Seul/Coreia do Sul, Japão e EUA condenam pacto entre
Pyongyang e Moscovo
Bissau, 24 Jun 24 (ANG) – A Coreia do Sul, o Japão e os EUA
condenaram hoje, “nos termos mais fortes possíveis”, o acordo entre a Coreia do
Norte e a Rússia, que prevê a assistência mútua em caso de agressão.
Os três países lamentaram as “contínuas transferências de armas”
de Pyongyang para as forças russas, num comunicado conjunto publicado pelo
Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul.
Estas armas “prolongam o sofrimento do povo ucraniano, violam
múltiplas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e ameaçam a
estabilidade tanto no nordeste da Ásia como na Europa”, de acordo com o documento.
A parceria entre a Coreia do Norte e a Rússia “deve ser motivo
de grave preocupação para todos os interessados em manter a paz e a
estabilidade na península coreana, em defender o regime global de não
proliferação e em apoiar o povo da Ucrânia na defesa da liberdade e
independência contra a brutal agressão da Rússia”, acrescentou.
Os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão prometeram
“reforçar ainda mais a cooperação diplomática e de segurança para combater as
ameaças representadas pela RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome
oficial da Coreia do Norte] à segurança regional e global e evitar uma escalada
da situação”.
O compromisso dos EUA com a defesa dos dois aliados “permanece
firme” e Seul, Washington e Tóquio “reafirmam que o caminho para o diálogo
permanece aberto e instam a RPDC a cessar novas provocações e a regressar às
negociações”, acrescentou o comunicado.
Na quarta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse em
Pyongyang que “o acordo de parceria global (…) prevê igualmente a prestação de
assistência mútua em caso de agressão contra uma das partes do acordo”.
De acordo com a agência de notícias russa TASS, Putin referiu
declarações dos Estados Unidos e de outros países da NATO sobre o fornecimento
à Ucrânia de armas de longo alcance, aviões F-16 e outro armamento para,
segundo disse, atacar o território russo.
“Não se trata apenas de uma declaração, isto já está a acontecer
e tudo isto é uma violação grosseira das restrições assumidas pelos países
ocidentais no âmbito de vários tipos de obrigações internacionais”, afirmou.
Depois das conversações com o líder norte-coreano, Kim Jong-un,
Putin descreveu o acordo como um “documento verdadeiramente revolucionário” e
disse que Moscovo “não exclui a possibilidade de cooperação técnico-militar”
com Pyongyang.
Por seu lado, o líder norte-coreano afirmou que o acordo com a
Rússia era puramente defensivo, de acordo com as agências de notícias russas.
Kim descreveu Putin como “o melhor amigo” da Coreia do Norte e
saudou o início de uma “nova era” nas relações com a Rússia.
Também expressou “total apoio e solidariedade para com o
Governo, o exército e o povo russo na condução da operação militar especial na
Ucrânia para proteger a soberania, os interesses de segurança e a integridade
territorial” da Rússia. ANG/Inforpress/Lusa
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