Covid-19/”Desigualdade na vacinação ameaça todas as nações”, diz a OMS
Bissau, 08 Jun 21 (ANG) – O director-geral da Organização Mundial de
Saúde (OMS) afirmou segunda-feira que a desigualdade na vacinação contra a
covid-19 ameaça todas as nações, reiterando a necessidade da partilha de
vacinas para travar a fase aguda da pandemia.
Tedros Adhanom
Ghebreyesus falava na habitual videoconferência de imprensa sobre a evolução da
pandemia da covid-19, transmitida da sede da OMS, em Genebra, na Suíça.
O médico etíope
enfatizou que “a vacinação desigual é uma ameaça a todas as nações e não apenas
às que contam com menos vacinas”, ao permitir que o novo coronavírus SARS-CoV-2
“continue a propagar-se, aumentando as possibilidades de uma variante emergente
fazer com que uma vacina seja menos eficaz”.
O dirigente da OMS
alertou para o “aumento da transmissão” das variantes do SARS-CoV-2
consideradas como “de preocupação”, em particular a Delta (sublinhagem da
variante identificada pela primeira vez na Índia), que deve manter os países
vigilantes.
Segundo Tedros Adhanom
Ghebreyesus, “eliminar restrições” pode revelar-se “muito preocupante” para as
pessoas ainda não vacinadas, pelo que mesmo nos países com elevadas taxas de
vacinação a atenuação das medidas sanitárias deve ser feita de “forma prudente
e alinhada com a taxa de circulação viral”.
Para o director-geral da
OMS, a falta de partilha de doses de vacinas entre os países ricos e pobres,
mas também de recursos e tecnologia, continua a ser uma barreira ao combate da
covid-19, apesar dos “indícios encorajadores sobre a trajectória da pandemia”
no mundo – menos infecções em seis semanas consecutivas e menos mortes em cinco
semanas seguidas.
“Partilhar vacinas é
fundamental para pôr fim à fase aguda da pandemia”, frisou, apelando aos sete
países mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos,
França, Itália, Japão e Reino Unido) para doarem em junho e julho vacinas ao
mecanismo de distribuição universal e equitativa Covax, que permite fazer
chegar doses às nações mais pobres.
Aos fabricantes de
vacinas, Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu para que disponibilizem ao Covax,
cogerido pela OMS, metade do seu volume de produção ainda este ano.
A pandemia da covid-19
provocou, pelo menos, 3.731.297 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,2
milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência noticiosa
francesa AFP.
A covid-19 é uma doença
respiratória causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 (tipo de vírus), detectado no
final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou
rapidamente pelo mundo. ANG/Inforpress/Lusa
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