Covid-19/Àfrica ainda só vacinou menos
de 2% da população
Bissau, 09 jun 21(ANG) - O director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) disse terça-feira que menos de 2% da população está vacinada em África e salientou que a meta é vacinar 60% da população, noticiou a Lusa.
"O continente
africano imunizou menos de 2% da população, que é de 1,3 mil milhões de
pessoas, ao passo que o mundo já vacinou 2,2 mil milhões de pessoas",
lamentou John Nkengasong, durante a sua intervenção na apresentação da parceria
com a Fundação Mastercard, que liberta 1,3 mil milhões de dólares, cerca de mil
milhões de euros, contra a pandemia.
"O continente
africano adquiriu 54 milhões de doses e 32 milhões de vacinas foram
administradas em África, mas temos de imunizar 750 milhões de pessoas, que
representam 60% da população", acrescentou o responsável, mostrando-se
preocupado com o atraso na compra, distribuição e administração das vacinas no
continente.
A parceria com a
Fundação Mastercard visa "aumentar a capacidade de vencer a batalha contra
a pandemia, aumentar a capacidade de distribuição das vacinas independentemente
de quais são essas vacinas, e fortalecer as instituições africanas", disse
John Nkengasong.
As oito áreas
principais de actuação, de acordo com o director do África CDC, são a aquisição
e logística na compra de vacinas, fortalecimento da logística dos países e a
criação de centros de vacinação e formação de colaboradores.
Para além disso, a
parceria vai fomentar também o envolvimento das comunidades e comunicação dos
riscos, fármacovigilância, vigilância genómica das variantes da covid-19,
implementação de sistemas e instrumentos digitais e assistência técnica à
gestão dos programas nacionais de vacinação.
A Fundação Mastercard anunciou hoje que vai doar 1,3 mil milhões de dólares nos
próximos três anos para ajudar a combater a pandemia de covid-19 e acelerar a
recuperação económica no continente africano.
"Em parceria
com a União Africana e o África CDC, a Fundação Mastercard orgulha-se de
anunciar a entrega de 1,3 mil milhões de dólares [um pouco mais de mil milhões
de euros] nos próximos três anos para salvar vidas e rendimentos de milhões de
pessoas e acelerar a recuperação económica do continente", disse a
presidente desta entidade, Reeta Roy.
Na apresentação da
parceria, em formato digital, a responsável vincou que a parceria hoje
anunciada tem quatro prioridades: "Adquirir vacinas para pelo menos 50 milhões
de pessoas, apoiar a entrega e distribuição para muitos mais milhões de pessoas
no continente, preparar a força de trabalho para a produção de vacinas em
África e fortalecer o África CDC para implementar esta iniciativa histórica em
conjunto com os países africanos", disse a responsável.
Na intervenção, Rita
Roy disse que esta iniciativa deverá "desbloquear o potencial económico do
setor da saúde e criar empregos e oportunidades para milhares de pessoas"
e defendeu que são necessários "investimentos sistémicos para aumentar a
segurança e a resiliência do sector".
África registou mais
361 mortes associadas à covid-19 nas últimas 24 horas, o que eleva o total de
óbitos desde o início da pandemia para 132.786, e 22.386 novos infectados, de
acordo com os dados oficiais mais recentes.
Segundo o Centro de
Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total
de casos no continente é de 4.938.325 e o de recuperados é de 4.457.645, mais
11.773 nas últimas 24 horas.
A África Austral continua
a ser a região mais afectada, com 2.130.412 casos e 65.585 óbitos associados à
covid-19. Nesta região encontra-se o país mais atingido pela pandemia no
continente, a África do Sul, que contabiliza 1.699.849 casos e 57.063 mortes.ANG/Angop
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