Rússia/Tribunal condena jornalista russo a oito
anos de prisão por "informações falsas" sobre exército
Bissau, 30 ago 24
(ANG) - O tribunal da cidade russa de Gorno-Altaysk, em Altai, condenou hoje um
jornalista local a oito anos de prisão por criticar as ações do exército russo
na Ucrânia nos seus artigos, anunciou a justiça.
Sergei Mikhailov
“publicou artigos na internet em março e abril de 2022 contendo informações
falsas” sobre as ações do exército russo na Ucrânia, disse o Ministério Público
num comunicado na rede social Telegram.
O jornalista de
Gorno-Altaysk, de 48 anos, trabalhava para um jornal ‘online’ local, o Listok.
Os procuradores
acusaram-no de ser “motivado pelo ódio político”.
O jornalista terá de
cumprir uma pena de oito anos de prisão “em colónia de regime geral”, segundo o
Ministério Público.
Em tribunal,
Mikhailov declarou na terça-feira que escreveu os artigos para que os seus
“leitores não sejam vítimas de mentiras, para que não participem nos combates,
para que não se tornem assassinos e vítimas, que não prejudiquem o nosso povo
irmão ucraniano”.
O repórter
classificou o conflito na Ucrânia como uma “situação terrível”, de acordo com
um texto publicado ‘online’.
A Rússia suprimiu as
vozes críticas durante anos, mas a campanha de repressão assumiu proporções
consideráveis após o lançamento do ataque à Ucrânia em fevereiro de 2022.
As autoridades russas
expandiram a repressão punindo duramente a divulgação do que considera ser
“informação falsa” ou o “descrédito” das forças armadas russas.
De acordo com um
levantamento da organização não-governamental (ONG) especializada OVD-Info,
mais de mil pessoas foram processadas na Rússia por criticarem o ataque das
forças armadas russas à Ucrânia.
Quase todos os
opositores de alto nível foram detidos ou saíram para o exílio e milhares de
russos comuns foram processados e multados ou presos por expressarem
publicamente o seu desacordo com o Kremlin.ANGLusa
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