segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


“Bactérias causadoras de Lepra persistem ainda na Guiné-Bissau”, alerta AIFO

Bissau, 28 Jan.13 (ANG) – O Delegado da Associação italiana dos Amigos de Raúl Follereau (AIFO), na Guiné-Bissau, afirmou que a prevalência da lepra é bastante baixa no país.

Martinho Nhanca que falava à Agência de Notícias da Guiné (ANG), dia 27 do corrente mês, à margem da cerimónia de celebração do Dia Mundial de luta contra a Lepra realizada no Hospital de referência desta doença, em Cumura, disse que actualmente a taxa de prevalência da lepra é de 0,68 por cento em cada dez mil habitantes.

“Apesar de termos a doença de lepra sob controlo, as suas bactérias ainda circulam em algumas localidades. A título de exemplo, em Bissau, existem quatro bairros de maior frequência, nomeadamente, Bairro Militar, Antula, Bandim e Mindara”, explicou.

Nhanca sublinhou que temos um mercado de Bandim que aglomera diferentes pessoas, oriundas de todas as localidades de Bissau para fazerem os seus negócios, o que facilita ainda mais o seu contágio.

“Na rotunda de Bambadinca, vendem-se diferentes tipos de produtos e igualmente as bactérias da lepra prevalecem ali. Os vírus da lepra procuram sempre os locais mais frequentados pelas pessoas”, referiu.

O Delegado da AIFO na Guiné-Bissau frisou que a maioria dos pacientes internados no Hospital de Cumura, foram abandonados pelos seus familiares, tendo exortado ao Governo no sentido de criar um fundo social de apoio alimentar aos referidos doentes de lepra.

Nhanca revelou que, no âmbito da parceria com a AIFO, estão empenhados na elaboração de um Programa de Reabilitação Sócio Económica dos doentes de lepra. O referido projecto, adiantou,  consiste em fazer com que os doentes defeituosos de dedos de mãos ou pés possam sentir  que podem praticar alguma profissão.

“Foi nesta óptica que estamos a encetar contactos com a AIFO no sentido de diligenciar junto da Organização Mundial de Saúde (OMS), o envio para a Guiné-Bissau de peritos para nos ajudar na elaboração de um projecto nesse sentido”, informou.

Perguntado sobre as formas de contágio da lepra, Martinho Nhanca respondeu que, houve vários estudos feitos em que cada investigador apresenta a sua versão: alguns  dizem que a lepra se transmite através de contactos pessoais, alguns dizem que é por via de comida ou de mãe para filho, entre outras.

“Todos esses caminhos não foram aprovados cientificamente. O que se verifica até aqui, é que a única forma da transmissão da lepra é por via respiratória. É por causa disso que, no contexto da Guiné-Bissau, a lepra e a tuberculose estão inseridas no mesmo programa porque as formas de contágio são iguais”, explicou.

Martinho Nhanca disse que no hospital de Cumura tem internado nove doentes de lepra, acrescentando que os serviços de lepra não precisam de internamentos constantes.

“O mais importante é dar aconselhamento de como devem tomar os remédios e períodos de controlo médico”, disse.

Ussumane Baldé, um dos doentes internados no Hospital de Cumura, afirmou que está satisfeito pela forma como é tratado naquele estabelecimento hospitalar o que permitiu a sua recuperação.

O Dia Mundial de Luta Contra a Lepra, foi celebrado no país sob o lema, “A Lepra tem cura, advogar a favor de…”.

ANG/ÂC

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