quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Crise política



Simões Pereira acredita que o impasse está próximo do fim

Bissau, 22 Ago 17 (ANG) - O impasse político na Guiné-Bissau poderá estar próximo do fim, abrindo portas para a convocação do povo guineense às urnas. 

A afirmação foi feita por Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas, mas afastado do poder devido às divergências com o chefe do Estado guineense, José Mário Vaz, em entrevista exclusiva à DW África

“É difícil dizer com segurança, mas temos de acreditar. Penso que em Monróvia a 4 de Junho de 2017 (ocasião da cimeira da CEDEAO) foi essa a promessa feita pelo senhor Presidente da República, que solicitou um período de 90 dias para encontrar uma solução. Estamos a menos de 30 dias da conclusão desse prazo e só podemos esperar que até lá aconteça algo”, sublinhou.

O primeiro-ministro destituído em 2015 por José Mário Vaz assegura que não parece haver outra alternativa ao Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e que prevê a formação de um Governo consensual integrado por todos os partidos representados no Parlamento. O acordo prevê ainda nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, além de outros pontos.

A proposta de realização de eleições, feita antes pelo PAIGC, contínua válida, admite Simões Pereira, que está em Lisboa de férias, mas também para relançar o seu programa académico, relacionado com uma tese de doutoramento na Universidade Católica sobre a construção de um Estado, com recurso ao caso da Guiné-Bissau.

“Em condições normais, nós devemos ter as próximas eleições legislativas em Abril de 2018. Estamos em agosto de 2017. Portanto, a ideia da antecipação já não faz sentido, porque a própria Comissão de Eleições diz que se começassem a trabalhar hoje teriam que reforçar a sua equipa para realmente poder cumprir os prazos eleitorais. Não é uma questão de acelerar ou deixar de acelerar”, notou.

Domingos Simões Pereira frisou que a crise no país não teve como origem as relações pessoais e incompatibilidade entre ele e o actual Presidente, José Mário Vaz. 
“É um problema de respeito às leis. O exercício da democracia tem como principal pressuposto respeitar as leis. E, nesse exercício, muitas vezes somos confrontados com situações de menos conforto, e que não correspondem necessariamente à nossa expectativa e aos nossos interesses”, notou.

Simões Pereira falou ainda sobre os indícios de uma solução aceitável perante a crise política e institucional na Guiné-Bissau.

“Há alguns indicadores no sentido positivo. A iniciativa das mulheres no sentido de facilitar esse diálogo. O conjunto de pronunciamentos que têm acontecido”, frisou acrescentando que há dias houve um pronunciamento do P5 (grupo de organismos internacionais constituído pela CEDEAO, União Africana, Nações Unidas, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - CPLP, e União Europeia).

De acordo com o ex-primeiro-ministro, a clareza do posicionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas e de outros organismos internacionais que acompanham a Guiné-Bissau fazem acreditar que todos convergem e que não há outra solução senão voltar ao Acordo de Conacri.

ANG/Lusa

Desportos



Guiné-Bissau marca presença nos próximos jogos da CPLP  em Sâo Tomé e Príncipe

Bissau, 23 Ago 17 (ANG) – A Guiné-Bissau, que há mais de cinco anos ficou fora dos jogos da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), estará de regresso nos próximos jogos da comunidade, que terá lugar no próximo ano ,em São Tomé e Príncipe.

A revelação foi feita quarta-feira, em conferência de imprensa, pela Directora-geral dos Desportos, ao proferir o balanço dos seis meses de actividades.

Maria da Conceição Évora referiu  que a Guiné-Bissau participou recentemente nos trabalhos de preparação dos referidos jogos,  e disse que a CPLP pediu à todos os  países membros para nomearem dois embaixadores que irão representar o pais a nível da comunidade no âmbito do desporto.

“Depois do meu regresso de Portugal, a Direcção Geral dos Desportos endereçou uma nota a todas as federações desportivas do pais solicitando-lhes que apresentassem os nomes e perfil dos candidatos interessados para o referido cargo. Nem todos responderam mas quatro federações e um candidato individual  demostraram a disponibilidade de concorrer para o  cargo”, disse a directora.

Conceição Évora acrescentou  que no encontro de Lisboa foi aprovada a cobrança de algumas taxas aos países participantes, à semelhança do que se verifica noutras comunidades.

Outro assunto  abordado no encontro da CPLP em Portugal foi a questão de massificar a prática desportiva em todos os países integrantes,  a fim de motivar a sua prática.

Conceição Évora disse que a  Guiné-Bissau e  Cuba poderão no futuro estabelecer um acordo bilateral no domínio do desporto, na sequência de contactos havidos em Lisboa com a vice-presidente do Instituto Nacional de Desporto Cubano.

 “Inclusive já fomos convidados  para tomar parte numa conferência que esse instituto vai promover, em Dezembro deste ano. Uma proposta de acordo nossa já foi enviada para o efeito e contempla, entre outras acções, a formação em vários domínios desportivos”, disse.

Maria da Conceição Évora disse ter analisado com a secretaria-geral da FIFA as possibilidades de apoio ao desporto nacional, e  que em resposta foi lhe dito que a FIFA tem verbas para esse apoio solicitado mas que para as disponibilizar a  Guiné-Bissau tem que esclarecer os alegados desvios de fundos da FIFA ocorridos na Federação de Futebol da Guiné-Bissau.

Segundo Conceição Évora, vários países europeus e africanos se despobilizaram para apoiar o desporto na Guiné-Bissau.

 “Devido a nossa ausência de vários anos nas provas e reuniões da CPLP ficamos fora dos países organizadores destes eventos, mas com o nosso regresso já fomos seleccionados e o Brasil, enquanto membro, manifestou o interesse de nos ceder a sua vez em 2022, para organizarmos os jogos da CPLP na Guiné-Bissau”, afirmou aquela responsável.

Internamente, a  Direcção-geral dos Desportos tem trabalhado juntamente com o governo no sentido de conceder apoios à  algumas federações para possibilitar as suas participações em competições internacionais.

Maria Évora disse que esse apoio é dado a medida das possibilidades do governo.

 “Pretendemos organizar um simpósio de dois dias para reflectirmos sobre o desporto nacional, com a participação de  todas  as pessoas que trabalham ligados ao desporto” disse Maria da Conceição que garante que será  implementada a semana dos jogos tradicionais nacionais, para  o resgate de diferentes jogos tradicionais ,actualmente  não praticados de forma massiva na comunidade guineense.  

ANG/LLA/SG





  









    


    

Angola/Eleições

Chivukuvuku (CASA-CE) diz que angolanos querem mudança 

Bissau, 23 ago 17 (ANG) - O cabeça de lista da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, considerou hoje as eleições gerais podem constituir “um novo começo para o país” e que os angolanos querem mudança.
 
Instantes depois de ter votado na assembleia de voto n.º 1039, Abel Chivukuvuku pediu às instituições que tutelam o ato eleitoral para que “cumpram com o seu papel” de modo a que seja possível “festejar um momento que pode ser um novo começo” para Angola. 

“Os angolanos querem mudança e vão decidir. E é responsabilidade da CNE [Comissão Nacional Eleitoral] corresponder a essa vontade dos angolanos que este seja um momento de paz, serenidade, alegria e de festa para todos”, afirmou o candidato da terceira força mais votada nas últimas eleições.  

 ANG/Lusa

Angola/Eleições



João Lourenço (MPLA) apela ao voto de todos, “de Cabinda ao Cunene”

Bissau,  23 ago 17 (ANG) - O cabeça de lista do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) nas eleições gerais fez hoje um apelo ao voto de todos os angolanos “de Cabinda ao Cunene”, após ter votado cerca das 09:30 na Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto, em Luanda. 

João Lourenço considerou que a votação correu bem, foi “simples e rápida” e mostrou-se confiante que assim é em todas as assembleias de voto em Angola. 

O candidato do partido no poder votou na assembleia de voto 1160 rodeado de fortes medidas de segurança e acompanhado por muitos jornalistas nacionais e estrangeiros. 

“Gostaria de aproveitar esta oportunidade para exortar todos os cidadãos eleitores, de Cabinda ao Cunene, a fazerem o mesmo a seguirem o exemplo de todos aqueles que desde as primeiras horas da manhã se preocuparam em vir votar”, afirmou o candidato, que foi ministro da Defesa de José Eduardo dos Santos, Presidente da República desde 1979. 

Quanto à organização do ato eleitoral, João Lourenço mostrou-se satisfeito: “Gostamos da organização, não há grandes filas, o ato foi simples e rápido, acredito que é assim em todas as assembleias de voto por toda a Angola”.

A votação para as eleições gerais em Angola iniciou-se à 07:00 de hoje (mesma hora em Lisboa), disse à Lusa a porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Júlia Ferreira.
"Já se vota em Angola desde as sete da manhã", disse a porta-voz da CNE.

Mais de 9,3 milhões de angolanos estão inscritos para escolherem hoje, entre seis candidatos, o sucessor de José Eduardo dos Santos - que não integra qualquer lista candidata -, com a votação a decorrer até às 18:00.

Esta votação envolve a eleição direta do parlamento (220 deputados) e indireta do Presidente da República, que será o cabeça-de-lista do partido mais votado.
 ANG/Lusa