RDC/Combates retomam no leste apesar de trégua assinada sob impulso de Luanda
Bissau, 26 Ago 24 (ANG) - Após três semanas de relativa acalmia, recomeçaram no domingo os combates entre o exército congolês e os rebeldes do M23 na zona densamente povoada de Lubero, no norte Kivu, no leste da República Democrática do Congo, de acordo com informações confirmadas tanto pelas forças congolesas como pelos rebeldes.
O exército da RDC informou que combates com
armas pesadas e tiros de armas ligeiras foram registados neste domingo em
Kikuvo, no eixo Matembe - Kirumba, a uma centena de quilómetros de Goma,
capital do Norte Kivu, entre as suas forças e os rebeldes do M23 que Kinshasa
acusa de ser apoiados pelo Ruanda. Um porta-voz dos M23 confirmou a ocorrência
desses combates, referindo que as forças governamentais atacaram várias
posições rebeldes nessa zona no início da manhã de domingo.
Segundo relatos de moradores, os confrontos
no território de Lubero provocaram uma forte tensão na cidade de Kirumba,
pulmão económico da zona, que juntamente com a localidade vizinha de
Kanyabayonga tem estado sob controlo dos rebeldes M23 desde Junho.
É desconhecido para já o desfecho destes
combates que acontecem depois de três semanas de acalmia subsequente à entrada
em vigor no passado dia 4 de Agosto de um acordo de cessar-fogo entre a RDC e o
Ruanda acusado de participar na desestabilização do seu vizinho. Fontes
próximas dos M23 referem que o movimento rebelde não se considera vinculado
pela trégua, dado que não esteve envolvido nas negociações mediadas nestes
últimos meses por Angola.
Na semana passada, representantes do Ruanda e
da RDC participaram numa reunião em Luanda para consolidar o processo de paz,
tendo sido marcado um encontro de peritos esta semana antes de uma nova cimeira
ministerial sob a égide do Presidente João Lourenço a 9 e 10 de Setembro.
Recorde-se que segundo estimativas das Nações Unidas, para além das suas inúmeras vítimas mortais, os combates vigentes no leste do território congolês já provocaram mais de 1,7 milhões de deslocados, elevando para mais de 7 milhões o número total de deslocados devido aos múltiplos focos de instabilidade que têm abalado esse território nestes últimos anos. ANG/RFI
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