Alemanha/Empresas alemãs envolvidas na "reconstrução" russa de Mariupol
Bissau, 05 Abr 24 (ANG) - Duas empresas de construção alemãs participam nos estaleiros iniciados pelas autoridades russas na cidade ucraniana de Mariupol, destruída em grande parte durante a sua conquista por Moscovo na primavera de 2022, indica uma investigação de 'media' alemães.
O grupo Knauf, apresentado como o líder
mundial da produção de placas de gesso, e a empresa WKB Systems, que produz
betão celular, fornecem materiais para os estaleiros, segundo uma investigação
da revista Monitor programada para a noite de quinta-feira na televisão pública
ARD.
O diário diz ter analisado numerosas
imagens de estaleiros onde surgem os logótipos da Knauf e relatórios de
actividade detalhados, que atestam a actividade do fabricante nesta cidade
portuária situada no leste da Ucrânia, alvo das forças russas e dos
separatistas russófonos locais no primeiro dia da invasão em 24 de Fevereiro de
2022, e que caiu sob o seu controlo após mais de dois meses de cerco, com um
balanço de milhares de mortos e uma destruição quase total.
A revista também refere "um
distribuidor oficial da Knauf que faz a promoção de um projecto imobiliário de
habitação em Mariupol, construído com produtos Knauf por conta do Ministério da
Defesa russo".
Os produtos da empresa WKB Systems,
cujo principal accionista é o empresário russo Viktor Budarin, também foram
identificados nos estaleiros de Mariupol, segundo a revista.
Em declarações à agência noticiosa
AFP, o grupo Knauf afirma "respeitar todas as sanções da UE, do Reino
Unido e dos Estados Unidos contra a Rússia".
O grupo bávaro, presente na Rússia em
14 zonas de produção e 4.000 trabalhadores, explica ter "decidido
permanecer no mercado russo até nova ordem", invocando "a sua
responsabilidade" face aos assalariados locais.
Numerosas empresas ocidentais,
incluindo importantes grupos alemães, terminaram, ou por vezes cederam, as suas
actividades na Rússia após a invasão da Ucrânia.
Após a conquista de Mariupol, a
Rússia apresentou um plano de reconstrução da cidade, com mais de 400 mil
habitantes antes da ofensiva militar.
O Ministério da Economia alemão considerou
à AFP que "as autoridades de investigação competentes (Polícia Judiciária
das Alfândegas, Ministério Público) devem rapidamente clarificar os factos e
determinar se existe violação das sanções". ANG/Angop
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