África do Sul/Presidente do
Parlamento aguarda julgamento em
liberdade
Bissau, 05
Abr 24(ANG) - A presidente demissionária do Parlamento da África do Sul,
Nosiviwe Mapisa-Nqakula, que na quinta-feira foi formalmente acusada de
corrupção, vai aguardar julgamento em liberdade mediante o pagamento de 50 mil
rands (1 rand equivale a 44,71 KZ) de caução, decidiu o tribunal.
Nosiviwe Mapisa-Nqakula,
que se demitiu do cargo na tarde de quarta-feira, foi quinta-feira detida,
depois de se dirigir à polícia no âmbito de uma investigação de corrupção sobre
factos que remontam ao tempo em que era ministra da Defesa, tendo comparecido
pela primeira vez no Tribunal de Magistrados de Pretória.
A magistrada
sul-africana Anna Oosthuizen indicou estar convencida de que Mapisa-Mqakula
"não representa um risco de fuga e que irá cooperar com as autoridades e a
polícia".
Oosthuizen afirmou que o
tribunal considerou a idade avançada, o estado de saúde e as circunstâncias
pessoais apresentadas por Mapisa-Nqakula.
Nesse sentido, a
magistrada sul-africana considerou adequado o pagamento de uma fiança de 50 mil
rands, pedido feito pela defesa, ordenando no final da audiência que
Mapisa-Nqakula "entregue o seu passaporte e não tenha contacto com nenhuma
das testemunhas contra ela".
Na audiência do
tribunal, o procurador da Autoridade Nacional do Ministério Público (NPA, na
sigla em inglês), Bheki Manyathi, indicou que a presidente do parlamento
sul-africano enfrenta 12 acusações de corrupção pública e uma de lavagem de
dinheiro na ordem de mais de 4,5 milhões de rands.
De acordo com a
acusação, os supostos subornos relacionam-se com contratos da Força de Defesa
Nacional da África do Sul (SANDF, na sigla em inglês) quando desempenhou o
cargo de ministra da Defesa, entre 2012 e 2021.
Manyathi avançou que na
sequência da rusga realizada à residência de Mapisa-Nqakula no passado dia 19
de Março, em Joanesburgo, o Ministério Público pretende apresentar outro
arguido dentro de três semanas.
Nesse sentido, a
acusação solicitou ao tribunal o adiamento do caso contra Mapisa-Nqkula para 04
de Junho, prazo concedido pelo tribunal.
O Ministério Público
sul-africano não se opôs à libertação da líder do parlamento demissionária,
tendo exigido o pagamento de uma fiança na ordem de 100 mil rands, sustentando
a alegação de que teria recebido 2,5 milhões de rands em subornos, e também a
devolução do passaporte até segunda-feira, 08 de Abril.
"Não queremos
restringir a sua liberdade de movimentos dentro da República, o que nos
preocupa são as viagens ao estrangeiro", afirmou o advogado sul-africano,
acrescentando que "também não deve solicitar outro passaporte e está
impedida de contactar testemunhas do Estado".
Por seu lado,
Mapisa-Nqkula apontou na sua declaração de fiança que não está "em
condições físicas ou mentais para lidar com o facto de estar presa",
descrevendo o estado "chocantemente sobrelotado" das prisões da
África do Sul.
A demissão da presidente
do parlamento da África do Sul ocorreu depois de, na terça-feira, o Tribunal
Superior de Gauteng, na capital sul-africana, Pretória, ter rejeitado um
recurso urgente da líder do parlamento, para impedir a sua detenção.ANG/Angop
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