Migração ilegal/Resgatados 80 migrantes ao largo de Dakar pouco antes de visita de PM espanhol
Bissau, 29 Ago 24(ANG) - Cerca
de 80 migrantes da África ocidental foram interceptados há dois dias numa
piroga ao largo de Dakar, indicaram quarta-feira as forças armadas senegalesas.
Isto sucede pouco antes de
uma visita que o chefe do governo espanhol efectua na tarde de quarta e até
hoje quinta-feira ao Senegal, no âmbito de uma digressão regional cujo
objectivo é abordar com os seus interlocutores a questão da imigração
clandestina.
76 candidatos à "emigração clandestina" oriundos
de diferentes países da África do Oeste, entre os quais foi contabilizado um
Bissau-Guineense, foram resgatados na noite de segunda para terça-feira quando
se encontravam a bordo de uma piroga a 80 quilómetros da capital, indicaram as
autoridades do Senegal, país que é um dos principais pontos de partida de
migrantes rumo à Europa.
No sentido de prevenir a
emigração clandestina, Dakar refere ter implementado uma série de medidas,
nomeadamente "patrulhas
mistas" em vários pontos desde meados de Agosto. Uma
operação que segundo as autoridades locais permitiu interpelar 453 candidatos à
emigração e passadores.
Medidas que decerto deveriam
estar na ementa da visita que o Primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez
efectua a partir da tarde de
quarta-feira e até hoje quinta-feira no Senegal, nesta que será a última etapa
da digressão que o conduziu ontem à Mauritânia, antes de seguir para a Gâmbia.
O combate à emigração
clandestina é o denominador comum desta deslocação, perante o aumento
substancial da chegada de candidatos à emigração oriundos da região no
arquipélago espanhol das Canárias, território europeu mais acessível a partir
daquela zona de África.
Com efeito, de acordo com
dados oficiais, desde o começo do ano e até 15 de Agosto, mais de 22 mil
migrantes chegaram àquele arquipélago, contra cerca de 10 mil durante o mesmo
período no ano passado.
Um fenómeno perante o qual
Pedro Sánchez procura formas de canalizar uma emigração legal. Esta foi
nomeadamente a solução que privilegiou com as autoridades da Mauritânia,
durante a primeira etapa da sua digressão.
Numa declaração conjunta
divulgada esta manhã, os dois governos dizem ter chegado a um consenso sobre
meios de "promover
migrações seguras, ordenadas e legais" bem como de "garantir um tratamento justo e
humano dos migrantes".
Paralelamente, os dois países assinaram um memorando de entendimento para a implementação designadamente de "um projecto-piloto de selecção de trabalhadores da Mauritânia no seu país de origem" para trabalharem em Espanha.ANG/RFI
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