França/Acelerador Africano de Fabricação de Vacinas é
lançado em Paris
Bissau, 20 Jun 24 (ANG) - A capital francesa, Paris foi esta
quinta-feira palco da cerimónia de lançamento do Acelerador Africano de
Fabricação de Vacinas que quer estimular a produção de vacinas em África e que
vai contar já com mil milhões de dólares que sobraram da luta contra o
Covid-19.
O lançamento é feito no âmbito de um fórum
mundial sobre vacinas, organizado pelo Estado francês, a Aliança de Vacinas
(GAVI) e a União Africana.
O Acelerador Africano de Fabricação de
Vacinas é lançado na presença dos Presidentes do Senegal, do Gana, do Ruanda e
do Botswana, o director da Organização Mundial da Saúde, bancos e fabricantes
de vacinas já presentes em África.
O objectivo é fazer com que África seja
auto-suficiente em matéria de vacinas, numa altura em que o continente apenas
produz 2% das vacinas que administra. Mil milhões de dólares (930 milhões de
euros) que sobraram da luta contra o Covid-19 serão aplicados neste Acelerador
Africano de Fabricação de Vacinas, cujo objectivo é estimular a produção de
vacinas em África, declarou à agência Lusa o presidente da Aliança de
Vacinas, o português José Manuel Durão Barroso.
Estamos a lançar este acelerador para a
manufactura de vacinas em África, com um mecanismo essencial nosso de mil
milhões de dólares, que irá depois permitir que haja outros doadores e a
construção dessas capacidades de acordo com as regras gerais de qualidade que
são necessárias para o desenvolvimento de vacinas.
Há quatro anos, a pandemia de Covid-19
revelou a efectiva desigualdade no acesso às vacinas no continente africano.
Por isso, fabricar vacinas em todo o mundo, nomeadamente em África, é visto
como uma resposta para as próximas epidemias.
“Durante a pandemia houve um problema: é que África
não tinha, ao contrário de outros continentes, como a Europa, América e Ásia,
capacidade de produção de vacinas e queremos assegurar que numa próxima
pandemia haverá essa capacidade em África”, acrescentou
Durão Barroso.
Quanto às doenças contra as quais serão
produzidas estas vacinas em África, Durão Barroso disse que são as patologias
infecto-contagiosas conhecidas, nomeadamente contra a varíola, o sarampo, a
febre-amarela, a cólera, a malária ou o ébola.
Além de lançar o Acelerador Africano de
Fabricação de Vacinas, o evento também pretende angariar financiamento para a
GAVI para apoiar e sustentar a imunização de 2026 a 2030. De acordo com a
Reuters, a Aliança de Vacinas deverá solicitar cerca de 11,9 mil milhões de
dólares junto dos governos e fundações.
O antigo primeiro-ministro português e antigo
presidente da Comissão Europeia lembrou que “a GAVI é uma organização que tem 25 anos e
que já vacinou mil milhões de crianças”. A agência France Presse
acrescenta que a Aliança quer vacinar mais mil milhões de crianças até 2030.
A Aliança das Vacinas quer estender o programa de vacinação contra a malária, que começou este ano nos Camarões, e acelerar campanhas de vacinação contra o sarampo, por exemplo, que ficaram atrasadas devido ao Covid-19. Nos próximos anos, o objectivo é também alargar as campanhas de vacinação contra a varíola e contra a dengue.ANG/RFI
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