terça-feira, 22 de agosto de 2017

Ensino de Alcorão

Primeiro-ministro considera situação de Talibés “sinónimo de condenação de uma geração”

Bissau, 22 Ago 17 (ANG) - O Primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló disse   sexta-feira que a “situação de maus tratos” de que são alvos  as crianças talibés “é sinónimo de  condenacão de uma geração”.

Umaro Sissoco Embaló  falava numa  conferência de imprensa em que interviram  os ministros da Agricultura, do Ambiente e da Saúde, fazendo o balanço das suas actividades.
Muitas pessoas fazerem das Crianças Talibés um meio para ganhar o  sustento diário mas, para mim,  a referida situação é bastante grave. As vítimas são crianças que merecem um futuro brilhante para que possam dar os seus contributos ao desenvolvimento do país”, referiu.

Sissoco referiu que os pais enviam os seus filhos para aprender o Alcorão   mas  que  acabam por não apreender nada devido as horas que passam nas ruas, sujas e mal vestidas, a pedir esmolas.

“A escola corânica é uma escola que transmite a teologia e talibé significa estudante de teologia e não um mendigo nas ruas ”, explicou o chefe do governo.

Umaro Sissoco Embalo disse que, para criar uma escola corânica não basta querer mas sim ter as condições e respeitar os procedimentos legais do funcionamento de uma escola.
Sublinhou que o governo tem que criar condições para que haja  escolas corânicas, associadas à escolas oficiais, de modo a evitar situações de desordem.

Umaro Sissoco reiterou a  decisão de acabar com situações de Crianças Talibés nas diferentes ruas da capital a pedri esmolas.

Perguntado sobre a situação dos deficientes  e algumas pessoas sem deficiência que pedem esmolas nos passeios,  respondeu que não pode intervir em assuntos de adultos porque  são conscientes, e que o problema de pedir esmola se verifica em toda a parte do mundo.

Sobre os rumores que circulam de que  vai desafiar o Presidente da República nas próximas eleições, o PM garantiu que jamais pretende candidatar-se e que a sua fidelidade ao chefe de estado é eterno.

 ANG/AALS/SG





segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Ambiente



Ministro pede produção de sacos alternativos para evitar uso de sacos de plástico

Bissau, 21 Ago 17 (ANG) - O ministro do Ambiente apelou  sexta-feira a classe empresarial guineense para se optarem pelo  fabrico de sacos alternativos para evitar o uso excessivo de sacos de plásticos que são prejudicias ao meio ambiente.

António Serifo Embaló falava em conferência de imprensa promovida conjuntamente com os seus colegas da Saúde e  Agricultura, e moderado pelo  Primeiro-ministro, Umaro Sissoco na qual cada governante procedeu ao balanço das actividades levadas a cabo no respectivo pelouro.

“A produção de sacos alternativos só irá dar bastante lucro ao empresário que decidir investir na área, porque assim que houver no mercado vamos interditar o uso de sacos de plástico por completo”, disse o ministro do Ambiente.

Acrescentou que não há como não usar os sacos de plástico actualmente devido ao  hábito das pessoas,  pelo que uma alternativa deve ser encontrada, o mais rápido possível. 

A Guiné-Bissau, segundo o ministro, é um dos países mais vulneráveis  aos efeitos de mudanças climáticas , razão pela qual é necessário se prevenir das possíveis catástrofes naturais.

“Prevenir significa conservar a nossa biosfera, evitar a construção de habitações nas zonas húmidas e manter o controle das áreas protegidas , entre outras”, referiu.

Embaló  salientou  que o ministério que dirige capacitou  técnicos de diferentes áreas  que participaram  na elaboraçãoão do Plano Nacional de Detecção das alterações climáticas. 

“Temos o plano de construção de bacias de detenção de águas e já o implementamos em Badjicunda, sector de Pirada e na tabanca de Benfica, sector de Pitche, ambos da região de Gabu”,disse.

Destacou que o seu ministério  já tem disponível  e validada, a Política Nacional de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, bem como as normas para regularizar o seu funcionamento,  restando apenas a sua implementação. 

“Elaboramos as normas para o funcionamento do ministério do ambiente porque entendemos que sem regras é impossível fazer um bom trabalho. Estas normas estão-nos a orientar na nossa tarefa do dia a dia”, disse Serifo Embaló.

O ministro anunciou na ocasião a pretensão de elaborar o projecto de  contabilidade  ambiental, tendo acrescentado  que recentemente iniciaram a construção de um centro de serviço ambiental, no Hospital Nacional Simão Mendes.  

ANG/AALS/JAM/SG




Agricultura



Ministro espera um aumento da produtividade no presente ano 

Bissau, 21 Ago 17 (ANG) - O Ministro de Agricultura e Pecuária disse que espera do presente ano agrícola maior produtividade, uma vez que os agricultores receberam bastante apoio por parte do governo e  doutras organizações. 

Nicolau dos Santos falava  sexta-feira, em conferência de imprensa promovida conjuntamente com os seus colegas do Saúde e do Ambiente, e moderado pelo Primeiro-ministro, na qual cada governante procedeu ao balanço das actividades levadas a cabo no respectivo pelouro.

“Os agricultores devem ter maior rendimento este ano porque além dos apoios recebidos de  organizações não-governamentais, também recebem a subvenção de combustível por parte do governo o que permitiu com que o preço de aluguer das máquinas agrícolas saissem de 15 mil Francos cfa para 10 mil ”, disse aquele governante.

O ministro  sublinhou que  a redução do preço de aluguer das máquinas de lavoura permite aos agricultores terem mais horas de trabalho, podendo ter maior rendimento.

 Nicolau dos Santos afirmou que na Guiné-Bissau cada pessoa consome cerca de 130 quilos de arroz anualmente e que o país está em condições de reduzir a insegurança alimentar uma vez que a terra favorece a lavoura nos períodos de chuva e seca.   

Questionado sobre quando  o país  estará em condições de  iniciar os trabalhos de transformação local, respondeu que para ter as indústrias é necessário produzir bastante, e que tudo dependerá do empenho dos agricultores.

“A Guiné-Bissau é um país em que mais de 50 por cento da população é camponesa, isso quer dizer que o ministério da agricultura emprega a maioria da população guineense por isso é necessário maior empenho nesta área de modo a revolucionar o país”, disse Nicolau dos Santos.

Acrescentou que o governo através do ministério de agricultura adopta uma política de aumento de produtividade agrícola para fazer crescer a economia , de modo a diminuir pobreza e a promover o desenvolvimento e bem-estar para o povo da Guiné-Bissau.

O ministro de agricultura informou que o governo tem dois instrumentos importantes para fazer com que o sector agrícola se desenvolva, que são :Carta de Política do Desenvolvimento Agrário e Plano Nacional de Desenvolvimento Agrário.

“Fornecemos sementes de arroz, mancarra, milho e feijão em todo o território nacional com a condição de que depois da campanha agrícola o beneficiário deve devolver a quantia que adquiriu ao ministério. Fazemos isso para permitir que todos consigam cultivar algo”, explicou.

Acrescentou que distribuíram igualmente um total de 32 máquinas agrícolas para as regiões de Quinara, Cacheu, Gabú, Bafatá e Oio para apoiar os camponeses dessas zonas nas suas actividades agrícolas.

O governante afirmou que vão colocar jangadas no porto de Cubumbam, região de Tombali, zona sul do país e na região de Bolama bijagós concretamente em “São João” para facilitar o escoamento do produto para o resto do país. 

“Vamos privilegiar a ornamentação das bolanhas nos próximos tempos para evitar as inundações e possíveis estragos da colheita que possam ser verificados tal como aconteceu em Famandinga região de Oio”, garantiu.

Aquele responsável disse que o seu ministério pretende criar uma agência de mecanização agrícola, sustentando que será mais fácil aumentar a produtividade com agricultura mecanizada do que com agricultura tradicional.

 ANG/AALS/JAM/SG











Angola/Eleições



 Observadores nacionais queixam-se de burocracia e atrasos na credenciação

Bissau, 21 Ago 17 (ANG) - Avisto Tchongolola Bota vai ser observador nas eleições gerais angolanas de quarta-feira, mas diz que a Comissão Nacional Eleitoral angolana colocou tanta burocracia e demorou tanto tempo a enviar-lhe a credenciação que apenas conseguirá fazê-lo no dia da votação.

Natural de Benguela, Avisto Bota é activista e fundador do Movimento Revolucionário de Benguela (conhecidos como Revús). Há muito tempo que decidiu - integrado numa organização não governamental chamada OMUNGA - que seria um dos observadores nacionais às eleições gerais de quarta-feira e precaveu-se, enviando toda a documentação a tempo e horas, para que não ficasse sem a imprescindível credenciação.

"Foi muita volta que a CNE deu: a princípio disse-nos que os que estavam em Benguela e queriam ser credenciados deveriam ir a Luanda (a mais de 500 km), que só lá é que poderiam receber a credencial. Depois de muitas voltas eles decidiram mandar as credenciais, mas só chegaram no sábado", contou à Lusa.

Já a prever os tempos da burocracia, foram muitos os observadores que foram mesmo a Luanda ao centro de credenciação, instalado perto do Centro de Convenções de Talatona (arredores da capital).

Uma jovem, que preferiu o anonimato, relatou à Lusa ter viajado toda a noite do Cuanza Sul (ainda assim, uma província adjacente a Luanda) para poder estar ali a registar-se. Já levava cinco horas de espera e antecipava que, passadas mais algumas, teria de desistir e iniciar a viagem de regresso.

Num país com o tamanho e as estradas de Angola, uma viagem de 600 quilómetros pode demorar toda uma noite. E isso com um carro próprio, já que em transportes públicos a situação agrava-se.

No total, Avisto Bota esperou três semanas pela burocracia. O suficiente para impedir a observação dos atos de campanha ou daquilo que se está a passar nas Assembleias de Voto. No Bié foi reportado um caso de roubo de boletins de voto.

"No próprio cartão diz que nós já poderíamos estar a observar durante a campanha eleitoral. A campanha já está no fim e nós não observamos porque não tínhamos a credencial. Só vamos poder fazer a observação eleitoral no próprio dia das eleições", lamentou o ativista.

Por outro lado, revela Avisto Bota, só 24 dos 40 que pediram credenciais foram acreditados. E pior: há casos de pessoas de Benguela já acreditadas que só vão poder observar no Bengo (arredores de Luanda, a mais de 500 quilómetros).

"Pretendíamos controlar quase todas as assembleias ao nível de Benguela, mas isso não será possível porque não fomos todos credenciados. Os nossos 24 vão ficar concentrados nos centros das cidades, porque não temos possibilidade de ir aos locais mais distantes", explicou Avisto Bota.

A OMUNGA está integrada, por sua vez, numa plataforma de ONG chamada Observatório Eleitoral Angolano (OBEA), que canalizará em conjunto as queixas reportadas. A OBEA terá uma quota total (definida pelo parlamento angolano) de 500 observadores nacionais, enquanto outras organizações - como o Conselho Nacional da Juventude (CNJ) e várias igrejas - terão entre 300 e 375 credenciais.

Mas Avisto Bota desconfia do CNJ, afirmando que é uma organização afiliada ao MPLA, o partido no poder em Angola desde há 42 anos.

"O processo que a CNE está a fazer é irregular. As eleições são um assunto sério e eles também o deveriam ser. Não podem criar muita burocracia, até porque os observadores europeus não foram admitidos e nós, como nacionais, não estamos também a ser admitidos", lamentou o ativista de Benguela.

"Então só as ONG afiliados ao próprio MPLA podem observar. Assim não serão umas eleições transparentes e livres como está escrito na Constituição", concluiu.

No total, até sexta-feira tinham sido credenciados 1.200 observadores nacionais e 200 internacionais (provenientes de organizações internacionais como a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ou a União Africana). 

A CNE desvalorizou às críticas de que houve atrasos no processo de credenciação. A porta-voz da entidade disse à Lusa que as dificuldades resultam do mau preenchimento dos formulários, da ausência de assinaturas dos próprios requerentes ou documentação de identificação pessoal caducada.

Indicou ainda que nenhum observador foi forçado a vir a Luanda para obter o documento. ANG/Lusa