sábado, 19 de agosto de 2017

Moçambique



Dhlakama promete deixar esconderijo após anúncio das próximas eleições gerais moçambicanas

Bissau, 19 Ago 17 (ANG) - O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, prometeu quinta-feira que vai deixar o esconderijo onde vive após o anúncio da data das próximas eleições gerais, na sequência de um encontro com o Presidente moçambicano no passado dia 06 de agosto. 

Naquela que foi a primeira declaração pública após o encontro com Filipe Nyusi, o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) explicou que foram “desencalhados” pormenores que estavam a bloquear as negociações de paz, sobretudo no que respeita à descentralização e enquadramento do braço armado do partido no exército.

“Eu escolhi o lugar da reunião na Gorongosa, porque domino isto, apesar de as posições [militares] estatais permanecerem” disse à Lusa por telefone o líder do maior partido da oposição em Moçambique, vincando que foram necessários mais de dois meses de aproximação e construção da confiança para a concretização do encontro, que foi mantido em secreto pelo Governo e a Renamo.

Dhlakama disse que foram precisos várias horas de negociações, para serem alcançados “compromissos” para a paz, sobretudo na “celeridade e seriedade” da discussão sobre os assuntos da eleição de governadores provinciais e enquadramento do braço armado da Renamo no exército, nos vários ramos da Polícia e dos serviços secretos moçambicanos.

Sobre a descentralização, Afonso Dhlakama explicou que até o fim do ano, deverá dar entrada uma proposta de lei na Assembleia da Republica, que permitirá a eleição de governadores provinciais, em paralelo com uma proposta revisão da Constituição da Republica, para reduzir os poderes do chefe do Estado.

O líder partidário recusa ter pedido lugares nos governos regionais. “Não são governadores da Renamo, são governadores de todos os partidos que concorrerem às eleições incluindo a Frelimo”, explicou Afonso Dhlakama, sustentando que Filipe Nyusi deverá anunciar a data das próximas eleições gerais de 2019, com 18 meses de antecedência, já com a lei aprovada.

Quanto ao enquadramento do braço armado da Renamo no exército, Afonso Dhlakama disse que foi discutido um modelo para garantir um exército apartidário e, depois da execução do modelo, serão “acantonados e desmobilizados” os guerrilheiros aquartelados nas províncias, que depois serão integrados também na polícia e noutros ramos de segurança.

“Eu fiz entender ao chefe do Estado que a preocupação de criar um exército não é o interesse da Renamo, é o interesse da segurança do país” precisou Afonso Dhlakama, reiterando que com um exército unificado é possível evitar golpes, emboscadas ou a prestação de serviços políticos por militares, sobretudo na perseguição da oposição.

“Acredito que isto vai funcionar, vão ser enquadrados. E se forem enquadrados, dentro em breve, e nós ficarmos satisfeitos com o exército apartidário, técnico-profissional, já podemos até acantonar também, os nossos militares, que estão nas províncias, e selecionar alguns, em boas condições de saúde e idade e integrá-los na Polícia e UIR (Unidade de Intervenção Rápida)”, disse Afonso Dhlakama.

Quanto ao futuro, o líder da Renamo anunciou que vai abandonar as matas e regressar à vida política depois de esses dois assuntos estarem “despachados”, até abril de 2018.

A Renamo não reconheceu o resultado das últimas eleições presidenciais no país que deu a vitória à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Filipe Nyusi. Desde então, têm-se sucedidos casos de confrontos militares e protestos vários, particularmente no centro do país. 

 ANG/Lusa

Saúde pública

Ministro denuncia descoberta de 400 processos de junta médica falsos

Bissau, 18 Ago 17 (ANG) - O Ministro da Saúde Publica revelou esta sexta-feira que foram descobertas mais de 400 documentos de junta médica falsos, autorizados por médicos sem competência para o efeito.

Carlitos Barrai falava em conferência de imprensa promovida conjuntamente com os seus colegas do Ambiente e da Agricultura, e moderado pelo próprio Primeiro-ministro na qual cada governante procedeu ao balanço das actividades levadas a cabo no respectivo pelouro.

«A situação de falsificação de processos de junta médica é grave, uma vez que os médicos juraram salvar vidas e não promover acções de corrupção, mesmo à custa das próprias vidas que juraram salvar», criticou aquele governante.

Sublinhou que apesar dos procedimentos rigorosos para a obtenção de junta médica na Guiné-Bissau, através de avaliação criteriosa por uma comissão medica para  cada caso, de modo a certificar a veracidade da enfermidade, os médicos supostos médicos infractores conseguiram iludi-los.

«Para verificar se uma junta é falsa ou não olhamos para a imagem da pessoa a quem se pretende atribuir e através disso conseguimos descobrir muitas falsificações emitidas por médicos corruptos a troco de determinadas compensacões financeiras”, disse Carlitos Barai que avançou que desta forma, os mesmos estariam a promover a emigração ilegal junto aos países de acolhimento.

Acrescentou que medidas correctivas serão tomadas para por cobro a situação.
Por outro lado, aquele responsável sublinhou que actualmente a oferta de quadros formados na área de saúde é muito maior em relação as necessidade do pais, pelo que o seu ministério irá dar-se ao luxo de começar a seleccionar os agentes para oferta de emprego, a partir de um concurso público.

“Não basta simplesmente ser o formado na área para ser imediatamente empregado. Vamos começar a escolher os mais aptos entre os formados”, afirmou.  
A concluir, referiu a falta de verbas para equipar e por a funcionar o centro de hemodiálise, mas no entanto, afirmou que  diligências estão sendo feitas no sentido de superar esta dificuldade o mais cedo possível. 

ANG/AALS/SG





Saúde pública



Encerrado projecto HC3 na Guiné-Bissau

Bissau, 19 Ago 17 (ANG) – O Projecto Capacidade de Comunicação Colaborativa em Saúde denominado (HC3) encerrou  quinta-feira suas actividades no país.

Na cerimónia organizada para assinalar o fim das  actividades do projecto, a líder da equipa HC3, Amrita Gill Bailey explicou que o projecto  foi criado em 2014 pela agência de Cooperação dos Estados Unidos da América (USAID) para países do terceiro mundo, com o objectivo de prevenir e ajudar as pessoas afectadas pela epidemia de Ébola. 

Referiu  que em 2014, o vírus da Ébola contaminou cerca de 11 mil pessoas na costa ocidental de África e o referido projecto foi solicitado ao governo Americano pelo Instituto Nacional da Saude (INASA), através do Centro de Informação e Comunicação para a Saúde (CICS) da Guiné-Bissau.

Explicou que apesar do país não ter sido afectado pelo vírus da Ébola, as mensagens divulgadas pelo CICS, e concebidas no quadro da estratégia elaborada pelo HC3 foram muito importantes e contribuíram para a mudança de comportamentos.

Aquela responsável disse ainda que o projecto HC3, em colaboração com a INASA elaboraram uma política de comunicação em saúde e validaram a Estratégia de implementação e guia de mensagem sobre  “como actuar em situações de emergência”.   

“Os impactos alcançados pela CICS, se devema equipa do INASA e pela ONG Ambiente Desenvolvimento em Acção (ENDA) “,frisou, tendo elogiado os trabalhos executados pelo CICS junto de beneficiários.

Para o Director Nacional da ENDA, Mamadú Aliu Djaló é imperativo que acções de informação e comunicação para mudança de comportamentos da população na Guiné-Bissau sejam elaboradas e implementadas de forma durável.

ANG/JD/JAM/SG
 





Desporto/Ciclismo

Federação da modalidade realiza 4a edição da prova no domingo

Bissau, 19 Ago 17 (ANG) – A Federação de Ciclismo da Guiné-Bissau  realiza no próximo Domingo, a quarta prova da modalidade nas categorias masculino e feminino, sob o lema “Corrida de Integração na União de Ciclismo Internacional (UCI)”.

Em entrevista exclusiva à Agencia de Noticias da Guiné (ANG), o presidente da Federação de Ciclismo da Guiné-Bissau, Sabino Nhasse disse hoje que o trajecto da corridacompreende a  faixa  Quinhamel - Chapa de Bissau.

De acordo com este responsável, o evento se enquadra nos preparativos visando a participação de atletas guineenses no próximo congresso da União de Ciclismo Internacional que decorre na Noruega entre os dias  21 e 30 de Agosto.

“A partir deste congresso, a Guiné-Bissau passará a integrar a UCI como membro de pleno direito, cerimónia essa que será marcada com o içar da bandeira e o entoar do hino nacional”, revelou Sabino Nhasse que acrescentou que a sua Direcção vai  assim  cumprir parte das promessas feitas aquando da tomada de posse, ou seja, de relançar a modalidade quer a nível nacional como internacional.

“Ao herdarmos a Direcção de Ciclismo da Guiné-Bissau, a modalidade se encontrava totalmente esquecida. Com os nossos esforços e vontade, conseguimos realizar pelo menos três edições de provas” disse o presidente daquela federação.

Segundo Nhasse, a Guiné-Bissau se encontra empenhada na pré-eliminatória para garantir a sua participação na próxima prova do mundo, a ter lugar de 02 à 13 de Outubro deste ano.  

O próximo passo, de acordo com Sabino Nhasse, será de conseguir verbas para organizar o campeonato nacional e regional de ciclismo, tarefa que reconhece não ser fácil mas que promete materializar , com apoio de amantes da modalidade e desportistas em geral. 

 ANG/LLA/JAM/SG