segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Portugal/Fórum China-África será marcado pelo reforço do "alinhamento político" - analistas

Bissau, 02 Set 23(ANG) – Analistas contactados pela Lusa estimam que o próximo Fórum de Cooperação China-África será marcado pelo reforço do “alinhamento político” entre Pequim e o continente africano e por uma “maior clareza em relação à iniciativa chinesa de segurança global”.

Cinquenta e quatro representantes africanos, incluindo numerosos chefes de Estado e de Governo, assim como largas centenas de ministros setoriais estarão esta semana em Pequim para o 9.º Fórum de Cooperação China-África (FOCAC, na sigla em inglês, que se realiza trianualmente desde outubro de 2000), numa cimeira de mais alto nível do que a realizada em 2021 em Dacar, em plena pandemia de covid.

“Todas as embaixadas em Pequim estão completamente ocupadas com o fórum, todos os governos africanos estão ocupados. Há mais presidentes africanos a participar no FOCAC do que na Assembleia Geral da ONU, que é a maior cimeira do mundo. O FOCAC é o ponto mais importante do calendário diplomático de África”, sublinha Paul Nantulya, investigador do Africa Center for Strategic Studies (ACSS), especialista nas relações África-China.

Apesar das numerosas representações de alto nível e do “reforço do prestígio” deste FOCAC em relação ao anterior, Jana de Kluiver, investigadora do Institute for Strategic Studies (ISS), em Pretória, prevê que esta primeira cimeira pós-covid não será marcada pelo aumento da “dimensão do investimentos” anunciados.

Em primeiro lugar, refere, porque a China “está consciente do problema da dívida em África e da forma como a situação se apresenta a nível internacional”, e depois, porque se espera este ano um maior envolvimento do setor privado, o que “coloca uma maior ênfase na rentabilidade dos projetos, o que implica projetos mais pequenos, com um retorno mais rápido”.

Em contrapartida, Kluiver acredita que se irá assistir ao anúncio do investimento em projetos de energias renováveis e no aumento de projetos relacionados com o "Crescimento Verde", assim mais investimento tecnológico, em alinhamento com os objetivos internos da China.

Um e outro analista apontam também a importância que deverão assumir as três grandes iniciativas anunciadas pelo Presidente chinês, Xi Jiping, já depois do último FOCAC de 2021, a saber, Iniciativa de Segurança Global (ISG), Iniciativa de Desenvolvimento Global (IDG) e Iniciativa de Civilização Global (ICG).

“Um elemento importante que sairá deste FOCAC é o alinhamento político”, sublinha Nantulya. “A China está a procurar um alinhamento político mais forte com os países africanos, como parte da sua estratégia para o Sul Global, que vê como uma espécie de contrapeso ao que chama o sistema internacional dominado pelo Ocidente”, acrescenta o investigador.

“Penso que teremos uma maior clareza sobre a nova ISG e a IDG, em particular; Este FOCAC será marcado pelo elemento da segurança, e na forma como Pequim tenta remodelar a ordem internacional” através destas iniciativas, afirmou Jana de Kluiver.

Nantulya sublinha que os países africanos têm vindo a reclamar uma reforma do sistema multilateral, que inclua, nomeadamente, uma representação permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas a China “não tem sido muito clara na sua posição” sobre este tema.

A estas exigências por parte dos países africanos, a China tem respondido com a promessa ajudar a “ampliar a sua influência e os seus interesses a nível internacional, por exemplo, defendendo os pedidos de mais financiamento para o desenvolvimento”, acrescenta o investigador.

“A China está a criar muitas organizações internacionais, muitas das quais são paralelas a organizações internacionais existentes, como o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, de que muitos países africanos são membros, ou o novo Banco de Desenvolvimento, que funciona no âmbito dos BRICS, e outras organizações de que os países africanos fazem parte”, ilustrou ainda.

Finalmente, ambos os analistas apontam falha importante que representa a falta, mais uma vez, de uma estratégia comum dos países africanos para negociações com um gigante como a China.

“África não tem uma posição comum em relação à China, nem em relação a qualquer ator externo. Há certas orientações continentais que seriam altamente positivas, se os países e os seus compromissos bilaterais com a China pudessem ter em mente o quadro mais vasto do desenvolvimento do continente”, diz Kluiver.

“Mas não existe uma agenda definida ou uma abordagem comum, o que prejudica os países africanos, em termos do seu poder de negociação”, acrescentou.

A China dispõe de muitos recursos, especificamente em termos de desenvolvimento da conectividade, tecnologias de informação e comunicação, recursos humanos, bem como de financiamento de projetos, mas, para que pudesse realmente ser aproveitado, seria preciso que os países africanos alcançassem um “nível de coordenação” mínimo, que lhes permitisse, por exemplo, articular de forma eficaz grandes projetos como o Acordo de Comércio Livre Continental Africano e a iniciativa chinesa "Uma Faixa, Uma Rota", sublinha a analista sul-africana.

É fundamental, sublinha Kluiver, que “exista um nível de concordância” entre os países africanos, que “garanta que estes grandes projetos estão alinhados, porque é importante desenvolver projetos de infraestruturas regionais que, em última análise, promovam o comércio intra-africano e não se limitem a reforçar as cadeias de valor e as ligações com, por exemplo, a China ou qualquer potência externa”. ANG/Inforpress/Lusa

 

China/Trocas comerciais com PALOP sobem 22 % para 12,3 mil ME até junho

Bissau,  02 Set 24(ANG) - As trocas comerciais entre a China e os países africanos lusófo
nos subiram, em média, 22 % no primeiro semestre deste ano, para 13,7 mil milhões de dólares (12,3 mil milhões de euros), segundo dados da alfândega chinesa.

O volume de 13,7 mil milhões de dólares em trocas comerciais é liderado por Angola, o maior parceiro económico da China no continente, muito por efeito da venda de petróleo angolano ao gigante asiático, que valeu a quase totalidade das exportações de Angola para a China, num total de 10,6 mil milhões de dólares, (cerca de 9,5 mil milhões de euros).

Já as exportações da China para Angola valeram apenas 1,5 mil milhões de dólares.

Em segundo lugar entre os maiores parceiros chineses nos lusófonos africanos está Moçambique, que vendeu 721 milhões de dólares em bens e serviços, e comprou o equivalente a 1,6 mil milhões de dólares.

Na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o período homólogo do ano passado, constata-se, segundo os dados das autoridades chinesas, uma subida de 22 % nas trocas comerciais, tendo havido, ainda assim, uma quebra de 12,8 % e 6 % nos casos da Guiné Equatorial e de Moçambique, respetivamente.

O aumento das trocas comerciais dos países lusófonos com o 'gigante asiático' reflete um objetivo da China de aumentar não só o relacionamento comercial com África, mas principalmente o volume de importações, para contrapor à crítica de desequilíbrio na balança comercial a favor da China.

Em 2021, no mais recente Fórum sobre a Cooperação China-África (FOCAC), a China prometeu aumentar as importações de produtos africanos para 300 mil milhões de dólares (271 mil milhos de euros) até 2024, acima dos 275 mil milhões de dólares exportados nos três anos anteriores, ou seja, entre 2019 e 2021.

"Não sendo uma meta demasiado ambiciosa, foi importante, primeiro porque foi a primeira meta de importações africanas, e depois porque foi o primeiro objetivo de importações africanas estipulado por qualquer parceiro de desenvolvimento", escreveu a analista Rosie Wigmore, da consultora Development Reimagined, num dossier especial feito em conjunto com a revista African Business.

No artigo, a propósito de mais um FOCAC, que vai decorre esta semana em Pequim, a analista diz que faltam apenas 14 mil milhões de dólares para a meta ser atingida.

Destaca, contudo, que apesar de ter havido um aumento das exportações africanas para a China, as compras dos africanos cresceram mais depressa, agravando o défice da balança comercial.

"A boa notícia é que a meta deve ser cumprida, mas a má notícia é que desde 2022 o défice comercial na verdade agravou-se, de 39 mil milhões de dólares em 2021 (35,24 mil milhões de euros) para 63 mil milhões de dólares (56,9 mil milhões de euro) em 2023", escreve Rosie Wigmore.

No ano passado, acrescenta, 83 % do volume das exportações para a China foram feitas por apenas oito países, todos eles ricos em recursos naturais.

Entre as medidas que os líderes africanos e chineses podem aprovar esta semana em Pequim, a analista sugere mecanismos para financiar os bancos africanos, diminuir as taxas alfandegárias e aproveitar as potencialidades do acordo de livre comércio continental em África.

O FOCAC 9, com o lema 'Unir as Mãos para avançar a modernização e construir uma comunidade de alto nível sino-africana com um futuro partilhado', realiza-se de 4 a 6 de setembro em Pequim, com reuniões preliminares já hoje, e contará com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping.

Trata-se de "uma plataforma para um diálogo coletivo, unindo a China com a Comissão da União Africana e com os 53 países africanos que mantêm relações diplomáticas com a China", segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

TROCAS COMERCIAIS....1º SEM 2024.....VAR. HOMÓLOGA

Angola................10.628...............4,6 %

Cabo Verde................56,6............11,4 %

Guiné-Bissau..............35,1............80,8 %

Guiné Equatorial.........675.............-12,8 %

Moçambique.............2.388..............-6,0 %

São Tomé e Príncipe.......9,3.............56,5 %

FONTE: Estatísticas dos Serviços de Alfândega da China

VALORES em milhões de dólares

ANG/Inforpress/Lusa

 

Venezuela/Líder da oposição  acusa Maduro de condenar jovens a violência e prisão

Bissau, 02 Set 24(ANG) - A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado acusou o Presidente do país, Nicolás Maduro, de ter condenado os jovens “à violência e à prisão”, referindo-se aos adolescentes detidos após as presidenciais de julho.

“Maduro não só condenou os nossos filhos ao exílio, à pobreza e à falta de oportunidades, como também os condenou à violência e à prisão, independentemente da idade ou origem”, escreveu no domingo a ex-deputada nas redes sociais.

A responsável disse ainda que o executivo venezuelano violou os direitos e a dignidade dos adolescentes, “separando-os das famílias e condenando não só estes jovens, mas também pais e amigos ao terror”.

“Nas últimas horas, e como resultado da indignação do mundo, muitos deles foram libertados, mas outros continuam reféns”, notou.

Machado disse que uma das adolescentes detidas, no estado de Sucre, no nordeste do país, sofreu um colapso, “que lhe causou danos cerebrais”, e precisou de ser levada para o hospital.

“Aí, foi processada judicialmente, sem direito a defesa, pelo crime de incitação ao ódio, com uma pena de 24 anos de prisão”, acrescentou.

A organização não-governamental venezuelana Foro Penal declarou, no domingo, que, entre 29 de agosto e 01 de setembro, 86 dos mais de 100 adolescentes detidos após os protestos contra o resultado oficial das eleições presidenciais de 28 de julho foram libertados da prisão com medidas cautelares.

Através da rede social X (antigo Twitter), a ONG indicou que os jovens libertados têm entre 14 e 17 anos e são de diferentes estados venezuelanos, sendo 74 do sexo masculino e 12 do sexo feminino.

De acordo com os números oficiais, mais de 2.400 pessoas foram detidas desde 29 de julho, algumas em manifestações e outras em operações policiais, e 25 foram mortas em atos de violência que o Governo atribui à oposição, enquanto a oposição antichavista culpa as forças de segurança do Estado. ANG/Inforpress/Lusa

 

     Sociedade/DG da Pecuária apela vacinação de  animais de estimação

Bissau, 02 Set 24 (ANG) – A Diretora-geral da Pecuária apelou hoje aos donos de animais de estimação para os levarem aos  serviços da Viterinária para efeitos de vacinação.

Em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné (ANG), Maria Henriqueta Rozalia Vieira sustentou que os donos dos animais de estimação devem ter a paciência de cuidar deles para protegé-los de certas doenças infeciosas.

“Devemos vacinar os nossos cães e outros animais de estimação, e  contra a raiva, pelo menos uma vez por ano, e manté-los sempre limpo e desparazitá-los de três em três meses, para evitar que os mesmos, tragam doenças transmisíveís  para os homens dentro das nossas casas”, aconselhou Rozália Vieira.

Segundo Rozália Vieira, independentemente do Dia Mundial de Luta contra a Raiva a assinalar no dia  28 de Setembro, o Serviço da Veterinária sempre está com as suas portas abertas para vacinar animais.

 “Cão é um animal amigo do homem, por isso merece um tratamento digno, não deve ser abandonado pelo dono, e por andar de um lado a outro, a nossa porta está aberta todos os dias, tragam os vossos animais, a fim de vaciná-los contra a raiva que sabemos que é uma doença muito perigosa para o corpo humano”, apelou.

Aquela responsável disse que 5000 francos, é muito, mas para uma vacina que manterá o seu animal saudável durante um ano, não é nada mau.

Acrescentou  que, anteriormente, as vacinas eram grátis, porque havia  apoios dos  parceiros para o efeito, e diz que não havendo esse apoio agora  a vacina está sendo cobrada por  5000 francos CFA.

Maria Henriqueta Rozália Vieira disse que os seus serviços estão inclisive dispostos a prestar serviços nas residências , bastando para isso que o dono do animal assegure a deslocação do veterenário indigitado.ANG/LLA/ÂC//SG

 

Cooperação/Presidente da República  à caminho de  Pequim para participar no Fórum  China-África

Bissau, 02 Set 24(ANG) – O  Presidente da República deslocou-se na manhã de hoje à Pequim para participar no 9º Fórum de Cooperação China-África(FOFAC) 2024, que será marcado pelo reforço do “alinhamento político” entre Pequim e o continente africano.

O referido fórum que decorre entre os dias 04 e 6 do corrente mês, irá debruçar-se ainda  sobre  a  iniciativa chinesa de Segurança Global.

Questionado pela a imprensa no aeroporto internacional Osvaldo Vieira sobre o tema que irá abordar no Fórum a “Industrialização agrícola em África”,  o chefe de Estado guineense destacou ser a primeira vez  que o país terá este previlégio.

Umaro Sissoco Embaló adiantou que, no regresso, fará uma visita de Estado ao Vietnam, onde irá assinar vários acordos na área agrícola, frisando que o Vietnam é um dos  maiores produtores de arroz no mundo e por isso pretendem aproveitar das suas experiências nesse domínio.

Informou que, seguidamente irá deslocar-se ao Emirados Árabes Unidos.

O chefe de Estado disse que a Guiné-Bissau não deve continuar a mendigar junto dos seus parceiros, razão pela qual se fez acompanhar de  alguns empresários nacionais que vão fazer a prospeção de oportunidades de paceirias junto de empresas vietnamitas para atração de   empréstimos e investimentos para o país.

O FOFAC nº9 contará com a participação de 54 representantes africanos, incluindo numerosos chefes de Estado e de Governo, assim como largas centenas de ministros setoriais, e decorre tri-anualmente desde Outubro de 2000.

O última foi realizado, em Dacar(Senegal), em 2021, em plena pandemia da Covid 19.ANG/JD/ÂC//SG

Centenário de Amílcar Cabral/  Cabo Verde e Guiné-Bissau promovem  Simpósio internacional na cidade da Praia e  em Bissau

Bissau, 02 Set 24 (ANG) – No âmbito da comemoração do Centenário de Amílcar Cabral, a Guiné-Bissau e Cabo Verde organizam nos dias 9 à 10 de Setembro no Campu do Palmarejo Grande, na cidade de Praia e  11 e 12 , em Bissau, no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa da Guiné-Bissau, (INEP) um Simpósio Internacional, sob o lema “Amílcar Cabral, Um Património Nacional e Universal”.

A informação consta na página oficial do INEP no Facebook, consultada hoje pela ANG, segundo a qual  no dia  12 de Setembro  assinalar-se-á o primeiro centenário do nascimento de Amilcar Cabral, e a instituição convida  as Instituições académicas, politicos e todos aqueles que o conheceram ou tiveram contacto com a  obra de Amílcar Cabral  a fazerem desta data uma efeméride comemorativa.

O Simpósio contará com a participação de vários historiadores, cientistas, escritores cientistas, artistas e ativistas sociais, estudiosos de Amílcar Cabral,  universidades e centros de pesquisa nacionais e internancionais e ainda, de personalidades de diversos continentes, que apresentarão  contribuições importantes para o aprofundamento dos temas a serem debatidos.

“Nascido em Bafatá, há exatamente 100 anos, Amílcar Cabral passou a ser um filho que todos aprenderam a amar. Celebrar o centenário de Amílcar Cabral é festejar pós morte a memória daquele que foi um dos mais ilústres filhos de África é render homenagem à uma das mais importantes figuras do século XX”, lê-se na mesma publicação.

Acrescenta que “ um simples africano” “ cumprindo o seu dever no contexto do seu tempo”, como ele próprio se descreveu, Amílcar Cabral ganhou projeção mundial ao conhecer e dirigir a mais bem- sucedida luta de libertação nacional das antigas colónias portuguesas, em África que levou à fundação de dois Estados independentes, a Guiné-Bissau e Cabo Verde.

De acordo com o INEP, que cita o site da Universidade de Cabo Verde, a dinâmica resultante desse processo revolucionário foi fator decisivo na derrota e extinção do império colonial português, cujo impacto determinante para a evolução e reconfiguração politica do continente africano é amplamente reconhecido.

O que distingue e projecto Amílcar Cabral e o situa entre as grandes figuras da história contemporânea, conforme a mesma publicação, é a excecional conjugação de atributos reunidos na sua personalidade, enquanto líder político carismático, diplomata exímio e sagaz estratega militar, assim como de produtor de um fecundo pensamento teórico, resultantes das suas reflexões sobre a luta, mas que se estende para diversos domínios do conhecimento, constituindo hoje um valioso património.

Para o INEP, a celebração do centenário do nascimento de Amílcar Cabral oferece uma oportunidade única de abordar, analisar e discutir a contribuição de novas visões da África e do mundo, quer através da ação direta quer através da sua obra escrita. “É o desafio que as instituições dos dois países, cujas independências resultam da luta que Cabral iniciou e dirigiu, decidiram lançar conjuntamente, através da realização deste Simpósio internacional, que também constitui uma  forma de honrar a memória do homem e reconhecer o seu legado e as suas contribuições para a história africana e mundial”, lê-se na públicação..

No âmbito das comemorações do centenário de Amílcar Cabral,  o Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral (CESAC), a Universidade Colinas de Boé (UCB), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) e a Universidade Amílcar Cabral (UAC)  levam a  cabo, desde 20 de Janeiro deste ano, um conjunto de atividades para honrar Cabral e deixar um marco histórico às gerações vindouras.

Estas atividades se iniciaram com a realização de uma conferência internacional de grande porte, envolvendo particularmente académicos e políticos dos países da região oeste africana, nomeadamente Cabo Verde, Gâmbia, Guiné-Conacri e Senegal. ANG/LPG//SG

Fórum China-África/Presidente da República vai ser orador do tema "Industrialização agrícola em África"  

Bissau,02 Set 24(ANG) – O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló vai ser orador do tema"Industrialização da Agricultuta em Àfrica", no IX Fórum de Cooperação China -África(FOFAC), que reúne chefes de Estados africanos entre os dias 4 e 6 de Setembro, em Pequim.

Os chefes de Estados africanos reúnem entre os dias 4 e 6 do corrente mês, em Pequim, no Nono Fórum de Cooperação China-África(FOFAC) 2024, para desbravar o caminho de desenvolvimento comum.

Segundo o site da Rádio Difusão Nacional(RDN), consultado hoje pela ANG, o Presidente da República, que deixou Bissau esta segunda-feira para o efeito, chefia uma delegação que integra, a Primeira-dama, Dinísia Reis Embaló, os Ministros da Economia, Plano e Integração Regional, Soares Sambú, dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacioanal e das Comunidades, Carlos Pinto Pereira e dos Recursos Naturais, Malam Sambu.

O fórum deste ano decorre sob o lema: “Trabalhar em Conjunto para Promover a Modernização e Construir Uma Comunidade Com Futuro Compartilhado China-África de Alto Nível."

Segundo a RDN, a Guiné-Bissau conta aproveitar esta oportunidade para apresentar vários projetos inscritos na sua estratégia de desenvolvimento durável, que conta com apoio das autoridades cheninesas.

Há cerca de dois meses, em visita oficial à China, o Presidente Embaló apresentou às autoridades chinesas um conjunto de projetos, com destaque para a construção de um centro universitário e a construção de infraestruturas rodoviárias adequadas de 300km.

A República Popular da China, um dos principais parceiros da África já concedeu aos países africanos biliões de dólares em donativos e em empréstimos concessionais no âmbito de apoio aos projetos de desenvolvimento  de uma "Comunidade com Futuro Compartilhado China-África."

Na Guiné-Bissau, a título donativo, a China  invnestiu em vários projetos de desenvolvimento, nomeadamente nos sectores das Infraestruturas, Pescas, Educação, Saúde, entre outros.

Além disso, os chineses estão a aumentar e diversificar os seus investimentos na Guiné-Bissau, sobretudo na exportação e transformação local da castanha de caju, criando postos de trabalho.

A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau, cuja industrialização será lançada através dos investidores chineses.

O Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) tem como objectivo revitalizar e fortalecer as relações sino-africanas, erguidas desde a década de 1950, pela Conferência de Bandung, Indonésia.ANG/RDN

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

CAN-2025/Duas novidades da convocatória de Luís Boa Morte atuaram no futebol português

Bissau, 30 Ago 24 (ANG) – As duas novidades que constaram na recente lista de convocatória do selecionador nacional de futebol da Guiné-Bissau, Luís Boa Morte, para a dupla jornada de qualificação para o Campeonato Africano das Nações, CAN-2025, frente a Eswatini e Moçambique, atuaram no futebol português.

A Guiné-Bissau recebe em casa  no dia 05 de setembro a Eswatine, e no dia 10 do mesmo mês desloca-se até Maputo para defrontar o Moçambique.

As duas atletas convocadas por Luís Boa Morte, tratam-se de guarda-redes Manuel Issufe Djaló que actua no “FC de Koeppchen” de segundo escalão de Luxenburgo, e o defesa central, Gilberto Batistade Morreirense de Portugal.

Falando em breves palavras da carreira inicial do guarda-redes Manuel Issufe Djaló, recorda-se que o miúdo começou a aventura no futebol guineense, onde representou o grupo desportivo e recreativo de Quelelé, antes de ingressar ao futebol português na escalão dos sub-19 de Freamund, na temporada 2018/19.

Na época seguinte, mudou-se para Luxemburgo, e seguiu-se para “Pedrouços” na mesma temporada de 2019/20.

Já em 2020/21, rumou-se para à “Mirandela”, e em 2021/22, transferiu de novo para “Ar São Martinho”, passando ainda pelo “Lusitano de Évora”, entre 2022/23, antes de rumar para “Una Strassen” de Luxemburgo, na época 2023/24, clube que deixou para integrar ao “FC de Koeppchen” de segundo escalão do futebol Luxemburguês.

Enquanto que o defesa central Gilberto Dambi Batista, formado no Sporting Clube de Portugal, passaou por toda formações juvenis leonina, desde sub-19, 20, e 23, inclusivo à equipa “B” dos leões.

Representou os sub-20 de Portugal, e atualmente joga no Moreirense de Portugal, onde ainda não somou qualquer minuto desde o inícia da época desportiva 2024/25, apenas foi uma vez convocao, mas não saiu do banco de suplentes, na partida frente ao Arouca da segunda jornada da primeira liga portuguêsa.ANG/LLA/ÂC      

Sociedade/Ministra da Mulher condena morte de uma jovem por ter alegadamente  recusado casamento forçado

Bissau 30 Ago 24 (ANG) – A ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social condenou esta quinta-feira o acto de espancamento até a morte de uma jovem que supostamente teria recusado o casamento forçado na localidade de Catché arredores de Timbo, sector de Catio, sul do país.

Maria Inácia Có Sanha em declarações a imprensa à saída de um encontro com a Primeira Dama Denisia dos Reis Embalo a quem foram informar do lançamento no próximo dia 16 de Setembro de 2024 do Programa do Desenvolvimento de  Género da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

A governante disse tomar conhecimento do sucedido através dos orgãos de comunicação social, tendo lamentado a morte da menina tão jovem que perdeu a sua vida por causa da violência.

Aquela responsável frisou que o assunto já é da alçada das autoridades judiciais que são orgãos competentes e que irão trabalhar para apurar as responsabilidades, encontar e punir os responsáveis .

“Da parte do Ministério, vamos continuar a seguir este caso através do Instituto da Mulher e Criança que é uma instituição criada com vocação para trabalhar nesse sentido”,garantiu.

Voltando ao assunto do lançamento do Programa de Género da CEDEAO, Maria Inácia Có Sanha disse que, a  Primeira Dama garantiu dar o seu apoio incondicional na execusão de diferentes progamas a favor da mulher e criança na Guiné-Bissau.

Disse que,  por outro lado prometeu  amadrinhar o evento que terá como foco a Cirurgia de Fístula para mulheres que padecem desta doença.

Inácia Có realçou que, o programa tem três vertentes, sendo a primeira a sensibilização, a segunda, sobre a cirúrgia e a terceira é a reinserção económica das mulheres.

Informou que, uma delegação de Alto Nível desta organização sub-regional estará em Bissau para participar no acto do lançamento do referido programa.

 “No encontro serão realizados  os diferentes programas de gènero que compreende não só a fístula, mas também o programa de Bolsa de Excelência para meninas carênciadas, de Auto-Medicação das mulheres, assim como o programa denominado 50 mulheres em palavras, que são desenvolvidos nos 15 Estados da CEDEAO através do seu Centro de Desenvolvimento de Género”,explicou Inácia có.ANG/MSC/ÂC

Politica/Presidente de Timor Leste diz que não vê dificuldades da Guiné-Bissau assumir a presidência da CPLP

Bissau, 30 Ago 24 (ANG) – O Presidente de Timor-Leste disse que, o seu país presidiu sem dificuldades a Comunidade de Países de Língua Portuguesa(CPLP), entre 2014-2016, pelo que  não vê  dificuldades em a Guiné-Bissau assumir a presidência da organização.

A informação, segundo a Agência Lusa, consta na página oficial de Ramos Horta, na qual disse que a situação politica na Guiné-Bissau que inclui um calendário eleitoral muito importante, poderia levar a liderança do país irmão a repensar a decisão de assumir a presidência da CPLP no próximo ano.

"Sem pressões, adiar a Presidência da CPLP só deveria ser ponderada pelas autoridades e pelos partidos politicos da Guiné-Bissau. Talvez concluíriam que a prioridade para a Guiné-Bissau seria a normalização política, eleições livres, e recuperação económica, Mas serão eles a pensar e decidir. É um país irmão e temos que apoiar com toda a amizade e solidariedade," salientou.

O Presidente timorense numa recente entrevista concedida à Agência de Notícias portuguesa (LUSA), na qual uma pergunta foi feita sobre a capacidade da Guiné-Bissau de receber e presidir a próxima Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e deduziu que persistam preocupações, talvez legitimas, quanto a viabilidade politica e financeira da realização de uma Cimeira em Bissau.

O antigo representante do Secretário geral da ONU na Guiné-Bissau e Chefe do Gabinete do Uniogbis, referiu que, a última Cimeira de Chefes de Estado realizada em São Tomé e Príncipe que decidiu que a Guine-Bissau assumiria a Presidência da CPLP em 2025, o Governo do seu país contribuiu com $750.000 para a realização da referida Cimeira.

Sublinhou que, a Guine-Bissau já foi membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU e recentemente presidiu cabalmente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), importante organização regional africana.

O secretário geral da Frente Timorense de Libertação Nacional (FRETILIN) Mari Alkatiri, numa entrevista a Agência Lusa, alusiva aos 25 anos do referendo que levou a independência de Timor-Leste, disse que a Guiné-Bissau não tem condições para presidir e nem para acolher uma Cimeira da CPLP, devido as instabilidades política.

Numa outra entrevista  à Agência Lusa o Chefe do Governo timorense Xanana Gusmão, disse que a Guiné-Bissau passou de golpes de Estado para golpes presidenciais, desde 2014.ANG/MI/ÂC

Ucrânia/ Kremlin não receia detenção de Putin na Mongólia, membro do TPI

Bissau, 30 ago 24 (ANG) – A Presidência russa não teme que Vladimir Putin seja detido na Mongólia durante a visita oficial da próxima semana devido ao mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI), de que o país asiático é Estado-membro.

“Não, não estamos preocupados (...) Mantemos um grande diálogo com os nossos amigos da Mongólia”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, quando questionado hoje sobre a existência de receios quanto a uma eventual detenção do líder russo no país vizinho.

Peskov acrescentou que “todos os aspetos da visita foram cuidadosamente preparados”.

A visita do próximo dia 03 foi anunciada na quinta-feira pelo Kremlin, que fez saber que Putin se encontrará com o seu homólogo mongol, Ukhnaa Khurelsukh, em Ulaanbaatar, com quem “trocará impressões sobre as relações bilaterais e a cooperação”.

O chefe de Estado russo viaja "a convite" do Presidente mongol, Ukhnaa Khurelsukh e vai "participar nas comemorações do 85.º aniversário da vitória conjunta das forças armadas soviéticas e mongóis sobre os militaristas japoneses" durante a Batalha de Khalkhin Gol.

Vladimir Putin e Ukhnaa Khurelsukh “trocarão pontos de vista sobre questões internacionais e regionais atuais”, acrescentou ainda a Presidência russa, segundo a qual “vários documentos bilaterais” serão assinados nesta ocasião.

Trata-se da primeira deslocação de Putin a um país membro do TPI desde que a entidade emitiu, no ano passado, um mandado de captura contra o líder russo, por alegados crimes de guerra na Ucrânia, uma decisão criticada por Moscovo.

A Mongólia assinou o Estatuto de Roma em 2000, antes de o ratificar em 2002.

Cada Estado-membro é obrigado a prender qualquer pessoa no seu território que seja objeto de um mandado de detenção do TPI, como é o caso de Vladimir Putin.

O Kremlin sempre rejeitou firmemente as acusações do TPI contra o Presidente russo e contra Maria Lvova-Belova, comissária para os direitos da criança, devido à deportação de crianças das regiões ucranianas ocupadas por Moscovo na sequência da invasão lançada em fevereiro de 2022.

No entanto, Putin teve o cuidado de, durante quase um ano e meio, evitar viajar para o estrangeiro, por exemplo, faltando à cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na África do Sul, em agosto de 2023, e depois à cimeira do G20 na Índia, em setembro do mesmo ano.

Por outro lado, visitou a China em maio, a Coreia do Norte em junho e o Azerbaijão em meados de agosto, mas nenhum destes países é membro do TPI.

A última visita do Presidente russo à Mongólia remonta a setembro de 2019.

A Mongólia, um país rico em recursos naturais, situa-se na Ásia Oriental, sem litoral, entre a Rússia e a China, e possui um vasto território (três vezes o tamanho da França). No entanto, tem apenas 3,4 milhões de habitantes.

No início de agosto, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, deslocou-se à capital da Mongólia, Ulan Bator, declarado como “um parceiro central” de Washington na região.

Esta visita fez parte de um desejo declarado dos Estados Unidos de aumentar a sua influência neste vasto país, também cobiçado pelos seus rivais russos e chineses.ANG/Lusa

Medio Oriente/Acordo para realização de campanha de vacinação contra a pólio na Faixa de Gaza

Bissau,30 Ago 24(ANG) - O exército israelita e o Hamas chegaram a um consenso relativamente ao estabelecimento de "pausas humanitárias" de três dias em cada um das três zonas distintas da Faixa de Gaza a partir de domingo, para permitir a implementação de uma campanha vacinação em larga escala das cerca de 640 mil crianças do enclave contra a poliomielite.

Rik Peeperkorn, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) nos territórios palestinianos, anunciou nesta quinta-feira que a campanha de vacinação que deve começar no domingo, deveria numa primeira fase abranger o centro da faixa de Gaza, uma segunda pausa de três dias devendo ser implementada no sul do enclave, antes de terminar no norte do território.

No âmbito destas pausas que deveriam desenrolar-se das 6 horas da madrugada às 15 horas locais, a OMS indica que Israel se comprometeu a "suspender as ordens de evacuação para a implementação da campanha", o representante desta entidade nos territórios palestinianos acrescentando que existe a possibilidade de prolongar essas pausas de mais um dia em cada zona, em caso de necessidade.

Embora o Primeiro-ministro israelita garanta que não se trata de um "cessar-fogo para vacinar contra a pólio, mas antes a disponibilização de certos locais" em Gaza, o Hamas, que controla o enclave, declarou o seu apoio ao que apelidou de "trégua humanitária".

Os Estados Unidos que apoiam Israel, por seu turno, sublinharam a "importância de esta campanha ser conduzida sem demoras".

Depois de 25 anos de ausência desta doença dos territórios palestinianos, um primeiro caso de uma nova estirpe da poliomielite foi confirmado no dia 23 de Agosto pela OMS num bebé de 10 meses na Faixa de Gaza. Doença viral altamente contagiosa que pode provocar uma paralisia irreversível em poucas horas, a poliomielite foi praticamente erradicada a nível mundial através de campanhas massivas de vacinação.

A OMS refere ter actualmente em mãos mais de um milhão de doses para a campanha de vacinação na Faixa de Gaza, devendo receber nestes próximos dias mais 400 mil. Refira-se ainda que para ser eficaz, uma segunda dose da vacina contra a pólio tem de ser administrada um mês depois da primeira.ANG/RFI

EUA/Kamala Harris vê EUA prontos para "virar página" de Trump e terá classe média como prioridade

Bissau, 30 Ago (ANG) – A candidata presidencial democrata, Kamala Harris, afirmou que os EUA estão prontos para “virar a página” de Donald Trump e garantiu que “apoiar e fortalecer a classe média” será a sua prioridade.

Na quinta-feira, naquela que foi a primeira entrevista desde que se tornou candidata, concedida à CNN internacional, Kamala Harris acusou o adversário republicano e ex-Presidente, Donald Trump, de promover uma agenda que visa minar “o caráter e a força” dos norte-americanos e “dividir a nação”.

“Penso que as pessoas estão prontas para virar a página”, declarou Harris, na Geórgia, ao lado de Tim Walz, o governador de Minnesota e candidato a vice-presidente dos Estados Unidos, na primeira entrevista conjunta de ambos desde que se tornaram os nomeados democratas às presidenciais.

Questionada sobre qual seria a sua prioridade para o primeiro dia na Casa Branca, caso seja eleita, a atual vice-presidente focou-se na economia e em fazer a classe média prosperar através da implementação de várias propostas políticas, como reduzir os preços dos produtos alimentares, investir em pequenas empresas e na “família norte-americana, e tornar mais acessível o acesso à habitação.ANG/Inforpress/Lusa

China/Líderes dos países do Pacífico rejeitam apelos para cortar relações com Taiwan

Bissau, 30 ago 24 (ANG) – Os líderes dos países insulares do Pacífico reunidos em Tonga rejeitaram hoje apelos, apoiados pela China, para cortar relações com Taiwan, dizendo que a aliança regional manterá a política diplomática que tem há décadas.


O Fórum das Ilhas do Pacífico rejeitou assim as exigências de alguns membros, aliados de Pequim, que tinham instado a organização a deixar de considerar Taipé como um parceiro de desenvolvimento.

Numa declaração final, os líderes reafirmaram um acordo assinado em 1992 que autoriza conversações com Taiwan.

A China tem trabalhado para excluir Taiwan – uma ilha democrática governada de forma autónoma que considera fazer parte do seu território – dos fóruns internacionais.

As Ilhas Salomão, o principal parceiro de Pequim no Pacífico Sul e que acolherão o Fórum das Ilhas do Pacífico em 2025, pretendiam que Taiwan perdesse o estatuto de parceiro no Fórum, irritando alguns aliados de Taipé.

A aliança regional está dividida entre países que mantêm relações diplomáticas com a China e outros com Taiwan.

Além de Tuvalu, Palau e as Ilhas Marshall reconhecem Taipé.

Palau deverá realizar eleições gerais este ano e os laços diplomáticos com Taiwan - e uma potencial mudança a favor da China - deverão estar entre as questões principais durante a campanha eleitoral.

Nos últimos cinco anos, as Ilhas Salomão, Kiribati e Nauru romperam relações diplomáticas com Taipé a favor de Pequim.

Taiwan enviou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Tien Chung-kwang, a Tonga para reforçar os laços com os aliados insulares do Pacífico.

Na quarta-feira, o Fórum aprovou um plano, financiado em cerca de 400 milhões de dólares (mais de 358 milhões de euros) pela Austrália, para melhorar a formação policial e criar uma unidade regional, após a China ter assinado pactos de segurança com algumas nações da área.

A Austrália, que juntamente com os Estados Unidos tem historicamente sido a principal influência sobre as nações do Pacífico, tem voltado a sua atenção para a região desde o opaco pacto de segurança assinado em 2022 entre a China e as Ilhas Salomão.

A China mantém uma presença policial modesta, mas visível nas Ilhas Salomão, para onde envia agentes para treinar a polícia local em táticas de tiroteio e motim.

Semanas antes da reunião em Tonga, os líderes das Fiji, Vanuatu e Ilhas Salomão deslocaram-se a Pequim, onde destacaram a cooperação com a China e a capacidade do gigante asiático para prestar assistência ao desenvolvimento e os seus objetivos de segurança.

O Fórum das Ilhas do Pacífico é constituído pela Austrália, Fiji, Ilhas Cook, Nova Caledónia, Polinésia Francesa, Micronésia, Nauru, Nova Zelândia, Niue, Palau, Papua Nova Guiné, Ilhas Marshall, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga, Tuvalu e Vanuatu, enquanto Kiribati anunciou a saída da organização.ANG/Lusa

Rússia/Tribunal condena jornalista russo a oito anos de prisão por "informações falsas" sobre exército

Bissau, 30 ago 24 (ANG) - O tribunal da cidade russa de Gorno-Altaysk, em Altai, condenou hoje um jornalista local a oito anos de prisão por criticar as ações do exército russo na Ucrânia nos seus artigos, anunciou a justiça.

Sergei Mikhailov “publicou artigos na internet em março e abril de 2022 contendo informações falsas” sobre as ações do exército russo na Ucrânia, disse o Ministério Público num comunicado na rede social Telegram.

O jornalista de Gorno-Altaysk, de 48 anos, trabalhava para um jornal ‘online’ local, o Listok.

Os procuradores acusaram-no de ser “motivado pelo ódio político”.

O jornalista terá de cumprir uma pena de oito anos de prisão “em colónia de regime geral”, segundo o Ministério Público.

Em tribunal, Mikhailov declarou na terça-feira que escreveu os artigos para que os seus “leitores não sejam vítimas de mentiras, para que não participem nos combates, para que não se tornem assassinos e vítimas, que não prejudiquem o nosso povo irmão ucraniano”.

O repórter classificou o conflito na Ucrânia como uma “situação terrível”, de acordo com um texto publicado ‘online’.

A Rússia suprimiu as vozes críticas durante anos, mas a campanha de repressão assumiu proporções consideráveis após o lançamento do ataque à Ucrânia em fevereiro de 2022.

As autoridades russas expandiram a repressão punindo duramente a divulgação do que considera ser “informação falsa” ou o “descrédito” das forças armadas russas.

De acordo com um levantamento da organização não-governamental (ONG) especializada OVD-Info, mais de mil pessoas foram processadas na Rússia por criticarem o ataque das forças armadas russas à Ucrânia.

Quase todos os opositores de alto nível foram detidos ou saíram para o exílio e milhares de russos comuns foram processados e multados ou presos por expressarem publicamente o seu desacordo com o Kremlin.ANGLusa


Política/Líder de APU-PDGB regressa ao país e promete falar à imprensa depois de concertação com direção da Aliança “Kumba Lanta”

Bissau,30 Ago 24(ANG) – O líder da Assembleia do Povo Unido, Partido Demorático da Guiné-Bissau(APU-PDGB) regressou hoje ao país, depois de uma ausência de dois meses.

Á sua chegada, Nuno Gomes Nabiam encontrou o aeroporto internacional Osvaldo Vieira, totalmente “deserto” dos seus dirigentes e militantes que o prometiam uma receção calorosa, devido ao cerco policial ao perímetro aeroportuário.

O líder de APU-PDGB e da Aliança “Kumba Lanta”, foi-se obrigado a dirigir-se para a sua residência onde estava a sua espera alguns dirigentes, militantes do partido e os jornalistas.

Ao dirigir-se aos jornalistas presentes na sua residência, Nuno Gomes Nabiam promete falar só depois de uma concertação com a direção da Aliança “Kumba Lanta”.

A Assembleia do Povo Unido, Partido Democrático da Guiné-Bissau, (APU-PDGB), tinha manifestado a sua determinação de concentrar os seus dirigentes e militantes hoje nas mediações do aeroporto internacional Osvaldo Vieira, para a receção do seu líder, Nuno Gomes Nabiam, desafiando o despacho do Ministério do Interior e da Ordem Pública que proibiu atos de manifestações públicas em todo o território nacional desde dia 15 de Janeiro do presente ano.ANG/ÂC

Finanças/FMI conclui revisão do Acordo com a Guiné-Bissau e desembolsa ajuda de mais de seis milhões de euros  

Bissau,30 Ago 24(ANG) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou esta quarta-feira, a conclusão da revisão do acordo de Facilidade de Crédito Alargada (ECF) da Guiné-Bissau e o desembolso de uma ajuda de mais cerca de 6,3 milhões de euros.

Vista frontal do Ministerio das Finanças

Em comunicado, o FMI afirma que “esta decisão permite um desembolso imediato de 6,3 milhões de euros [4,1 bilhões de francos CFA] para ajudar a satisfazer as necessidades de financiamento do país”.

“O empenho das autoridades [da Guiné-Bissau] numa série de reformas políticas difíceis está a começar a dar alguns resultados”, salienta o FMI, frisando que “devem perseverar a ambiciosa agenda de reformas estruturais para melhorar a mobilização das receitas internas, reforçar o controlo das despesas e melhorar a governação”.

Nesta linha, o FMI prevê que “o crescimento económico atinja 5% em 2024, enquanto a inflação deverá abrandar para 4,2%, em comparação com 7,2% em 2023, mas alerta que “as perspetivas económicas continuam sujeitas a riscos significativos a curto prazo”.

O acordo de três anos, aprovado em 30 de janeiro de 2023, visa garantir a sustentabilidade da dívida, melhorar a governação e reduzir a corrupção, no país africano de língua portuguesa, “criando simultaneamente espaço orçamental para um crescimento inclusivo”, refere-se ainda na nota, lembrando que o conselho executivo concedeu um aumento do acesso (140% da quota ou 39,76 milhões de DSE) em 29 de novembro de 2023.

O desembolso de 5,44 milhões de DSE (cerca de 7,3 milhões de dólares) para ajudar a satisfazer as necessidades de financiamento orçamental e da balança de pagamentos do país eleva o total de desembolsos ao abrigo do acordo para 24,88 milhões de DSE (30,1 milhões de euros).

O FMI prevê que o défice da balança corrente do país, membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), “diminua e atinja 6,1% do PIB”.

O diretor-geral adjunto e presidente em exercício do FMI, citado no comunicado, disse que a Guiné-Bissau “continua a enfrentar um ambiente externo e interno muito difícil” e que “os choques nos termos de troca e a inflação elevada continuam, enquanto que a restrição das condições financeiras regionais aumentou os custos dos empréstimos”.

Apesar destes desafios, Bo Li afirmou que “as autoridades da Guiné-Bissau continuaram a criar um consenso sobre as reformas essenciais e mantiveram a estabilidade política e macroeconómica”.

Para o responsável do FMI “é igualmente de louvar o facto de (…) terem restabelecido a regularidade dos processos de exportação da castanha de caju, essencial para o crescimento e receitas fiscais, e mantido fortes medidas de consolidação orçamental”.

O FMI recorda que “a consolidação orçamental continua a ser fundamental para reduzir as vulnerabilidades e garantir a sustentabilidade da dívida e a estabilidade macroeconómica”.

Por outro lado, alerta que se deve controlar as pressões sobre as despesas antes das eleições legislativas de novembro de 2024 e assegurar os objetivos de consolidação orçamental que reforcem os controlos dos gastos, defendendo que a Guiné-Bissau deve “continuar a contenção das despesas salariais”.

“A mobilização das receitas deve centrar-se na redução das despesas fiscais e no reforço da administração das receitas”, adiantou, sustentando que se deve também continuar a contactar os doadores para obter apoio orçamental adicional e subvenções para financiar as despesas sociais prioritárias.

O FMI frisa ainda que devem ser tomadas medidas urgentes para mitigar riscos fiscais da empresa de serviços públicos e continuar a avançar com a desvinculação do banco subcapitalizado, nomeadamente através de planos de contingência. E considera também “necessários esforços suplementares para melhorar a governação, em especial a transparência dos contratos públicos e as informações sobre os beneficiários efetivos, que constituem as medidas essenciais para melhorar a eficácia da luta contra a corrupção”, branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.ANG/lusa