profissional, média e superior em universidades portuguesas”, revelou.

Perante dificuldades financeiras, porque as “receitas que são arrecadadas não cobrem as despesas” da Edil, Silva Melo conta com a colaboração de seus parceiros estratégicos, nomeadamente a UCCLA, Câmaras Municipais de Lisboa,  Oeiras, Braga, Fundão, Moura,Castelo Branco e Beja.

De Oeiras, por exemplo, conta receber mais materiais e equipamentos nomeadamente 300 postes de iluminação solar, ambulâncias para diversos hospitais do país, estando prevista a vinda à Bissau de instrutores da Câmara de Oeiras para formar os polícias municipais.
A instabilidade política impediu que a CMB tivesse, a esta altura, um vazadouro em melhores condições que a de Antula.

Luís Silva de Melo revelou  que a União Europeia deveria financiar a construção de um aterro sanitário, e que inclusive já teria sido identificado um local em Safim para o efeito.
“Se não fosse essas convulsões políticas,  já estaria construido o aterro sanitário”, afirmou.
O ex-jogador do Sporting Clube de Bissau, formado em Administração, em Cabo Verde, disse ter recebido a CMB com 736 funcionários que consomem  mais de 60 milhões de francos cfa em salário, mensalmente. ANG/Nô Pintcha

Política





Bissau, 28 mai 19 (ANG) - O Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (Madem-G15) condenou as "declarações provocatórios" do líder do Partido Africano da Independencia da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, e pediu "serenidade" aos guineenses.

Em comunicado à imprensa, o partido, liderado por Braima Camará, condenou o que considerou serem as "declarações provocatórias e subversivas do líder do PAIGC por incitar à violência e à anarquia no país".

No sábado, durante mais um protesto da maioria parlamentar do país para exigir ao Presidente a nomeação do primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira afirmou que aquela manifestação era a última "exigência pacífica".

"Este é o nosso último ensaio, a nossa última chamada de atenção, última exigência pacífica que fazemos não só ao povo guineense, mas também à comunidade internacional", afirmou o presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas legislativas.

O Madem-G15 responsabiliza também o PAIGC e os seus aliados pelas "consequências políticas, económicas e sociais que se estão e se vierem a registar na Guiné-Bissau", devido ao que o partido considera ser um "comportamento abusivo, arrogante e ilegal, motivado pela obsessão pelo exercício do poder absoluto"no país.

O movimento, criado por um grupo de dissidentes do PAIGC e que ficou em segundo lugar nas legislativas de 10 de março, felicita também a comunidade internacional pela "clarividência e objetividade" no comunicado divulgado na sexta-feira.

As Nações Unidas, a União Europeia, a União Africana, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa pediram na sexta-feira a todos os atores políticos guineenses para se empenharem num diálogo construtivo e salientaram a urgência para a necessidade de ser nomeado um primeiro-ministro e marcadas as eleições presidenciais.

Também o Governo português manifestou no sábado "preocupação com o atraso na nomeação de um Governo na Guiné-Bissau, apesar de estarem reunidas todas as condições exigíveis" para que isso aconteça.

"Portugal recorda que os resultados das eleições legislativas do passado dia 10 de março e os acordos interpartidários subsequentes permitiram constituir uma maioria parlamentar e, portanto, garantir a viabilização de um Governo", refere-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, em que se apela à formação, "sem mais delongas", de um executivo que "reflita a escolha do povo guineense".

No comunicado de hoje, o Madem-G15 alerta a comunidade internacional para a "postura irresponsável, violenta e antidemocrática do líder do PAIGC ao decidir lançar um apelo direto às Forças Armadas Republicanas do país para desta vez abrirem caminho à anarquia e ao golpe de Estado na Guiné-Bissau".

O Madem-G15 pediu também aos guineenses para manterem a calma e a serenidade.

Dois meses depois das eleições legislativas, o novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau ainda não foi indigitado pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, e o novo Governo também não tomou posse devido a um novo impasse político, que teve início com a eleição dos membros da Assembleia Nacional Popular.

Depois de Cipriano Cassamá, do PAIGC, ter sido reconduzido no cargo de presidente do parlamento, e Nuno Nabian, da APU-PDGB, ter sido eleito primeiro vice-presidente, a maior parte dos deputados guineenses votou contra o nome do coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Braima Camará, para segundo vice-presidente do parlamento.

O Madem-G15 recusou avançar com outro nome para cargo e apresentou uma providência cautelar para anular a votação, mas que foi recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Por outro lado, o Partido de Renovação Social (PRS) reclama para si a indicação do nome do primeiro secretário da mesa da assembleia.

O parlamento da Guiné-Bissau está dividido em dois grandes blocos, um, que inclui o PAIGC (partido mais votado, mas sem maioria), a APU-PDGB, a União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, com 54 deputados, e outro, que juntou o Madem-G15 (segundo partido mais votado) e o Partido de Renovação Social, com 48.

Em declarações à imprensa, o Presidente guineense justificou o atraso na nomeação do primeiro-ministro com a falta de entendimento.

"Não temos primeiro-ministro até hoje, porque ainda temos esperança que haja um entendimento entre partidos políticos na constituição da mesa da Assembleia e porque o Governo é da emanação da Assembleia", disse. ANG/Lusa


segunda-feira, 27 de maio de 2019

Cultura


Diretor-geral denuncia tentativa de ocupação indevida do terreno para Palácio de Cultura por parte de alguns dirigentes

Bissau, 27 Mai 19 (ANG) - O Diretor-geral denunciou esta segunda-feira a alegada tentativa de ocupação ilegal do terreno destinado a construção do Palácio da Cultura por parte de alguns dirigentes.

João Cornélio Gomes Correia que falava aos jornalistas, sobre a data de comemoração do 42º aniversário da morte do Músico, Poeta e Escritor José Carlos Schwartz afirmou estar munido de documentos para provar as suas denúncias.

Lembrou que todos estão a criticar, que os concertos realizados no Estádio 24 de Setembro podem estragar o relvado, mas que se o palácio da Cultura for construído, além de auditório, vai ter também um arena, e ninguém volta a fazer  espetáculos no estádio.

Cornélio Correia  indicou que, se um país pretende desenvolver a sua cultura, deve pautar pela criação de infraestrutura, porque  é um ponto importante no desenvolvimento da economia criativa e de indústria cultural.

“ A Direção-geral da Cultura está empenhada em legalizar e implementar as leis que regem o sector cultural, desde o direito do autor ao combate a pirataria,” frisou.

Também falou da lei de manifestação cultural que regula o papel dos artistas, promotores de eventos,e  não de forma como tem estado a  acontecer no país em que muitos organizam manifestações sem serem profissionais e sem licenças, e muitas agências não pagam os impostos fiscais ao Estado.

Em relação a data comemorativa do dia nacional da música, disse que não serve apenas  para homenagear os heróis da cultura, mas também para refletir a cultura, e que, apesar de a atual crise política, a sua direção vai assinalar o dia com a realização de  mini- evento.

Explicou que a secretaria de Estado da Juventude, Cultura e Desportos em colaboração com Centro Académico José Carlos Swartz e Associação dos músicos promovem hoje uma serenata, para a qual estão convidados todos os homens da cultura desde artistas plástica, músicos, cantores, poetas, compositores e outros.

Cornélio Correia lamentou o facto de na Guiné-Bissau ninguém paga o que consome  das artes, desde quadros , músicas que passam nos espaços publicitários nas rádios, nos bares e nas bombas de combustíveis.

O Diretor-geral da Cultura referiu que havia Escola de Música Nacional fundada em 1978, denominado “José Carlos Schwartz” mas que mais tarde veio a desaparecer. Acrescentou que ele próprio,o José Manuel Fortes, Francisco Sanhá, Inês Trigo e Juca Delgado são frutos daquela instituição nos anos 79 a 82, antes de ir para  Portugal fazer o curso de música.

Aquele dirigente disse que desde então  mais ninguém foi enviado pelo governo para se formar em música.

Cornélio Correia disse entretanto que, felizmente, a sua direção conseguiu enviar 17 jovens, nomeadamente MC Sadjá, Samanta, Albanês, Marlom  e outros  para uma escola  privada em Portugal para estudar a música, após uma curta formação local de seis meses.
Afirmou que  existem condições para  o funcionamento de uma escola de música no país . ANG/JD//SG

Política



     

 
Bissau, 27 mai 19 (ANG) - Os partidos da maioria parlamentar da Guiné-Bissau avisaram que a marcha realizada no passado sábado é a última exigência pacífica para a nomeação do primeiro-ministro e formação do Governo, depois das legislativas de 10 de março.


"Este é o nosso último ensaio, a nossa última chamada de atenção, última exigência pacífica que fazemos não só ao povo guineense, mas também à comunidade internacional", afirmou o presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, vencedor das últimas legislativas.

No discurso, proferido no final do protesto que juntou milhares de pessoas em Bissau, Domingos Simões Pereira disse que a Guiné-Bissau "não é o diabo" e exigiu à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para resolver o problema, salientando que no país as leis também são para cumprir.

"Exigimos à CEDEAO porque se a CEDEAO não for parte da solução, é porque é parte do problema", afirmou.

Domingos Simões Pereira alertou também para a grave situação económica do país - confirmada pelo Fundo Monetário Internacional - que pode entrar em "bancarrota" e "falência total" se o novo Governo não for nomeado.

"Isso é o que o Presidente (da Guiné-Bissau, José Mário Vaz) quer, um estado de caos",disse.

Domingos Simões Pereira afirmou também que é tempo de haver uma nova Guiné-Bissau que exige respeito.

"A Guiné-Bissau ajoelhada com os braços no ar, a pedir, acabou de vez. Se olharem para os países do mundo e africanos estão bem e não há segredos e magias, há só uma coisa: a lei, ordem e disciplina, e foram capazes de garantir que a justiça funcione", afirmou.

Numa mensagem à comunidade internacional, o presidente do PAIGC sublinhou que quem estiver interessado em ajudar tem de saber que "só há um caminho que é aquele que é feito através da lei, da Constituição, da ordem, da disciplina e do desenvolvimento".

Às Forças Armadas guineenses, o presidente do PAIGC disse que têm uma "herança extraordinária", mas que só faz sentido ao serviço da Justiça e do Estado de Direito democrático.

"As pessoas que têm poder, a começar pelo Presidente da República, é que estão a ensaiar golpes de Estado. Ele próprio é que está a pedir que finjam que há um golpe de Estado para ver se eu tomo medidas mais fortes ou se fujo e abandono o país", afirmou Domingos Simões Pereira, referindo-se aos rumores que têm circulado nos últimos dias em Bissau sobre alegadas tentativas de golpes.

O presidente do PAIGC salientou também que se não fez golpes depois de ter sido demitido em 2015, depois de vencer as eleições legislativas de 2014, também não o vai fazer em 2019.

"Nós respeitamos todos os organismos internacionais, mas desta vez têm de nos deixar construir o nosso país", afirmou Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que assinou com o PAIGC, a União para Mudança e o Partido da Nova Democracia um acordo de incidência parlamentar e governativa.

Aqueles quatro partidos juntos têm 54 dos 102 deputados do parlamento guineense.

"Domingos Simões Pereira, custe o que custar, se não for primeiro-ministro estamos a caminho de uma nova revolução", disse Nuno Nabian, salientando que há uma maioria para garantir ao povo guineense quatro anos de governação.ANG/Lusa


Religião


                     Igrejas cristãs da Guiné-Bissau criam Sociedade Bíblica

Bissau, 27 mai 19 (ANG) – As igrejas cristãs do país nomeadamente a Evangélica, Católica, Adventista, Aliança Evangélica Guineense, Missão Batista, entre outras criaram  domingo a Sociedade Bíblica da Guiné-Bissau.

A organização visa promover a mais ampla, eficaz e relevante distribuição da Bíblia em português, crioula ou em qualquer língua para ajudar as pessoas a interagir com a Palavra de Deus.

Na cerimónia da criação da referida sociedade, o Presidente da Comissão Instaladora, o Pastor José Augusto Bedeslei disse que, há três anos, que a comissão instaladora está a trabalhar para instalar a Sociedade Bíblica na Guiné-Bissau, a fim de facilitar o acesso à Bíblia Sagrada no país por todas as sensibilidades.

"Veio uma equipa da Sociedades Bíblicas Unidas e  de Portugal, que  num encontro inter-religioso da fé cristã formaram esse comité com o propósito de trabalhar para a instalação da Sociedade Bíblica na Guiné-Bissau. Então a SB-GB está a esforçar para suprir as nossas necessidades nas Sagradas Escrituras, mas tem sido com algumas dificuldades, por falta de uma estrutura facilitadora no país", explicou José Augusto Bedesley.

O Pastor José Augusto disse que a funcionalidade da Sociedade Bíblica da Guiné-Bissau (SB- GB) possa desembaraçar as dificuldades que havia na aquisição do Livro Sagrado, facilitando as pessoas a adquirir a Bíblia no seu devido preço.  

Segundo o secretário particular do Bispo de Bissau, Padre Domingos Cá, a finalidade da Sociedade Bíblica em qualquer país é de juntar confissões cristãs para  promover a Bíblia, acrescentando que a Bíblia é um Património Comum entre as religiões cristãs, por isso, a igreja católica está interessada e empenhada na criação dessa sociedade , para contribuir mais na divulgação da Palavra de Deus.

Cá sublinhou  que, com a SB-GB, os cristãos católicos vão sentir mais estimulados para gostar da Bíblia como os outros irmãos na fé, pedindo a eles para fazerem o esforço no uso desse Livro sem vergonha para levar a Palavra de Deus à todas as pessoas.

As igrejas cristãs do país fizeram a sua Assembleia Constituinte da Sociedade Bíblica da Guiné-Bissau (SB-GB), e a organização tem a sua sede em Bissau, estando prevista a criação de suas representações no interior do país.

As Sociedades Bíblicas Unidas foram criadas em 1946 com o objectivo de facilitar o processo de tradução, produção e distribuição das Escrituras Sagradas por meio de estratégias de cooperação mútua.

As SBU congregam 149 Sociedades Bíblicas, actuantes em mais de 200 países e territórios, essas entidades são orientadas pela missão de promover a maior distribuição possível de Bíblias numa linguagem que as pessoas possam compreender, e ao preço que possam pagar. ANG/DMG/ÂC//SG